Mandados são cumpridos nesta quarta (8) em três regiões do estado.
Investigação começou após denúncia ao Ministério da Agricultura.
Ministério Público faz operação na manhã desta quarta-feira no RS (Foto: Giovani Grizotti/RBS TV)
Conforme o MP, a simples adição de água com o objetivo de aumentar o volume acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia, produto que contém formol em sua composição e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A fraude foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol. Mesmo depois dos processos de pasteurização, ele persiste no produto final.
Investigação apontou que a fraude ocorria no caminho entre o produtor e a indústria (Foto: Giovani Grizotti/RBS TV)
A investigação apontou que a fraude ocorria no meio do caminho, entre o produtor e a indústria, nos chamados postos de resfriamento, para onde o leite é levado e armazenado antes de ser industrializado. Após a descoberta do esquema, o Ministério da Agricultura determinou o recolhimento de lotes de quatro marcas nas prateleiras dos supermercados: Latvida, Italac, Líder e Mumu (veja lista abaixo).
A investigação mostra que as indústrias não sabiam da fraude. No entanto, segundo o MP, teriam falhado ao não detectar o esquema no controle de qualidade. A orientação dos promotores é que os consumidores deixem de consumir o leite de lotes específicos de fabricação.
O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Pagliarini, disse em entrevista à Rádio Gaúcha que recebeu informações sobre a adulteração ainda em janeiro, e informou ao Ministério da Agricultura.
"As empresas são vítimas desse processo. O sindicato tentou agir para coibir essa fraude. Já foi feito o recall desses produtos, e não existem mais os lotes nos supermercados. Quanto à quantidade de formol, nem o ministério tem a resposta", disse Pagliarini.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da marca Líder às 9h e foi informado que a empresa está analisando as informações da operação e vai se pronunciar mais tarde. A Vonpar, que produz o leite Mumu, se manifestará por meio de sua assessoria. Uma análise da situação é feita em conjunto com o Sindilat. Por volta das 9h40, a Italac avisou que se manifestará através de uma nota. Até o mesmo horário o site não tinha conseguido contato com a Latvida.
Confira os lotes não recomendados para consumo pelo Ministério Público
Leite Líder - UHT Integral
SIF 4182 - Fabricação: 17/12/12
Lote: TAP 1 MB
Leite Italac - UHT Integral
Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 30/10/12 - Lote: L05 KM3
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L13 KM3
Fabricação: 7/11/12 - Lote: L18 KM3
Fabricação: 8/11/12 - Lote: L22 KM4
Fabricação: 9/11/12 - Lote: L23 KM1
Leite Italac - UHT semidesnatado
Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L12 KM1
Leite Mumu - UHT Integral
Vonpar - SIF 1792
Fabricação: 18/01/13
Lote: 3 ARC
Leite Latvida - UHT Desnatado
VRS - Latvida - CISPOA 661
Registro: 37/661
Leite Latvida - UHT Semidesnatado
VRS - Latvida - CISPOA 661
Registro: 48/661
Leite Latvida - UHT Integral
VRS - Latvida - CISPOA 661
Registro: 36/661
Registro: 24/661
Fraude em 2007 foi investigada pela Polícia Federal
Em outubro de 2007, a Polícia Federal desencadeou uma operação chamada Ouro Branco, que investigava cooperativas por adulteração de leite. Cerca de 200 policiais federais realizaram a operação na Copervale, em Uberaba e na Casmil, em Passos, ambas em Minas Gerais. Na ocasião, galões e sacos de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e citrato de sódio, foram apreendidos. Segundo o Ministério Público, as substâncias eram adicionadas ao leite com o objetivo de aumentar o tempo de conservação do produto e disfarçar a adição de soro usado para dar mais volume à bebida.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/05/ministerio-publico-faz-operacao-contra-adulteracao-de-leite-no-rs.html
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