Keneth Bae foi acusado de cometer 'atos hostis' contra Pyongyang; analistas acreditam que Coreia do Norte deve usar americano como moeda de troca para dialogar com EUA
Um americano detido há aproximadamente seis meses na
Coreia do Norte foi sentenciado a 15 anos de trabalhos forçados por
crimes contra o Estado, informou a mídia norte-coreana nesta
quinta-feira (2). O caso de Keneth Bae pode complicar ainda mais as já
tensas relações entre Pyongyang e Washington.
Passo para conversas:
Coreia do Norte condiciona diálogo a fim de sanções
A sentença do americano de descendência
coreana, descrito por amigos como um cristão devoto e um guia de
turismo, vem em meio a tentativas tímidas de ação diplomática
após semana de tensões crescentes na região. A Coreia do Norte ameaçou atacar os EUA
e a Coreia do Sul, uma resposta às sanções da ONU
por conduzir um lançamento de um foguete
à longa distância em dezembro e por realizar um teste nuclear
em fevereiro.
Analistas afirmam que Pyongyang poderia usar Bae como uma
moeda de troca, uma vez que busca diálogo com Washington. O
Departamento de Estado americano não fez qualquer comentáirio sobre a
sentença.
Essa não é a primeira vez que um americano é preso e
sentenciado a trabalhos forçados durante um impasse nuclear. Em 2009,
depois do segundo teste nuclear subterrâneo feito por Pyongyang, dois
jornalistas americanos foram condenados a 12 anos de trabalhos forçados
por entrar pela fronteira da China.
Eles foram perdoados por razões humanitárias e libertados
depois que o ex-presidente Bill Clinton foi ao país para a missão de
resgate. Ele também se encontrou com o então líder norte-coreano
Kim Jong-il
.
O julgamento de Bae, acusado de "cometer atos hostis"
contra a Coreia do Norte, ocorreu na Suprema Corte na terça-feira,
segundo informou a agência de notícias estatal norte-coreana.
Ele foi preso no início de novembro em Rason, zona
econômica especial na região nordeste do país, que faz fronteira com a
China e com a Rússia. Amigos e colegas dizem que Bae, americano que
viviam no Estado de Washington, morava na cidade de fronteira com a
China de Dalian e viajava frequentemente para a Coreia do Norte para
alimentar órfãos.
A mídia estatal se refere a Bae como Pae Jun Ho,
pronúncia de seu nome em coreano. Bae é o sexto americano detido desde
2009. Os outros eventualmente foram deportados ou libertados.
Três outros americanos detidos nos últimos anos também
eram devotos do cristianismo. Enquanto a constituição da Coreia do Norte
garante liberdade religiosa, na prática apenas missas sancionadas são
permitidas pelo governo.
A Coreia do Norte pode estar buscando, com a prisão de
Bae, a visita de algum outro enviado americano, disse Ahn Chan-il, chefe
do Instituto Mundial para Estudos sobre a Coreia do Norte. "A Coreia do
Norte está usando Bae para que essa visita aconteça. Um mandachuva
americano visitando Pyongyang melhoraria o perfil de Kim Jong-un como
líder", disse.
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-05-02/coreia-do-norte-condena-americano-a-15-anos-de-trabalho-forcado.html
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