Jonathan teria segurado jovem para que outro homem a estuprasse. Pelo menos oito vítimas de roubo, também reconheceram suspeitos.
 "A única coisa que eu queria era tomar banho, dormir e esquecer". Com 
essa frase, a terceira vítima de estupro em uma van no Rio resumiu os 
momentos seguintes à violência sofrida. A jovem, de 18 anos, moradora de
 um município da Baixada Fluminense, guardou esse segredo por quase dois
 meses.
 Depois de reconhecer, através da imprensa, um dos suspeitos de estuprar
 uma turista americana no sábado (30), a estudante procurou a Delegacia 
Especial de Apoio ao Turista (Deat) nesta terça-feira. A vítima 
reconheceu Jonathan Froudakis de Souza, de 19 anos, como o homem que 
tentou estuprá-la e a segurou para que um outro homem, ainda não 
localizado, a estuprasse. Segundo descrição da vítima, ele é branco, tem
 aproximadamente 1,70m de altura, cabelo preto e liso.
 Jonathan, Wallace Aparecido Souza Silva, de 21 anos, e Carlos Armando 
Costa dos Santos, também de 21, estão presos suspeitos de estuprar a 
turista americana, de 21 anos, e roubar o namorado dela, um francês de 
23. O casal ficou cerca de 6 horas sob poder dos criminosos. Eles foram 
reconhecidos pelas vítimas e devem ser indiciados por estupro e roubo qualificado. O caso chocou até mesmo policiais experientes.
 No carnaval
A jovem contou que, na quarta-feira de cinzas, 13 de fevereiro, por volta de 1h, embarcou na van na Lapa com destino a Copacabana, na Zona Sul. Segundo ela, o veículo, dirigido por Jonathan, estava cheio. No entanto, em Botafogo, os passageiros desceram e ela ficou apenas com ele e o cobrador, ainda não identificado, na van. Com medo, ela pediu para descer, mas foi impedida pela dupla.
A jovem contou que, na quarta-feira de cinzas, 13 de fevereiro, por volta de 1h, embarcou na van na Lapa com destino a Copacabana, na Zona Sul. Segundo ela, o veículo, dirigido por Jonathan, estava cheio. No entanto, em Botafogo, os passageiros desceram e ela ficou apenas com ele e o cobrador, ainda não identificado, na van. Com medo, ela pediu para descer, mas foi impedida pela dupla.
 "O cobrador me abordou, tentou me agarrar, tirar a minha roupa. O 
motorista [Jonathan] ficou só olhando e falando palavrões. Depois, o 
motorista desceu e veio tentar também, enquanto o cobrador me segurava, 
mas não conseguiu porque eu chutei várias vezes, cuspi nele", contou a 
estudante.
 No entanto, segundo ela, após essa reação, os dois trocaram de posição.
 "O Jonathan me segurou para o cobrador me violentar. Como o Jonathan 
era mais forte, eu não tive força para sair e acabou acontecendo o ato 
da violência. Mas não durou muito tempo porque o lugar era movimentado, 
passava carro toda hora e acho que eles ficaram com medo", disse.
  Jonathan me segurou para o cobrador me violentar. Não tive força para sair"
  Vítima de estupro na van
 A vítima disse que, depois, chegou a descer da van, chorando, mas foi 
ameaçada pela dupla para voltar ao veículo. "Voltei para a van porque 
fiquei com medo e pensei: o que mais de pior pode acontecer? E ele me 
deixou em Copacabana e seguiu viagem como se nada tivesse acontecido".
 Silêncio, medo e vergonha
A jovem não registrou a ocorrência em delegacia nem contou aos pais sobre o caso. Apenas dois amigos sabiam do ocorrido. "Não procurei polícia, médico, nada, porque eu fiquei envergonhada. Estava com vergonha de procurar e temia pelos meus pais", contou a jovem.
A jovem não registrou a ocorrência em delegacia nem contou aos pais sobre o caso. Apenas dois amigos sabiam do ocorrido. "Não procurei polícia, médico, nada, porque eu fiquei envergonhada. Estava com vergonha de procurar e temia pelos meus pais", contou a jovem.
 O silêncio só foi quebrado quando veio à tona o ataque ao casal de 
estrangeiros que embarcou na mesma van em Copacabana. "Fiquei revoltada 
quando vi. Como aconteceu com a turista e eu reconheci, resolvi 
denunciar. Porque eu acho que quanto mais pessoas tomarem iniciativa vai
 ser melhor porque ele vai ficar preso bastante tempo e ter o que 
merece", explicou a vítima, que reconheceu ainda a van usada pelos 
criminosos. "Eu vi a van, o banco rasgado. Sentei naquele banco".
 Depois de passar o dia na delegacia prestanto depoimento, a jovem 
espera ver seus agressores presos. "Só quero que a justiça seja feita. 
Que ele [Jonathan] fique preso e pague por tudo que fez não só comigo 
mas com outras pessoas. E que encontrem o outro [cobrador]", afirmou.
 A polícia tenta identificar e prender esse outro suspeito. Uma outra brasileira, de 21 anos, já havia afirmado também ter sido vítima de estupro na van no dia 23 de março. Ela reconheceu Wallace e Jonathan.
 Mãe pede perdão 
A mãe de Jonathan, que preferiu não se identificar, esteve na delegacia nesta terça-feira. Chorando bastante, ela disse que mal podia acreditar no que o filho havia feito e pediu perdão às vítimas.
A mãe de Jonathan, que preferiu não se identificar, esteve na delegacia nesta terça-feira. Chorando bastante, ela disse que mal podia acreditar no que o filho havia feito e pediu perdão às vítimas.
 "Ele errou e vai ter que pagar pelo que fez. Foi uma crueldade que não 
tem explicação. Para mim, é muito difícil. Só peço que perdoem o meu 
filho", disse a mãe, revelando que Jonathan tem uma filha de 1 ano e 7 
meses e será pai pela segunda vez.
  Foi uma crueldade sem explicação"
  Mãe de Jonathan 
 Também nesta terça, dois motoristas de van, que fazem a linha 
Castelo-Ilha do Governador, procuraram a delegacia para dizer que foram 
vítimas de assalto. Um deles foi rendido na Praça XV, no Centro, 
assaltado e levado para Niterói,
 na Região Metropolitana, onde foi deixado pelos criminosos. Os dois 
reconheceram Jonathan e Wallace. Outras seis vítimas de roubo já haviam 
procurado a delegacia com relatos semelhantes.
 O titular da Deat, Alexandre Braga, disse que, a partir da prisão dos 
três suspeitos, vai investigar casos antigos de roubos que possam ter 
sido praticados pelo trio. Segundo investigadores da Deat, pelo menos 
outros 10 casos relatados por policiais de outras delegaciais estão 
sendo analisados.
 Crime na van
Todos esses casos vieram à tona após o ataque ao casal de estrangeiros no sábado passado. Segundo a polícia, os dois embarcaram na van em Copacabana, na Zona Sul, para ir à Lapa, no Centro, por volta da 0h de sábado.
Todos esses casos vieram à tona após o ataque ao casal de estrangeiros no sábado passado. Segundo a polícia, os dois embarcaram na van em Copacabana, na Zona Sul, para ir à Lapa, no Centro, por volta da 0h de sábado.
 No Aterro do Flamengo, o trio obrigou os outros passageiros a descerem e seguiram para Niterói e São Gonçalo,
 na Região Metropolitana. No caminho, eles pararam em postos de 
gasolina, onde utilizaram cartões das vítimas para sacar dinheiro e 
compraram bebidas e energéticos.
 Após o cartão do rapaz ser bloqueado, os criminosos voltaram para 
Copacabana, onde a jovem buscou no apartamento em que morava outros 
cartões. Em seguida, a van seguiu novamente para São Gonçalo, onde moram
 dois dos suspeitos.
 Durante todo o trajeto, o rapaz foi espancado com a chave de roda da 
van, enquanto a namorada foi estuprada pelos três criminosos. Somente 
cerca de seis horas depois, o casal foi abandonado em Itaboraí, na 
Região Metropolitana.
 O rapaz reconheceu os suspeitos na delegacia e no Tribunal de Justiça 
do Rio, onde foi realizada a produção de prova antecipada, para o caso 
do estrangeiro deixar o país, como fez a namorada.
 Os jovens estavam no Rio participando de intercâmbio em uma faculdade da Zona Sul.
 Delegada é afastada
Depois de conversar pessoalmente com a brasileira estuprada no dia 23 de março, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, decidiu exonerar a delegada Marta Dominguez, titular da Deam de Niterói, "por entender que não foram adotadas as medidas necessárias de investigação".
Depois de conversar pessoalmente com a brasileira estuprada no dia 23 de março, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, decidiu exonerar a delegada Marta Dominguez, titular da Deam de Niterói, "por entender que não foram adotadas as medidas necessárias de investigação".
 Também foi exonerada do cargo a diretora do Posto Regional de Polícia 
Técnico Científica (PRPTC) de São Gonçalo, a perita Martha Pereira, uma 
vez que ficou constatada a demora no atendimento à vítima, no Instituto 
Médico Legal (IML) do município.
 http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/04/terceira-vitima-de-estupro-em-van-no-rj-diz-que-queria-dormir-e-esquecer.html
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