Segundo testemunhas, houve demora no atendimento à mulher.
Boletim de ocorrência consta que ela teve parada cardiorrespiratória.
A Polícia Civil irá ouvir a equipe médica que trabalhava no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Taboão da Serra,
na Grande São Paulo, no momento em que Célia Maria Gamarano, de 56
anos, passou mal e foi atendida. Na tarde desta quarta-feira (3), ela
passava com o marido em frente ao posto médico quando precisou ser
socorrida. Testemunhas disseram ter pedido ajuda aos profissionais de
saúde da AME, que aguardaram que ela fosse trazida para dentro da
unidade para atendê-la.
A Secretaria Estadual de Saúde também apura se houve omissão ou
negligência da parte da equipe médica. O delegado Gilson Leite Campinas,
titular do 1º Distrito Policial de Taboão da Serra, disse que quer ter
acesso ainda nesta quinta (4) à ficha dos pacientes que eram atendidos
durante a tarde de quarta-feira no intuito de descobrir outras eventuais
testemunhas.
“O caso foi registrado como morte natural. Embora não tenha sido feito
inicialmente nenhum questionamento sobre a qualidade do atendimento, nós
vamos investigar se ela foi atendida corretamente e se o equipamento
existente no posto de saúde seria suficiente para prestar atendimento”,
afirmou o delegado ao G1. A intenção é ouvir as testemunhas o mais rápido possível.
No boletim de ocorrência consta que Célia deu entrada na AME com parada
cardiorrespiratória e não resistiu apesar das manobras de reanimação. À
polícia, o marido de Célia, o representante comercial Valdemir Honório
de Oliveira, de 57 anos, disse que a mulher tinha reclamado de dores nas
costas nos últimos dois dias e que ela já tinha marcado uma consulta
com um cardiologista para sexta-feira (5). Ainda segundo ele, Célia
descobriu há pouco tempo que estava com a pressão alta.
Nesta quinta-feira, a família preparava o funeral de Célia, que
acontecerá ainda nesta tarde no Cemitério Vale dos Reis. Um novo
depoimento do marido à polícia deve acontecer nos próximos dias.
Demora
Imagens da câmera de segurança de um prédio próximo à AME mostram o momento em que Célia Gamarrano passava com o marido, na quarta-feira. Alguns metros à frente - onde a câmera não capta - ela se sente mal. Quem passava pelo local conta que pediram socorro no ambulatório, mas ninguém ajudou.
Imagens da câmera de segurança de um prédio próximo à AME mostram o momento em que Célia Gamarrano passava com o marido, na quarta-feira. Alguns metros à frente - onde a câmera não capta - ela se sente mal. Quem passava pelo local conta que pediram socorro no ambulatório, mas ninguém ajudou.
Quem tentava ajudar Célia foi à AME pedir uma caderia para a mulher se
sentar. “Eles alegaram que era patrimônio público. Eles disseram que não
poderiam socorrer, que eles não podiam fazer nada”, afirmou a autônoma
Gismary Furuguem.
As pessoas que tentavam socorrê-la pararam o trânsito para que o marido
de Célia a levasse no colo até o ambulatório médico. Imagens gravadas
por um celular registraram o momento em que os médicos tentaram reanimar
a Célia, mas ela não resistiu.
A Secretaria Estadual de Saúde afirmou que as AMEs são unidades
ambulatoriais que realizam consultas e exames. Nesse caso, o recomendado
é que atendimento tivesse sido prestado pelo Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu). A secretaria, no entanto, vai investigar o
ocorrido. Se constatar omissão, o caso será encaminhado para o Conselho
Regional de Medicina.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/04/policia-ouvira-equipe-de-ame-onde-mulher-morreu-na-grande-sp.html
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