Roberta ficou sem fazer atividade física dos 20 aos 40 anos e ganhou peso.
Para tratar esteatose hepática, ela teve que emagrecer e mudar os hábitos.
Foram necessários 20 anos de sedentarismo para a publicitária Roberta
Carusi, hoje com 42 anos, perceber que precisava mudar o estilo de vida.
Natural da cidade de São Paulo, ela sempre teve problemas com o peso e
lembra que não conseguia perceber que o excesso estava começando a
prejudicar sua saúde. “Quando a pessoa é gorda a vida inteira, ela se
acostuma e chega uma hora que aquilo não choca mais”, avalia.
O alerta veio em uma consulta ao médico, quando ela descobriu que
estava com esteatose hepática - doença em que a gordura se acumula no
fígado. “Fui fazer exames de rotina e o médico disse que a esteatose
poderia evoluir para uma cirrose, então eu tinha que emagrecer, não
tinha outro jeito”, lembra a paulistana, que na época estava com 123 kg.
Depois de anos acostumada com maus hábitos alimentares, Roberta decidiu
procurar uma nutricionista para ajudá-la na reeducação da dieta.
“Antes, eu não comia nada que brotava do chão, achava tudo ruim. Só
comia fritura, salgadinhos, doces e industrializados”, conta.
A mudança, portanto, foi grande. Ela teve que trocar todos esses
alimentos por opções mais saudáveis. “Não achava que era possível fazer 5
ou 6 refeições por dia, mas hoje eu não passo mais de 4 horas sem comer
e meu paladar mudou, já gosto de frutas e verduras”, diz.
A
publicitária teve dificuldades para se acostumar com o novo corpo e com
a imagem que via no espelho; fotos mostram Roberta antes e depois de
emagrecer (Foto: Arquivo pessoal)
Junto com a nova dieta, ela resolveu começar a se movimentar. A
primeira opção foi a caminhada na rua. “Andava só 20 minutos em uma
velocidade baixa e já voltava acabada”, lembra.
Com o tempo, ela foi emagrecendo e ganhando cada vez mais
condicionamento físico, o que a fez aumentar a intensidade da caminhada
até perceber que já podia entrar na academia. “Faço uma atividade todo
dia, inclusive sábado e domingo. Além de caminhar e correr, faço
musculação e ando de bicicleta”, conta.
Toda essa mudança valeu a pena e, dois anos depois, ela chegou aos 85
kg. Com 38 kg a menos na balança, ela diz que passou a se sentir melhor
fisicamente e psicologicamente. “Nunca tinha percebido o quanto eu
cansava subindo uma escada e, com o tempo, fui vendo que estava mais
disposta e mais leve”, avalia. “A minha atitude também mudou. Antes, eu
me escondia nas fotos, e hoje já sou exibida, me sinto mais à vontade e
perdi aquela necessidade de me esconder”, afirma.
Depois de perder peso, Roberta teve também que mudar todo o
guarda-roupa. Com quatro números a menos no manequim, ela resolveu
procurar novas peças para valorizar o corpo.
“Antes, eu comprava o que cabia, não o que eu gostava. Depois que emagreci, vi que tinha muito mais opções”, lembra.
A publicitária diz que levou um tempo para se acostumar com a nova
imagem que via no espelho. “Mesmo magra, eu ainda me via gorda. Fui
processando a ideia até me convencer de que eu tinha mudado
fisicamente”, conta.
Além da mudança física, ela teve também mudanças na saúde e conseguiu
reverter o quadro da esteatose hepática. “Além da gordura no fígado, na
época eu estava pré-diabética e com a pressão alta. Depois, todos meus
exames se normalizaram”, conta. Dois anos depois, a luta continua e ela
ainda pretende perder mais 2 kg. “Consegui mudar só depois que admiti
que sou a única responsável pelas minhas escolhas. Aprendi que escolher o
que me faz bem é o único jeito de ser feliz e, por mais difícil que
seja, vale muito a pena”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário