Operação ainda encontrou carnês de
pagamento de veículos financiados em nome dos quatro PMs que são
investigados. Polícia suspeita que o jogo do bicho pagava prestações.
Faltando uma semana para o início do carnaval, a
Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nesta
quinta-feira (31) a Operação Dedo de Deus 2
, com o objetivo de cumprir 16 mandados de busca e apreensão nas
residências e escritórios de 30 suspeitos de envolvimento com a máfia do
jogo do bicho.
Entre os locais visitados pelos policiais estão
a sede da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) no centro do
Rio, entidade de direito privado responsável pela organização dos
desfiles do Grupo Especial no Sambódromo, e dois endereços de Aílton
Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, na Tijuca (zona norte da capital),
e em Niterói (Região Metropolitana). Foram apreendidos computadores e
documentos.
Ex-presidente da Liesa, Capitão Guimarães está foragido
desde dezembro de 2012, após ter sido condenado pela Justiça Federal do
Rio a 47 anos de prisão em regime fechado, pelos crimes de corrupção de
agentes públicos e formação de quadrilha.
A ação desta quinta é um desdobramento da Operação Dedo
de Deus, desencadeada em 15 de dezembro de 2011 para desbaratar a cúpula
do jogo do bicho no Estado do Rio. Na ocasião, a Justiça expediu 60
mandados de prisão e 124 de busca e apreensão em endereços nos Estados
do Rio, de Pernambuco, da Bahia e do Maranhão.
Segundo as investigações, a quadrilha estava investindo
em tecnologia - como na substituição dos famosos talonários de papel por
máquinas de apostas online, semelhantes às de cartões de débito e
crédito - para aumentar os lucros. Todos já conseguiram o direito de
responder em liberdade.
Policiais
Nesta quinta, os investigadores também estiveram nas casas de quatro policiais militares suspeitos de fornecerem serviços de segurança para os membros da organização criminosa. Ninguém foi encontrado nas residências, onde foram apreendidas três armas. Os agentes também cumpriram mandados de busca em centrais de apuração do jogo do bicho no centro do Rio e nos municípios de Nilópolis, Mesquita e São João de Meriti (Baixada Fluminense).
Nesta quinta, os investigadores também estiveram nas casas de quatro policiais militares suspeitos de fornecerem serviços de segurança para os membros da organização criminosa. Ninguém foi encontrado nas residências, onde foram apreendidas três armas. Os agentes também cumpriram mandados de busca em centrais de apuração do jogo do bicho no centro do Rio e nos municípios de Nilópolis, Mesquita e São João de Meriti (Baixada Fluminense).
Em Meriti, foram arrecadados carnês de pagamento de
veículos financiados em nome dos quatro PMs que estão sendo
investigados. "Tudo indica que as prestações destes carros sejam pagas
pelo jogo do bicho. É uma forma de dificultar o rastreamento do dinheiro
sujo que esses policiais recebem em troca dos serviços de escolta
prestados à quadrilha", explicou o delegado Glaudiston Galeano.
Na mansão de Adilson Coutinho de Oliveira, em um
condomínio de luxo na Barra da Tijuca (zona oeste da capital), foram
apreendidos nesta quinta R$ 13.800 em espécie e R$ 360 mil em cheques em
seu favor. No mesmo local, na primeira fase da Operação Dedo de Deus, a
polícia apreendeu R$ 3,9 milhões em dinheiro vivo. As notas estavam
escondidas em fundos falsos na parede, caixas de luz, no esgoto, no
sótão e sob plantas.
Os policiais utilizaram um carrinho de supermercado na
época para retirar a fortuna do local. Identificado como empresário da
construção civil, Adilson é tio do bicheiro Helio Ribeiro de Oliveira, o
Helinho, ex-presidente da Acadêmicos do Grande Rio. Helinho chegou a
ter a prisão decretada na Operação Dedo de Deus, mas obteve habeas
corpus antes de ir para a cadeia.
Planejamento
A Polícia Civil chegou a solicitar a prisão preventiva dos 30 novos investigados, mas o Ministério Público opinou contra e requereu novas diligências. Os mandados de busca e apreensão chegaram à Corregedoria em 2 de janeiro, que precisou de quase um mês para planejar os detalhes da operação para evitar vazamentos e destruição de provas.
A Polícia Civil chegou a solicitar a prisão preventiva dos 30 novos investigados, mas o Ministério Público opinou contra e requereu novas diligências. Os mandados de busca e apreensão chegaram à Corregedoria em 2 de janeiro, que precisou de quase um mês para planejar os detalhes da operação para evitar vazamentos e destruição de provas.
"Tudo foi planejado com cautela para não ofuscar o
carnaval, nossa maior festa popular. Nosso objetivo é combater a máfia
do jogo do bicho, que há décadas se infiltrou na Liesa e nas escolas de
samba. Agora vamos analisar o material apreendido para robustecer nossas
provas e voltar a pedir a prisão dos suspeitos", disse o delegado
Galeano. Procurada pela reportagem, a Liesa informou que não ia se
manifestar até tomar conhecimento oficial das investigações.
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/2013-01-31/policia-apreende-computadores-dinheiro-e-cheques-da-cupula-do-jogo-no-rio.html
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