72 pessoas, a maioria estudantes, foram denunciadas pelo Ministério Público por causa da ocupação do prédio da reitoria da universidade em novembro de 2011.
O Ministério Público Estadual denunciou 72 pessoas da Universidade de
São Paulo (USP) - a maioria estudantes - que foram detidas após ocupar o
prédio da reitoria em novembro de 2011. Eles foram denunciados por
cinco crimes: formação de quadrilha, posse de explosivos, dano ao
patrimônio público, desobediência e crime ambiental por pichação.
Somados, os crimes podem render penas de até sete anos de prisão.
A reportagem telefonou para todos os advogados de defesa dos
estudantes registrados no Tribunal de Justiça, mas nenhum dos que
atendeu ao telefone se dispôs a responder à acusação da Promotoria.
Denunciados ouvidos pela reportagem afirmaram que a denúncia é um ataque
histórico ao movimento estudantil e que não houve crimes durante a
ocupação.
Em novembro de 2011, um grupo de estudantes, funcionários e outras
pessoas ocupou a reitoria da USP após três alunos da Geografia serem
detidos pela Polícia Militar em um estacionamento da universidade. A
ocupação era um protesto contra a presença da PM dentro do campus.
Depois de oito dias, o grupo se recusou a sair do prédio após ordem
judicial e a Tropa de Choque da PM cumpriu a reintegração de posse.
Laudos policiais afirmaram que móveis e partes do prédio foram
danificados e que havia pichação, explosivos e líquidos inflamáveis no
local.
A diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e uma das
acusadas, Diana de Oliveira, afirmou que a denúncia é um ataque
histórico ao movimento estudantil e dos trabalhadores. De acordo com
ela, o resultado do processo interno da USP contra os manifestantes saiu
na última semana e grande parte recebeu suspensão de 5 a 15 dias.
"Essas penas leves mostram que o reitor estava arquitetando com o
governo esse ataque para criminalizar estudantes e trabalhadores", diz. A
USP não comentou. / COLABORARAM WILLIAM CASTANHO, CARLOS LORDELO E
JULIANA DEODORO
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