Na era das redes sociais, escambo é negócio. Redes sociais de comércio colaborativo ganham força.
A internet ressuscitou o escambo, o comércio que não envolve dinheiro, só a troca de serviços ou mercadorias.
Navegando em uma rede social, Marcelo Spinassé viu uma conversa entre
três amigas. A primeira ia dar uma festa, a segunda fazia decoração e a
terceira apresentou as duas. Surgiu a ideia: um site para juntar
necessidade e habilidades, sem que ninguém tivesse que colocar a mão no
bolso.
O WinWe (veja aqui) é uma rede
social de comércio colaborativo. Quem ensina manutenção de computadores
ou faz tradução do inglês, por exemplo, anuncia de graça. Quem precisa
paga com aulas de tênis ou de esgrima.
O site entrou no ar em agosto do ano passado. No primeiro mês, mais de 4
mil pessoas se cadastraram. Hoje, são quase 13 mil. "Se você for
contratar alguém, pode saber quais os amigos comuns que tem com essa
pessoa e até pegar algum tipo de indicação, saber a distância que essa
pessoa tem de você. Às vezes, pessoas do teu prédio, bairro, rua, fazem
um serviço interessante e você não conhece", diz Marcelo, criador do
site.
Outros sites oferecem serviços parecidos na internet. O dicionário tem
vários nomes para isso. Troca, permuta, escambo, que é aquilo que os
índios faziam. Uns tinham muitos peixes, outros tinham mais frutas do
que conseguiam comer, eles se encontravam, faziam a troca e ia todo
mundo feliz para casa. Só que, na era das redes sociais, escambo não é
mais programa de índio, é negócio.
Graziela Freitas é empresária e consultora de moda. Na loja, faz
palestras e organiza happy hours para mulheres. Na rede social,
descobriu que Célia Queiroz faz doces personalizados. Experimentou. "Um
dia, eu vi lá que alguém me contratou no meu e-mail. Fiquei toda feliz",
afirma Célia.
Os doces foram pagos com maquiagem e conselhos de moda de Graziela para
as filhas de Célia, que iam a uma festa. A permuta deu certo. "O que
era para ser uma experiência de um dia acabou virando uma parceria para
meses. Até agora foram umas cinco parcerias, mas nós já estamos
conversando sobre os próximos meses", diz Graziela.
E devem ser meses bons, porque os negócios aumentaram. "Clientes para
que ela fornece os cupcakes que já ficaram sabendo da minha loja e
vieram", afirma a empresária.
Célia também tem planos. Já quer anunciar os bolos que faz em um site
próprio. “Estou te falando: o cara vai fazer o site para mim, eu vou
fazer inglês e vou pagar com bolinho", diz.
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/01/sites-promovem-troca-de-servicos-sem-uso-de-dinheiro.html
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