terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Projeção de inflação: alta pela 3ª vez


 Analistas de mercado seguem prevendo ano de preços em ascensão e economia crescendo de modo tênue
Brasília. O Brasil terá um ano de crescimento baixo e inflação alta para o consumidor, na avaliação de economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central. A pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira, aponta que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subirá 5,65% - no levantamento anterior, a projeção estava em 5,53%.


Os alimentos continuam sendo fator com grande impacto nos indicadores de inflação, o que se intensificou com a estiagem. Com esse movimento, no ano passado, o IPCA fechou no patamar de 5,84% FOTO: TUNO VIEIRA

Com esse movimento, a estimativa para a inflação se distancia ainda mais do centro da meta perseguida pelo governo, de 4,5% em 2013.

A previsão para o resultado deste mês também foi elevada pelos profissionais do mercado, que agora aguardam um IPCA de 0,81% ante expectativa anterior de uma taxa de 0,78%. Para fevereiro, os analistas mantiveram os cálculos de que o índice oficial de preços fechará com 0,45% de alta.

Contraponto

A boa notícia é que, apesar da visão geral do mercado de que a inflação está em trajetória de alta, um grupo seleto de analistas começou a enxergar que essa tendência pode ser declinante. O boletim costuma destacar as previsões feitas pelas cinco instituições financeiras que mais acertaram recentemente.

Para esse grupo, chamado Top 5, o IPCA ficará em 5,58% no médio prazo.

Se ainda se trata de um índice alto, vale lembrar que, na semana anterior, a expectativa desses profissionais era de um avanço bem maior, de 5,73%. De qualquer forma, o indicador segue distante do centro da meta.

Alívio

Algum refresco também foi visto nos indicadores de inflação que são usados para corrigir preços de serviços públicos e aluguéis, medidos pelo IGP-DI e o IGP-M. Ainda assim, as projeções seguem bem elevadas.

No caso do IGP-M, as estimativas foram reduzidas de 5,35% para 5,31%. A diminuição veio em linha com o resultado da segunda prévia do indicador de janeiro que, conforme divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta manhã, desacelerou de 0,41% para 0,34%. A calibragem das estimativas dos economistas para o IGP-DI foi maior, segundo a Focus: passou de 5,39% na semana passada para 5,20% agora.

Mesmo com esse vaivém dos indicadores de inflação, as projeções para a taxa básica de juros, a Selic, seguiram estáveis depois que o BC decidiu, na semana passada, manter o patamar de 7,25% ao ano. A expectativa é de que a Selic encerrará 2013 nesse nível e estará em 8,25% ao ano no fechamento de 2014. Como havia sido revelado na pesquisa Focus anterior, o mercado financeiro conta com a primeira elevação da taxa em março, para 7,50% ao ano.

Nesta segunda-feira, foi consolidada a avaliação que uma segunda elevação do mesmo porte (0,25 ponto porcentual) virá em abril do ano que vem.

Expansão tímida

O BC só não precisará avançar muito nesse ciclo de alta dos juros. porque os analistas contam com um crescimento mais tímido da economia. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano foi ajustada de 3,20% para 3,19%. Para 2014, permanece a aposta de uma expansão de 3,60% da atividade brasileira. Os analistas acreditam que, no fim de 2013, o dólar estará cotado a R$ 2,08 e, no fim do ano que vem, a R$ 2,09.

Longe da meta
5,65 por cento é a nova projeção para a inflação oficial do País, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Resultado está fora do da meta, de 4,5%

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1225928

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