quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Para bandidos, vida de vítima vale bem pouco

 O representante comercial Aldo Borges, de 79 anos, foi enterrado ontem às 17h
 O representante comercial Aldo Borges, de 79 anos, foi enterrado ontem às 17h

Mais dois crimes em SP sinalizam que, na cabeça dos criminosos, a vida da vítima vale cada vez menos

O representante comercial Aldo Borges, de 79 anos, foi enterrado ontem às 17h no Cemitério de Quarta Parada, no Tatuapé, na Zona Leste. Borges morreu na manhã da segunda-feira, após ter sido amarrado por assaltantes que invadiram sua casa na Rua Marcos Arruda, no Belém, também Zona Leste. Os criminosos levaram uma coleção de relógios, roupas de grife e dinheiro da casa do idoso, além do Hyundai I30 dele. Segundo moradores, o bairro sofre uma epidemia de violência. 

Funcionários de seu escritório estranharam o fato de o representante, sempre pontual, estar atrasado para o trabalho e entraram em contato com a família. Ele deveria ter entrado às 9h, mas às 10h ainda não havia chegado. O filho de Borges, Aldo Júnior, foi à casa do pai, mas não conseguiu entrar.

Ao mesmo tempo, um vizinho de Borges havia chamado a polícia por suspeitar de um Monza azul parado diante de sua casa, com três homens, desde as 7h da manhã. Os policiais entraram na residência de Borges pelo telhado e encontraram o idoso inconsciente no chão, com as mãos amarradas nas costas, os pés unidos com cadarços de tênis e uma cueca na cabeça.

Uma ambulância do Samu foi chamada e paramédicos levaram Borges para o Hospital Santa Virgínia, próximo dali, onde ele foi declarado morto às 11h50. 

Borges era cardíaco. “Certamente, ele morreu do susto. Todos estão tensos. O bairro está carente de segurança”, disse Laércio Almeida, gerente de um hotel próximo à casa de Borges. “Além de idoso, ele era gentil. Foi desnecessário amarrá-lo dessa maneira”, falou. “O vizinho do meu avô mudou-se na sexta-feira (11)por causa da violência no bairro”, disse Bia Borges, de 25 anos, neta do representante comercial.

Suspeito / Policiais do 12 Distrito Policial (Pari) prenderam o suspeito Anderson Ricardo Fernandes de Oliveira, de 33 anos, que voltou ao local às 17h da segunda-feira para pegar seu veículo, o Monza.
Imagens do circuito interno de televisão de uma empresa próxima à residência do idoso mostram o suspeito e mais dois homens saindo do carro, atravessando a rua e logo após saindo com o Hyundai da garagem do idoso. Além de carregar US$ 100, Anderson usava um relógio e um tênis laranja, que eram de Borges  e foram reconhecidos por Rosana Borges, filha do representante. De acordo com o titular do 12 DP, Eder Pereira e Silva, o suspeito nega participação no crime. “Ele diz que foi ao bairro procurar emprego”, falou o delegado.

 http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/42057/Para+bandidos,+vida+de+vitima+vale+bem+pouco

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