A OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou um documento no qual afirma que o mundo teve 4,2 milhões de desempregados a mais em 2012. Percentualmente, é um aumento de 5,9 pontos.
Um quarto desse aumento aconteceu em países de economia desenvolvida. O restante foi um efeito secundário em outras regiões --principalmente Ásia Oriental, Ásia Meridional e África Subsaariana.
No globo, o número de trabalhadores pobres caiu, mas a um ritmo mais lento do que o observado antes da crise econômica que começou há cinco anos.
Para os mais jovens, o mercado de trabalho é pior. Quase 74 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estão desempregadas, uma taxa equivalente a 12,6%. E o desemprego é cada vez mais prolongado: ele durou entre seis meses e um ano para cerca de 35% dos jovens desempregados em economias avançadas.
Segundo a OIT, ter experiência de períodos de desemprego tão longos prejudica as perspectivas a longo prazo.
O desemprego mundial atingirá mais de 202 milhões de
pessoas em 2013 e baterá o recorde absoluto de 199 milhões que data de
2009, estimou nesta terça-feira a Organização Internacional do Trabalho
(OIT) em seu relatório anual sobre as tendências mundiais do emprego
divulgado em Genebra.
"Apesar de uma recuperação moderada do
crescimento da produção" esperada para os próximos dois anos, "a taxa de
desemprego deverá novamente aumentar e o número de desempregados no
mundo vai crescer 5,1 milhões em 2013 para ultrapassar os 202 milhões e
ganhar mais 3 milhões em 2014", consideram os especialistas da OIT.
Em
2012, o desemprego voltou a aumentar, "com 197 milhões de pessoas sem
trabalho", ou seja, 4 milhões a mais do que em 2011 (193 milhões).
"Este
número significa que hoje são 28 milhões de pessoas desempregadas no
mundo a mais em relação a 2007. Ou seja, 28 milhões de desempregados a
mais que no período anterior à crise", explicou à imprensa o
diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
A OIT corrigiu para baixo seus números do desemprego devido a novos dados, vindos principalmente da Índia.
Durante
uma entrevista coletiva à imprensa, Ryder lamentou "a deterioração da
situação do desemprego em todo o mundo", considerando que as
perspectivas "não são boas".
"As tendências vão em uma direção ruim", disse.
O
recorde absoluto do número de desempregados data de 2009, com 199
milhões. "Vamos bater este recorde em 2013", declarou à AFP um
especialista da OIT.
"As incoerências políticas", em "particular
na Eurozona, com um tratamento dos problemas conforme eles apareciam",
tiveram repercussões nas decisões relacionadas ao investimento, o que
freou o crescimento do emprego.
Além disso, quando novos empregos
são criados, eles se tornam inacessíveis para os desempregados de longa
duração porque "exigem competências que eles não têm".
Os jovens
também são particularmente afetados pelo desemprego. Segundo a OIT,
"73,8 milhões de jovens carecem de emprego no mundo, e a desaceleração
da atividade econômica provavelmente conduzirá a outro meio milhão de
jovens até 2014".
Em 2012, o índice de desemprego dos jovens subiu a 12,6% e em 2017 deve alcançar 12,9%.
Com
a crise surgiu um novo fenômeno, ressalta a OIT, o dos jovens que vivem
o desemprego de longa duração "desde sua chegada ao mercado de
trabalho", uma situação inédita.
Atualmente, 35% dos jovens
desempregados nas economias desenvolvidas permanecem sem emprego por
seis meses ou mais, contra 28,5% em 2007.
Diante desta situação,
cada vez mais jovens abandonam o mercado de trabalho "e não estão
trabalhando, nem desempregados, nem na escola nem em formação".
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