quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Feijão e arroz estão cerca de 40% mais caros

 
Os alimentos foram os maiores responsáveis pela inflação de Fortaleza no acumulado de 2012. A maior alta foi da farinha de mandioca, mais de 90%. Já a banana prata teve aumento de 45%. O IPCA, publicado ontem pelo IBGE, aponta inflação de 6,7% na Capital. O valor está acima do nacional, que foi de 5,84%

O arroz ficou 38,51% mais caro em Fortaleza no ano passado. O feijão mulatinho teve alta de 40,04% em 2012. Os produtos foram alguns dos principais responsáveis pela alta da inflação no fechamento do último ano segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que, no índice geral, a vida ficou 6,7% mais cara em Fortaleza no último ano.

O resultado apresentado pela capital cearense foi o quarto maior entre as 11 capitais pesquisadas e também está acima do valor nacional, que ficou em 5,84% - acima do centro da meta projetada pelo Banco Central (BC). No índice referente apenas ao mês de dezembro, a inflação em Fortaleza teve a segunda maior alta do País, com 1,27%, atrás apenas do Rio de Janeiro (1,76%). Em todo o país, o avanço mensal dos preços foi de 0,79% no período.

Além de feijão e arroz, os gêneros alimentícios tiveram as maiores altas do ano passado. A farinha de mandioca quase dobrou de preço em 2012, ficando 90,46% mais cara. O aumento na banana-prata ficou em 45,42%. Alho e batata-inglesa aparecem em seguida no topo da lista, com encarecimento de 44,5% e 42,79% respectivamente. Alguns produtos também tiveram queda nos preços em Fortaleza. As maiores registradas foram as de microcomputadores, que ficaram 15,03% mais baratos e televisores, cuja deflação chegou a 12,95%.

Análise
Segundo Sérgio Melo, presidente nacional do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), a alta da inflação foi causada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda. Ele explica que o aumento da renda, com consequente crescimento no poder de consumo da população, não foi acompanhado pela produção industrial. O impacto do poder de consumo do brasileiro é ainda maior na região Nordeste, mais pobre que Sul e Sudeste, conforme diz Marco Holanda, professor do departamento de economia aplicada da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Também impulsionando a demanda, não acompanhada pela oferta, está a alta na oferta de crédito, incentivado pelo Governo, com redução de juros e facilidades de pagamento. Melo destaca que o comércio foi outro a ampliar os financiamentos. “O comércio também facilitou crédito, o que cria moeda. Isso está fora do controle das autoridades monetárias. O Banco Central tem ingerência sobre instituições financeiras, mas não pelo comércio”, diz.

Para Holanda, o índice fortalezense maior que o nacional se explica pela seca, que diminui a oferta de gêneros alimentícios. Também pesa a infraestrutura precária do Brasil, que dificulta a chegada de produtos à cidade. “Tem a ver com infraestrutura porque estamos mais longe da produção nacional. As medidas protecionistas do Governo que também pressionam inflação”, critica.

http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2013/01/11/noticiasjornaleconomia,2986127/feijao-e-arroz-estao-cerca-de-40-mais-caros.shtml

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