Os alimentos foram os maiores responsáveis pela
inflação de Fortaleza no acumulado de 2012. A maior alta foi da farinha
de mandioca, mais de 90%. Já a banana prata teve aumento de 45%. O
IPCA, publicado ontem pelo IBGE, aponta inflação de 6,7% na Capital. O
valor está acima do nacional, que foi de 5,84%
O arroz ficou 38,51% mais caro em Fortaleza no ano passado. O feijão
mulatinho teve alta de 40,04% em 2012. Os produtos foram alguns dos
principais responsáveis pela alta da inflação no fechamento do último
ano segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicado
ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O
levantamento mostra que, no índice geral, a vida ficou 6,7% mais cara em
Fortaleza no último ano.
O resultado apresentado pela
capital cearense foi o quarto maior entre as 11 capitais pesquisadas e
também está acima do valor nacional, que ficou em 5,84% - acima do
centro da meta projetada pelo Banco Central (BC). No índice referente
apenas ao mês de dezembro, a inflação em Fortaleza teve a segunda maior
alta do País, com 1,27%, atrás apenas do Rio de Janeiro (1,76%). Em todo
o país, o avanço mensal dos preços foi de 0,79% no período.
Além
de feijão e arroz, os gêneros alimentícios tiveram as maiores altas do
ano passado. A farinha de mandioca quase dobrou de preço em 2012,
ficando 90,46% mais cara. O aumento na banana-prata ficou em 45,42%.
Alho e batata-inglesa aparecem em seguida no topo da lista, com
encarecimento de 44,5% e 42,79% respectivamente. Alguns produtos também
tiveram queda nos preços em Fortaleza. As maiores registradas foram as
de microcomputadores, que ficaram 15,03% mais baratos e televisores,
cuja deflação chegou a 12,95%.
Análise
Segundo
Sérgio Melo, presidente nacional do Instituto Brasileiro de Executivos
de Finanças (Ibef), a alta da inflação foi causada pelo desequilíbrio
entre oferta e demanda. Ele explica que o aumento da renda, com
consequente crescimento no poder de consumo da população, não foi
acompanhado pela produção industrial. O impacto do poder de consumo do
brasileiro é ainda maior na região Nordeste, mais pobre que Sul e
Sudeste, conforme diz Marco Holanda, professor do departamento de
economia aplicada da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Também
impulsionando a demanda, não acompanhada pela oferta, está a alta na
oferta de crédito, incentivado pelo Governo, com redução de juros e
facilidades de pagamento. Melo destaca que o comércio foi outro a
ampliar os financiamentos. “O comércio também facilitou crédito, o que
cria moeda. Isso está fora do controle das autoridades monetárias. O
Banco Central tem ingerência sobre instituições financeiras, mas não
pelo comércio”, diz.
Para Holanda, o índice fortalezense
maior que o nacional se explica pela seca, que diminui a oferta de
gêneros alimentícios. Também pesa a infraestrutura precária do Brasil,
que dificulta a chegada de produtos à cidade. “Tem a ver com
infraestrutura porque estamos mais longe da produção nacional. As
medidas protecionistas do Governo que também pressionam inflação”,
critica.
http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2013/01/11/noticiasjornaleconomia,2986127/feijao-e-arroz-estao-cerca-de-40-mais-caros.shtml
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