Banco Central investiga Humberto Pires Grault Vianna de Lima, da Funpresp
Fachada do Banco Central, em Brasília
Indicado pelo PT, o futuro diretor de investimentos da Funpresp
(Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal),
Humberto Pires Grault Vianna de Lima, está sendo investigado pelo BC
(Banco Central) pelo desvio de R$ 4,6 milhões do BVA, afirma reportagem
da revista Época desta semana.
De acordo com o veículo, a auditoria do BC afirma que Pires recebeu R$
4,6 milhões do caixa do BVA, sob intervenção do BC desde outubro do ano
passado, usando uma empresa de fachada.
Segundo relatório do setor de fiscalização do BC ao qual a revista teve
acesso, entre 2010 e 2011, o BVA repassou R$ 135 milhões à empresa Peg
Cred, supostamente responsável pela área de crédito consignado do banco,
embora o BVA não tivesse mais operações de crédito consignado.
O BC teria descoberto que, da conta da Peg Cred, ao menos R$ 100,8
milhões seguiram para contas de empresas de 18 dos executivos do banco –
entre eles Humberto Pires, por meio da empresa HPG Vianna de Lima
Cobrança, que teria recebido R$ 4,6 milhões. Ainda de acordo com o
relatório, outras duas empresas, com endereço idêntico à de Pires,
receberam R$ 700 mil.
O total repassado pelo BVA à Peg Cred correspondia, em 2011, a mais de
100% do lucro líquido e 9,3 % do patrimônio do banco. Para os analistas
do BC, os desvios apontam uma “conduta grave” e “contribuíram para o
grave comprometimento da situação econômico-financeira [do BVA]”.
A reportagem diz que Pires admite ter recebido o dinheiro, considerado
“parte do salário”, e que passou nota fiscal e declarou os recursos no
Imposto de Renda.
A revista apurou que a empresa HPG Vianna de Lima Cobrança, localizada
em uma pequena casa na periferia de São Paulo, no bairro da Vila
Formosa, estava fechada durante horário comercial. Questionado pela
reportagem, Pires não soube responder em qual bairro o imóvel ficava.
A Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), órgão
ligado ao Ministério da Previdência e responsável por fiscalizar o
setor, informou que está analisando a regularidade de operações
realizadas por fundos de pensão com o Banco BVA.
Por meio da assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, Eva
Dal Chiavon, secretária executiva do órgão, disse que a escolha de Pires
para a Funpresp foi “técnica”, baseada na experiência profissional dele
em fundos de pensão, e que ele ainda não tomou posse porque faltam
detalhes formais para a constituição e o funcionamento do novo fundo de
pensão do governo.
http://noticias.r7.com/brasil/dirigente-do-governo-e-acusado-de-desviar-r-46-milhoes-do-bva-diz-revista-12012013
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