quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Assassino do cartunista Glauco será solto em março

É quando termina prazo de prisão de doentes mentais que praticam crimes

Cars Eduardo Sundfeld Nunes é visto em uma cela na sede da PF em Foz do Iguaçu (PR)

Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, que matou o cartunista Glauco Villas Boas e o filho dele Raoni, ganhará a liberdade no dia 13 de março. É quando termina a medida de segurança de três anos, o máximo previsto pelo Código Penal a portadores de doenças mentais que praticam crimes.

O pai de Cadu, o empresário Carlos Grechi Nunes, de 46 anos, conta que ele aguarda a liberdade.
— Ele já faz planos para começar uma vida nova. Ele quer sair da clínica totalmente curado. O acompanhamento psiquiátrico é que vai definir se a periculosidade dele cessou. Mesmo assim, nós sabemos que o Eduardo está bem.
Durante conversa informal com o Estado, Carlos Nunes comenta que os próximos 75 dias serão de ansiedade para família.

O crime ocorreu no dia 12 de março de 2010 em Osasco, na Grande São Paulo (SP). Na época, sob efeito de maconha, haxixe e uma mistura de ervas do chamado Santo Daime, ele invadiu a Igreja Céu de Maria, matou o cartunista e o filho dele. De acordo com o Laudo Psiquiátrico e Psicológico de Sanidade Mental, os assassinatos ocorreram em um momento de surto, uma vez que foi diagnosticado que o rapaz é portador de esquizofrenia paranoide 

— o que o torna incapaz de perceber a gravidade dos seus atos. O surto seguiu, após o duplo homicídio, e Carlos Eduardo tentou fugir para o Paraguai, armado e dirigindo um carro roubado. Ele foi preso na fronteira dos dois países.

Após quase três anos, um amigo da família, em Goiânia, garante que o passado recente ainda é, efetivamente, um drama e um pesadelo na vida do rapaz — a ser superado.

— Tem dia que ele se abate, sente remorso pelas mortes; afinal eram amigos dele, pessoas de quem gostava e com as quais mantinha convivência.

Isso, aliado à busca da cura, teria barrado os planos de passar o Natal e Ano-Novo longe do hospital, disse um médico ligado à família.

— Ele (Cadu) não passou o Natal em sua casa, e não passará o Ano-Novo também. Tudo o que a família quer é sossego: O Carlos me disse que eles querem dar sossego ao Cadu, e também é por isso que o pai não dá entrevista, acredita que muitos podem interpretá-lo como alguém querendo fama e mídia.

Momentos mais difíceis. Apesar da resistência, Grechi Nunes disse ao Estado que passou por três momentos muito complicados após a morte do cartunista e seu filho, em São Paulo. O primeiro foi no dia do crime.

— Pensei que não teria o Cadu vivo. Foi tudo muito complicado.
Depois, houve o dia do julgamento, no Paraná.

— Está tudo lá, é inacreditável tudo aquilo, o que ouvi, as fotos, os documentos.
Por fim, surgiram as dificuldades pós-julgamento.

— Passei a viajar, de Goiânia para o Paraná, todo fim de semana. Dormia em hotéis, ficava de avião pra lá e pra cá, comprava os remédios, viajava todo fim de semana. Assumi o meu filho, só queria vê-lo bem, recuperado, saudável. Deixei o trabalho em um plano secundário.


 http://noticias.r7.com/cidades/assassino+do+cartunista+glauco+sera+solto+em+marco-02012013

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