sábado, 5 de janeiro de 2013

Agnelo Queiroz continua devendo promessas

Agnelo Queiroz continua devendo promessas. 

Governador disse que ia revolucionar o DF, mas resultados estão demorando / Ricardo Marques / Metro Brasília

Dois anos após assumir, governador ainda não se aproxima de cumprir principais metas com o eleitor
A campanha política de 2010 aconteceu sob a pesada sombra do afastamento e prisão de um ex-governador e de uma sucessão de substitutos que passaram poucos meses no cargo, fragilizando a confiança dos brasilienses nos políticos.


Nesse cenário, a chapa liderada por Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Filippelli (PMDB) venceu a eleição prometendo revolucionar Brasília.

As propostas mais agressivas foram em áreas que passavam por crises, como saúde, moradia e segurança pública.

 Passados dois anos de governo, no entanto, os objetivos parecem distantes. A construção das creches é um exemplo: na propaganda gratuita, o então candidato Agnelo prometeu construir unidades “para todas as crianças”. Passada a metade da gestão, no entanto, apenas três delas já estão funcionando. Outras três, segundo o GDF, já estão prontas, mas ainda não abriram.

Em alguns casos, como o das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), que são emergências menos complexas do que hospitais, mas que funcionam 24 horas por dia, o governo já admite que será impossível cumprir o que foi prometido.

O compromisso era ter uma unidade em cada uma das 33 cidades do DF até o fim do mandato, mas apenas quatro foram inauguradas até hoje e outras 10 estão previstas até 2014 -- menos da metade da promessa inicial.

Expectativas frustradas

O professor José Matias Pereira, especialista em gestão pública da UnB (Universidade de Brasília) avalia que o desempenho do governo está muito aquém daquilo que se esperava. “A capacidade de gestão do governador e de sua equipe é muito baixa. Os avanços são tímidos, distantes daquilo que se prometeu”, afirma.

 “O que mais atrapalha são as pressões dos partidos ditos aliados. O apetite por cargos obrigou Agnelo a trocar constantemente secretários, administradores e outros gestores. O governo ficou engessado”.

Para o estudioso, a saída que o GDF tem para melhorar a avaliação popular na segunda parte do mandato passa pela preparação para os grandes eventos esportivos.

“Se fizer uma boa Copa das Confederações, a percepção de sucesso aumenta”, afirma Pereira. “Mas o que deve ficar desses eventos são as obras de mobilidade urbana, com investimentos altos em transporte e obras viárias como o VLT (Veículo Leve sobre T rilhos)”.

De quem é a culpa?

Em nota, o GDF informou que a burocracia impediu maiores avanços na gestão. “A máquina pública tem prazos e não podemos atropelar etapas. O Poder Executivo depende da participação do Tribunal de Contas, da Câmara Legislativa e do Ministério Público nesses processos. Algumas questões acabam judicializadas. Fatores externos, em alguns casos, prolongam o caminho da execução de medidas prioritárias para a população”, diz o documento.


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