quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

RJ: menina atingida por bala perdida está em estado grave


 

Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, foi baleada na cabeça e teve que esperar oito horas até ser atendida.
Monstro atira pro alto e atinge cabeça de criança, em Piedade. Não havia médico no hospital

Um tiro na cabeça transformou em tragédia o encanto da noite de Natal de Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos. Com a boneca que ganhou nos braços, a menina atravessava a rua para mostrar o presente aos pais quando caiu no chão, na comunidade Urubuzinho, em Piedade, Zona Norte.

Levada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, por um vizinho, a criança ainda se deparou com mais uma absurda realidade: a falta de um neurocirurgião no plantão para tentar salvar a sua vida. Com o grave ferimento, Adrielly esperou por oito horas pela chegada de outro médico para fazer a cirurgia. Agora está internada em estado grave, em coma induzido e em observação por 48 horas.

Segundo a mãe, Adriana dos Santos, 33 anos, a família não sabia que a menina tinha sido atingida por uma bala. "Eu achei que ela tinha tropeçado e feito um corte na cabeça. Nós soubemos às 3h, depois de ter sido feito um Raio-x", contou.

Desesperada, ela disse que o neurocirurgião só chegou por volta das 8h30 de ontem. Indignados com a demora no atendimento, a família tentou invadir o hospital. O pai, Marco Antônio Vieira, 36 anos, informou que os médicos conseguiram tirar a bala da cabeça, mas ainda não sabe se a menina ficará com sequelas.

"Consegui ver minha filha. Estou mais tranquilo. Peço a Deus para ela sobreviver. Tudo o que eu quero é que ela se recupere", disse.

É grave o estado de saúde de uma menina de 10 anos que foi vítima de bala perdida, na véspera de natal, no subúrbio do Rio. Ela passou oito horas esperando por uma cirurgia porque o médico que deveria estar de plantão na noite de natal não apareceu para trabalhar.

Adrielly dos Santos Vieira levou um tiro na cabeça por volta da meia-noite desta segunda-feira (24). Ela foi atingida na porta de casa, em Piedade, no subúrbio, perto do Morro do Urubuzinho. Quando se aproximou da mãe para mostrar uma boneca que acabara de ganhar, caiu no chão desacordada.

 

“Eu não sei de onde veio. Tinham muitas crianças, eu só vi quando minha filha caiu”, contou Adriana dos Santos, mãe da menina.

O pai achou que a filha tivesse apenas batido a cabeça. “No meio dos fogos deram tiros. Não dá para você saber se é tiro ou se são fogos. Quando ela caiu, eu me desesperei”, disse o pai, Marco Antônio Vieira.

Em um público na Zona Norte do Rio, a menina baleada teve que espera oito horas até ser atendida. O médico neurocirurgião que deveria estar de plantão não foi trabalhar. O nome de Adão Orlando Crespo Gonçalves estava na escala. Ele deveria ter chegado às 20h do dia 24.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o chefe do plantão, Ênio Eduardo Lopes, não comunicou o atraso à direção e nem pediu a transferência da menina.

“Pessoas tomaram condutas erradas, seja por não estarem presentes no local onde deveriam estar, seja porque não fizeram as comunicações que deveriam ter feito. Nós vamos abrir diretamente inquérito para apurar e, confirmando o fato que está caracterizado, ocorrerá a demissão do funcionário”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Hans Dohman.

Adrielly só entrou na sala de cirurgia quando um outro neurocirurgião chegou para o trabalho.
Depois foi levada para a UTI em estado muito grave.
“Eu quero minha filha viva com saúde, do jeito que ela estava. Eu não quero sair daqui com a minha filha em um saco preto”, afirmou o pai.

Procurados pela equipe do Bom Dia Brasil, o neurocirurgião Adão Crespo Gonçalves e o chefe do plantão, Ênio Eduardo Lopes, não atenderam os telefonemas.


http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/12/rj-menina-atingida-por-bala-perdida-esta-em-estado-grave.html

 

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