domingo, 16 de dezembro de 2012

Cinco policiais do Rio são presos por suspeita de extorsão e sequestro

Mandados de prisão foram cumpridos neste sábado (15).
Crime aconteceu em 2010 e policiais já estavam afastados.

Agentes da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) cumpriram neste sábado (15) cinco mandados de prisão contra policiais civis, suspeitos de envolvimento em crime de extorsão mediante sequestro, cometido em 2010.

Foram presos o delegado Túlio Antonio Pelosi e os inspetores Marco Antônio Ribeiro de Carvalho, Ricardo Luiz Fernandes e Silva, Alex Martins de Oliveira e Paulo Cesar Barros. Todos  eram lotados na Divisão de Caputras da Polinter quando o crime foi cometido. Eles foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) e tiveram pedido de prisão preventiva decretado.

Segundo MP-RJ, um outro policial envolvido, Hélio José Ribeiro Rodrigues, está foragido.
 
O caso
 
De acordo com a denúncia do Gaeco, de 10 de dezembro de 2010, o contador Odilon Soares Motta foi sequestrado no bairro Extensão do Bosque, em Rio das Ostras, depois que os agentes descobriram que ele teria participação em um suposto milionário esquema de fraudes de recolhimento de ICMS. Investigações revelaram que os policiais prepararam uma espécie de dossiê com informações do suposto desvio de verbas e fotos de familiares, com a intenção de ameaçar a vítima.

De acordo com a ação, o grupo chegou em Odilon após o policial Alex, acompanhado de outros homens não identificados, em viatura da Polícia Civil, abordou a mulher da vítima que andava de bicicleta elétrica perto de casa, com o pretexto de que ela não poderia estar sem capacete e ordenou que o marido fosse ao local resolver. Assim que o contador chegou, diz a denúncia, Alex informou que havia um dossiê contra ele, o colocou algemado dentro da viatura e seguiu para a sede da Polinter, no Rio, exigindo R$ 110 mil para não acusá-lo de envolvimento na suposta fraude. Odilon, então, ligou para pedir dinheiro para um amigo, que desconfiou e avisou a Corregedoria.

Na Polinter, segundo o MP-RJ, Alex avisou ao delegado Pellosi e ao inspetor Marco Antônio, que determinaram então que o agente Paulo Cesar tomasse o depoimento do contador, com declarações já prontas que o envolviam no suposto esquema de fraudes, que renderiam R$ 12 milhões.

Após ser ouvida, a vítima teria feito contato novamente com o amigo e combinou encontro na Rodoviária Novo Rio para a entrega do dinheiro. Os homens que acompanhavam Odilon até o local desconfiaram da presença de policiais da Coinpol e o levaram de volta à Polinter, contando o fato para o policial Hélio. Odilon foi obrigado a marcar outro encontro, desta vez, nas proximidades do Hospital do Andaraí, local definido, de acordo com investigações, por Hélio. Perto da unidade, novamente, os homens desconfiaram da presença de agentes e o liberaram.

Seis dias após o seqüestro, segundo a denúncia, ainda suspeitando da descoberta do crime, os policiais tentaram dar uma “roupagem oficial “ e transformaram o dossiê em uma Verificação Preliminar de Informação (VPI). No mesmo dia, a vítima recebeu em casa uma intimação formal, assinada pelo delegado Pellosi e pelo inspetor Paulo Cesar, para que fosse à Polinter prestar depoimento.
 
Assassinato
 
A Coinpol conseguiu na Justiça medidas cautelares que resultaram na apreensão do dossiê. Em 17 de dezembro de 2011, Odilon foi assassinado em Rio das Ostras, fato que está sendo investigado em inquérito policial. Atualmente, Pellosi estava lotado no Departamento Geral de Administração e Finanças da Polícia Civil e os inspetores na Seção de Pessoal em Situações Diversas (SPSD).

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/12/cinco-policiais-do-rio-sao-presos-por-suspeita-de-extorsao-e-sequestro.html

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