Mandados de prisão foram cumpridos neste sábado (15).
Crime aconteceu em 2010 e policiais já estavam afastados.
Agentes da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) cumpriram
neste sábado (15) cinco mandados de prisão contra policiais civis,
suspeitos de envolvimento em crime de extorsão mediante sequestro,
cometido em 2010.
Foram presos o delegado Túlio Antonio Pelosi e os inspetores Marco
Antônio Ribeiro de Carvalho, Ricardo Luiz Fernandes e Silva, Alex
Martins de Oliveira e Paulo Cesar Barros. Todos eram lotados na Divisão
de Caputras da Polinter quando o crime foi cometido. Eles foram
denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) e
tiveram pedido de prisão preventiva decretado.
Segundo MP-RJ, um outro policial envolvido, Hélio José Ribeiro Rodrigues, está foragido.
O caso
De acordo com a denúncia do Gaeco, de 10 de dezembro de 2010, o
contador Odilon Soares Motta foi sequestrado no bairro Extensão do
Bosque, em Rio das Ostras, depois que os agentes descobriram que ele
teria participação em um suposto milionário esquema de fraudes de
recolhimento de ICMS. Investigações revelaram que os policiais
prepararam uma espécie de dossiê com informações do suposto desvio de
verbas e fotos de familiares, com a intenção de ameaçar a vítima.
De acordo com a ação, o grupo chegou em Odilon após o policial Alex,
acompanhado de outros homens não identificados, em viatura da Polícia
Civil, abordou a mulher da vítima que andava de bicicleta elétrica perto
de casa, com o pretexto de que ela não poderia estar sem capacete e
ordenou que o marido fosse ao local resolver. Assim que o contador
chegou, diz a denúncia, Alex informou que havia um dossiê contra ele, o
colocou algemado dentro da viatura e seguiu para a sede da Polinter, no
Rio, exigindo R$ 110 mil para não acusá-lo de envolvimento na suposta
fraude. Odilon, então, ligou para pedir dinheiro para um amigo, que
desconfiou e avisou a Corregedoria.
Na Polinter, segundo o MP-RJ, Alex avisou ao delegado Pellosi e ao
inspetor Marco Antônio, que determinaram então que o agente Paulo Cesar
tomasse o depoimento do contador, com declarações já prontas que o
envolviam no suposto esquema de fraudes, que renderiam R$ 12 milhões.
Após ser ouvida, a vítima teria feito contato novamente com o amigo e
combinou encontro na Rodoviária Novo Rio para a entrega do dinheiro. Os
homens que acompanhavam Odilon até o local desconfiaram da presença de
policiais da Coinpol e o levaram de volta à Polinter, contando o fato
para o policial Hélio. Odilon foi obrigado a marcar outro encontro,
desta vez, nas proximidades do Hospital do Andaraí, local definido, de
acordo com investigações, por Hélio. Perto da unidade, novamente, os
homens desconfiaram da presença de agentes e o liberaram.
Seis dias após o seqüestro, segundo a denúncia, ainda suspeitando da
descoberta do crime, os policiais tentaram dar uma “roupagem oficial “ e
transformaram o dossiê em uma Verificação Preliminar de Informação
(VPI). No mesmo dia, a vítima recebeu em casa uma intimação formal,
assinada pelo delegado Pellosi e pelo inspetor Paulo Cesar, para que
fosse à Polinter prestar depoimento.
Assassinato
A Coinpol conseguiu na Justiça medidas cautelares que resultaram na
apreensão do dossiê. Em 17 de dezembro de 2011, Odilon foi assassinado
em Rio das Ostras, fato que está sendo investigado em inquérito
policial. Atualmente, Pellosi estava lotado no Departamento Geral de
Administração e Finanças da Polícia Civil e os inspetores na Seção de
Pessoal em Situações Diversas (SPSD).
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/12/cinco-policiais-do-rio-sao-presos-por-suspeita-de-extorsao-e-sequestro.html
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