Há dois meses afastado do MP, Demóstenes ainda ganha salário de R$ 25 mil |
O ex-senador Demóstenes Torres, cassado em julho deste ano
por suspeita de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, está
em férias forçadas do MP-GO (Ministério Público de Goiás) há dois meses.
Ele foi afastado do cargo de procurador da Justiça em outubro, continua
recebendo o salário de R$ 25.753 e não deve voltar ao trabalho antes de
fevereiro de 2013.
Esse valor é suficiente para comprar um carro popular por mês. Ainda
que volte a trabalhar em fevereiro, Demóstenes ficará quatro meses sem
trabalhar, mas com o salário pingando na conta todo fim de mês. No
final, serão embolsados R$ 103 mil.
A Corregedoria do MP-GO determinou que Demóstenes ficasse longe das funções até que fosse concluído o processo que investiga se a conduta dele, revelada pela Operação Monte Carlo,
da PF (Polícia Federal), violou os princípios funcionais do cargo de
procurador da Justiça. No entanto, as investigações estão paradas.
O processo está no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), a
cargo do corregedor nacional, Jeferson Coelho. Ele pediu que as
investigações fossem concentradas no órgão e que Demóstenes fosse
afastado por 60 dias, que poderiam ser prorrogados por mais 60, até que o
processo fosse concluído.
Mas, o ex-senador entrou com recurso contra todas as decisões e, por
isso, o prazo nem começou a ser contado. Os embargos não foram julgados
pelo CNMP e os efeitos da determinação estão suspensos.
O advogado de Demóstenes, Neilton Filho, foi procurado pelo R7, no entanto, não quis comentar o assunto.
— Não posso falar sobre isso, o processo está correndo em segredo de
Justiça e eu tenho um contrato de sigilo com o meu cliente.
A última sessão do ano no CNMP foi realizada na última terça-feira
(11). Os recursos de Demóstenes estavam na pauta, mas segundo a
assessoria do órgão, não houve tempo para analisá-los. Os trabalhos no
Conselho recomeçam somente no fim de janeiro, dia 29.
Até lá, Demóstenes continua sem trabalhar e recebendo os salários
normalmente. O ex-senador retoma a função somente depois da conclusão
das investigações. Em geral, o prazo para a apuração é de 120 dias.
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