segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Militares são presos com três toneladas de maconha em caminhão do Exército

Três cabos das Forças Armadas foram presos em flagrante em rodovia na região de Campinas; houve troca de tiros com agentes da Polícia Civil

Um caminhão do Exército foi apreeendido com um carregamento de cerca de três toneladas de maconha

Marivaldo Oliveira/Código19/Estadão Conteúdo - 28.8.16
Um caminhão do Exército foi apreeendido com um carregamento de cerca de três toneladas de maconha
Três militares do Exército foram presos na madrugada deste domingo (28) por homens da Polícia Civil ao serem flagrados transportando três toneladas de maconha em um caminhão das próprias Forças Armadas. O flagrante ocorreu na rodovia SP-101, na região de Campinas.

Segundo policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), houve troca de tiros com três soldados do Exército que estavam no caminhão. Os cabos Higor Abdala Costa Attene e Maykon Coutinho Coelho, lotados no 20º Regimento de Cavalaria Blindado, sediado em Campo Grande, foram presos na hora. O cabo Simão Raul, do mesmo regimento, foi ferido e conseguiu fugir, mas foi capturado mais tarde em um hospital de Limeira.
 
O caminhão vinha do Mato Grosso do Sul e era acompanhado por um carro civil, que também teria participado do tiroteio. Outros dois homens foram detidos.
 
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), após três meses de investigação, uma equipe da 5ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), do Denarc, descobriu que um carregamento de drogas seria entregue em uma empresa desativada de Campinas.
 
Os policiais civis ficaram de campana no local. Os suspeitos desconfiaram da movimentação e tentaram fugir, quando houve a troca de tiros. Além dos três militares e dois civis presos, a polícia suspeita que outros dois envolvidos na ação tenham conseguido fugir.
 
Procurado, o Centro de Comunicação Social do Exército brasileiro confirmou que os três militares estão presos e afirmou que, "diante da gravidade do fato, que desonra a instituição e atinge a nossa sociedade", os cabos serão expulsos do Exército.
 
Disse ainda que será instaurado um inquérito policial militar para a apuração de todos os fatos e responsabilidades e que se coloca à disposição das autoridades policiais de São Paulo para auxiliar nas investigações.
 
"A Força Terrestre procederá minuciosa investigação na Organização Militar de onde os militares e a viatura são oriundos, com o objetivo de corrigir procedimentos de segurança, para que falhas desta natureza não voltem a ocorrer", disse o órgão, em nota.
 

Artistas e o ex- presidente Lula acompanham Dilma no Senado

É grande a movimentação hoje (29) no Senado para a oitiva da presidente afastada Dilma Rousseff. Neste quarto dia de julgamento, que deverá ser o mais longo de todos, além de apresentar sua defesa, Dilma irá responder a perguntas de parlamentares.
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Até às 8h30 da manhã desta segunda-feira, 47 senadores já estavam inscritos para questioná-la. Cada um terá cinco minutos e Dilma terá tempo livre para as respostas. Antes de responder, a petista irá dispor de 30 minutos para sua defesa, mas, segundo o presidente da sessão do julgamento, ministro Ricardo Lewandowski, este tempo poderá ser prorrogado de acordo com a necessidade da petista. 

Os convidados da presidente afastada serão 40: 30 deles ficarão nas galerias e 10 -  assessores mais próximos-  na tribuna de honra- entre eles, ministros de sua gestão, como Aldo Rebelo (Defesa) e Jacques Wagner ( Casa Civil) e artistas como o cantor Chico Buarque e atriz Létícia Sabatella. 

Além deles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é aguardado para acompanhar a sessão. Já entre os convidados da acusação, que serão 30, e ocuparão parte das galerias no plenário, estarão representantes de movimentos sociais como o Vem para Rua e Movimento Brasil Livre (MBL), além de uma filha do jurista  Hélio Bicudo, um dos autores da representação. Bicudo enfrenta graves problema de saúde. 

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Segurança
Nesta segunda-feira, a novidade em relação à segurança é que a Esplanada dos Ministérios foi completamente fechada, desde a Catedral até o prédio do Congresso Nacional. O acesso está sendo feito a pé ou de carro, por vias auxiliares. Ao contrário de outros dias, o gramado na Esplanada - dividido por um muro de 80 metros - já começa a ser ocupado por manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment. A Polícia Militar do Distrito Federal faz a segurança no local. 

Histórico
Dilma é alvo de um processo de impeachment, por ter editado, em 2015, decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso e também de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro [as chamadas pedaladas fiscais]. A petista foi afastada da Presidência da República pelo Senado há mais de 100 dias. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/politica/impeachment/impeachment-artistas-e-o-ex-presidente-lula-acompanharao-dilma-no-senado,c8223e8386ce08042aae0299c25abccaukk366je.html

Polícia investiga morte de quatro pessoas na Barra da Tijuca



A Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte de quatro pessoas em um condomínio na Barra da Tijuca, no início da manhã de hoje (29).
O corpo de uma mulher, identificada pelo Corpo de Bombeiros como Laís K., de 48 anos, foi encontrado dentro de um apartamento no 18º andar. Na área externa do prédio, foram recolhidos os corpos de Nabor Oliveira, de 43 anos, e de duas crianças, de 10 e 6 anos. 

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O Corpo de Bombeiros foi chamado por volta de 6h40 para atender ao caso, e a Polícia Militar também foi acionada. Em nota, a PM afirma que foi chamada "em razão de homicídios" e que isolou a área para a chegada da perícia da Polícia Civil. 

Nenhum dos três órgãos confirmou se os quatro mortos são da mesma família, mas a Polícia Civil deve divulgar mais informações sobre o caso ao longo do dia. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/policia-do-rio-investiga-morte-de-quatro-pessoas-na-barra-da-tijuca,384324d2a3607b2ebcad903a34aaf845di23yq90.html

Para 87% país está no rumo errado, mas pessimismo diminui, diz pesquisa

A maioria esmagadora da população brasileira acha que o país não está no caminho certo, mas essa percepção já foi pior. É o que sugere uma pesquisa feita pela consultoria Ipsos.
Viés tímido de melhora está ligado à impeachment e não a Temer, diz diretor da Ipsos
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Viés tímido de melhora está ligado à impeachment e não a Temer, diz diretor da Ipsos
De acordo com o levantamento, em agosto, 87% dos entrevistados disseram que o Brasil está no rumo errado, apenas dois pontos percentuais abaixo do registrado no mês anterior. No entanto, esse número chegou a 94% em março deste ano. 

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A pesquisa foi feita com 1.200 pessoas em 72 municípios, entre os dias 30 de julho e 9 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais. 

Para o diretor da Ipsos Public Affairs, Danilo Cersosimo, apesar de a opinião dos brasileiros permanecer muito negativa, há uma tendência de mudança "extremamente lenta". Ele avalia que o viés de melhora não está relacionado a uma boa avaliação de Michel Temer, e sim com o fim do processo de impeachment de Dilma Rousseff.


"Só o fato de ter ido a julgamento é uma espécie de resposta à instabilidade. A opinião pública de modo geral se sente aliviada pela instabilidade política estar sendo resolvida pelo processo de impeachment. É uma espécie de ponto final àquela crise", diz. 

"Minha leitura é que pode ser um início de uma tímida e gradativa retomada de um rumo mais positivo. Está no insconsciente das pessoas que este ano está perdido, mas 2017 pode ser melhor."
Cersosismo acredita, porém, que se Dilma voltar ao cargo a instabilidade política regressará e o viés de otimismo comedido no país poderá ser revertido.
                                  Para diretor da Ipsos, Temer ainda não conseguiu convencer brasileiros 
Para diretor da Ipsos, Temer ainda não conseguiu convencer brasileiros  
Falta de impacto

A combinação das crises política e econômica com a falta de medidas marcantes do governo interino é a chave para entender o pessimismo sobre o rumo do país, afirma Cersosimo. 


Segundo o diretor da Ipsos, Temer não deu um "choque de gestão" ou deixou uma "mensagem impactante" capaz de convencer os brasileiros. Os escândalos de corrupção em que se envolveram seus ministros no começo do mandato também afetaram a opinião dos brasileiros. Um dos homens mais fortes do governo interino, Romero Jucá deixou o Ministério do Planejamento em maio, horas após o jornal Folha de S. Paulo divulgar uma gravação em que ele sugere uma articulação para conter a Operação Lava Jato. 

"(O governo dele) ficou sem cara. E tem o aspecto político, que pesa. É a sua transparência, o quanto ele está no meio do balaio dos outros corruptos. Temer não conseguiu se distanciar do principal problema (do governo) de Dilma, no entendimento do povo: a corrupção."
A reprovação ao presidente interino se manteve em 68% em agosto. 

Ainda segundo a pesquisa, a reprovação a Temer cresce quando o assunto é economia. De julho a agosto, a porcentagem de pessoas que desaprovam a atuação de Temer no combate à inflação passou de 56% para 61%. Sobre a reforma da previdência, 64% desaprovam a forma como o tema está sendo tratado - em julho, eram 54%. 

Na área econômica, diz o diretor do Ipsos, "a mensagem do governo de colocar a casa em ordem não chegou à população". 

"O mercado desde o início viu com bons olhos, mas as pessoas não perceberam isso de cara. Todas as ações que demandam médio e longo prazo tem que ser muitíssimo bem explicadas - e não foi o caso."
Aprovação de Dilma vem de grupo contrário ao impeachment, diz diretor de consultoria
Aprovação de Dilma vem de grupo contrário ao impeachment, diz diretor de consultoria Em entrevistas recentes, o ministro da Fazenda de Temer, Henrique Meirelles, disse que espera apresentar ao Congresso nos próximos meses um projeto para alterar o sistema previdenciário. O ministro já anunciou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que também será encaminhada ao Legislativo, para controlar o crescimento dos gastos públicos. 

O governo federal manteve uma avalição estável. A parcela de pessoas que o consideram ruim ou péssimo ficou em 49%, contra 48% em julho; 8% o consideram bom ou ótimo.

'Resistência'

A avaliação de Dilma Rousseff, que presta depoimento nesta segunda-feira no Senado, não mudou muito. Afastada da Presidência desde maio, Dilma manteve os mesmos 71% de reprovação registrados em julho. Sua aprovação caiu dois pontos, de 25% para 23%.
Medidas anunciadas por Meirelles não chegam a toda população, diz Cersosimo
Medidas anunciadas por Meirelles não chegam a toda população, diz Cersosimo
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O diretor da Ipsos explica que a estabilidade é natural, já que a petista está fora do poder. Longe do cargo, ela não recebe os ônus nem bônus das ações do governo. 

Para ele, os 20% de aprovação da presidente afastada devem se manter, porque representariam um grupo mais à esquerda, ligado ao PT ou contrário ao processo de impeachment. 

"Esse percentual reside nos núcleos onde PT, Lula e Dilma atuaram bem: pessoas de classes e escolaridade mais baixa, do Nordeste, ou aqueles que não apoiam o impeachment. O não apoio ao impeachment ao longo dos últimos meses se manteve em torno de 20% a 25%. É uma espécie de resistência. " 

https://noticias.terra.com.br/brasil/para-87-pais-esta-no-rumo-errado-mas-pessimismo-diminui-diz-pesquisa,3a130eeba8415f33225a563b05a8303byucq14dp.html