quarta-feira, 1 de abril de 2015

Redução da maioridade não deve ser vista como esperança, diz ministro do STF

"Cadeia não conserta ninguém e não resolve os problemas do país", afirmou Marco Aurélio Mello sobre a PEC 171-A/93

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello disse nesta quarta-feira (10) que a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos não deve ser vista como uma esperança de dias melhores. “Cadeia não conserta ninguém e não resolve os problemas do país, que são outros”, afirmou.

Manifestantes contra e a favor da redução da maioridade penal marcaram presença na votação (31/03)
Agência Câmara
Manifestantes contra e a favor da redução da maioridade penal marcaram presença na votação (31/03)
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171-A/93, que altera a faixa etária de responsabilidade penal, foi aprovada ontem (31) pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), após mais de 20 anos em tramitação.

O texto seguirá para uma comissão especial, que será insalada no próximo dia 8 pelo presidente da Câmara a Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Marco Aurélio Mello lembrouu a articulação para que a mudança se torne cláusula pétrea, dispositivo constitucional que não pode ser alterado nem mesmo por uma PEC.

O ministro antecipou que não concorda com a classificação legal para redução da maioridade. “De início, não penso assim, mas estou aberto à reflexão”, ponderou, afirmando que o projeto “baterá no Supremo”.

Mello reconheceu que o ritmo de aprovação de novas regras demonstra que o Legislativo está buscando se fortalecer. Entretanto, alertou sobre o receio de normatizações “em época de crise, porque vingam as paixões exarcebadas”. Segundo ele, o país já tem leis suficientes para correções e deveria se concentrar em outros problemas.

Sobre o arquivamento das investigações contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), acusado de desvio de dinheiro da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), o ministro explicou que a morosidade da Justiça brasileira prejudica inquéritos antes que eles sejam concluídos. O processo tramitava no STF desde 2003. “A sociedade fica decepcionada quando tem arquivamento de um inquérito.”

Ao participar da solenidade de comemoração dos 207 anos da Justiça Militar da União, em Brasília, Marco Aurélio Mello alertou para o problema da corrupção. “Chegando ao estágio que chegamos, verificamos que a corrupção foi banalizada, mas não posso dizer que foi barateada, porque os valores são muito altos”, ironizou.

Com relação a pedidos de abertura de inquérito contra a presidenta Dilma Rousseff, Mello disse que a Constituição Federal não veda a investigação, mas a responsabilização. Segundo ele, a cláusula existe unicamente para proteção do cargo. “Já está tão difícil governar o país. Imagina se tivermos um inquérito aberto contra a presidenta da República. Não há impunidade, porque, por atos estranhos ao exercício do mandato, ela responderá ao término do mandato. Aí, haverá julgamento na primeira instância”, adiantou.

Também presente à cerimônia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi homenageado com a Medalha Grã-Cruz, o mais alto grau da Ordem do Mérito Judiciário Militar. Janot deixou o local sem falar com a imprensa.

Ministro do Superior Tribunal Militar e chanceler da Ordem, William de Oliveira Barros lembrou a história da justiça mais antiga do país, criada em 1808, meses antes da chegada da família real ao Brasil. Oliveira Barros destacou juristas famosos que participaram da história, entre eles Sobral Pinto. e lembrou contribuições como a formulação da Lei de Segurança Nacional.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-04-01/reducao-da-maioridade-nao-deve-ser-vista-como-esperanca-diz-ministro-do-stf.html

Agentes liberavam ex-senador da Papuda

MP ajuíza ação contra servidores do sistema carcerário por autorizarem saída de Luiz Estevão da prisão


O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação de improbidade administrativa contra dois servidores do sistema carcerário brasiliense. Segundo a ação, Cláudio de Moura Magalhães, ex-coordenador da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), e Murilo José Juliano da Cunha, ex-diretor do centro de detenção provisória (CDP) da Papuda, autorizaram ilegalmente a saída do ex-senador Luiz Estevão  em um fim de semana de dezembro do ano passado.

Na época, Estevão, que também responderá à ação, cumpria pena na Papuda por  fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Para o MPF, o ex-senador sabia que não poderia sair do presídio sem autorização judicial, mas, mesmo assim, foi passar o fim de semana em casa.

As saídas temporárias, diz a ação assinada pelo procurador  Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, devem ser autorizadas pela Justiça.

Para Marcelo Bessa,  advogado de Luiz Estevão, não houve irregularidade. O ex-senador havia conseguido a liberação para trabalhar e passar fins de semanas alternados fora da prisão.

 “A partir do momento em que o presídio foi notificado pela Vara de Execuções Penais (VEP) que foi deferido o trabalho externo, ele passou a ter direito a passar o fim de semana em casa”, alegou o advogado do ex-senador.

Favorecimento
Para o MPF, os agentes públicos agiram exclusivamente para privilegiar o ex-parlamentar, “conduta que transpareceu um favoritismo em detrimento dos demais detentos”.

Segundo a ação, Cláudio Magalhães enviou justificativa à juíza Leila Cury, responsável pelo processo de execução penal do ex-senador, alegando que teria autorizado a saída, porque o dia estabelecido para visitas, sexta-feira, estaria conflitando com dia de trabalho.

O MPF  cita que na mesma data em que Luiz Estevão obteve autorização para sair do presídio, em 12 de dezembro, ele recebeu visitas da família. O advogado explicou que a notificação da decisão da VEP  só chegou depois da visita.

Murilo da Cunha, em mais de uma tentativa do MPF, segundo a ação, recebeu ofício para prestar esclarecimentos, mas não respondeu.  Se forem condenados, eles estão sujeitos a penas como perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos e proibição de contratar com o Poder Público.

Tecnicamente, seria “fuga”, diz ação
A ação do Ministério Público sustenta que  não houve a devida autorização judicial para a saída de Luiz Estevão da prisão. “Ou quiçá, tecnicamente, ‘fuga’”, diz o texto.

Para o procurador, as “saidinhas” – como as saídas temporárias são popularmente conhecidas – foram autorizadas “por agentes públicos incompetentes”, o que configura “não apenas vícios no ato administrativo, como também a imoralidade da conduta”.

A juíza responsável pela tramitação do processo de execução da pena, Leila Cury, confirmou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que  não proferiu decisão concedendo autorização para saídas temporárias a Luiz Estevão, “até porque ele não preenchia os  requisitos legais exigidos para a  concessão”.

Privilégio
No texto apresentado à Justiça Federal, o MPF insiste que os servidores concediam “ privilégio ilegal e desnecessário dado” a Luiz Estevão. O ex-senador, por sua vez, de acordo com o procurador, aceitou ser privilegiado e saiu ilicitamente do Complexo Penitenciário da Papuda, “sendo conscientemente beneficiado com o ato ilícito praticado” pelos dois servidores.

O Ministério Público requereu a oitiva dos réus, da juíza da VEP e das filhas de Luiz Estevão, que visitaram o ex-senador no mesmo dia em que ele foi liberado.

A Secretaria de Justiça do DF, responsável pela gestão do sistema carcerário  na gestão de Rodrigo Rollemberg, foi questionada sobre a conduta dos servidores em questão. Mas, até o fechamento desta edição, não havia se pronunciado.

Nota de Esclarecimento
A Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do DF – SEJUS/DF, através da Subsecretaria do Sistema Prisional – SESIPE/DF, esclarece que a ação de improbidade contra os agentes da instituição, ajuizada pelo Ministério Público Federal, é o instrumento jurídico adequado para apuração de possíveis infrações cometidas por agentes públicos. Contudo, o resultado final só poderá ser alcançado, confirmando ou não as ações que pesam contra os referidos servidores públicos, ao fim da instrução processual. Os fatos ocorreram na gestão anterior, e, segundo o ex-subsecretário Claudio De Moura Magalhães, a saída do ex-interno se deu por força da interpretação da portaria de n° 12/2001 – VEP-DF. A SESIPE, no entanto, se compromete a coordenar e acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal, zelando pelo cumprimento das determinações judiciais do DF. Será aberto um procedimento apuratório, concomitante à ação judicial, para a averiguação dos fatos narrados.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Petrobras assina contrato de US$ 3,5 bilhões com banco chinês


A Petrobras informou nesta quarta-feira (1º) que assinou com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) contrato de financiamento de US$ 3,5 bilhões, recursos que devem trazer algum alívio para empresa, que agora tem mais dificuldades de captar recursos por conta da crise decorrente do escândalo de corrupção.

O contrato, assinado entre o CDB e a Petrobras Global Trading BV, subsidiária da estatal, é o primeiro de financiamento de um acordo de cooperação a ser implementado ao longo de 2015 e 2016, ressaltou a petroleira em comunicado.

"Adicionalmente, as duas partes confirmaram a intenção de desenvolver novas cooperações no futuro próximo", disse a Petrobras.

Segundo a Petrobras, o contrato é um importante marco para dar continuidade à parceria estratégica com a China, para quem a estatal exporta petróleo, "fortalecendo as sinergias entre as economias dos dois países".
Por volta das 16h30, as ações preferenciais da Petrobras subiam mais de 4% na Bovespa, enquanto o Ibovespa tinha alta de 2,23%. Mais cedo, os papéis da estatal chegaram a subir mais de 6%. Veja cotação

Momento difícil
O acordo vem em um momento de dificuldades para a Petrobras, que não tem conseguido recorrer ao mercado por conta das denúncias de corrupção da operação Lava Jato.

No mês passado, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou todas as notas de crédito da petroleira, que perdeu o grau de investimento – aplicações consideradas seguras para os investidores. Com a decisão, fica mais dificil para a empresa captar recursos no mercado.

Segundo a Moody's, os rebaixamentos refletem uma preocupação crescente sobre as investigações de corrupção e pressões de liquidez, que podem resultar em de atrasos na entrega de demonstrações financeiras auditadas.

Na quinta-feira, o BNDES estimou uma perda de R$ 2,6 bilhões por conta de sua participação na estatal. Desse valor, R$ 1 bilhão já foi reconhecido no balanço de 2014.

Com limites para realizar captações no mercado de dívida, a Petrobras disse anteriormente que estudava "outras possibilidades de financiamento e incremento de fluxo de caixa", até para fazer frente aos pesados investimentos projetados.




http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/04/petrobras-assina-contrato-de-de-us-35-bilhoes-com-banco-chines.html