sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Temer admite estar com obstrução parcial em artéria do coração


© Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Michel Temer admitiu, em entrevista ao site “Poder360” divulgada nesta sexta-feira, ter sido diagnosticado com uma obstrução parcial de uma artéria coronária,mas tentou mostrar tranquilidade.
— Obstrução parcial que é comum. Eu vejo muitas pessoas que têm essa obstrução e vivem normalmente. A receita foi: “Olha, tome aspirina infantil que é bom para fluir melhor o sangue e de tempos em tempos faça um exame, que se aumentar a obstrução tem que fazer um cateterismo”.
Há dez dias, quando foi revelado pela “Rede Globo” que o presidente deveria passar por um cateterismo após a votação da denúncia contra ele na Câmara, o Palácio do Planalto afirmou que não havia previsão de intervenção no presidente. Indagado se teria medo de passar pelo procedimento cirúrgico, Temer negou.
— Não. Nunca tive.
Temer estaria com uma artéria coronária 55% obstruída e disse usar um medicamento importado dos EUA, mas da marca alemã Bayer. Ele afirmou que caso a obstrução evolua “para 65%” será o caso de fazer um cateterismo.
https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/temer-admite-estar-com-obstru%C3%A7%C3%A3o-parcial-em-art%C3%A9ria-do-cora%C3%A7%C3%A3o/ar-AAtKZKQ?li=AAggXC1

Temer exonera oito ministros para votar contra denúncia na Câmara


© Foto: Evaristo Sá/AFP/Getty Images

Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira (20) decretos assinados pelo presidente da República, Michel Temer, com a exoneração de oito ministros de Estado.
Os ministros exonerados têm mandatos de deputados e voltam à Câmara, onde deverão participar da votação, em plenário, prevista para a próxima quarta-feira (25), da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Temer.
Na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, em sessão realizada na última quarta-feira (18), o relatório a favor da inadmissibilidade da denúncia foi aprovado pela maioria dos deputados que integram o colegiado.
Nos decretos de exoneração publicados nesta sexta-feira constam os nomes dos seguintes ministros: Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo; Leonardo Picciani, ministro do Esporte; Ronaldo Nogueira, ministro do Trabalho; Sarney Filho, do Meio Ambiente; Marx Beltrão, do Turismo; Maurício Quintella Lessa, dos Transportes; Mendonça Filho, da Educação; e Bruno Cavalcanti, das Cidades.
https://www.msn.com/pt-br/noticias/crise-politica/temer-exonera-oito-ministros-para-votar-contra-den%C3%BAncia-na-c%C3%A2mara/ar-AAtKVls?li=AAggXC1

Megaoperação contra pedofilia ocorre em 24 Estados e no DF

O Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagrou hoje (20) uma megaoperação de combate à pedofilia. A Operação Luz na Infância mobilizou 1,1 mil policiais para cumprir mandados de busca e apreensão em 24 estados e no Distrito Federal.

Preso durante a operação Luz da Infância chega à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo (SP), na manhã desta sexta-feira (20). A operação vista combater a pedofilia em 24 estados e no Distrito Federal.Preso durante a operação Luz da Infância chega à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo (SP), na manhã desta sexta-feira (20). A operação vista combater a pedofilia em 24 estados e no Distrito Federal.Foto: Marcell Roncon/Futura Press

Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do ministério, esta é uma das maiores ações mundiais contra a pedofilia. Os alvos da operação foram identificados após seis meses de investigações conjuntas da Senasp com agências de inteligência das secretarias estaduais de segurança pública e polícias civis, com a colaboração da embaixada dos Estados Unidos
Os investigadores mapearam a ação dos pedófilos na internet - ambiente que, segundo a Senasp, facilita a conduta criminosa de adultos que buscam atrair crianças e adolescentes. "O complexo ambiente da internet e a ausência de fronteiras no mundo virtual são elementos que propiciam terreno fértil à atuação desses criminosos", informa a Senasp, em nota.Um balanço preliminar da operação vai ser divulgado pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, em entrevista coletiva, no Rio de Janeiro, ainda esta manhã.

https://www.terra.com.br/noticias/brasil/policia/megaoperacao-contra-pedofilia-ocorre-em-24-estados-e-no-df,6bc448a94bc9f4a27d2b071951905444maymfoix.html

Bolsonaro declara sair do PSC e diz que negocia com mais de um partido

Deputado afirma que está "namorando o Patriotas", mas sabe de problemas do partido; no entanto, político afirma que tem outras legendas interessadas

Em uma visita a Uberlândia, em Minas Gerais, nesta quinta-feira (19) o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse estar “namorando o Patriotas”, porém, não negou flertar com outros partidos. "Sei que ele [o partido] tem alguns problemas, mas estou junto ao presidente Adilson Barroso para solucionar. Se não solucionar, como sou paraquedista, já tenho outro em vista", afirmou.

Deputado Jair Bolsonaro participa de evento e manifesta sua opinião política e econômica e é ovacionado por empresários
 
Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil - 22.06.2016
Deputado Jair Bolsonaro participa de evento e manifesta sua opinião política e econômica e é ovacionado por empresários
 
Bolsonaro já havia sinalizado que pretende sair do PSC. O deputado afirmou que seu desligamento deverá acontecer em março, que é quando a lei de fidelidade partidária possibilita filiação a outra sigla.

O político também disse que deverá manter o voto a favor do prosseguimento com as investigações contra o presidente da República, Michel Temer. A segunda denúncia contra o peemedebista será discutida em plenário na próxima quarta-feira (25), mesmo com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tendo aprovado o arquivamento do processo.

Eleições 2018

 

Durante o evento, o deputado participou de um debate promovido pelo G7, grupo  composto por entidades de representação de classe local, no qual deu sua opinião sobre temas como economia, política e alternativas relacionadas a avanços para o País.

O público, maioria formado por empresários e convidados, recebeu o discurso com aplausos e ovacionou Bolsonaro, que, apesar da postura política de campanha, não confirmou sua candidatura à Presidência da República nas eleições de 2018.

Em seu discurso, ele defendeu o porte de armas para todos os cidadãos, a excludente de ilicitude em homicídios cometidos pela Polícia Militar e a defesa da propriedade provada com armas. "Se um cidadão tem sua casa ou terra invadida, ele tem que ter o direito de abrir fogo contra o invasor", declarou ele.

Para finalizar, Bolsonaro também defendeu seu posicionamento favorável ao do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no que diz respeito aos imigritantes, e ainda disse que pretende seguir algumas condutas do polêmico presidente americano. "Quem quiser vir de outro país morar aqui vai ter que se submeter a critérios rigorosos, porque eu não posso prejudicar o meu povo para que outros sejam atendidos".

Temer exonera oito ministros para ampliar apoio contra denúncia na Câmara

Ministros exonerados têm mandatos de deputados e voltam à Câmara, onde deverão participar da votação da segunda denúncia contra Michel Temer

Presidente Michel Temer é acusado em nova denúncia de praticar crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa
Lula Marques/Agência PT - 22.9.16
Presidente Michel Temer é acusado em nova denúncia de praticar crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa




Em uma nova manobra política do presidente da República, o Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (18) traz a exoneração de outros oito ministros do governo de Michel Temer. São eles Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Leonardo Picciani (Esporte), Ronaldo Nogueira (Trabalho), Sarney Filho (Meio Ambiente), Marx Beltrão (Turismo), Maurício Quintella Lessa (Transportes), Mendonça Filho (Educação) e Bruno Cavalcanti (Cidades).

Todos os ministros exonerados têm mandatos de deputados e, deixando a cúpula do governo, voltam à Câmara, onde deverão participar da votação, em plenário, prevista para a próxima quarta-feira (25), da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer .

Na última quarta-feira, o presidente já tinha exonerado dois ministros, Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia; e Raul Jungmann, da Defesa . Os suplentes desses dois ex-ministros são Severino Ninho (PSB-PE) e Creuza Pereira (PSB-PE), críticos ao governo.
Essa não é a primeira vez que Temer realiza manobras deste tipo para garantir sua vitória na Casa. Na primeira denúncia contra ele na Câmara dos Deputados, o presidente fez uma série de trocas em seu governo, retornando os ministros e autoridades aos seus cargos logo após a votação. 
 

A denúncia 

Temer, Padilha e Moreira Franco são acusados de atuar em organização criminosa junto a outros integrantes do chamado "quadrilhão do PMDB na Câmara". Também foram denunciados por esse crime os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures.

Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara , em sessão realizada na última quarta-feira (18), o relatório a favor da inadmissibilidade da denúncia foi aprovado pela maioria dos deputados que integram o colegiado.

Nessa segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o peemedebista também é acusado de praticar crime de tentativa de obstrução à Justiça ao lado do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. A acusação se refere ao episódio de suposta tentativa de compra do silêncio do lobista Lúcio Funaro.

Ministros exonerados têm mandatos de deputados e voltam à Câmara, onde deverão participar da votação da segunda denúncia contra Michel Temer

Presidente Michel Temer é acusado em nova denúncia de praticar crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa
Lula Marques/Agência PT - 22.9.16
Presidente Michel Temer é acusado em nova denúncia de praticar crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa




Em uma nova manobra política do presidente da República, o Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (18) traz a exoneração de outros oito ministros do governo de Michel Temer. São eles Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Leonardo Picciani (Esporte), Ronaldo Nogueira (Trabalho), Sarney Filho (Meio Ambiente), Marx Beltrão (Turismo), Maurício Quintella Lessa (Transportes), Mendonça Filho (Educação) e Bruno Cavalcanti (Cidades).
Todos os ministros exonerados têm mandatos de deputados e, deixando a cúpula do governo, voltam à Câmara, onde deverão participar da votação, em plenário, prevista para a próxima quarta-feira (25), da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer .
Na última quarta-feira, o presidente já tinha exonerado dois ministros, Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia; e Raul Jungmann, da Defesa . Os suplentes desses dois ex-ministros são Severino Ninho (PSB-PE) e Creuza Pereira (PSB-PE), críticos ao governo.
Essa não é a primeira vez que Temer realiza manobras deste tipo para garantir sua vitória na Casa. Na primeira denúncia contra ele na Câmara dos Deputados, o presidente fez uma série de trocas em seu governo, retornando os ministros e autoridades aos seus cargos logo após a votação.

A denúncia 

Temer, Padilha e Moreira Franco são acusados de atuar em organização criminosa junto a outros integrantes do chamado "quadrilhão do PMDB na Câmara". Também foram denunciados por esse crime os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures.
Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara , em sessão realizada na última quarta-feira (18), o relatório a favor da inadmissibilidade da denúncia foi aprovado pela maioria dos deputados que integram o colegiado.
Leia também: CCJ conclui sessão que discute parecer sobre rejeição da denúncia contra Temer
Nessa segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o peemedebista também é acusado de praticar crime de tentativa de obstrução à Justiça ao lado do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. A acusação se refere ao episódio de suposta tentativa de compra do silêncio do lobista Lúcio Funaro.
Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-10-20/michel-temer-exonera-ministros.html

Lava Jato: ex-funcionários de Cabral afirmam que foram usados como "laranjas"

Inquérito investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada para dar aparência de legalidade a dinheiro de propina
Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela  FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Três ex-funcionários de Sérgio Cabral e de outros denunciados prestaram depoimentos nesta quinta-feira (19) ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, responsável por inquéritos da Operação Lava Jato no estado. As testemunhas falaram sobre pagamentos relacionados à Survey Mar e Serviços Ltda e o uso de seus nomes como “laranjas” na propriedade de empresas.

O inquérito da Operação Lava Jato investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, que dariam aparência de legalidade ao dinheiro de propina. Os acusados são o ex-governador Sérgio Cabral, o dono da FW Engenharia, Flávio Werneck; o contador da FW, Alberto Conde; a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves; o irmão do ex-governador, Maurício Cabral; e Carlos Miranda, um dos envolvidos, que não ocupava cargo no governo.

Uma das testemunhas, Paulo Rezende da Silva, ex-sócio da Survey, disse que entrou como sócio da empresa a pedido de Alberto Conde por ser, na época, casado com a neta dele, com quem tem uma filha. Porém, Silva negou qualquer participação nos esquemas e informou que nunca fez nenhuma movimentação ou autorização financeira ou que tenha tratado de serviços ligados à empresa.

Segundo Silva, o endereço que consta como sede da Survey, em Guapimirim, na verdade, é um sítio da família Conde, que chegou a frequentar em ocasiões de festas ou fins de semana, sem nenhuma atividade empresarial.

Já a ex-secretária pessoal de Cabral, Sonia Ferreira Baptista, disse que trabalhou para o ex-governador com cargo comissionado, na época em que ele foi parlamentar, mas desde que deixou o Senado, passou a ser sua secretária particular e cuidava dos assuntos domésticos dele. Ela afirmou que se reportava a Carlos Miranda, que ordenava os pagamentos necessários, inclusive para a ex-esposa de Cabral.

“Eu ficava em um escritório, e tudo que precisava que fosse pago, passava pra ele [Carlos Miranda], então ele mandava pagar. Tratava de despesas pessoais da Suzana, geria às vezes pagamento de funcionários da Araras  [empresa de consultoria de Suzana], seguro dos carros, IPVA. Quando quebrava um carro, eu cuidava de pagar a franquia do seguro. Eu entregava dinheiro a ela e ela pagava, dinheiro que eu pegava com o Carlos Miranda ”.

Eventualmente, de acordo com a ex-secretária, Miranda solicitava a emissão de notas fiscais em nome da empresa Araras Empreendimentos, de Suzana, para ser paga pela FW. Sonia disse que entrou como sócia da empresa LRG, de propriedade de Miranda, a pedido dele, mas que nunca foi informada ou autorizou qualquer movimentação em nome da empresa.

A ex-secretária da FW, Nádia Lubi Martins de Oliveira, disse que pegava notas fiscais em nome da Survey no escritório de contabilidade de Conde, a mando de Flávio Werneck, e ordenava os pagamentos. Ela confirmou que tinha contato telefônico com Sonia, que cobrava pagamentos em atraso das notas da Araras.

Entenda a denúncia
Em maio, o Ministério Público Federal informou que as investigações da Operação Calicute (braço da Lava Jato dedicado a apurar o esquema criminoso liderado pelo ex-governador do Rio) apontaram indícios de que Suzana Neves teria ajudado a ocultar bens e recursos de Cabral.

Os investigadores apuraram que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro  usou sua empresa (Araras Empreendimentos Consultoria e Serviços Ltda.) para comprar um imóvel na cidade de São João del-Rei por R$ 600 mil. A origem dos recursos empenhados nessa aquisição é motivo de uma das suspeitas do MPF.

Outra suspeita acerca desse imóvel diz respeito ao possível uso dele para guardar bens de valor adquiridos com recursos ilícitos da organização chefiada por Cabral, como obras de arte. Informantes da força-tarefa relataram que nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, houve o descarregamento de um “container de quadros” na casa.

As investigações também apontam que Suzana Neves utilizou sua empresa para ocultar a origem ilícita de R$ 1,2 milhão por meio de 31 transferências bancárias no período de 2011 a 2013. As transações tinham como origem contas ligadas ao grupo de empresas da empreiteira FW Engenharia, por intermédio da Survey Mar e Serviços Ltda, e aportavam na conta da empresa de Suzana a título de "serviços de consultoria", porém em valor quase duas vezes maior que a sua renda bruta declarada.

Quase 50% dos valores recebidos pela Survey da FW, no período analisado pela investigação, foram repassados logo em seguida para a empresa de Suzana Neves.

Esquema de Cabral
Segundo o MPF, a movimentação aponta para lavagem de dinheiro pago como propina à organização criminosa em contratos que o Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou com a FW Engenharia.

Em diligências de busca e apreensão autorizadas durante a Operação Calicute , foram apreendidas diversas anotações que indicam o pagamento de propina pela empreiteira FW Engenharia em benefício da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral.

Um dos contratos firmados com a empresa, no valor de R$ 35 milhões, teve por objeto a elaboração de projeto executivo e a execução de obras complementares de urbanização no Complexo de Manguinhos, comunidade beneficiada pelo PAC Favelas. A contratação foi financiada com recursos da União provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento.

As denúncias já apresentadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro revelam como Sérgio Cabral instituiu, ao assumir o Governo do Rio de Janeiro, em 2007, um esquema de cartelização de empresas e favorecimento em licitações, mediante pagamento de propina de cerca de 5% em todas as grandes obras públicas de construção civil contratadas junto ao ente público, quase sempre custeadas ou financiadas com recursos federais.

As investigações da Operação Lava Jato demonstram que a organização desviou mais de US$ 100 milhões dos cofres públicos mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior.

Inquérito investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada para dar aparência de legalidade a dinheiro de propina

Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela  FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Três ex-funcionários de Sérgio Cabral e de outros denunciados prestaram depoimentos nesta quinta-feira (19) ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, responsável por inquéritos da Operação Lava Jato no estado. As testemunhas falaram sobre pagamentos relacionados à Survey Mar e Serviços Ltda e o uso de seus nomes como “laranjas” na propriedade de empresas.
O inquérito da Operação Lava Jato investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, que dariam aparência de legalidade ao dinheiro de propina. Os acusados são o ex-governador Sérgio Cabral, o dono da FW Engenharia, Flávio Werneck; o contador da FW, Alberto Conde; a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves; o irmão do ex-governador, Maurício Cabral; e Carlos Miranda, um dos envolvidos, que não ocupava cargo no governo.
Uma das testemunhas, Paulo Rezende da Silva, ex-sócio da Survey, disse que entrou como sócio da empresa a pedido de Alberto Conde por ser, na época, casado com a neta dele, com quem tem uma filha. Porém, Silva negou qualquer participação nos esquemas e informou que nunca fez nenhuma movimentação ou autorização financeira ou que tenha tratado de serviços ligados à empresa.
Segundo Silva, o endereço que consta como sede da Survey, em Guapimirim, na verdade, é um sítio da família Conde, que chegou a frequentar em ocasiões de festas ou fins de semana, sem nenhuma atividade empresarial.
Já a ex-secretária pessoal de Cabral, Sonia Ferreira Baptista, disse que trabalhou para o ex-governador com cargo comissionado, na época em que ele foi parlamentar, mas desde que deixou o Senado, passou a ser sua secretária particular e cuidava dos assuntos domésticos dele. Ela afirmou que se reportava a Carlos Miranda, que ordenava os pagamentos necessários, inclusive para a ex-esposa de Cabral.
“Eu ficava em um escritório, e tudo que precisava que fosse pago, passava pra ele [Carlos Miranda], então ele mandava pagar. Tratava de despesas pessoais da Suzana, geria às vezes pagamento de funcionários da Araras  [empresa de consultoria de Suzana], seguro dos carros, IPVA. Quando quebrava um carro, eu cuidava de pagar a franquia do seguro. Eu entregava dinheiro a ela e ela pagava, dinheiro que eu pegava com o Carlos Miranda ”.
Eventualmente, de acordo com a ex-secretária, Miranda solicitava a emissão de notas fiscais em nome da empresa Araras Empreendimentos, de Suzana, para ser paga pela FW. Sonia disse que entrou como sócia da empresa LRG, de propriedade de Miranda, a pedido dele, mas que nunca foi informada ou autorizou qualquer movimentação em nome da empresa.
A ex-secretária da FW, Nádia Lubi Martins de Oliveira, disse que pegava notas fiscais em nome da Survey no escritório de contabilidade de Conde, a mando de Flávio Werneck, e ordenava os pagamentos. Ela confirmou que tinha contato telefônico com Sonia, que cobrava pagamentos em atraso das notas da Araras.

Entenda a denúncia

Em maio, o Ministério Público Federal informou que as investigações da Operação Calicute (braço da Lava Jato dedicado a apurar o esquema criminoso liderado pelo ex-governador do Rio) apontaram indícios de que Suzana Neves teria ajudado a ocultar bens e recursos de Cabral.
Leia também: MPF denuncia Cabral e mais sete por corrupção em serviços terceirizados no Rio
Os investigadores apuraram que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro  usou sua empresa (Araras Empreendimentos Consultoria e Serviços Ltda.) para comprar um imóvel na cidade de São João del-Rei por R$ 600 mil. A origem dos recursos empenhados nessa aquisição é motivo de uma das suspeitas do MPF.
Outra suspeita acerca desse imóvel diz respeito ao possível uso dele para guardar bens de valor adquiridos com recursos ilícitos da organização chefiada por Cabral, como obras de arte. Informantes da força-tarefa relataram que nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, houve o descarregamento de um “container de quadros” na casa.
As investigações também apontam que Suzana Neves utilizou sua empresa para ocultar a origem ilícita de R$ 1,2 milhão por meio de 31 transferências bancárias no período de 2011 a 2013. As transações tinham como origem contas ligadas ao grupo de empresas da empreiteira FW Engenharia, por intermédio da Survey Mar e Serviços Ltda, e aportavam na conta da empresa de Suzana a título de "serviços de consultoria", porém em valor quase duas vezes maior que a sua renda bruta declarada.
Quase 50% dos valores recebidos pela Survey da FW, no período analisado pela investigação, foram repassados logo em seguida para a empresa de Suzana Neves.

Esquema de Cabral

Segundo o MPF, a movimentação aponta para lavagem de dinheiro pago como propina à organização criminosa em contratos que o Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou com a FW Engenharia.
Em diligências de busca e apreensão autorizadas durante a Operação Calicute , foram apreendidas diversas anotações que indicam o pagamento de propina pela empreiteira FW Engenharia em benefício da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral.
Um dos contratos firmados com a empresa, no valor de R$ 35 milhões, teve por objeto a elaboração de projeto executivo e a execução de obras complementares de urbanização no Complexo de Manguinhos, comunidade beneficiada pelo PAC Favelas. A contratação foi financiada com recursos da União provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento.
Leia também: Rio de Janeiro tem três tiroteios e enterro do 108º policial morto no ano
As denúncias já apresentadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro revelam como Sérgio Cabral instituiu, ao assumir o Governo do Rio de Janeiro, em 2007, um esquema de cartelização de empresas e favorecimento em licitações, mediante pagamento de propina de cerca de 5% em todas as grandes obras públicas de construção civil contratadas junto ao ente público, quase sempre custeadas ou financiadas com recursos federais.
As investigações da Operação Lava Jato demonstram que a organização desviou mais de US$ 100 milhões dos cofres públicos mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior.
Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-10-19/operacao-lava-jato.html

Inquérito investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada para dar aparência de legalidade a dinheiro de propina

Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela  FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Três ex-funcionários de Sérgio Cabral e de outros denunciados prestaram depoimentos nesta quinta-feira (19) ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, responsável por inquéritos da Operação Lava Jato no estado. As testemunhas falaram sobre pagamentos relacionados à Survey Mar e Serviços Ltda e o uso de seus nomes como “laranjas” na propriedade de empresas.
O inquérito da Operação Lava Jato investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, que dariam aparência de legalidade ao dinheiro de propina. Os acusados são o ex-governador Sérgio Cabral, o dono da FW Engenharia, Flávio Werneck; o contador da FW, Alberto Conde; a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves; o irmão do ex-governador, Maurício Cabral; e Carlos Miranda, um dos envolvidos, que não ocupava cargo no governo.
Uma das testemunhas, Paulo Rezende da Silva, ex-sócio da Survey, disse que entrou como sócio da empresa a pedido de Alberto Conde por ser, na época, casado com a neta dele, com quem tem uma filha. Porém, Silva negou qualquer participação nos esquemas e informou que nunca fez nenhuma movimentação ou autorização financeira ou que tenha tratado de serviços ligados à empresa.
Segundo Silva, o endereço que consta como sede da Survey, em Guapimirim, na verdade, é um sítio da família Conde, que chegou a frequentar em ocasiões de festas ou fins de semana, sem nenhuma atividade empresarial.
Já a ex-secretária pessoal de Cabral, Sonia Ferreira Baptista, disse que trabalhou para o ex-governador com cargo comissionado, na época em que ele foi parlamentar, mas desde que deixou o Senado, passou a ser sua secretária particular e cuidava dos assuntos domésticos dele. Ela afirmou que se reportava a Carlos Miranda, que ordenava os pagamentos necessários, inclusive para a ex-esposa de Cabral.
“Eu ficava em um escritório, e tudo que precisava que fosse pago, passava pra ele [Carlos Miranda], então ele mandava pagar. Tratava de despesas pessoais da Suzana, geria às vezes pagamento de funcionários da Araras  [empresa de consultoria de Suzana], seguro dos carros, IPVA. Quando quebrava um carro, eu cuidava de pagar a franquia do seguro. Eu entregava dinheiro a ela e ela pagava, dinheiro que eu pegava com o Carlos Miranda ”.
Eventualmente, de acordo com a ex-secretária, Miranda solicitava a emissão de notas fiscais em nome da empresa Araras Empreendimentos, de Suzana, para ser paga pela FW. Sonia disse que entrou como sócia da empresa LRG, de propriedade de Miranda, a pedido dele, mas que nunca foi informada ou autorizou qualquer movimentação em nome da empresa.
A ex-secretária da FW, Nádia Lubi Martins de Oliveira, disse que pegava notas fiscais em nome da Survey no escritório de contabilidade de Conde, a mando de Flávio Werneck, e ordenava os pagamentos. Ela confirmou que tinha contato telefônico com Sonia, que cobrava pagamentos em atraso das notas da Araras.

Entenda a denúncia

Em maio, o Ministério Público Federal informou que as investigações da Operação Calicute (braço da Lava Jato dedicado a apurar o esquema criminoso liderado pelo ex-governador do Rio) apontaram indícios de que Suzana Neves teria ajudado a ocultar bens e recursos de Cabral.
Leia também: MPF denuncia Cabral e mais sete por corrupção em serviços terceirizados no Rio
Os investigadores apuraram que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro  usou sua empresa (Araras Empreendimentos Consultoria e Serviços Ltda.) para comprar um imóvel na cidade de São João del-Rei por R$ 600 mil. A origem dos recursos empenhados nessa aquisição é motivo de uma das suspeitas do MPF.
Outra suspeita acerca desse imóvel diz respeito ao possível uso dele para guardar bens de valor adquiridos com recursos ilícitos da organização chefiada por Cabral, como obras de arte. Informantes da força-tarefa relataram que nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, houve o descarregamento de um “container de quadros” na casa.
As investigações também apontam que Suzana Neves utilizou sua empresa para ocultar a origem ilícita de R$ 1,2 milhão por meio de 31 transferências bancárias no período de 2011 a 2013. As transações tinham como origem contas ligadas ao grupo de empresas da empreiteira FW Engenharia, por intermédio da Survey Mar e Serviços Ltda, e aportavam na conta da empresa de Suzana a título de "serviços de consultoria", porém em valor quase duas vezes maior que a sua renda bruta declarada.
Quase 50% dos valores recebidos pela Survey da FW, no período analisado pela investigação, foram repassados logo em seguida para a empresa de Suzana Neves.

Esquema de Cabral

Segundo o MPF, a movimentação aponta para lavagem de dinheiro pago como propina à organização criminosa em contratos que o Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou com a FW Engenharia.
Em diligências de busca e apreensão autorizadas durante a Operação Calicute , foram apreendidas diversas anotações que indicam o pagamento de propina pela empreiteira FW Engenharia em benefício da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral.
Um dos contratos firmados com a empresa, no valor de R$ 35 milhões, teve por objeto a elaboração de projeto executivo e a execução de obras complementares de urbanização no Complexo de Manguinhos, comunidade beneficiada pelo PAC Favelas. A contratação foi financiada com recursos da União provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento.
Leia também: Rio de Janeiro tem três tiroteios e enterro do 108º policial morto no ano
As denúncias já apresentadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro revelam como Sérgio Cabral instituiu, ao assumir o Governo do Rio de Janeiro, em 2007, um esquema de cartelização de empresas e favorecimento em licitações, mediante pagamento de propina de cerca de 5% em todas as grandes obras públicas de construção civil contratadas junto ao ente público, quase sempre custeadas ou financiadas com recursos federais.
As investigações da Operação Lava Jato demonstram que a organização desviou mais de US$ 100 milhões dos cofres públicos mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior.
Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-10-19/operacao-lava-jato.html