O Hospital Sírio-Libanês desligou de seus quadros a médica
Gabriela Munhoz, suspeita de divulgar em redes sociais resultados de
exames da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva. O Conselho
Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu uma
sindicância para apurar se houve violação ao Código de Ética por parte
da profissional ou participação de médicos em supostas ofensas contra a
mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o jornal O Globo, Gabriela, de 31 anos, formada pela
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, divulgou no grupo do
WhatsApp de ex-colegas da faculdade detalhes sobre o diagnóstico da
ex-primeira-dama. A partir daí, a informação se espalhou por outros
grupos em alguns dos quais médicos fizeram ofensas à mulher de Lula.
“O Sírio-Libanês tem uma política rígida relacionada à
privacidade de todos os seus pacientes e repudia a quebra do sigilo de
pacientes por qualquer profissional de saúde. Por não permitir esse tipo
de atitude entre seus colaboradores, a instituição tomou as medidas
disciplinares cabíveis em relação à médica, assim que teve conhecimento
da troca de mensagens”, disse o hospital, em nota.
Outro caso
Este é o segundo vazamento de resultados de exames de Marisa
Letícia em redes sociais. Na semana passada, o hospital Assunção, em São
Bernardo do Campo, onde a ex-primeira-dama recebeu o primeiro
atendimento depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC),
afastou preventivamente todos os profissionais que participaram do
procedimento e abriu sindicância para apurar a divulgação de vídeo e
foto da tomografia à qual ela foi submetida.
O Cremesp também instaurou um procedimento para averiguar o caso.
O Código de Ética Médica proíbe a divulgação de informações sem
consentimento do paciente ou de seus familiares. A quebra do sigilo
médico é considerada infração grave. Segundo o Cremesp, o resultado das
sindicâncias deve ser conhecido em até seis meses.
“O exercício da medicina deve respeitar e preservar todos os
aspectos do doente: físico, emocional e moral, transcendendo tabus,
crenças e preconceitos, em nome da fidelidade ao compromisso de tratar e
cuidar de todos, sem qualquer distinção. Sob o juramento hipocrático e
os princípios fundamentais da medicina, todo médico deverá ‘guardar
absoluto respeito pelo ser humano e atuar sempre em seu benefício.
Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou
moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar
tentativa contra sua dignidade e integridade'”, diz a entidade.
Amigos da família de Marisa Letícia lamentaram os vazamentos. A
reportagem não conseguiu localizar a médica Gabriela Munhoz nesta
quinta-feira, 2. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://istoe.com.br/sirio-libanes-demite-medica-suspeita-de-vazar-exame-de-marisa-leticia/
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