quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

BC reduz juros básicos a 7% ao ano, menor nível da história

O Banco Central cortou nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, a 7% ao ano, movimento amplamente esperado pelo mercado e que leva a Selic ao seu menor nível histórico, deixando a porta aberta para nova redução adiante, mas ressalvando que encarará a investida com "cautela".

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Isso porque o BC deixou claro que os passos seguintes estão mais sensíveis a eventuais mudanças no cenário de riscos o que, para analistas, foi uma sinalização sobre como será o desfecho da reforma da Previdência.

'Polícia prendeu um varejista do tráfico; as grandes lideranças não aparecem', diz socióloga sobre Rogério 157

Traficante era o mais procurado do Rio desde início do conflito na Rocinha, em setembro, mas especialistas em segurança pública afirmam que prisão não é vitória na dinâmica do crime organizado fluminense.

A prisão de Rogério 157, que chefiava o tráfico na Rocinha e passou a ser o homem mais procurado do Rio desde a guerra que irrompeu na favela em setembro, foi comemorada pela cúpula de segurança do Rio como uma grande vitória - mas está longe de ser "uma virada de página" na segurança pública, alerta a socióloga Julita Lemgruber.
"É importante dizer que a polícia prendeu um varejista. Esses jovens à frente do tráfico no Rio na verdade são varejistas", diz ela, uma das coordenadoras do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Cândido Mendes (Cesec). 

"Os grandes traficantes, as conexões internacionais, quem na verdade fornece drogas e armas para esses varejistas nas favelas, esses a polícia não prende. A polícia rotineiramente prende o cara que está na ponta, mas as lideranças nós não vemos serem presas", alerta Lemgruber, que acompanha a evolução da criminalidade no Rio desde os anos 1970 e considera que, "infelizmente, nada melhorou". 

"O que incomoda é ver uma grande comemoração com a prisão desse varejista como se significasse uma grande vitória em relação à dinâmica da criminalidade no Rio de Janeiro. Vamos admitir que não é isso. A fila anda", diz ela, considerando que um substituto para Rogério não tardará a assumir o posto. 

Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, foi preso na manhã de quarta-feira na favela do Arará, na zona norte do Rio, durante uma operação que mobilizou quase 3 mil homens das Forças Armadas e das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro e que envolveu também as comunidades de Mandela e da Mangueira.

Quase vizinho de Cabral

Policiais relataram que ele foi encontrado debaixo de lençóis, de cuecas, fingindo que estava dormindo. A casa ficava a algumas centenas de metros do presídio de Benfica, onde o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, está preso, junto a outros réus da Operação Lava Jato. 

Rogério 157 foi um dos pivôs da violenta disputa que começou na Rocinha em setembro, quando buscou se desvencilhar do ex-aliado Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que mesmo preso em um presídio de segurança máxima em Rondônia continuava comandando o tráfico da Rocinha à distância. Após a ruptura entre os dois, Rogério 157 deixou a facção Amigos dos Amigos (ADA) de Nem e se aliou à rival Comando Vermelho. 

O secretário de Segurança Pública do Rio Roberto Sá considerou a prisão "emblemática", lembrando que, já em 2010, ele disparou tiros de fuzil em plena Avenida Niemeyer (que liga os bairros de São Conrado, o morro do Vidigal e o Leblon) e fez dezenas de reféns no Hotel Intercontinental, aos pés da Rocinha. Na ocasião, um grupo de traficantes invadiu o hotel depois de ser surpreendido pela polícia em São Conrado, na volta de um baile funk.
Policiais comemorando prisão em fotos nas redes sociais; para socióloga, captura não muda a dinâmica da criminalidade no Rio
Policiais comemorando prisão em fotos nas redes sociais; para socióloga, captura não muda a dinâmica da criminalidade no Rio
Foto: BBCBrasil.com
"Em razão de sua liderança inegável sobre outros criminosos e de ele ter passado a fazer parte dessa facção (o CV), eu vou pedir sua transferência. Queremos essas pessoas presas por muito tempo", afirmou Sá, que quer transferir Rogério para um presídio federal de segurança máxima - como a unidade em que seu desafeto Nem está preso.

De braço-direito a desafeto

A prisão após a invasão do Hotel Intercontinental, em 2011, representeou a primeira passagem policial de Rogério Avelino. Na época, ele atuava como segurança de Nem. Mas com a prisão do "dono do morro" em 2011, Rogério ganhou importância e passou a representar o antigo patrão - até que resolveu alçar voos mais altos. 

"Ele continuou sendo uma espécie de preposto do Nem. A partir do momento em que ele tentou crescer e afirmar sua autonomia em relação à liderança do Nem, começou a crise na Rocinha", diz o sociólogo João Trajano Sento-Sé, referindo-se aos dias de intensos tiroteios que levaram a Rocinha a ser cercada pelo Exército durante quase uma semana no fim de setembro. 

Desde então, os confrontos na comunidade têm sido frequentes, fazendo vítimas como a turista espanhola María Esperanza Jiménez Ruiz, de 67 anos, que foi morta por tiros disparados por policiais militares em outubro, e uma menina de 12 anos ferida por uma bala perdida quando deixava uma igreja evangélica. 

"Mas mesmo entre as lideranças do varejo do tráfico, o Rogério não conseguiu ser um protagonista. Não chegou a esse patamar. Justamente quando tentou afirmar sua autonomia, começou a assinar sua sentença de prisão", diz Sento-Sé, pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Apreensão na Rocinha

Em outubro, foi presa Danúbia Rangel, mulher de Nem e, de acordo com as investigações, uma das principais rivais de Rogério na disputa pelo controle do tráfico na Rocinha. Agora, com a prisão de Rogério e sua saída de cena em definitivo, o comando está vago, o que causa apreensão entre moradores da favela. Nesta quarta-feira, boatos sobre possíveis cenários de sucessão no tráfico e de confrontos iminentes circulavam pela favela. 

Moradores consultados pela BBC Brasil dizem estar trancados em casa e relatam toque de recolher na comunidade, com mototaxistas deixando de circular e lojas fechando mais cedo. 

Para Sento-Sé, a notícia da prisão de Rogério trará um breve alento à imagem combalida das forças de segurança no Rio. "Todos os episódios de confronto armado na Rocinha causam transtornos óbvios na cidade toda por causa de sua localização geográfica, então essa prisão tem apelo à opinião pública. Mas esse efeito terá curta duração, porque a prisão não impacta o cenário que estamos vivendo", considera ele. 

O Rio está passando por um rearranjo e um acirramento de disputa pelo controle de pontos de venda de drogas, afirma, um problema "muito maior" que não se resolve com a captura de uma figura "quase secundária". 

Infelizmente, acho que não temos muito o que comemorar", considera. 

https://www.terra.com.br/noticias/brasil/policia/policia-prendeu-um-varejista-do-trafico-as-grandes-liderancas-nao-aparecem-diz-sociologa-sobre-rogerio-157,85cfe6ea808aa84d7c98fa3257615d71e907chlb.html

Trump deve reconhecer Jerusalém como capital de Israel e gera mal-estar mundial

Caso Trump reconheça Jerusalém como capital, os EUA serão único país a ter embaixada na cidade sagrada
Wikimedia Commons
Caso Trump reconheça Jerusalém como capital, os EUA serão único país a ter embaixada na cidade sagrada
 
O presidente norte-americano Donald Trump deve anunciar o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel nesta quarta-feira (6), segundo informações de altos funcionários do governo republicano. Com isso, ele determinará a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv.
 
Caso Donald Trump anuncie a mudança, algo previsto para a tarde de hoje, os Estados Unidos serão o único país do mundo a reconhecer Jerusalém como capital israelense, além de ser a única embaixada internacional na cidade. A ação é encarada como uma ‘provocação’ contra os palestinos, já que a cidade é considerada sagrada por cristãos, muçulmanos e judeus.
Porém, mesmo com a determinação do presidente para que o Departamento de Estado inicie o processo de transferência, é sabido que poderá “levar anos”. "Há cerca de mil pessoas trabalhando na embaixada em Tel Aviv, e não temos instalações que possam acomodá-las em Jerusalém. Levará tempo para encontrar um lugar, se certificar de que é seguro, projetar uma nova embaixada e construí-la", completou.

De acordo com a mesma fonte interna, o republicano deve fazer um discurso às 13h locais (16h em Brasília), anunciando que “as fronteiras específicas da soberania israelense estarão sujeitas a negociações de status final” com os palestinos. Ele também deve apoiar o “status quo no Monte do Templo”, que está na parte palestina da cidade.

A mudança e suas consequências

De acordo com as fontes internas, a Casa Branca considera a decisão sobre Israel como um “reconhecimento de uma realidade histórica”, uma vez que Jerusalém oi a capital do Estado judeu desde a antiguidade, além de ser a sede go governo israelense desde a fundação moderna, em 1948. Para a base aliada, este é o momento certo para realizar a mudança, “especialmente no que diz respeito à esperança de conseguir um acordo de paz”.

Para o governo norte-americano, a localização física da embaixada não seria um empecilho às conquistas de paz. Segundo a fonte anônima, o que Trump anunciará é “uma mudança para uma política de ambiguidade (sobre onde a embaixada dos EUA deveria ser), que não funcionou nos últimos 22 anos”.
Isso porque o Congresso do país aprovou, em 1995, uma lei para iniciar a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Até hoje, nenhum presidente implementou a mudança. Desse modo, por causa do longo tempo para a mudança, Trump deve assinar, também nesta quarta, uma ordem que lhe permita adiar por mais seis meses a aplicação dessa lei de 1995.
Contudo, os palestinos já sinalizaram que a medida pode gerar “graves repercussões”, estancando as negociações de paz na região. De acordo com especialistas entrevistadas pela rede de TV americana “CNN”, a ação tem bastante potencial para consequências negativas no Oriente Médio, podendo causar mais violência contra americanos e dificuldades aos interesses do país na região.

Além disso, alguns líderes internacionais já reagiram de forma negativa. Na Arábia Saudita, foi anunciado que a decisão "unilateral" é uma "provocação a todos os países muçulmanos". O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, chegou a ameaçar romper suas relações com Israel, caso os Estados Unidos mudem sua embaixada. Entre outras manifestações contrárias, esperam-se reações bastante complicadas em todo o Oriente Médio.

Vários protestos já são realizados na região, com a queima de bandeiras americanas e israelenses.

Histórico

Quando da anexação israelense na parte oriental de Jerusalém, em 1980, a Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou a retirada de todas as legações internacionais da Cidade Santa.
Assim, embora Israel considere Jerusalém como a capital, a soberania do país sobre a parte oriental da cidade (Jerusalém Oriental) não é reconhecida por grande parte da comunidade internacional, e os palestinos querem estabelecer a sede do futuro estado.
 http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2017-12-06/trump-jerusalem-embaixada.html

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Temer admite estar com obstrução parcial em artéria do coração


© Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Michel Temer admitiu, em entrevista ao site “Poder360” divulgada nesta sexta-feira, ter sido diagnosticado com uma obstrução parcial de uma artéria coronária,mas tentou mostrar tranquilidade.
— Obstrução parcial que é comum. Eu vejo muitas pessoas que têm essa obstrução e vivem normalmente. A receita foi: “Olha, tome aspirina infantil que é bom para fluir melhor o sangue e de tempos em tempos faça um exame, que se aumentar a obstrução tem que fazer um cateterismo”.
Há dez dias, quando foi revelado pela “Rede Globo” que o presidente deveria passar por um cateterismo após a votação da denúncia contra ele na Câmara, o Palácio do Planalto afirmou que não havia previsão de intervenção no presidente. Indagado se teria medo de passar pelo procedimento cirúrgico, Temer negou.
— Não. Nunca tive.
Temer estaria com uma artéria coronária 55% obstruída e disse usar um medicamento importado dos EUA, mas da marca alemã Bayer. Ele afirmou que caso a obstrução evolua “para 65%” será o caso de fazer um cateterismo.
https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/temer-admite-estar-com-obstru%C3%A7%C3%A3o-parcial-em-art%C3%A9ria-do-cora%C3%A7%C3%A3o/ar-AAtKZKQ?li=AAggXC1

Temer exonera oito ministros para votar contra denúncia na Câmara


© Foto: Evaristo Sá/AFP/Getty Images

Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira (20) decretos assinados pelo presidente da República, Michel Temer, com a exoneração de oito ministros de Estado.
Os ministros exonerados têm mandatos de deputados e voltam à Câmara, onde deverão participar da votação, em plenário, prevista para a próxima quarta-feira (25), da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Temer.
Na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, em sessão realizada na última quarta-feira (18), o relatório a favor da inadmissibilidade da denúncia foi aprovado pela maioria dos deputados que integram o colegiado.
Nos decretos de exoneração publicados nesta sexta-feira constam os nomes dos seguintes ministros: Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo; Leonardo Picciani, ministro do Esporte; Ronaldo Nogueira, ministro do Trabalho; Sarney Filho, do Meio Ambiente; Marx Beltrão, do Turismo; Maurício Quintella Lessa, dos Transportes; Mendonça Filho, da Educação; e Bruno Cavalcanti, das Cidades.
https://www.msn.com/pt-br/noticias/crise-politica/temer-exonera-oito-ministros-para-votar-contra-den%C3%BAncia-na-c%C3%A2mara/ar-AAtKVls?li=AAggXC1

Megaoperação contra pedofilia ocorre em 24 Estados e no DF

O Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagrou hoje (20) uma megaoperação de combate à pedofilia. A Operação Luz na Infância mobilizou 1,1 mil policiais para cumprir mandados de busca e apreensão em 24 estados e no Distrito Federal.

Preso durante a operação Luz da Infância chega à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo (SP), na manhã desta sexta-feira (20). A operação vista combater a pedofilia em 24 estados e no Distrito Federal.Preso durante a operação Luz da Infância chega à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo (SP), na manhã desta sexta-feira (20). A operação vista combater a pedofilia em 24 estados e no Distrito Federal.Foto: Marcell Roncon/Futura Press

Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do ministério, esta é uma das maiores ações mundiais contra a pedofilia. Os alvos da operação foram identificados após seis meses de investigações conjuntas da Senasp com agências de inteligência das secretarias estaduais de segurança pública e polícias civis, com a colaboração da embaixada dos Estados Unidos
Os investigadores mapearam a ação dos pedófilos na internet - ambiente que, segundo a Senasp, facilita a conduta criminosa de adultos que buscam atrair crianças e adolescentes. "O complexo ambiente da internet e a ausência de fronteiras no mundo virtual são elementos que propiciam terreno fértil à atuação desses criminosos", informa a Senasp, em nota.Um balanço preliminar da operação vai ser divulgado pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, em entrevista coletiva, no Rio de Janeiro, ainda esta manhã.

https://www.terra.com.br/noticias/brasil/policia/megaoperacao-contra-pedofilia-ocorre-em-24-estados-e-no-df,6bc448a94bc9f4a27d2b071951905444maymfoix.html

Bolsonaro declara sair do PSC e diz que negocia com mais de um partido

Deputado afirma que está "namorando o Patriotas", mas sabe de problemas do partido; no entanto, político afirma que tem outras legendas interessadas

Em uma visita a Uberlândia, em Minas Gerais, nesta quinta-feira (19) o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse estar “namorando o Patriotas”, porém, não negou flertar com outros partidos. "Sei que ele [o partido] tem alguns problemas, mas estou junto ao presidente Adilson Barroso para solucionar. Se não solucionar, como sou paraquedista, já tenho outro em vista", afirmou.

Deputado Jair Bolsonaro participa de evento e manifesta sua opinião política e econômica e é ovacionado por empresários
 
Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil - 22.06.2016
Deputado Jair Bolsonaro participa de evento e manifesta sua opinião política e econômica e é ovacionado por empresários
 
Bolsonaro já havia sinalizado que pretende sair do PSC. O deputado afirmou que seu desligamento deverá acontecer em março, que é quando a lei de fidelidade partidária possibilita filiação a outra sigla.

O político também disse que deverá manter o voto a favor do prosseguimento com as investigações contra o presidente da República, Michel Temer. A segunda denúncia contra o peemedebista será discutida em plenário na próxima quarta-feira (25), mesmo com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tendo aprovado o arquivamento do processo.

Eleições 2018

 

Durante o evento, o deputado participou de um debate promovido pelo G7, grupo  composto por entidades de representação de classe local, no qual deu sua opinião sobre temas como economia, política e alternativas relacionadas a avanços para o País.

O público, maioria formado por empresários e convidados, recebeu o discurso com aplausos e ovacionou Bolsonaro, que, apesar da postura política de campanha, não confirmou sua candidatura à Presidência da República nas eleições de 2018.

Em seu discurso, ele defendeu o porte de armas para todos os cidadãos, a excludente de ilicitude em homicídios cometidos pela Polícia Militar e a defesa da propriedade provada com armas. "Se um cidadão tem sua casa ou terra invadida, ele tem que ter o direito de abrir fogo contra o invasor", declarou ele.

Para finalizar, Bolsonaro também defendeu seu posicionamento favorável ao do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no que diz respeito aos imigritantes, e ainda disse que pretende seguir algumas condutas do polêmico presidente americano. "Quem quiser vir de outro país morar aqui vai ter que se submeter a critérios rigorosos, porque eu não posso prejudicar o meu povo para que outros sejam atendidos".

Temer exonera oito ministros para ampliar apoio contra denúncia na Câmara

Ministros exonerados têm mandatos de deputados e voltam à Câmara, onde deverão participar da votação da segunda denúncia contra Michel Temer

Presidente Michel Temer é acusado em nova denúncia de praticar crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa
Lula Marques/Agência PT - 22.9.16
Presidente Michel Temer é acusado em nova denúncia de praticar crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa




Em uma nova manobra política do presidente da República, o Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (18) traz a exoneração de outros oito ministros do governo de Michel Temer. São eles Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Leonardo Picciani (Esporte), Ronaldo Nogueira (Trabalho), Sarney Filho (Meio Ambiente), Marx Beltrão (Turismo), Maurício Quintella Lessa (Transportes), Mendonça Filho (Educação) e Bruno Cavalcanti (Cidades).

Todos os ministros exonerados têm mandatos de deputados e, deixando a cúpula do governo, voltam à Câmara, onde deverão participar da votação, em plenário, prevista para a próxima quarta-feira (25), da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer .

Na última quarta-feira, o presidente já tinha exonerado dois ministros, Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia; e Raul Jungmann, da Defesa . Os suplentes desses dois ex-ministros são Severino Ninho (PSB-PE) e Creuza Pereira (PSB-PE), críticos ao governo.
Essa não é a primeira vez que Temer realiza manobras deste tipo para garantir sua vitória na Casa. Na primeira denúncia contra ele na Câmara dos Deputados, o presidente fez uma série de trocas em seu governo, retornando os ministros e autoridades aos seus cargos logo após a votação. 
 

A denúncia 

Temer, Padilha e Moreira Franco são acusados de atuar em organização criminosa junto a outros integrantes do chamado "quadrilhão do PMDB na Câmara". Também foram denunciados por esse crime os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures.

Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara , em sessão realizada na última quarta-feira (18), o relatório a favor da inadmissibilidade da denúncia foi aprovado pela maioria dos deputados que integram o colegiado.

Nessa segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o peemedebista também é acusado de praticar crime de tentativa de obstrução à Justiça ao lado do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. A acusação se refere ao episódio de suposta tentativa de compra do silêncio do lobista Lúcio Funaro.

Ministros exonerados têm mandatos de deputados e voltam à Câmara, onde deverão participar da votação da segunda denúncia contra Michel Temer

Presidente Michel Temer é acusado em nova denúncia de praticar crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa
Lula Marques/Agência PT - 22.9.16
Presidente Michel Temer é acusado em nova denúncia de praticar crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa




Em uma nova manobra política do presidente da República, o Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (18) traz a exoneração de outros oito ministros do governo de Michel Temer. São eles Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Leonardo Picciani (Esporte), Ronaldo Nogueira (Trabalho), Sarney Filho (Meio Ambiente), Marx Beltrão (Turismo), Maurício Quintella Lessa (Transportes), Mendonça Filho (Educação) e Bruno Cavalcanti (Cidades).
Todos os ministros exonerados têm mandatos de deputados e, deixando a cúpula do governo, voltam à Câmara, onde deverão participar da votação, em plenário, prevista para a próxima quarta-feira (25), da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer .
Na última quarta-feira, o presidente já tinha exonerado dois ministros, Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia; e Raul Jungmann, da Defesa . Os suplentes desses dois ex-ministros são Severino Ninho (PSB-PE) e Creuza Pereira (PSB-PE), críticos ao governo.
Essa não é a primeira vez que Temer realiza manobras deste tipo para garantir sua vitória na Casa. Na primeira denúncia contra ele na Câmara dos Deputados, o presidente fez uma série de trocas em seu governo, retornando os ministros e autoridades aos seus cargos logo após a votação.

A denúncia 

Temer, Padilha e Moreira Franco são acusados de atuar em organização criminosa junto a outros integrantes do chamado "quadrilhão do PMDB na Câmara". Também foram denunciados por esse crime os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures.
Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara , em sessão realizada na última quarta-feira (18), o relatório a favor da inadmissibilidade da denúncia foi aprovado pela maioria dos deputados que integram o colegiado.
Leia também: CCJ conclui sessão que discute parecer sobre rejeição da denúncia contra Temer
Nessa segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o peemedebista também é acusado de praticar crime de tentativa de obstrução à Justiça ao lado do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. A acusação se refere ao episódio de suposta tentativa de compra do silêncio do lobista Lúcio Funaro.
Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-10-20/michel-temer-exonera-ministros.html

Lava Jato: ex-funcionários de Cabral afirmam que foram usados como "laranjas"

Inquérito investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada para dar aparência de legalidade a dinheiro de propina
Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela  FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Três ex-funcionários de Sérgio Cabral e de outros denunciados prestaram depoimentos nesta quinta-feira (19) ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, responsável por inquéritos da Operação Lava Jato no estado. As testemunhas falaram sobre pagamentos relacionados à Survey Mar e Serviços Ltda e o uso de seus nomes como “laranjas” na propriedade de empresas.

O inquérito da Operação Lava Jato investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, que dariam aparência de legalidade ao dinheiro de propina. Os acusados são o ex-governador Sérgio Cabral, o dono da FW Engenharia, Flávio Werneck; o contador da FW, Alberto Conde; a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves; o irmão do ex-governador, Maurício Cabral; e Carlos Miranda, um dos envolvidos, que não ocupava cargo no governo.

Uma das testemunhas, Paulo Rezende da Silva, ex-sócio da Survey, disse que entrou como sócio da empresa a pedido de Alberto Conde por ser, na época, casado com a neta dele, com quem tem uma filha. Porém, Silva negou qualquer participação nos esquemas e informou que nunca fez nenhuma movimentação ou autorização financeira ou que tenha tratado de serviços ligados à empresa.

Segundo Silva, o endereço que consta como sede da Survey, em Guapimirim, na verdade, é um sítio da família Conde, que chegou a frequentar em ocasiões de festas ou fins de semana, sem nenhuma atividade empresarial.

Já a ex-secretária pessoal de Cabral, Sonia Ferreira Baptista, disse que trabalhou para o ex-governador com cargo comissionado, na época em que ele foi parlamentar, mas desde que deixou o Senado, passou a ser sua secretária particular e cuidava dos assuntos domésticos dele. Ela afirmou que se reportava a Carlos Miranda, que ordenava os pagamentos necessários, inclusive para a ex-esposa de Cabral.

“Eu ficava em um escritório, e tudo que precisava que fosse pago, passava pra ele [Carlos Miranda], então ele mandava pagar. Tratava de despesas pessoais da Suzana, geria às vezes pagamento de funcionários da Araras  [empresa de consultoria de Suzana], seguro dos carros, IPVA. Quando quebrava um carro, eu cuidava de pagar a franquia do seguro. Eu entregava dinheiro a ela e ela pagava, dinheiro que eu pegava com o Carlos Miranda ”.

Eventualmente, de acordo com a ex-secretária, Miranda solicitava a emissão de notas fiscais em nome da empresa Araras Empreendimentos, de Suzana, para ser paga pela FW. Sonia disse que entrou como sócia da empresa LRG, de propriedade de Miranda, a pedido dele, mas que nunca foi informada ou autorizou qualquer movimentação em nome da empresa.

A ex-secretária da FW, Nádia Lubi Martins de Oliveira, disse que pegava notas fiscais em nome da Survey no escritório de contabilidade de Conde, a mando de Flávio Werneck, e ordenava os pagamentos. Ela confirmou que tinha contato telefônico com Sonia, que cobrava pagamentos em atraso das notas da Araras.

Entenda a denúncia
Em maio, o Ministério Público Federal informou que as investigações da Operação Calicute (braço da Lava Jato dedicado a apurar o esquema criminoso liderado pelo ex-governador do Rio) apontaram indícios de que Suzana Neves teria ajudado a ocultar bens e recursos de Cabral.

Os investigadores apuraram que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro  usou sua empresa (Araras Empreendimentos Consultoria e Serviços Ltda.) para comprar um imóvel na cidade de São João del-Rei por R$ 600 mil. A origem dos recursos empenhados nessa aquisição é motivo de uma das suspeitas do MPF.

Outra suspeita acerca desse imóvel diz respeito ao possível uso dele para guardar bens de valor adquiridos com recursos ilícitos da organização chefiada por Cabral, como obras de arte. Informantes da força-tarefa relataram que nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, houve o descarregamento de um “container de quadros” na casa.

As investigações também apontam que Suzana Neves utilizou sua empresa para ocultar a origem ilícita de R$ 1,2 milhão por meio de 31 transferências bancárias no período de 2011 a 2013. As transações tinham como origem contas ligadas ao grupo de empresas da empreiteira FW Engenharia, por intermédio da Survey Mar e Serviços Ltda, e aportavam na conta da empresa de Suzana a título de "serviços de consultoria", porém em valor quase duas vezes maior que a sua renda bruta declarada.

Quase 50% dos valores recebidos pela Survey da FW, no período analisado pela investigação, foram repassados logo em seguida para a empresa de Suzana Neves.

Esquema de Cabral
Segundo o MPF, a movimentação aponta para lavagem de dinheiro pago como propina à organização criminosa em contratos que o Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou com a FW Engenharia.

Em diligências de busca e apreensão autorizadas durante a Operação Calicute , foram apreendidas diversas anotações que indicam o pagamento de propina pela empreiteira FW Engenharia em benefício da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral.

Um dos contratos firmados com a empresa, no valor de R$ 35 milhões, teve por objeto a elaboração de projeto executivo e a execução de obras complementares de urbanização no Complexo de Manguinhos, comunidade beneficiada pelo PAC Favelas. A contratação foi financiada com recursos da União provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento.

As denúncias já apresentadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro revelam como Sérgio Cabral instituiu, ao assumir o Governo do Rio de Janeiro, em 2007, um esquema de cartelização de empresas e favorecimento em licitações, mediante pagamento de propina de cerca de 5% em todas as grandes obras públicas de construção civil contratadas junto ao ente público, quase sempre custeadas ou financiadas com recursos federais.

As investigações da Operação Lava Jato demonstram que a organização desviou mais de US$ 100 milhões dos cofres públicos mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior.

Inquérito investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada para dar aparência de legalidade a dinheiro de propina

Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela  FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Três ex-funcionários de Sérgio Cabral e de outros denunciados prestaram depoimentos nesta quinta-feira (19) ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, responsável por inquéritos da Operação Lava Jato no estado. As testemunhas falaram sobre pagamentos relacionados à Survey Mar e Serviços Ltda e o uso de seus nomes como “laranjas” na propriedade de empresas.
O inquérito da Operação Lava Jato investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, que dariam aparência de legalidade ao dinheiro de propina. Os acusados são o ex-governador Sérgio Cabral, o dono da FW Engenharia, Flávio Werneck; o contador da FW, Alberto Conde; a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves; o irmão do ex-governador, Maurício Cabral; e Carlos Miranda, um dos envolvidos, que não ocupava cargo no governo.
Uma das testemunhas, Paulo Rezende da Silva, ex-sócio da Survey, disse que entrou como sócio da empresa a pedido de Alberto Conde por ser, na época, casado com a neta dele, com quem tem uma filha. Porém, Silva negou qualquer participação nos esquemas e informou que nunca fez nenhuma movimentação ou autorização financeira ou que tenha tratado de serviços ligados à empresa.
Segundo Silva, o endereço que consta como sede da Survey, em Guapimirim, na verdade, é um sítio da família Conde, que chegou a frequentar em ocasiões de festas ou fins de semana, sem nenhuma atividade empresarial.
Já a ex-secretária pessoal de Cabral, Sonia Ferreira Baptista, disse que trabalhou para o ex-governador com cargo comissionado, na época em que ele foi parlamentar, mas desde que deixou o Senado, passou a ser sua secretária particular e cuidava dos assuntos domésticos dele. Ela afirmou que se reportava a Carlos Miranda, que ordenava os pagamentos necessários, inclusive para a ex-esposa de Cabral.
“Eu ficava em um escritório, e tudo que precisava que fosse pago, passava pra ele [Carlos Miranda], então ele mandava pagar. Tratava de despesas pessoais da Suzana, geria às vezes pagamento de funcionários da Araras  [empresa de consultoria de Suzana], seguro dos carros, IPVA. Quando quebrava um carro, eu cuidava de pagar a franquia do seguro. Eu entregava dinheiro a ela e ela pagava, dinheiro que eu pegava com o Carlos Miranda ”.
Eventualmente, de acordo com a ex-secretária, Miranda solicitava a emissão de notas fiscais em nome da empresa Araras Empreendimentos, de Suzana, para ser paga pela FW. Sonia disse que entrou como sócia da empresa LRG, de propriedade de Miranda, a pedido dele, mas que nunca foi informada ou autorizou qualquer movimentação em nome da empresa.
A ex-secretária da FW, Nádia Lubi Martins de Oliveira, disse que pegava notas fiscais em nome da Survey no escritório de contabilidade de Conde, a mando de Flávio Werneck, e ordenava os pagamentos. Ela confirmou que tinha contato telefônico com Sonia, que cobrava pagamentos em atraso das notas da Araras.

Entenda a denúncia

Em maio, o Ministério Público Federal informou que as investigações da Operação Calicute (braço da Lava Jato dedicado a apurar o esquema criminoso liderado pelo ex-governador do Rio) apontaram indícios de que Suzana Neves teria ajudado a ocultar bens e recursos de Cabral.
Leia também: MPF denuncia Cabral e mais sete por corrupção em serviços terceirizados no Rio
Os investigadores apuraram que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro  usou sua empresa (Araras Empreendimentos Consultoria e Serviços Ltda.) para comprar um imóvel na cidade de São João del-Rei por R$ 600 mil. A origem dos recursos empenhados nessa aquisição é motivo de uma das suspeitas do MPF.
Outra suspeita acerca desse imóvel diz respeito ao possível uso dele para guardar bens de valor adquiridos com recursos ilícitos da organização chefiada por Cabral, como obras de arte. Informantes da força-tarefa relataram que nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, houve o descarregamento de um “container de quadros” na casa.
As investigações também apontam que Suzana Neves utilizou sua empresa para ocultar a origem ilícita de R$ 1,2 milhão por meio de 31 transferências bancárias no período de 2011 a 2013. As transações tinham como origem contas ligadas ao grupo de empresas da empreiteira FW Engenharia, por intermédio da Survey Mar e Serviços Ltda, e aportavam na conta da empresa de Suzana a título de "serviços de consultoria", porém em valor quase duas vezes maior que a sua renda bruta declarada.
Quase 50% dos valores recebidos pela Survey da FW, no período analisado pela investigação, foram repassados logo em seguida para a empresa de Suzana Neves.

Esquema de Cabral

Segundo o MPF, a movimentação aponta para lavagem de dinheiro pago como propina à organização criminosa em contratos que o Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou com a FW Engenharia.
Em diligências de busca e apreensão autorizadas durante a Operação Calicute , foram apreendidas diversas anotações que indicam o pagamento de propina pela empreiteira FW Engenharia em benefício da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral.
Um dos contratos firmados com a empresa, no valor de R$ 35 milhões, teve por objeto a elaboração de projeto executivo e a execução de obras complementares de urbanização no Complexo de Manguinhos, comunidade beneficiada pelo PAC Favelas. A contratação foi financiada com recursos da União provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento.
Leia também: Rio de Janeiro tem três tiroteios e enterro do 108º policial morto no ano
As denúncias já apresentadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro revelam como Sérgio Cabral instituiu, ao assumir o Governo do Rio de Janeiro, em 2007, um esquema de cartelização de empresas e favorecimento em licitações, mediante pagamento de propina de cerca de 5% em todas as grandes obras públicas de construção civil contratadas junto ao ente público, quase sempre custeadas ou financiadas com recursos federais.
As investigações da Operação Lava Jato demonstram que a organização desviou mais de US$ 100 milhões dos cofres públicos mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior.
Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-10-19/operacao-lava-jato.html

Inquérito investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada para dar aparência de legalidade a dinheiro de propina

Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela  FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Operação Lava Jato: invetigações indicam o pagamento de propina pela FW Engenharia em benefício de Sérgio Cabral
Três ex-funcionários de Sérgio Cabral e de outros denunciados prestaram depoimentos nesta quinta-feira (19) ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, responsável por inquéritos da Operação Lava Jato no estado. As testemunhas falaram sobre pagamentos relacionados à Survey Mar e Serviços Ltda e o uso de seus nomes como “laranjas” na propriedade de empresas.
O inquérito da Operação Lava Jato investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, que dariam aparência de legalidade ao dinheiro de propina. Os acusados são o ex-governador Sérgio Cabral, o dono da FW Engenharia, Flávio Werneck; o contador da FW, Alberto Conde; a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves; o irmão do ex-governador, Maurício Cabral; e Carlos Miranda, um dos envolvidos, que não ocupava cargo no governo.
Uma das testemunhas, Paulo Rezende da Silva, ex-sócio da Survey, disse que entrou como sócio da empresa a pedido de Alberto Conde por ser, na época, casado com a neta dele, com quem tem uma filha. Porém, Silva negou qualquer participação nos esquemas e informou que nunca fez nenhuma movimentação ou autorização financeira ou que tenha tratado de serviços ligados à empresa.
Segundo Silva, o endereço que consta como sede da Survey, em Guapimirim, na verdade, é um sítio da família Conde, que chegou a frequentar em ocasiões de festas ou fins de semana, sem nenhuma atividade empresarial.
Já a ex-secretária pessoal de Cabral, Sonia Ferreira Baptista, disse que trabalhou para o ex-governador com cargo comissionado, na época em que ele foi parlamentar, mas desde que deixou o Senado, passou a ser sua secretária particular e cuidava dos assuntos domésticos dele. Ela afirmou que se reportava a Carlos Miranda, que ordenava os pagamentos necessários, inclusive para a ex-esposa de Cabral.
“Eu ficava em um escritório, e tudo que precisava que fosse pago, passava pra ele [Carlos Miranda], então ele mandava pagar. Tratava de despesas pessoais da Suzana, geria às vezes pagamento de funcionários da Araras  [empresa de consultoria de Suzana], seguro dos carros, IPVA. Quando quebrava um carro, eu cuidava de pagar a franquia do seguro. Eu entregava dinheiro a ela e ela pagava, dinheiro que eu pegava com o Carlos Miranda ”.
Eventualmente, de acordo com a ex-secretária, Miranda solicitava a emissão de notas fiscais em nome da empresa Araras Empreendimentos, de Suzana, para ser paga pela FW. Sonia disse que entrou como sócia da empresa LRG, de propriedade de Miranda, a pedido dele, mas que nunca foi informada ou autorizou qualquer movimentação em nome da empresa.
A ex-secretária da FW, Nádia Lubi Martins de Oliveira, disse que pegava notas fiscais em nome da Survey no escritório de contabilidade de Conde, a mando de Flávio Werneck, e ordenava os pagamentos. Ela confirmou que tinha contato telefônico com Sonia, que cobrava pagamentos em atraso das notas da Araras.

Entenda a denúncia

Em maio, o Ministério Público Federal informou que as investigações da Operação Calicute (braço da Lava Jato dedicado a apurar o esquema criminoso liderado pelo ex-governador do Rio) apontaram indícios de que Suzana Neves teria ajudado a ocultar bens e recursos de Cabral.
Leia também: MPF denuncia Cabral e mais sete por corrupção em serviços terceirizados no Rio
Os investigadores apuraram que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro  usou sua empresa (Araras Empreendimentos Consultoria e Serviços Ltda.) para comprar um imóvel na cidade de São João del-Rei por R$ 600 mil. A origem dos recursos empenhados nessa aquisição é motivo de uma das suspeitas do MPF.
Outra suspeita acerca desse imóvel diz respeito ao possível uso dele para guardar bens de valor adquiridos com recursos ilícitos da organização chefiada por Cabral, como obras de arte. Informantes da força-tarefa relataram que nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, houve o descarregamento de um “container de quadros” na casa.
As investigações também apontam que Suzana Neves utilizou sua empresa para ocultar a origem ilícita de R$ 1,2 milhão por meio de 31 transferências bancárias no período de 2011 a 2013. As transações tinham como origem contas ligadas ao grupo de empresas da empreiteira FW Engenharia, por intermédio da Survey Mar e Serviços Ltda, e aportavam na conta da empresa de Suzana a título de "serviços de consultoria", porém em valor quase duas vezes maior que a sua renda bruta declarada.
Quase 50% dos valores recebidos pela Survey da FW, no período analisado pela investigação, foram repassados logo em seguida para a empresa de Suzana Neves.

Esquema de Cabral

Segundo o MPF, a movimentação aponta para lavagem de dinheiro pago como propina à organização criminosa em contratos que o Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou com a FW Engenharia.
Em diligências de busca e apreensão autorizadas durante a Operação Calicute , foram apreendidas diversas anotações que indicam o pagamento de propina pela empreiteira FW Engenharia em benefício da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral.
Um dos contratos firmados com a empresa, no valor de R$ 35 milhões, teve por objeto a elaboração de projeto executivo e a execução de obras complementares de urbanização no Complexo de Manguinhos, comunidade beneficiada pelo PAC Favelas. A contratação foi financiada com recursos da União provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento.
Leia também: Rio de Janeiro tem três tiroteios e enterro do 108º policial morto no ano
As denúncias já apresentadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro revelam como Sérgio Cabral instituiu, ao assumir o Governo do Rio de Janeiro, em 2007, um esquema de cartelização de empresas e favorecimento em licitações, mediante pagamento de propina de cerca de 5% em todas as grandes obras públicas de construção civil contratadas junto ao ente público, quase sempre custeadas ou financiadas com recursos federais.
As investigações da Operação Lava Jato demonstram que a organização desviou mais de US$ 100 milhões dos cofres públicos mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior.
Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-10-19/operacao-lava-jato.html