quarta-feira, 18 de maio de 2016

Temer exonera o presidência do Conselho Nacional do Sesi


O presidente interino Michel Temer exonerou o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho do cargo de presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi). O decreto foi publicado nesta quarta-feira (18) no Diário Oficial da União. 

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho foi exonerado do cargo de presidente do Conselho Nacional do Sesi
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho foi exonerado do cargo de presidente do Conselho Nacional do Sesi
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Carvalho foi secretário-geral no primeiro mandato da presidente afastada Dilma Rousseff e chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante os oito anos foi responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais. Desempenhou diversas funções no Partido dos Trabalhadores e exerceu cargos na prefeitura de Santo André (SP). Carvalho estava na presidência do conselho desde fevereiro de 2015. 

Também foi publicada hoje a nomeação de João Henrique de Almeida Sousa para o lugar de Carvalho na presidência do Conselho Nacional do Sesi. Sousa é advogado, foi deputado federal pelo Piauí, entre 1991 e 2002, e ministro dos Transportes no final do segundo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos dois primeiros anos do governo Lula, foi presidente dos Correios. 

O Conselho Nacional do Sesi é responsável por fixar as diretrizes, coordenar as ações, programas e metas da entidade, aprovar e fiscalizar os orçamentos e suas respectivas execuções, além das prestações de contas do Departamento Nacional e dos departamentos regionais. Encaminha também as prestações de contas da entidade à Controladoria-Geral da União (CGU), órgão agora extinto por Michel Temer, e ao Tribunal de Contas da União (TCU). É formado por representantes dos empresários, do governo e dos trabalhadores. 

http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/temer-exonera-gilberto-carvalho-da-presidencia-do-conselho-nacional-do-sesi,e515b32e2514a120f958a2e927729a622e1f9a0v.html

Presidente do PSD aceita assumir Correios e aguarda Temer

O presidente do PSD, Guilherme Campos, confirmou que foi convidado e que aceitará assumir a presidência dos Correios. O convite partiu do ministro das Comunicações, Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab, também do PSD. 

Sobre uma eventual abertura de capital dos Correios, Campos disse que se pronunciará apenas após assumir o comando da estatal
Sobre uma eventual abertura de capital dos Correios, Campos disse que se pronunciará apenas após assumir o comando da estatal
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil/Fotos Públicas / O Financista
"O convite foi feito. As conversas com o presidente (em exercício) Michel Temer estão quase finalizadas. Agora é aguardar que ele aprove a indicação do Kassab e faça o anúncio até o final da semana", afirmou Campos a O Financista

Sobre uma eventual abertura de capital dos Correios, Campos disse que se pronunciará apenas após assumir o comando da estatal. 

Se o anúncio for oficializado, o presidente substituirá Giovanni Queiroz, que assumiu a presidência dos Correios em novembro do ano passado durante o governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/presidente-do-psd-aceita-convite-para-assumir-correios-e-aguarda-aval-de-temer,f390dbc8bdb6cf8bf49af2ea7ada17b8pimp9864.html

'Por teimosia, Dilma não conseguirá reverter impeachment', diz Requião

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) não acredita que a presidente afastada Dilma Rousseff será bem-sucedida na tentativa de reverter o processo de impeachment. 

Roberto Requião: "O PMDB não é o partido nazista, é um partido que vive da diversidade de opiniões"
Roberto Requião: "O PMDB não é o partido nazista, é um partido que vive da diversidade de opiniões"
Foto: BBC Brasil
Em entrevista à BBC Brasil, o ex-governador do Paraná - que, mesmo sendo do partido do presidente interino Michel Temer, vê o processo de impeachment como "golpe" - diz que Dilma não seria capaz de costurar as alianças necessárias, propondo mudanças radicais em suas políticas, "porque ela é muito teimosa". 

Requião refuta ainda qualquer tipo de pressão interna em seu partido por ser contrário ao impeachment e ao governo interino de seu correligionário Michel Temer. "O PMDB não é o partido nazista", afirma. 

O senador está em Lisboa para participar da cúpula da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-América (EuroLat), que reúne cerca de 120 parlamentares de países dos dois lados do Atlântico. 

Ele faz parte de um grupo de senadores brasileiros contrários ao impeachment que quer buscar apoio da comunidade internacional. 

Como copresidente do componente latino-americano do organismo, Requião também fez um discurso na sessão de abertura da cúpula, no qual fez duras críticas ao governo interino. 

Abaixo, os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil: A participação em fóruns no exterior e o apoio da comunidade internacional podem reverter o processo de impeachment?
Roberto Requi ão: Acredito que o impeachment só seria revertido pela própria Dilma, criando um a aliança para formar um governo de coalizão nacional, uma mudança radical da política econômica, a busca pelo apoio popular, mas isso dificilmente ela fará, porque é muito teimosa. A Dilma vai seguir a mesma linha em que estava governando, que é uma linha inaceitável. 

BBC Brasil: Por que o senhor considera inaceitável?
Requião: Porque, na verdade, ela começou a fazer o que o Temer quer fazer agora. Privatizações, a visão neoliberal da economia, a globalização e destruição de empresas públicas, cortes na saúde e na educação, cortes na Previdência, precarização das leis de trabalho… enfim, é a reação do capital vadio contra o Estado social.
"A Dilma vai seguir a mesma linha em que estava governando, que é uma linha inaceitável", disse Requião
"A Dilma vai seguir a mesma linha em que estava governando, que é uma linha inaceitável", disse Requião
Foto: BBC Brasil
BBC Brasil: Uma incapacidade do governo Temer poderia salvar o mandato da Dilma?
Requião: Dificilmente salvará o mandato dela, mas pode levar a uma mudança da orientação da política econômica do Brasil, com Dilma ou sem Dilma.
BBC Brasil: O senhor esperava, neste encontro em Lisboa, uma resposta dos países latino-americanos ao impeachment?
Requião: O componente latino-americano do EuroLat mostrou uma coerência e uma unidade impressionante em relação à democracia e rejeitou a interinidade deste atual governo brasileiro. Isso é muito importante. (...)Envia uma mensagem para a discussão da democracia no mundo, é um reflexo muito positivo na história política recente, no período que estamos vivendo.
BBC Brasil : O senhor defende uma nova eleição presidencial em outubro. É possível realizar, sem muitos danos, um pleito tão importante em tão pouco tempo?
Requião: A eleição elimina os danos dessa transição. A Dilma perdeu o seu próprio apoio porque governou com a política econômica do adversário. Perdeu sua base e não ganhou outra. E ainda por cima se relacionou mal com o Congresso nacional. O Temer foi eleito na mesma chapa da Dilma, ou seja, com a mesma proposta política desenvolvimentista, nacionalista.
Mas ele tenta agora uma virada absurda para uma visão neoliberal, um programa muito parecido com o programa que destruiu a Grécia e sem a homologação da opinião pública. O Temer fica em uma dificuldade muito semelhante à da Dilma, que é a falta de apoio da sociedade civil, da população brasileira. E ele busca esse apoio da forma tradicional, dividindo cargos no Congresso nacional, que tem uma representatividade altamente questionável hoje em função do sistema eleitoral.
"A eleição elimina os danos dessa transição", opinou o senador
"A eleição elimina os danos dessa transição", opinou o senador
Foto: BBC Brasil
BBC Brasil: O senhor defende, então, eleições gerais e não apenas à Presidência?
Requi ão: O importante é começar pela eleição presidencial, mas depois temos de focar em mudar o sistema eleitoral. Já começamos a mudar. O Brasil já aboliu o financiamento de pessoas jurídicas de campanha eleitoral, esse é o primeiro passo e é muito importante. 

BBC Brasil: Quais seriam os passos seguintes?
Requião: É preciso acabar com essa multiplicidade absurda de partidos, que na verdade são legendas negociais, que entram no jogo político para negociar apoio e posições no Parlamento e fora dele. A reforma política é essa, mas a reforma fundamental é econômica. 

BBC Brasil: O posicionamento do senhor, contrário ao impeachment, tem causado alguma forma de pressão dentro do PMDB?
Requião: O PMDB não é o partido nazista, é um partido que vive da diversidade de opiniões. Na verdade, a minha opinião é a opinião histórica do partido, os outros é que estão mudando.