sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Indústria encerra 2015 com ociosidade recorde, diz CNI

BRASÍLIA - O setor industrial encerrou 2015 com ociosidade recorde, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A utilização da capacidade instalada (UCI) atingiu 62% em dezembro e é a menor da série histórica mensal, iniciada em janeiro de 2011.

A intenção de investimento teve queda de 0,8% em janeiro ante dezembro e atingiu 41,6 pontos, de acordo com a Sondagem Industrial da CNI. O índice de intenção de investimento varia de zero de cem pontos e quanto mais alto, maior a intenção de investir. Segundo a CNI, diferentemente da maioria dos índices da Sondagem Industrial, essa taxa não tem um ponto de inflexão entre investir e não investir (linha divisória de 50 pontos). Apenas indica o quão difundida entre as empresas é a intenção de investir.

Segundo a CNI, a produção também teve forte queda em dezembro. O indicador registrou 35,5 pontos. Neste caso, valores abaixo dos 50 pontos indicam redução da produção industrial na comparação com o mês anterior. Essa contração na atividade fez com que os estoques fossem ajustados. O índice de evolução dos estoques teve recuo intenso em dezembro e assinalou 46,6 pontos. Esse também foi o menor indicador desde o início da série, em janeiro de 2011. Isso contribuiu para que os estoques se mantivessem no nível planejado pelas empresas. O índice de estoques efetivo-planejado recuou de 51,4 pontos, em novembro, para 49,8 pontos, em dezembro, ficando praticamente na linha dos 50 pontos.

O índice de evolução do número de empregados também ficou abaixo dos 50 pontos e registrou 41,5 pontos em dezembro, o que sinaliza queda no emprego da indústria.

A fraca atividade do setor mantém os empresários pessimistas em relação à demanda, ao número de empregados e a compras de matérias-primas para os próximos seis meses. Embora em janeiro esses índices tenham crescido na comparação com dezembro, eles se mantêm abaixo da linha dos 50 pontos, o que sinaliza perspectivas negativas. O indicador de demanda assinalou 44,8 pontos, o de compras de matérias-primas registrou 43,6 pontos e o de número de empregados foi 42,3 pontos.

Somente as expectativas para exportações são de crescimento para os próximos meses, já que o indicador ficou acima dos 50 pontos. O índice de quantidade exportada cresceu de 50,1 pontos, em dezembro, para 52,4 pontos, em janeiro.

Segundo a Sondagem Industrial, a elevada carga tributária, a baixa demanda e o alto custo da energia foram os principais problemas enfrentados pela indústria no último trimestre de 2015. Enquanto a carga tributária foi apontada por 49,3% dos empresários, a baixa demanda teve 43,9% das indicações e o alto custo de energia representou 28,9% das respostas.

Os empresários também estão insatisfeitos com o lucro operacional e a situação financeira no quarto trimestre de 2015. O índice de satisfação com a margem de lucro foi de 33,2 pontos e, com a situação financeira, 38,8 pontos. Além disso, há dificuldade de acesso ao crédito, cujo índice registrou 30,5 pontos no quarto trimestre. Valores abaixo de 50 pontos indicam insatisfação e dificuldade de acesso ao crédito.
Esta edição da Sondagem Industrial foi produzida entre 4 e 13 de janeiro com 2.225 empresas, das quais 910 são pequenas, 815 são médias e 500 de grande porte.

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Azul reduz voos e cede 17 aviões para TAP

Azul: A partir de abril, a Azul vai reduzir de cinco para dois o número de voos diários para os Estados Unidos
A companhia aérea brasileira Azul vai transferir 17 aviões de sua frota para a portuguesa TAP a partir de fevereiro. A decisão faz parte de um processo de redução de voos no Brasil pela Azul, que pretende cortar 7% da sua oferta de passagens aéreas para destinos nacionais neste ano e frequências para os Estados Unidos. As duas empresas aéreas funcionam separadamente, mas ambas são controladas pelo empresário David Neeleman, e estão em processo de integração de rotas.

A Azul vinha com um plano de crescimento expressivo nos últimos anos, mas teve de reverter esse processo em meio à retração da economia brasileira, que derrubou a demanda por passagens aéreas, e ficou com um excedente de frota, atualmente em 140 unidades. “Tínhamos aviões para crescer em 15% a nossa oferta de assentos em 2015, mas, com a crise, aumentamos apenas 4%. Fazendo uma conta de padaria, estamos com um excesso de capacidade de 11% que justifica essa redução na frota”, explica o presidente da Azul, Antonoaldo Neves.

A partir de abril, a Azul vai reduzir de cinco para dois o número de voos diários para os Estados Unidos Divulgação A Azul entregará para a TAP nove jatos da Embraer, seis turboélices da ATR e dois modelos A330, da Airbus. Os jatos e turboélices serão usados pela TAP para fazer voos na Europa, já os A330 reforçarão os voos da empresa para os EUA, apurou o Estado.

Apesar de as duas aéreas terem o mesmo controlador, a operação, segundo Neves, envolveu um processo rigoroso de análise técnica e financeira e foi acompanhada por comitês das duas empresas responsáveis por avaliar operações envolvendo partes relacionadas, já que têm diferentes acionistas minoritários. “O que facilitou a operação foi o fato da manutenção dos aviões da Azul ser feita pela unidade de engenharia da TAP no Brasil. Isso acelerou o processo de transferência dos aviões e foi bom para as duas companhias”, explicou.

Segundo ele, a transação foi uma oportunidade pontual e a TAP e a Azul ainda mantêm planos de frota separados. “Não avaliamos a frota conjuntamente. Não estamos nesse estágio. Um dia podemos chegar.”
A Azul não está sozinha no movimento de redução de frota. As concorrentes Gol e TAM também anunciaram recentemente que vão devolver seus aviões, alugar para empresas estrangeiras ou adiar as entregas previstas diante da crise.

Ajuste na malha
A Azul anunciou em abril de 2014 a compra de sete aviões A330 para voar do Brasil para os EUA. Com a alta do dólar, que tornou mais cara a viagem internacional para os brasileiros, a demanda por essa rota esfriou. Com excesso de oferta, as empresas tiveram de vender passagens abaixo do preço de custo para encher os aviões. “Todo mundo está perdendo dinheiro nos voos para os EUA com a passagem a US$ 300”, disse uma fonte do setor.

Em dezembro passado, a Azul tinha cinco voos diários para os Estados Unidos – Orlando e Miami–, mas reduzirá a frequência para dois voos diários a partir de abril. O voo para Nova York, que deveria ser lançado neste ano, foi para a geladeira.

Em meio ao corte de voos para os Estados Unidos, a empresa transferiu o contrato de leasing de dois A330 para a TAP e vai usar um dos cinco que mantém na frota em um voo de Campinas (Viracopos) para Lisboa. A rota será inaugurada em 4 de maio e terá três frequências semanais. Neves argumenta que a rota para a Europa tem metade dos assentos ocupados por estrangeiros, um volume que é de menos de 15% nos voos para os Estados Unidos, rota em que predominam os brasileiros.

Se para os brasileiros a viagem internacional está mais cara, a desvalorização do real torna o Brasil mais barato para os turistas estrangeiros, equilibrando a demanda de passagens entre Brasil e Europa.

Outra razão da Azul para voar até Lisboa é a possibilidade de distribuir os clientes brasileiros pela Europa por meio de um acordo de compartilhamento de voos (code share) com a TAP. A companhia aérea portuguesa voa para cerca de 80 cidades em 35 países e tem os brasileiros entre seus principais clientes.
As duas empresas fecharam uma parceria após o consórcio Atlantic Gateway, que tem o empresário David Neeleman entre os acionistas, vencer o processo de privatização da TAP. O grupo adquiriu 61% da companhia em junho do ano passado.

Ao mesmo tempo em que são parceiras, as duas empresas vão concorrer diretamente no rota Brasil-Lisboa. A TAP voa para 12 cidades brasileiras, entre elas, Campinas. A TAP não comentou o movimento da Azul.
TAP

Depois de 15 anos de tratativas para privatizar a TAP, a venda da companhia, assinada no ano passado, é questionada pelo atual governo português. O socialista António Costa, que assumiu o cargo de primeiro-ministro do país em novembro do ano passado, alega que o processo de privatização não está concluído e que o Estado pretende reassumir o controle da companhia aérea.

O ministro do Planejamento de Portugal, Pedro Marques, admite que está negociando com o consórcio Atlantic Gateway, que assumiu o controle da empresa em novembro de 2015, uma solução de gestão compartilhada, segundo reportagem publicada ontem pelo jornal Público.

O ministro diz aceitar que a TAP tenha investidores privados, mas entende que eles deveriam ser acionistas minoritários e o Estado deveria retomar o controle da companhia aérea. Se isso for adiante, a TAP terá de mudar sua configuração societária atual, na qual o grupo privado detém 61% da empresa, o Estado mantém uma fatia de 34% e outros 5% se destinam aos funcionários da companhia.
© Fornecido por Estadão A partir de abril, a Azul vai reduzir de cinco para dois o número de voos diários para os Estados Unidos 
 
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Efeito panelaço tira Dilma e Lula das inserções na TV


Com imagens desgastadas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aparecerá nos comerciais que o PT levará ao ar nas duas primeiras semanas de fevereiro. Lula, estrela das propagandas petistas, e a presidente Dilma Rousseff ficarão de fora das inserções por uma decisão da cúpula do partido, que diz ter optado por priorizar a defesa da imagem da sigla, abalada pelos escândalos do mensalão e do petrolão.

A aparição de Lula e Dilma na TV, em agosto do ano passado, foi acompanhada por uma onda de panelaços em 16 capitais e no Distrito Federal. Embora tenha decidido não expor suas maiores estrelas, o PT ainda não concluiu o formato das inserções, que serão exibidas nos dias 2, 4, 6, 9 e 11 de fevereiro, algumas em meio ao Carnaval.

Ainda segundo integrantes da cúpula do PT na Folha de São Pualo, o conteúdo do programa maior, de dez minutos e com apresentação programada para o dia 23, vai depender do clima político no país após a volta dos trabalhos no Congresso.

A repeito da ausência de Lula e Dilma nas inserções, os petistas dizem que a decisão não foi tomada por temor de novos panelaços. "Os panelaços podem acontecer mesmo sem eles", justifica o presidente estadual do PT, Emídio de Souza.

Aparições em 2015
Em pronunciamento de rádio e TV no Dia da Mulher, 8 de março, Dilma foi alvo de panelaços em ao menos 12 capitais. Após o episódio, a petista evitou aparecer na televisão e gravou vídeos para a internet no Dia do Trabalho e se pronunciou em redes sociais no Dia das Mães, em maio.

A presidente também ficou de fora do programa nacional do PT exibido no mesmo mês. A peça, no entanto, trazia o depoimento do ex-presidente Lula e foi recebida com protestos em 11 capitais.

Lula e Dilma voltaram a aparecer em rede nacional somente em agosto, em um novo programa partidário que ironizava os panelaços.

http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/efeito-panela%C3%A7o-tira-dilma-e-lula-das-inser%C3%A7%C3%B5es-na-tv/ar-BBoykPW


Dilma se diz estarrecida com FMI e promete estabilidade política para país crescer

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que país voltará a ter estabilidade política para retomar o crescimento e se disse “estarrecida” com relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que cita a incerteza no campo político e as investigações da Lava Jato como fatores que reduziram as estimativas de crescimento da economia global.

Ao discursar em reunião do Diretório Nacional do PDT, sigla onde iniciou sua vida partidária, Dilma afirmou ainda que é natural que a oposição critique o governo, mas não é possível aceitar que a disputa política impeça a adoção de medidas que visam à recuperação da geração de renda e empregos.
“Fiquei recentemente estarrecida com uma frase que li no relatório do Fundo Monetário Internacional”, disse a presidente aos pedetistas.

“Tenho certeza que vamos estabilizar politicamente o país, vamos assegurar ao país a tranquilidade para voltar crescer”, afirmou, acrescentando que o país tem bases sólidas para recuperar a economia. “Vamos voltar a investir, o Brasil vai voltar a crescer.”

O FMI projetou que a economia brasileira deve sofrer retração de 3,5 por cento este ano, depois de prever em outubro que a contração seria de 1,0 por cento. Para 2017, o FMI aponta que o Brasil deve registrar estagnação econômica, mudando sua visão anterior de crescimento de 2,3 por cento.

Para o Fundo, "a recessão causada pela incerteza política e contínuas repercussões da investigação na Petrobras" estão sendo mais profunda e prolongadas do que se esperava.
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Sobre o pedido de impeachment que tramita contra ela na Câmara, Dilma afirmou que é necessário haver “culpa formada”, alguma comprovação concreta de mau uso de dinheiro público, algum crime cometido. Para a presidente, a disputa envolvendo o impeachment será uma “grande missão”, um “jogo” a ser travado nos meses que seguem, que decidirá “o caminho do Brasil nos próximos anos”.

Dilma emocionou-se ao citar nomes históricos do trabalhismo, como o ex-presidente João Goulart e o fundador do PDT Leonel Brizola, que completaria 94 anos nesta sexta-feira se estivesse vivo.

Pouco antes de a presidente discursar, o PDT anunciou ter fechado questão contra o impeachment de Dilma –com previsão de sanção aos parlamentares que não seguirem a orientação da direção partidária-, e pelo afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados.

A legenda também formalizou que terá candidatura própria ao Planalto em 2018, tendo na figura do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes o pré-candidato mais forte ao posto. 

Ao discursar pouco antes da presidente chegar à reunião do diretório, Ciro negou que tenha se filiado ao PDT, no ano passado, apenas para se candidatar a algum cargo. Colocou-se à disposição, no entanto, para desempenhar “qualquer tarefa que o PDT entenda que esteja à altura de enfrentar”.

Depois do evento e após se despedir da Dilma, Ciro defendeu a postura do partido contrária à tentativa de impeachment da presidente. Criticou, no entanto, a condução da economia no último ano. Disse ainda esperar que ela se “reconcilie” com valores que tiraram milhões da extrema pobreza.

Ciro disse ainda que apenas um “idiota” acreditaria em qualquer “boa-fé” do vice-presidente Michel Temer, mas avaliou que o presidente do PMDB tem “recuado”, depois do forte desgaste na relação entre ele e Dilma. 

http://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economiaenegocios/dilma-se-diz-estarrecida-com-fmi-e-promete-estabilidade-pol%C3%ADtica-para-pa%C3%ADs-crescer/ar-BBozxZp?li=AAggXC1