segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Calero nega que tenha gravado Temer presencialmente

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero negou em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, que tenha gravado qualquer encontro presencial com o presidente Michel Temer.
"Entendi que tinha contrariado de maneira muito contundente um interesse máximo de um dos homens fortes do governo", declarou Calero à "Folha de S.Paulo" depois de deixar o cargo
"Entendi que tinha contrariado de maneira muito contundente um interesse máximo de um dos homens fortes do governo", declarou Calero à "Folha de S.Paulo" depois de deixar o cargo
Foto: Agência Brasil
Ele admitiu, no entanto, ter registrado outra conversa entre os dois, por telefone, mas alega que se tratou de um diálogo "burocrático" e "protocolar", sobre seu pedido de demissão. 

Calero acrescentou que, além de Temer, gravou outros ministros por "orientação de amigos da Polícia Federal" com objetivo de "me proteger e dar o mínimo de lastro probatório" ao seu depoimento. 

"Tive a preocupação inclusive de não induzir o presidente a entrar em qualquer tema para não criar prova contra si", afirmou, em alusão a seu desligamento da pasta. 

Calero deixou o cargo no dia 18 após, segundo ele, ter sofrido pressões indevidas de autoridades do governo Temer, inclusive do próprio presidente, para atuar no sentido de viabilizar a liberação da construção de um prédio de 30 andares em área histórica de Salvador.

O pedido partiu inicialmente do ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), que possui um apartamento nesse empreendimento, comprado na planta. O Iphan, órgão do Ministério da Cultura, é o responsável por liberar ou barrar a obra. 

Calero contou que em um primeiro contato com Temer, após um jantar dia 11, o presidente teria apoiado sua decisão de não interferir na questão. No entanto, no dia seguinte, Temer teria o convocado com urgência ao Planalto e indicado que ele remetesse o caso para a Advocacia Geral da União, que resolveria a questão. 

"Em menos de 24 horas todo aquele respaldo que me havia garantido ele me retira e me determina que eu criasse uma manobra, um artifício, uma chicana como se diz no mundo jurídico, para que o caso fosse levado à AGU", acusou Calero. 

Ao "Fantástico", Calero disse também que gravou outras autoridades, mas não revelou quais. Outro ministro que se envolveu na questão foi Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil. 

"Ficava patente que altas autoridades da República perdiam seu tempo em favor de um assunto paroquial, que se referia ao interesse particular de um ministro", disse.

'Indigno e gravíssimo'

Em coletiva mais cedo, Temer disse que Calero solicitou uma audiência presencial apenas para gravá-lo e que isso era "indigno" e "gravíssimo". 

O ex-ministro da Cultura nega que tenha feito isso. "Isso é um absurdo. Isso só serve para alimentar essa campanha difamatória e desviar os focos das atenções", rebateu. 

"Certemente eles acharam que, para preservar o meu cargo de ministro eu faria qualquer negócio. Eu jamais faria qualquer negócio para preservar cargo nenhum", disse ainda. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/politica/calero-nega-que-tenha-gravado-temer-presencialmente,5f42f0f6ad97807eab005c2990934caekro17n4c.html

Temer garante que não haverá anistia para caixa dois

Presidente afirma ter feito acordo com Legislativo para barrar qualquer tentativa no sentido da anistia aos crimes de caixa dois em campanhas eleitorais. "Seria impossível sancionar uma matéria dessa natureza."O presidente Michel Temer afirmou neste domingo (27/11) que os poderes Executivo e Legislativo fizeram um acordo para garantir que não prosperará qualquer tentativa de anistiar crimes de caixa dois.
Em entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília, Temer disse que ele, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, concordaram que "não há a menor condição de levar adiante essa proposta". 

"Estamos aqui para revelar que, no tocante da anistia, há uma unanimidade dos dirigentes do Executivo e do Legislativo. Verificamos que é preciso atender à voz das ruas", declarou Temer. 

Temer garantiu que "seria impossível ao presidente da República sancionar uma matéria dessa natureza" e que isso já vinha sendo dito nas reuniões dele com Renan e Maia. "Apontamos [nessas reuniões] que não há a menor condição de levar adiante essa proposta." 

Nesta quinta-feira, a votação de um projeto de lei com medidas anticorrupção foi adiada para a próxima terça-feira após ter sido noticiada uma articulação política para apresentar uma emenda com vista a anistiar quem tivesse usado caixa dois em eleições passadas. 

Maia, porém, falou que houve uma confusão de comunicação e garantiu que a emenda para essa anistia nunca existiu. "Esse debate nunca aconteceu e, com certeza, nunca acontecerá. A reunião de hoje é importante para esclarecermos que essa emenda nunca existiu efetivamente, porque nunca foi apresentada por nenhum líder partidário." 

Temer também admitiu que há preocupação no governo com a delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht, que, segundo relatos na imprensa, atingiria dezenas de políticos. "Dizer que não há preocupação seria ingênuo. Claro que há preocupação quando se fala de 150 políticos que possam estar implicados", disse o presidente. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/temer-garante-que-nao-havera-anistia-para-caixa-dois,891a441affaef72504a19188467fd57b2xwmt68q.html

Temer diz que gravar presidente é gravíssimo e pedirá áudio

O presidente Michel Temer disse nesse domingo (27) que vai "exigir" que a suposta gravação feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero venha a público. Na conversa, segundo Calero, Temer e ele teriam falado sobre "um conflito entre órgãos da administração" no episódio envolvendo um impasse com Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberação de um empreendimento de interesse do agora também ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Os presidentes da República, Michel Temer; do Senado, Renan Calheiros; e da Câmara, Rodrigo Maia; durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto
Os presidentes da República, Michel Temer; do Senado, Renan Calheiros; e da Câmara, Rodrigo Maia; durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto
Foto: Agência Brasil
"Ao que parece, ele [Calero] gravou a conversa. Com toda franqueza, acho que gravar clandestinamente é sempre algo desrazoável e gravíssimo. Se gravou, vou exigir que essa gravação venha à luz. Todos vocês sabem que sou cuidadoso com as palavras e que jamais diria algo inadequado", disse o presidente em entrevista coletiva convocada neste domingo para anunciar um acordo entre o Executivo e o Legislativo para impedir a anistia ao caixa dois eleitoral. 

Segundo Temer, o caso representa apenas "um conflito entre órgãos da administrarão" entre o Iphan da Bahia, que liberou o empreendimento, e o Iphan nacional, subordinado ao Ministério Cultura, e que não deu aval para o imóvel. "O ex-ministro [Marcelo Calero] me procurou na quarta-feira (23) à noite, durante o jantar com os senadores, dizendo que tinha um pedido [feito pelo Geddel] que seria difícil atender. Eu disse para fazer o que achasse melhor, e que se houve pleito, que visse o que seria melhor fazer", disse o presidente. 

"Na quinta-feira (24), ele veio à tarde para falar comigo e me contou por inteiro o caso. Ele disse que não queria entrar na história. Eu disse que se ele não quisesse entrar na história, havia uma solução legal: a lei diz que quando há conflito de órgãos, pode-se ouvir a Advocacia-Geral da União, que fará avaliação daquele conflito. Logo depois ele disse que queria voltar a noite para falar comigo. Voltou às 21h com a mesma conversa, com o mesmo conteúdo. Parece que ele gravou mesmo", acrescentou. 

Temer disse ter dado a Calero a garantia de que tomasse a decisão que considerasse correta, mas que, em seguida, recebeu dele o pedido de exoneração.

Saída de Geddel

O presidente disse que o caso acabou ganhando "dimensão extraordinária" e reconheceu que a demora entre a acusação de Calero e a saída de Geddel do governo não foi útil. "Se tivesse demorado menos seria melhor, mas também não causa prejuízos de grande monta." 

Temer disse que ainda não decidiu quem ocupará o cargo de Geddel, após o pedido de exoneração feito na sexta-feira (25). "Estou examinando com muito cuidado quem pode ir para a articulação política, na Secretaria de Governo. O perfil será de alguém com lisura absoluta na conduta e, por outro lado, com boa interlocução com o Congresso Nacional, de forma a manter bom contato e estabelecer um diálogo produtivo", disse o presidente. 

Sobre o envolvimento do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, no episódio de suposto tráfico de influência de Geddel, Temer descartou qualquer hipótese de saída dele do governo. "O que o Padilha fez foi exatamente o que eu disse: fazer o que a lei determina e mandar ouvir a AGU, caso não quisesse despachar. Não há razão para qualquer medida dessa natureza." 

https://noticias.terra.com.br/brasil/politica/temer-diz-que-gravar-um-presidente-e-gravissimo-e-pede-divulgacao-de-conversa,1b221c1be160ae4abfb8779f362678d6ekxwhyk8.html

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Protesto de servidores no Rio tem confronto e agredidos

O protesto de servidores na tarde desta quarta-feira (16) contra pacote de medidas fiscais proposto pelo governo do estado foi marcado por confronto, tumulto e agressões a jornalistas.
Servidores protestam contra o pacote de cortes do governo do estado em frente ao prédio da Alerj
 Servidores protestam contra o pacote de cortes do governo do estado em frente ao prédio da Alerj

Os manifestantes concentraram-se em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para acompanhar a votação de dois projetos que fazem parte do pacote. O protesto começou tranquilo e ficou tenso depois que manifestantes tentaram ocupar a escadaria do prédio e derrubaram a grade de proteção. 

A polícia reagiu com bomba de gás, spray de pimenta e até cavalos para conter os manifestantes e impedir a entrada deles na assembleia. Comerciantes fecharam as portas com medo de depredação. 

Agressões
Quatro jornalistas foram agredidos por manifestantes quando faziam a cobertura do protesto. A maioria dos manifestantes era de policiais militares, bombeiros e agentes penitenciários. O repórter Caco Barcelos, da Rede Globo, foi hostilizado e agredido quando gravava uma reportagem. Ele acabou sendo expulso do local, sob gritos, vaias, agressões físicas e objetos foram jogados em sua direção. O repórter Guilherme Ramalho, do jornal O Globo, também foi agredido e impedido de trabalhar. 

O repórter Gustavo Maia, do portal de notícias UOL, teve o celular arrancado de sua mão pelo tapa de um manifestante, quando gravava o protesto. O aparelho não parou de gravar mesmo após cair no chão. O rosto do agressor pode ser visto nas imagens. Um repórter do G1 teve a máscara de proteção arrancada de seu rosto e ainda levou um soco no braço, quando se identificou como repórter. Ele foi xingado. 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro criticou em nota, divulgada nesta noite, as agressões aos jornalistas. "O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudia o recrudescimento das agressões a jornalistas no exercício de suas funções. Hoje, durante as manifestações que vêm acontecendo em frente à Alerj, contra as propostas restritivas ao funcionalismo público, feitas pelo governo do estado, diversos profissionais foram agredidos. Essa prática de agressão a jornalistas está se tornando um hábito nefasto, que fere o direito à informação e espelha o ódio e o desrespeito cada vez mais presentes em determinados segmentos da sociedade", disse a entidade. 

"Raia graúda"
Durante o protesto, várias categorias de servidores participaram. A maioria - policias civis, militares e bombeiros - exibia faixas dizendo que pretendem parar de trabalhar caso não recebam o décimo-terceiro salário: "Sem 13º, sem réveillon". Outra, dos servidores da Justiça, questionava a redução da cobrança de impostos para o setor produtivo. "É justo dar isenção fiscal e quebrar o estado?", dizia, sobre os benefícios.
O coordenador do Sindicato de Servidores do Poder Judiciário (Sindjustiça), Fred Barcelos, disse que o "plano B" da população para a crise econômica é o protesto. "Esse pacote é um arrocho em cima da população e dos servidores", afirmou. Para ele, o governo quer enfraquecer o funcionalismo. "O servidor público serve ao público, acabar com o funcionalismo é arrochar ainda mais a população. Querem cortar os aluguéis sociais, os restaurantes populares, enquanto gastam milhões com jantares e flores", criticou. 

O pacote do governo prevê é cortar o pagamento de cerca de 10 mil beneficiários do aluguel social - em geral, moradores de áreas de risco, que recebem até R$ 500 por mês -- e restaurantes populares, onde o almoço custa R$ 2, além de aumentar alíquotas de contribuição previdenciária de servidores ativos e aposentados. O objetivo é economizar R$ 13,3 bilhões ainda este ano com as medidas. Por outro lado, segundo a Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) o governo do estado deixa de rever despesas próprias, com frutas secas, coroas de flores, alugueis de imóveis e vagas para carro.
Outra queixa dos servidores é os auxílios que alguns funcionários recebem para cobrir gastos com moradia e educação e que podem passar de R$ 5 mil por pessoa. "Os magistrados e os promotores têm um monte de auxílios [somados aos salários] e até gasolina de graça. É justo cortar da raia miúda, com tanta gente ganhando tanto? Tem que ir na raia graúda", disse a funcionária aposentada da Justiça, Fátima Lopes. 

As categorias também cobram diálogo e criticam a convocação de policiais de outros estados para fazer a segurança no Rio. Homens da Força Nacional chegaram ontem (15) de emergência para reforçar a segurança na Alerj, onde foi colocada mais uma grade para impedir a aproximação de manifestantes.

Governo do Rio
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse hoje (16) que a violência não trará benefício ao debate sobre a crise financeira do estado e pediu que manifestantes levem ideias e não violência à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). 

Pezão defendeu que as medidas buscam dar previsibilidade à folha de pagamento do estado, que, segundo ele, ainda não está garantida para os próximos dois anos. Pezão disse que só há dinheiro para pagar dez meses de salários dos servidores ativos e inativos nos próximos dois anos.Caso nada seja feito, a previsão é de um déficit de R$ 52 bilhões até dezembro de 2018. 

Alerj
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) discutiu na tarde de hoje (16) os dois primeiros projetos do pacote de 22 medidas enviadas pelo governo estadual para ajustar as finanças. Serão debatidos dois projetos por dia e as votações devem ocorrer em dezembro. 

O primeiro projeto debatido reduz de 40 para 15 salários-mínimos o teto para pagamento em dinheiro de dívidas determinadas pela Justiça. Acima desse valor, a dívida pode ser paga em precatório. O outro projeto corta o salário do governador, vice-governador e secretários estaduais em 30%. Os deputados apresentaram emendas para proibir que os ocupantes desses cargos acumulem vencimentos que ultrapassem o teto constitucional do estado. 

O presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), disse que o Parlamento está disposto a contribuir para resolver a crise. "Nós temos dado tudo o que o Executivo pediu. A crise é nacional, aprofundada por um governo que se perdeu. Mas o Legislativo dará a sua contribuição".


https://noticias.terra.com.br/brasil/politica/protesto-de-servidores-no-rio-tem-confronto-e-jornalistas-agredidos,6efac0779bacf3700afd97ae7379819e2onfcqt3.html

Ministra do TSE nega pedido para soltar Anthony Garotinho

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Lossio negou há pouco pedido de liberdade do ex-deputado federal Anthony Garotinho, preso nesta manhã pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de compra de votos. A prisão foi determinada pela Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro.
Na decisão, a ministra alegou "supressão de instância" e entendeu que o habeas corpus deve ser analisado primeiramente pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro.

Segundo a PF, a prisão faz parte de investigações relativas ao uso do programa Cheque Cidadão, benefício de R$ 100, concedido pela prefeitura de Campos dos Goytacazes para compra de produtos alimentícios pela população. Garotinho é secretário de Governo da cidade. A mulher dele, Rosinha Garotinho, é prefeita.
A defesa de Garotinho sustenta que a "prisão é arbitrária, ilegal e baseada em fatos que não ocorreram".  

O advogado Fernando Augusto Fernandes, responsável pela defesa de Garotinho, disse que o decreto de prisão ocorrido em razão de decisão da 100ª Vara Eleitoral de Campos vem na sequência de uma série de prisões ilegais decretadas por aquele juízo e suspensas por decisões liminares do TSE. 
 
"A prisão a qual está submetido o ex-governador é abusiva e ilegal e decorre de sua constante denúncia de abusos de maus tratos a pessoas presas ilegalmente naquela comarca. Estas denúncias de abuso foram dirigidas à Corregedoria da Polícia Federal e ao juiz, que nenhuma providência tomou", diz nota do advogado.

https://noticias.terra.com.br/brasil/policia/ministra-do-tse-nega-pedido-para-soltar-anthony-garotinho,731706747f9ef81550abe9ca7e8ca8f230qnkuwa.html

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Delcídio fala com exclusividade a este blog: Lula sabia de tudo

Delcídio rompe o silêncio: Lula participava de perto do que ocorria na Petrobras

Processado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pede indenizações por danos morais, o ex-senador e delator da Lava Jato Delcídio do Amaral rompeu o silêncio de meses e disse em entrevista exclusiva à este blog que Lula acompanhava de perto o que ocorria na Petrobras durante seu governo.se “Lula é o pai do mensalão e do petrolão”, o ex-parlamentar do PT que presidiu a CPMI do mensalão em 2005 ironiza: “Lula nunca sabe de nada, no petrolão também”. E ressalta: “Mas, claro, ele era um presidente protagonista, atuante. Tinha um perfil diferente”. “No caso do mensalão, efetivamente, as provas são contundentes, tanto é que foram reconhecidas (…). Ficou muito claro quem era quem nesse processo (do mensalão)”, declarou Delcídio.
“Agora, em relação à Petrobras é inegável. A Petrobras sempre teve influência política. Dizer que isso começou agora não é verdade. Como também corrupção e caixa dois não são privilégio do PT, do PMDB, isso já existe, existia”, ressaltou Delcídio, que também foi ministro de Minas e Energia entre 1994 e 1995. “No caso do governo Lula, a Petrobras teve uma participação muito mais ampla do governo. Era uma política de Estado, (de ter) a Petrobras como alavancadora do desenvolvimento e do crescimento do País”, lembrou o ex-petista, que sempre teve bom trânsito no Planalto.

“Então isso naturalmente exigia um acompanhamento claro e um posicionamento muito mais próximo de um presidente da República e de seus ministros do que em outros governos”, afirmou Delcídio do Amaral. “Ou seja, Lula acompanhava de perto?”, perguntei. “Acompanhava. Isso é claro, isso eu vi bem”, reiterou.

“Pós-mensalão”
Delcídio disse acreditar que a derrocada da Petrobras e do governo lulopetista se deu “pós-mensalão”. “Quando vem o mensalão, o governo Lula teve que se rearrumar internamente, começa a compartilhar o seu governo e escolhe o PMDB como seu parceiro principal”, lembrou. “Consequentemente a Petrobras passa a ter um papel do ponto de vista político, sob o ponto de vista do azeitamento da máquina política e de sustentação do governo”.

“Ação ampla”
Delcídio comentou também, durante a entrevista, outra acusação que fez ao ex-presidente em sua delação premiada à Operação Lava Jato.

O ex-senador falou em seu depoimento à força-tarefa que partiu de Lula a ordem “expressa” para oferecer dinheiro à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, a fim de que este não fizesse delação premiada nem citasse o suposto esquema de compra de sondas superfaturadas pela estatal com o amigo do ex-presidente, o pecuarista José Carlos Bumlai. Bernardo Cerveró, filho de Nestor, gravou a conversa com Delcídio que levou à prisão do ex-senador em novembro do ano passado por tentar obstruir a justiça.

“Na verdade era uma grande articulação, não era só com relação ao Lula e Bumlai”, disse Delcídio, sobre o suposto plano do então governo Dilma de abafar a operação que atingia o núcleo do governo. “(Era um) pedido específico do Lula, mas também era uma ação de governo, muito mais ampla”, afirmou.
Esta é específica da resposta sobre o processo do Lula. As outras duas (geral falando de ‘romper o silêncio’ e outra sobre a Lava Jato) mando em breve.

https://br.noticias.yahoo.com/delc%C3%ADdio-fala-com-exclusividade-a-este-blog-lula-100124666.html

Delações à vista: seis meses após troca de governo, Lava Jato e TSE mantêm instabilidade sobre Planalto

"O Cunha vai falaaar, o Moro vai te pegaaar"; com esse canto uma pequena banda de manifestantes recepcionava no aeroporto os políticos que voltavam para Brasília em uma terça-feira, no final de outubro.
Posse do presidente Michel Temer completa seis meses, mas sua administração continua ameaçada
Posse do presidente Michel Temer completa seis meses, mas sua administração continua ameaçada

A "ameaça" era uma referência a possibilidade de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, agora preso, feche um acordo de delação premiada e entregue possíveis provas contra seus ex-colegas para a Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro. 

O episódio ilustra um pouco do clima na capital federal, seis meses após a queda da ex-presidente Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer, em 12 de maio. 

A troca de governo, definitivamente confirmada no final de agosto, por um lado melhorou sensivelmente a relação entre Planalto e Congresso, o que permitiu ao presidente avançar com sua principal proposta - a criação de um teto de vinte anos para conter a expansão dos gastos públicos, que já passou na Câmara e deve receber o aval do Senado em dezembro. 

Por outro lado, não foi capaz de encerrar a instabilidade política, já que a incerteza quanto aos próximos capítulos da Lava Jato continua a rondar a Praça dos Três Poderes. Além disso, a pendência de uma ação movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa eleita em 2014 (Dilma-Temer) por supostas irregularidades na campanha é outro foco de risco para o governo.
Operação Lava Jato pode causar mais insegurança para o governo de Michel Temer
Operação Lava Jato pode causar mais insegurança para o governo de Michel Temer
Diante disso, têm aumentado nas últimas semanas as especulações sobre uma possível interrupção da administração Temer. Mas, embora essa possibilidade não possa ser totalmente descartada, não parece o cenário mais provável, acredita o cientista político Rafael Cortez, da consultoria Tendências. 

Isso porque, explica ele, a Constituição prevê que o presidente não pode sofrer impeachment por fatos anteriores ao seu mandato, o que reduziria os riscos relacionados às delações. Quanto ao TSE, Cortez avalia que o alto custo político de uma nova troca presidencial tende a suspender o desfecho da ação. 

Se a chapa for cassada ainda neste ano, teria que ser convocada uma nova eleição direta. Já se for derrubada a partir de janeiro, o Congresso escolheria o próximo presidente. Em ambos os casos, o novo mandatário governaria até 2018. 

"O que evita a eventual cassação da chapa é justamente essa dimensão informal das relações da Justiça eleitoral com o mundo político. Porque em boa medida o que vai prevalecer é o custo político muito elevado de uma eventual nova transição presidencial em meio a um cenário de crise econômica e de incerteza em relação a quem vai assumir", observa Cortez. 

"Acho que o efeito principal dessas duas agendas (Lava Jato e TSE) é um pouco limitar o capital político do Temer e, por consequência, limitar a governabilidade, especialmente aos olhos da agenda econômica", acrescenta Cortez, destacando os desafios que o governo ainda pode enfrentar para aprovar propostas polêmicas, como a reforma da Previdência. 

Avaliação semelhante tem a cientista política Andréa Freitas, professora da Unicamp. Ele observa que a negociação com o Congresso envolve promessas (políticas e eleitorais) por parte do presidente - eventuais incertezas sobre a estabilidade do governo dificultam esse processo.
Especialistas apontam que, mesmo ameaçado, govero Temer corre pouco risco de ser cassado
Especialistas apontam que, mesmo ameaçado, govero Temer corre pouco risco de ser cassado
"Quando você tem um governo ameaçado do ponto de vista de legitimidade, por várias frentes, pela Lava Jato, pelo TSE, as propostas dele ficam menos críveis e isso dificulta os processos de negociação", afirma.
Mesmo que pareça improvável hoje a cassação da chapa pela Justiça eleitoral, "enquanto a ameaça estiver pairando, ela pode ser efetivada, e isso torna o presidente um ator mais fraco", ressalta ainda a professora. 

Nesta semana, o caso voltou aos holofotes devido a uma matéria do jornal Estado de S. Paulo com a imagem de um cheque de R$ 1 milhão da Andrade Gutierrez, destinado ao diretório nacional do PMDB e nominal à campanha do então candidato a vice-presidente Temer, em 10 de julho de 2014. 

Originalmente, Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira, havia dito que o valor fora destinado ao PT e que era acerto de propina, o que foi questionado pela defesa de Dilma. 

O PMDB negou qualquer irregularidade e disse que a doação foi legal.
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman Benjamin, relator do processo de cassação, afirmou, no início desse mês, que está dando encaminhamento "estritamente técnico" ao caso. 

"Vocês podem ver no meu gabinete no TSE, hoje deve haver 29 processos. Não estou com um oceano de processos e neste estou dando uma agilidade maior. Eu acho que processos eleitorais, por natureza, têm que ser rápidos", disse a jornalistas, no VI Enaje, Encontro Nacional de Juízes Estaduais, realizado em Porto Seguro (BA). 

Quando Benjamin liberar seu voto, ainda dependerá da decisão do ministro Gilmar Mendes, atual presidente do TSE, marcar uma data para levar o caso a julgamento.

Odebrecht

A negociação do acordo de delação premiada de dezenas de executivos da Odebrecht está bastante avançado, segundo notícias vinculadas na imprensa brasileira. Vazamentos indicam que as revelações podem atingir a cúpula dos principais partidos - PT, PSDB e PMDB. 

As consequências para o governo são imprevisíveis. O jornal Folha de S.Paulo , por exemplo, diz que a campanha presidencial de 2010 do hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra, teria recebido da empreiteira R$ 23 milhões via caixa dois. 

Já revista Veja diz que a Odebrecht teria repassado em 2014 R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PMDB, sendo R$ 4 milhões para o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e R$ 6 milhões para Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que concorreu ao governo de São Paulo naquele ano. Os recursos seriam provenientes de propina e não teriam sido declarados nas contas de campanha. 

Serra, Padilha e Skaf negam qualquer irregularidade. Revelações da Lava Jato já derrubaram importantes ministros de Temer, como o senador Roméro Jucá (Planejamento) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), ambos do PMDB.
Jornal aponta que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, teria recebido da Odebrecht R$ 23 milhões via caixa dois
Jornal aponta que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, teria recebido da Odebrecht R$ 23 milhões via caixa dois
Foto: Getty Images
O próprio presidente foi acusado pelo delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, de ter pedido ajuda para obter recursos ilícitos como doação eleitoral para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012. Machado também prestou depoimento ao TSE, dentro da ação que pede a cassação da chapa presidencial eleita em 2014. 

No Congresso, lideranças dos principais partidos tentam articular uma nova lei que criminalize o caixa 2 (doação não registrada de campanha), com uma redação que anistie práticas passadas. A primeira tentativa, em setembro, foi barrada pela repercussão negativa. Embora não haja previsão de crime específico hoje, os agentes da Lava Jato dizem que essas operações hoje podem ser punidas dentro da legislação eleitoral ou como crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. 

Para Antonio Lavareda, professor de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), não é possível prever quais serão os impactos da delação da Odebrecht sobre o Planalto. 

"O que a gente pode chamar de estabilidade política tem uma dimensão objetiva e subjetiva. Na dimensão objetiva, o governo tem conseguido marcar sua estabilidade, com uma base forte no Congresso", destaca.
"Agora, na dimensão subjetiva, a Lava Jato continua a alimentar bastante receio, insegurança e incerteza sobre o futuro e o que poderá ser o ano de 2017", ressaltou. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/politica/lava-jato/delacoes-a-vista-seis-meses-apos-troca-de-governo-lava-jato-e-tse-mantem-instabilidade-sobre-planalto,960765c53e78f58477879e5c2fdef628h0ecf8ta.html

RS: adolescentes são executados por engano em Canoas

Conforme testemunhas, os meninos organizavam uma partida de futebol quando foram atingidos

Dois adolescentes, de 14 e 17 anos, foram executados por engano na noite desse domingo (13) em Canoas, região Metropolitana de Porto Alegre. A confirmação de que a garota e o rapaz foram mortos ao acaso foi confirmada nesta manhã pela Polícia Civil. O alvo dos atiradores, que também atingiram um casal e uma criança de dez anos, seria um vizinho das vítimas.
O crime foi registrado por volta das 20h no bairro Guajuviras. Os criminosos estavam em um veículo de cor branca e chegaram atirando no local, frequentado por um grande número de pessoas. Conforme testemunhas, os meninos organizavam uma partida de futebol quando foram atingidos pelas rajadas disparas de uma pistola 9 milímetros. 

Até agora, não há suspeitos para o crime. O real alvo dos bandidos seria um homem com vasta ficha criminal, incluindo passagens por tráfico de drogas. Os três moradores do bairro que ficaram feridos estão internados e não correm risco de morte. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/policia/rs-adolescentes-sao-executados-por-engano-em-canoas,02e55b2f38795ef598ea9d985f949f76w06wg87g.html

 

Assange é interrogado na embaixada do Equador em Londres

O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, começou a ser interrogado nesta segunda-feira (14) na embaixada do Equador em Londres, onde se encontra asilado há mais de quatro anos. O ativista australiano, que usou seu portal para revelar informações confidenciais do governo americano, responde agora às acusações de crime sexual que pesam sobre ele.


O australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks
O australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks

A procuradora Ingrid Isgren deixa a embaixada do Equador após primeiro dia de interrogatório
 
O interrogatório deve "durar vários dias", informou o advogado do réu, Per Samuelsson, à agência de notícias AFP. Ele disse ainda ter "grandes esperanças" de que o caso seja encerrado após a série de entrevistas. 

Samuelsson, que não participa do interrogatório, concluiu que ainda é cedo para se tecer estimativas, ou mesmo para saber o que disso tudo poderá ou não vir a público. 

A representante da procuradoria sueca, Ingrid Isgren, foi recebida na embaixada equatoriana por um grande grupo de jornalistas, câmeras e fotógrafos, mas não fez qualquer declaração. 

Também presentes nas comissões, que estão sendo desenvolvidas em espanhol com a assistência de tradutores especializados, está a inspetora da polícia sueca Cecilia Redell e o embaixador do Equador Carlos Ortiz. Este último será responsável pela condução do interrogatório. Um exame de DNA também está previsto. 

A defesa de Assange espera que o ativista de 45 anos possa agora apresentar sua versão dos fatos. O interrogatório na embaixada estava inicialmente agendado para 17 de outubro, mas foi adiado a pedido do próprio Assange, que alegou na ocasião "razões de garantias de proteção e defesa de sua pessoa". 

https://noticias.terra.com.br/mundo/europa/assange-e-interrogado-na-embaixada-do-equador-em-londres,e53482a376d5c2324ecbbcd1a29d2b502y6xnr6l.html

Mulher de Cunha será interrogada por Moro na quinta-feira

A jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, será interrogada pelo juiz federal Sérgio Moro na quinta-feira (16), às 14h, na sede da Justiça Federal em Curitiba. Cláudia prestará depoimento na ação penal a que responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ela é acusada de ser beneficiária das contas atribuídas ao ex-deputado na Suíça. 

Eduardo Cunha e sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz
Eduardo Cunha e sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz
Foto: Agência Brasil
Na audiência, Cláudia Cruz poderá ficar em silêncio e optar por não responder às perguntas do juiz e do representante do Ministério Público. De acordo com a Constituição, um investigado não é obrigado a produzir provas orais ou materiais contra si. 

Em junho, Moro recebeu denúncia apresentada pela força-tarefa de procuradores da Operação Lava Jato contra Cláudia Cruz e outros investigados que viraram réus. A denúncia é vinculada à ação penal a que Cunha responde por não ter declarado contas no exterior, que também será julgada por Sérgio Moro. 

Cunha está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 19 de outubro. 

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