Presidente planeja enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para antecipar as eleições
A presidente Dilma Rousseff planeja enviar ao
Congresso, nos próximos dias, uma Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) para antecipar as eleições ao Palácio do Planalto. Antes de bater o
martelo, porém, ela precisa convencer os movimentos sociais que foram
às ruas defender o seu mandato e são contrários à proposta.
Sem os votos necessários para virar o jogo, o governo já está convencido de que será derrotado na votação da Comissão Especial do Impeachment, na sexta-feira, e também no primeiro julgamento no plenário do Senado, previsto para o dia 11. Com a confirmação deste cenário, Dilma será afastada por até 180 dias e o vice Michel Temer vai assumir a Presidência.
Depois da conversa com os ministros, os movimentos contrários à antecipação das eleições passaram a admitir que podem mudar de posição. "Depois da decisão do Senado pode até haver novas eleições", disse João Paulo Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
A
reunião de sexta-feira contou com a participação do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, cotado para ser candidato do PT. "Não acredito que
Lula seja candidato a um mandato-tampão", disse o presidente da Central
Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
Lula tem dado sinais contraditórios sobre o apoio à
proposta de abreviar o mandato de Dilma, mas a CUT classifica a ideia
como uma "capitulação". "Eu conversei com a presidenta ontem (domingo) e
disse claramente a ela que isso seria homologar o golpe. Não está dado
que, no julgamento final, daqui a seis meses, haverá impeachment. Quando
perceberem quem é Temer na Presidência será outra coisa", disse
Freitas.
O governo, os movimentos e o PT estão cientes dos percalços, mas avaliam que, mesmo que sejam derrotados no Congresso, podem usar o tema para desgastar Temer e manter acesas as mobilizações contra o impeachment que marcaram a reaproximação entre partido e sua base. Em outra frente, senadores petistas vão buscar o diálogo com a ex-ministra Marina Silva (Rede), defensora da realização de novas eleições.
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2016-05-03/dilma-quer-nova-eleicao-mas-tem-de-convencer-sua-base-de-apoio.html
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