domingo, 31 de maio de 2015

Traficantes exigem comprovante de residência em favela no Rio de Janeiro

Eles são obrigados até a andar com comprovante de residência para não terem carro roubado na região

O toque de recolher, barricadas e a convivência diária com bandidos armados de fuzil já não são o que mais assusta moradores do Chapadão. Atualmente, moradores seguem regras mais rígidas estabelecidas pelo tráfico de drogas. Aterrorizados pela intensificação da guerra pelo controle das bocas de fumo e roubos de cargas e veículos na região mais violenta do Rio, os mais de 220 mil moradores do Chapadão têm suas rotinas alteradas a cada dia. Uma das normas mais recentes é a obrigação de andar com comprovantes de residência para terem livre trânsito de carro. Quem não tem pode ter o veículo roubado.
O complexo abrange 24 favelas de Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Irajá, Costa Barros, Barros Filho, Anchieta e Guadalupe. Depoimentos de quem vive em meio ao fogo cruzado demonstram como os bandidos, boa parte fugida de áreas pacificadas, prejudicam o cotidiano das famílias.
 Ônibus incendiados em abril, em Costa Barros, aterrorizaram moradores do complexo
Carlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia
Ônibus incendiados em abril, em Costa Barros, aterrorizaram moradores do complexo
As ‘blitzes’ do tráfico (que exige comprovações de residência) são feitas em vias de grande movimento, como as estradas da Pavuna, do Camboatá, de Botafogo, na Avenida Crisóstomo Pimentel de Oliveira e Via Light, além das ruas Alcobaça, Coronel Moreira César, Fernando Lobo, Iguaba Grande e Mogiqui.

“Quem não tem uma conta de luz, de água, ou carnê de loja em mãos corre o risco de ter o carro roubado. Quem tem é aliviado. É o cúmulo”, desabafa o mecânico W., 45 anos, da Pavuna. Nas redes sociais, como nas páginas ‘Pavuna da Depressão’ e ‘Guadalupe News’, há comentários indignados. “Agora é bandido que pede documentos?”, indagou um internauta dia 25.
Confrontos são diários no Complexo do Chapadão
Severino Silva / Agência O Dia
Confrontos são diários no Complexo do Chapadão
O medo obriga motoristas de outras regiões a tomar atitudes inusitadas. “Para visitar parentes próximos ao Morro da Pedreira, em Costa Barros, deixo o carro em estacionamentos de shoppings perto e vou de ônibus”, revela o estoquista G., 45 anos. Dentro dos ônibus, porém, a tensão impera. “Basta qualquer conflito ou morte de gente do tráfico, e as gangues mandam fechar o comércio, pichar, depredar e botar fogo nos ônibus”, se queixa o contador J., 39.

Agindo livremente, os ladrões passaram a usar condomínios, como o Village Pavuna, no Morro do Chapadão, para esconder carros roubados e vender drogas. “Agem em motos, de fuzis nas costas. Viramos reféns do crime em nossas casas. Já não podemos mais ficar no portão”, desabafa um morador. “Nas favelas Final Feliz, Torres e Gogó da Ema, em Guadalupe, há barricadas por toda parte. Nem ambulância passa”, denuncia um comerciante.

O Complexo do Chapadão é reduto das maiores quadrilhas rivais do estado. De um lado, homens da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ligados a Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, o mais procurado do estado. Eles controlam, armados com mais de 100 fuzis, os morros da Pedreira e Lagartixa. Do outro, com o mesmo poder bélico ou até maior, soldados dos principais líderes do ‘quartel-general’ do Comando Vermelho (CV): Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu, e Cláudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, foragidos da Justiça.

Os confrontos sangrentos e mortais são diários. Como no último dia 25, quando, às 13h, traficantes dos dois grupos trocaram tiros na Estrada de Botafogo, na disputa por uma carreta de refrigerantes, que teria sido roubada a mando de Playboy na Avenida Brasil. O conflito deixou três mortos e quatro feridos. A UPA da localidade chegou a fechar as portas.

“Médicos de diversas especialidades têm medo de trabalhar aqui”, lamenta a comerciária X., 45 anos. A situação é a mesma das escolas públicas. “Minha filha perdeu muitas aulas devido a tiroteios”, comenta a auxiliar de serviços K., 32.

Em nota, a Polícia Civil informou que 22 pessoas relacionadas ao tráfico na região foram presas em flagrante este ano e que há vários inquéritos em andamento na 39ª DP (Pavuna), 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) e na Delegacia de Combate às Drogas (DCOD). O 41º BPM (Irajá) garantiu que o policiamento está reforçado no complexo, com apoio de outros batalhões, incluindo o Bope. Os governos municipal e estadual alegam que a violência causa “problemas pontuais” nas áreas de Saúde e Educação.
Traficantes destroem ônibus, prejudicando boa parte dos 220 mil moradores do Complexo do Chapadão
Divulgação
Traficantes destroem ônibus, prejudicando boa parte dos 220 mil moradores do Complexo do Chapadão
 
 http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/2015-05-31/traficantes-exigem-comprovante-de-residencia-em-favela-no-rio-de-janeiro.html

Estudantes de fisioterapia morrem em acidente de trânsito em Caxias




Horas antes do acidente, a postagem no facebook. Foto tirada de uma despedida com colegas de trabalho. Wisllana Ketly Castro Pereira, de 22 anos, foi uma das vítimas do trágico acidente ocorrido na Avenida Senador Alexandre Costa.


Sua colega de curso, identificada como Giulia Joisa Sousa Costa, de 24 anos, natural de Codó, também morreu no local após o impacto.

As duas estudantes do 7º período de fisioterapia andavam juntas no automóvel. Ainda não se sabe o real fato que teria causado o acidente.


Segundo as primeiras informações, Wisllana, a condutora do Saveiro, trafegava sentido a um ponto de alimentação com a colega. Ela teria perdido o controle do veículo, colidindo com um mural e entrado em terreno baldio.
Fonte: TV Sinal Verde Caxias

Agências bancárias reduzem dinheiro nos caixas eletrônicos para frear ataques








Para tentar reduzir os prejuízos e inibir os ataques a caixas eletrônicos, os bancos brasileiros passaram a reduzir o dinheiro disponível e o horário de funcionamento em muitos locais do país.

O motivo é a onda de ataques aos caixas. São quase nove ocorrências diárias registradas em média no Brasil.

No Brasil, existem 159 mil caixas eletrônicos espalhados em todos os Estados. Por ano, os bancos dizem investir R$ 9 bilhões em segurança.

Em Caxias essa determinação tem provocado insatisfação por parte dos clientes, principalmente nos finais de semana. A principal reclamação é a falta de dinheiro nos guichês de auto-atendimento.

Bancos confirmam as providências, mas não informam detalhes: em quanto reduziram os valores ou os horários.

Números
O Maranhão é um dos estados com maior número de ocorrências de crimes em agências bancarias. Em 2015, até o dia 28 de maio, já foram registrados 9 assaltos a banco, 22 arrombamentos, além de saidinhas bancárias.
Fonte: Direto da redação do NOCA/Mano Santos

Mafioso italiano detido no Recife era pai dedicado e cordial com os vizinhos

Os moradores do Sancho, na periferia do Recife, mal conseguem acreditar que viviam tão perto de um poderoso chefão –Pasquale Scotti, 56, que comandou o braço militar da máfia Nova Camorra Organizada, de Nápoles.

Pasquale Scotti, em prédio da Polícia Federal no Recife, após ser preso nesta terça (26)
Acusado de participação em 26 assassinatos na Itália entre 1980 e 1983, além de extorsão, porte ilegal de armas e resistência, Scotti vivia com a família brasileira em uma casa com pintura desgastada.

Na terça (26), saiu cedo para deixar na escola os dois filhos, de 10 e 15 anos, que teve com uma brasileira, com quem se casou em 1997. Logo depois, quando tomava café em uma padaria, foi preso por agentes da Polícia Federal.

Em depoimento, Scotti disse que chegou ao Brasil por volta de 1986, adquiriu documentos falsos em Fortaleza e assumiu a identidade de Francisco de Castro Visconti.


Policia Federal/Efe
Pasquale Scotti, em prédio da Polícia Federal no Recife, após ser preso nesta terça (26)
Para os vizinhos, Francisco não tem nada a ver com Scotti. "Não tem jeito de ser ele", disse à Folha o amigo da família Luiz Gonzaga, 25.

Scotti e a mulher eram vistos como uma família comum. Todos os dias, ele levava as crianças à escola. Às quartas e aos domingos, ela ia a uma igreja batista.

Na frente da casa, a mulher administra uma loja de roupas, que permaneceu fechada após a prisão.
Chico, como era conhecido, levava uma vida discreta e não ostentava riqueza. Aos fins de semana, ia ao Bar de Marcos, a duas casas da sua. Bebia cerveja e vodca. Às vezes, levava algumas garrafas.

Torcedor do Sport, assistia a alguns jogos no bar e foi alvo de chacota dos vizinhos na Copa, quando a Itália foi eliminada. Não deixou barato: "O Brasil também vai sair".

"Ninguém desconfiava. Ele nunca se aviltou, não falava de violência, era um pai dedicado, cordialíssimo", diz o comerciante Marcos Leite.

Desde a prisão de Scotti, sua mulher, que teve o nome preservado pela polícia, evita falar com jornalistas. "Eles estão arrasados. Para ela, não existe Pasquale, só existe o Francisco", diz Gonzaga.

NEGÓCIOS
Pasquale Scotti viveu no Recife por quase 30 anos sem levantar suspeitas. Nesse período, atuou como empresário, corretor de imóveis e gerente da Piroex Eireli, uma empresa de fogos de artifício onde atuava quando foi preso.

Nos anos 90, por quatro meses foi sócio do italiano Roberto Pagnini na Sampa Night Club, uma boate frequentada por garotas de programa na zona sul do Recife.

Como corretor, Scotti sofreu um processo com pedido de indenização. O italiano é acusado de intermediar a venda de um terreno que, antes de ser passado para o nome do comprador, foi penhorado para cumprimento de dívidas trabalhistas.

"Meu cliente foi lesado nessa negociação. O imóvel foi executado na Justiça do Trabalho enquanto já tinha sido vendido para o meu cliente", disse o advogado Diego Ramos Medeiros.

Scotti ficará preso em Brasília até o STF analisar sua transferência para um presídio. A Itália tem 90 dias para pedir sua extradição.


Editoria de Arte/Folhapress

Órfãos do ebola agravam crise em Serra Leoa

Quando a ambulância levou a mãe de Ali T., 12, em julho do ano passado, ele sabia que nunca mais a veria. "Ninguém que vai para o hospital com ebola volta vivo", contou Ali, olhando para o chão.

Os pais de Ali tinham ido ao enterro de um tio. Três dias depois, o pai começou a vomitar e delirar de febre. A mãe cuidou dele, e pegou ebola.
"Nem sei se foram enterrados. Só mandaram um documento do hospital dizendo que meu pai e minha mãe estavam mortos. Não consegui falar 'tchau'."
Ele agora mora com uma tia. "Não fico feliz mais. Sinto muita falta da minha 'mama'. Sinto falta do arroz jolof (prato típico do oeste da África) que ela fazia. Sinto falta de jogar bola com o meu pai."
Editoria de Arte/Folhapress

De 338 alunos da escola pública de Foredugu, em Serra Leoa, 19 perderam pai e mãe por causa do ebola, como Ali. Mais de 60 perderam um dos pais. Quase todos tiveram um parente morto. 

Musa Acamara, o diretor, tem uma lista com o nome e contatos dos órfãos. Alguns vivem com tios, outros, com amigos dos pais e um foi "adotado" por um professor. 

O governo de Serra Leoa estima que 10 mil crianças tenham perdido mãe ou pai (ou ambos) para o ebola. Proporcionalmente, é como se 330 mil crianças no Brasil ficassem órfãs em uma epidemia. 

A maioria dessas crianças teve de sair de casa com a roupa do corpo, depois de ver os pais levados para o hospital e a casa incinerada para evitar contaminação.
Segundo Mariatu Bangura, vice-chefe de serviços sociais do Ministério dos Assuntos Sociais, a prioridade é achar parentes dessas crianças e, na falta deles, famílias cuidadoras. 

"Evitamos orfanatos, que tiveram muitos problemas de maus tratos com os órfãos da guerra civil", diz Bangura. O conflito citado durou 11 anos. Quando terminou, em 2002, havia deixado mais de 100 mil órfãos. Muitos acabaram em orfanatos que "traficavam" crianças. 

RETIRADA DA RUA
Mariama Y., 16, perdeu os pais no ano passado para o ebola e estava morando com uma tia. A parente a proibiu de ir à escola, além de bater nela. A menina fugiu para o vilarejo de seu pai, mas ninguém quis recebê-la –diziam que podia levar o ebola ao povoado. Mariama acabou na rua, pedindo esmola. 

Ela foi acolhida por uma assistente social da ONG Plan International, que a inscreveu num colégio interno e pagou um ano de mensalidade. 

Hoje, divide o quarto com sete meninas. Ninguém sabe que Mariama é órfã do ebola –muitos sofrem bullying por causa disso. "O banheiro é sujo e não me deixam rezar", conta Mariama. Ela é muçulmana, e a escola é cristã. "Mas é melhor que a rua." 
No ano que vem, a garota não sabe o que fará. A ONG está tentando encontrar uma família para acolhê-la.
A maior preocupação é como manter essas crianças na escola. O governo anunciou que pagaria durante dois anos as mensalidades nas escolas públicas –que, no país, cobram pelo ensino. Apesar da promessa, poucas escolas viram o dinheiro. 

Uma escola interna como a de Mariama cobra US$ 120 (R$ 380) por trimestre. Na escola normal, a mensalidade é de US$ 7. O salário mínimo não chega a US$ 80 no país. 

"Não basta darmos uma primeira resposta à epidemia, é necessário um trabalho de longo prazo para reconstruir o país", diz Anette Trompeter, diretora da Plan International Brasil. 

 http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/05/1635959-orfaos-do-ebola-agravam-crise-em-serra-leoa.shtml

Petistas viajaram em avião de empresário preso pela PF

Aliados do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), viajaram no avião do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, na véspera da ação da Polícia Federal em que foram apreendidos R$ 113 mil suspeitos no bimotor, em outubro do ano passado.

Voaram na aeronave o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG) e seu pai, o ex-deputado federal petista Virgílio Guimarães.

Nesta sexta-feira (29), a PF prendeu Bené sob suspeita de associação criminosa. Ele é amigo do governador de Minas e ligado ao PT.

Tanto Virgílio como Gabriel foram cabos eleitorais de Pimentel na campanha de 2014.
Os dois viajaram no avião King Air, de prefixo PR-PEG, no dia 6 de outubro de 2014, um dia após a vitória de Pimentel em primeiro turno e a eleição de Gabriel para a Câmara dos Deputados.

A Folha obteve documento que comprova a rota do avião e uma foto de Gabriel e Virgílio saindo do bimotor. Outras duas pessoas também aparecem na imagem, mas a reportagem não conseguiu identificá-las.

Reprodução
Deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), no centro (de branco), e seu pai, o ex-deputado Virgílio Guimarães
Deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), no centro (de branco), e seu pai, o ex-deputado Virgílio Guimarães 
Gabriel e Bené têm relação próxima, e suas famílias são amigas, segundo o deputado.
Como a Folha revelou no ano passado, a dupla e Pimentel fizeram uma viagem privada a Punta del Este, no Uruguai, em março de 2014.

Na época, Gabriel disse que não falaria sobre ''assuntos de cunho pessoal''. Pimentel, que foi acompanhado de sua mulher, Carolina Oliveira, também dissera se tratar de viagem pessoal.

Nesta sexta, a polícia realizou buscas na casa de Virgílio e no apartamento em que morou a primeira-dama.
A ligação de Bené com Pimentel cresceu a partir de 2012, quando o petista se separou da primeira mulher e iniciou namoro com Carolina. Benedito e sua mulher se tornaram companhias frequentes de Pimentel e Carolina.

VIRGÍLIO
A polícia suspeita ainda que Bené tenha uma ''sociedade dissimulada'' com Virgílio Guimarães. Para a PF, o ex-deputado recebeu pelo menos R$ 750 mil de Bené.

Numa das mensagens interceptadas pela PF, Bené diz a Virgílio: "O cheque de 200 [mil] deve ter voltado. Pode pedir pra reapresentar".

Virgílio foi apontado nas investigações do mensalão como o parlamentar que introduziu o publicitário Marcos Valério de Souza nos círculos do PT para operar um caixa dois que serviu para pagar uma espécie de mesada para a base aliada.

Valério, que operava um esquema similar em Minas para o PSDB, segundo investigações da PF, foi condenado a 40 anos de prisão por conta do mensalão.

OUTRO LADO
O deputado Gabriel Guimarães (PT-MG) confirmou ter viajado no avião do empresário Benedito Oliveira e disse que foi ao município mineiro de Curvelo agradecer os votos que recebeu na eleição para a Câmara.

No dia seguinte ao voo realizado pelo parlamentar, a Polícia Federal fez uma apreensão de R$ 113 mil em dinheiro vivo na mesma aeronave, em Brasília –na ocasião estavam presentes Benedito, o Bené, e Marcier Moreira, que já foi assessor do Ministério das Cidades, pasta controlada pelo PP.

Indagado sobre o uso do avião de Bené, Guimarães disse que o voo foi cedido. "O avião foi empréstimo em um período fora da minha eleição''. O resultado da disputa eleitoral ocorrera na véspera.

O deputado não soube informar se usou o avião de Bené durante a campanha. "Tenho que checar."
Guimarães disse ainda não achar estranho que o mesmo avião, no dia seguinte, tenha sido alvo de ação da PF.

A reportagem pediu a Guimarães que ele fizesse o reconhecimento das demais pessoas que aparecem na foto, além dele e de seu pai.

O petista identificou um dos passageiros (homem na escada do bimotor) como seu primo. O outro homem, que abraça o deputado na imagem, seria uma "pessoa de Curvelo" da comitiva que o recepcionou no aeroporto.

A Folha ligou várias vezes para o ex-deputado Virgílio Guimarães e enviou mensagens de texto, mas não obteve resposta.

 http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/05/1636011-petistas-viajaram-em-aviao-de-empresario-preso-pela-pf.shtml

Um trabalhador americano produz como quatro brasileiros

Quatro trabalhadores brasileiros são necessários para atingir a mesma produtividade de um norte-americano.

A distância, que vem se acentuando e está próxima da do nível dos anos 1950, reflete o baixo nível educacional no Brasil, a falta de qualificação da mão de obra, os gargalos na infraestrutura e os poucos investimentos em inovação e tecnologia no país.

Editoria de Arte/Folhapress

Fatores apontados por empresários e por quem estuda o assunto como os principais entraves para a produtividade crescer no país –e que também ajudam a explicar o desempenho fraco do PIB brasileiro nos últimos anos.

A comparação entre Brasil e EUA considera como indicador a produtividade do trabalho, uma medida de eficiência que significa quanto cada trabalhador contribui para o PIB de seu país.

O dado é do Conference Board, organização americana que reúne cerca de 1.200 empresas públicas e privadas de 60 países e pesquisadores.

Ele é importante porque mostra a força de fatores como educação e investimento em setores de ponta, que tornam mais eficiente o uso de recursos. A produtividade costuma ser menor nas empresas de trabalho intensivo.

O baixo nível educacional no Brasil é destacado pelo pesquisador Fernando Veloso, da FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), como um dos mais graves problemas para uma economia que precisa crescer e aumentar o padrão de vida da população.

"O brasileiro estuda em média sete anos, nem completa o ensino fundamental. Nos EUA, são de 12 a 13 anos, o que inclui uma etapa do ensino superior, sem mencionar a qualidade do ensino."

A média de treinamento (qualificação) que um americano recebe varia de 120 a 140 horas ao ano. No Brasil, são 30 horas por ano, destaca Hugo Braga Tadeu, professor da Fundação Dom Cabral.

A produtividade brasileira deve cair neste ano ao menor nível desde 2006 na comparação com a do americano e se aproxima do nível da década de 1950, quando o estudo se iniciou. Em 1980, um brasileiro tinha produtividade equivalente a 40% da de um americano. Hoje, ela está em 24%.

"Voltamos ao patamar dos anos 1950, mesmo com os avanços tecnológicos que ocorreram em 65 anos", afirma José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de competitividade da Fiesp.

A dificuldade de competir se acentua com a carga tributária maior, o juro alto para empréstimos, os riscos cambiais, os custos trabalhistas e os gargalos que encarecem a produção, diz o empresário.

A queda na produtividade é consequência do PIB fraco e de condições desfavoráveis, como maior inflação, que levam o setor produtivo a cancelar ou adiar investimentos.

A retração generalizada no consumo das famílias e na demanda de empresas e governos, além da piora na situação da indústria e dos serviços, foi mostrada na queda de 0,2% no PIB de janeiro a março, e a previsão é que o segundo trimestre seja pior.

MAIS DISTANTE
"O país vive uma crise de isolamento que só o distancia dos países e só se acentua", afirma o economista Cláudio Frischtak, estudioso do tema produtividade.

O isolamento se traduz não só pelo ritmo lento de avanços dentro das fábricas, como processos de inovação, diz o economista, mas também no número baixo de acordos de livre-comércio com outros países (o que dificulta o acesso a bens e serviços, inclusive os de maior tecnologia).

Outro indicador desse distanciamento é a participação de estrangeiros no mercado de trabalho. "São professores, pesquisadores, técnicos e cientistas que enfrentam dificuldades burocráticas para exercer suas atividades no país. Com isso, o conhecimento deixa de circular."

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/05/1635927-1-trabalhador-americano-produz-como-4-brasileiros.shtml

Menina fica quatro dias acordada para se livrar de parasita que comia seu globo ocular

ReproduçãoReprodução

Acostumada com os incômodos de quem utiliza lente de contato, Jessica Greaney, de 19 anos, não deu muita bola para as dores que sentia em um dos olhos ao longo de toda uma semana. No final do período, porém, seu globo ocular estava tão vermelho e inchado que ela teve de ir a um hospital. Chegando lá, descobriu que a dor e o inchaço eram consequência de um parasita que estava comendo seu olho, literalmente.

O parasita, conhecido como Acanthamoeba, estava vivendo dentro de seu globo ocular. Alertada pelos médicos de que a doença poderia levar à cegueira em poucos dias se não fosse tratada, Jessica começou a viver um tratamento de quatro dias pingando colírio no olho infectado de meia em meia hora. Para isso, passou todo o período sem dormir sequer um minuto, pois precisava ficar com os olhos abertos todo o tempo.

“Quatro noites sem poder dormir por um minuto sequer soam como tortura para quem ouve e, depois de viver essa experiência, posso confirmar que realmente é. Foram dias muito difíceis, senti muita dor, tontura, meu humor ficou horrível e só consegui passar por esse período porque era muito melhor superá-lo do que ficar cega para a vida toda”, explicou Jessica à BBC.

A presença do parasita não é exclusividade de quem utiliza lente de contato, mas pode acontecer com mais facilidade nesse tipo de pessoa. O Acanthamoeba é encontrado na água e só afetou Jessica porque ela tomou banho ou nadou usando suas lentes. O parasita, então, ficou preso no globo ocular e se alojou neles. Uma das principais proteções dos olhos, as lágrimas não são suficientes para expulsá-lo dos olhos.

“Sempre mantive minhas lentes de contato limpas, tomava todos os cuidados, mas não tomei cuidado suficiente na hora do banho. Nunca mais repetirei”, concluiu a garota, que saiu da história com os olhos intactos.

 https://br.noticias.yahoo.com/menina-fica-quatro-dias-acordada-para-se-livrar-de-parasita-que-comia-seu-globo-ocular-145143605.html

Marcha das Vadias em SP pede legalização do aborto


Manifestantes querem que Congresso avalie mudança na lei; organização fala em 2 mil pessoas, mas PM confirma 100

Centenas de mulheres participaram hoje (30) da 5ª Marcha das Vadias em São Paulo, reivindicando principalmente a legalização do aborto e o fim do encarceramento feminino. Segundo as manifestantes, é preciso ampliar o debate sobre ser ou não favorável ao aborto, entendendo que a criminalização não impede que as pessoas continuem abortando, o que implica no comprometimento da saúde da mulher.

"A Marcha das Vadias luta basicamente contra a criminalização e culpabilização das mulheres pela violência que elas sofrem, em especial, a sexual. Este ano, especificamente, resolvemos pautar a questão da legalização do aborto porque temos um Congresso extremamente conservador e que já expressou que isso não vai entrar na pauta. Estamos aqui para dizer que vai", disse a psicóloga Isabel Bernardes, integrante do movimento.

Segundo ela, cada mulher tem o direito de decidir sobre fazer ou não um aborto. "E mais do que isso. É necessário uma real política de efetividade dos direitos sexuais e reprodutivos para que o aborto fosse, de fato, a última opção e não um remédio duro de tomar"

Isabel Bernardes entende que legalizar o aborto não é obrigar as mulheres a fazer aborto. “Ninguém vai ser obrigado a fazer o aborto porque está legalizado. Deve-se deixar as pessoas que não querem, não podem ou não acreditam nesse projeto de vida, decidir não seguir adiante com uma gravidez. Legalizar o aborto é dar oportunidade para quem não pode pagar [para fazer aborto], porque quem pode pagar faz, mas sem risco de morrer", destacou a psicóloga.

Veja imagens de Marchas das Vadias realizadas em SP
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Concentração da Marcha das Vadias, no vão do Masp, em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Michele protesta contra machismo na Marcha das Vadias, em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
Marcha das Vadias em São Paulo. Foto: Iran Giusti/iG
 
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Uma das manifestantes, de 31 anos de idade, que chamamos de Joana para preservar a sua identidade, disse à reportagem ter feito dois abortos. O primeiro, quando tinha 23 anos. Para isso, segundo ela, mesmo sabendo dos riscos, comprou por iniciativa própria um medicamento abortivo que custa em torno de R$ 100 ou R$ 200 cada comprimido.

"Utilizei a medicação na minha casa e segui as instruções de cartilhas que encontrei na internet. Usei, aguardei um tempo para fazer efeito, e tive hemorragia. Nas duas vezes eu estava entre sete ou oito semanas [de gravidez]. E eu sabia que teria que procurar um hospital depois. Mas eu sabia disso porque eu tive acesso à informação. Nas duas vezes passei por curetagem [no hospital]".

Joana disse ainda que, no hospital, não falou ao médico sobre ter provocado o aborto por temer consequências. "Não falei nada. Nem que estava grávida. Contei que tinha sofrido uma hemorragia e que estava com dor".

"É urgente no Brasil legalizar o aborto. As mulheres morrem porque elas não têm acesso à informação, praticam o aborto de forma absolutamente sem informação. Muitas mulheres morrem porque tomam o remédio e depois não procuram o hospital para fazer a curetagem. Outras fazem de forma pior, perfurando o útero com agulha de tricô. Ou tomam drogas das quais não sabem a origem, risco que eu também corri”, destacou. Para a manifestante, o ideal é que toda mulher pudesse fazer o aborto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

"As mulheres pobres correm muitos riscos. Quem tem R$ 4 mil ou R$ 5 mil vai para Moema [bairro de classe média alta de São Paulo] e faz da forma mais segura e limpa possível. E sai de lá tranquila. Quem não tem ou vai parar em uma clínica sem nenhuma estrutura ou vai parar na mão de uma curiosa ou vai tentar fazer como eu fiz, em casa e sozinha, correndo muitos riscos porque eu tenho a absoluta convicção de que a maioria das mulheres não tem acesso a essa informação que eu tive na internet", disse Joana.

Depois da concentração no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) onde confeccionaram cartazes e entoaram cânticos sobre o aborto - entre eles, um que fazia referência ao Uruguai, com o seguinte refrão: “O Uruguai já legalizou, Brasil, a sua hora chegou” - as manifestantes seguiram em caminhada pela Avenida Paulista e Rua Augusta, com destino à Praça Roosevelt, no centro da cidade. Lá, ao encerrar o ato, elas sentaram em círculo e cada uma deu um depoimento sobre o aborto.

As manifestantes estimaram que o ato reuniu cerca 2 mil pessoas. A Polícia Militar calculou em torno de 100 pessoas.

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2015-05-30/marcha-das-vadias-em-sp-pede-legalizacao-do-aborto.html

Trauma provoca distúrbios mentais em cerca de 8 milhões de refugiados no mundo

Depressão e estresse pós-traumático são as doenças mais comuns em vítimas de desastres naturais e conflitos armados

A cicatriz no pescoço passaria despercebida, não fosse a preocupação do refugiado em tentar escondê-la. Fugido de seu país de origem após sobreviver a emboscada do Estado Islâmico, o homem apressou-se em perguntar para a equipe que o recebeu no Caritas, Centro de Acolhida para Refugiados, se a marca, quase imperceptível, o impediria de conseguir emprego em São Paulo.
Mohammed Elias, de 45 anos, mostra foto do filho de 14 anos que pode ter sido vítimas de tráfico humano em Ukhiya, perto de Cox Bazar, Bangladesh (Arquivo)
AP
Mohammed Elias, de 45 anos, mostra foto do filho de 14 anos que pode ter sido vítimas de tráfico humano em Ukhiya, perto de Cox Bazar, Bangladesh (Arquivo)
O receio de alguém descobrir a lembrança pavorosa que a marca representa em sua vida chamou a atenção da equipe médica multidisciplinar da instituição para um problema que afeta cerca de 8 milhões de asilados no mundo: os distúrbios mentais provocados por grandes traumas. 

Entre 5 e 10% das cerca de 80 milhões de vítimas de emergências humanitárias no mundo – incluindo as que sobreviveram a desastres naturais e conflitos armados – desenvolvem depressão, estresse pós-traumático e, em casos mais extremos, psicose e deficiência intelectual, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
A psiquiatra do Caritas e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas Luciana de Andrade Carvalho afirma que o trauma psicológico pode provocar também aumento da frequência cardíaca, insônia e transtornos de diferentes tipos e proporções, como os motores.

"É difícil caracterizar os sintomas. Às vezes um refugiado sobrevive a uma guerra e leva uma vida normal, outros sobrevivem a um desastre natural e não conseguem mais dormir. O trauma psicológico às vezes é mais difícil de tratar do que o físico", afirma.

Tanto no Caritas quanto no HC, a médica explica que a prevalência dos diagnósticos é para casos de depressão. No Caritas, os refugiados adultos apresentam problemas relacionados a insônia, geralmente por causa das lembranças traumáticas. Já as crianças afetadas têm mudanças bruscas de humor e aumento da agressividade.

"Grande parte das crianças com menos de dez anos apresentavam comportamento agressivo. Para elas a adaptação é complicada. A maioria dos albergues tem uma rotina pré-estabelecida e poucas áreas de recreação", pondera.

Responsabilidade com os doentes
Na maioria das vezes, o trauma pode ser superado com o tempo, principalmente se a nação que recebe esses grupos oferece um ambiente familiar e suporte comunitário. No entanto, esse acolhimento nem sempre é comum. 

No Chad, por exemplo, que recebe mais de 450 mil refugiados vindos do Darfur, no oeste do Sudão, República Centro-Africana e Nigéria, o sistema de saúde mental é muito deficiente: a nação conta apenas com um psiquiatra e um grupo pequeno de psicólogos para seus 11 milhões de habitantes e milhares de asilados.

Em situações como essa, a instituição conta com a ajuda de parceiros para garantir atendimento. "Neste momento, por exemplo, contamos com psicólogos de Burkina Faso e da Argélia para ajudar no Chade. Mas sabemos que não é suficiente", afirma Peter Ventevogel, oficial sênior de saúde mental do Acnur (Agência da ONU para refugiados). 

"O Acnur trabalha, muitas vezes, com valor muito aquém do que solicita à comunidade internacional e muitos refugiados permanecem sem apoio simplesmente porque não há financiamento suficiente para esses programas."

Refugiados no Brasil
Os sírios são o maior grupo a buscar asilo no Brasil, segundo dados do Acnur. Entre janeiro de 2010 e outubro de 2014, 1.524 refugiados da Síria chegaram ao País. De 2010 a 2013, o fluxo de pedidos de várias partes do mundo aumentou mais de 930%, passando de 566 para 5.882, o que faz do Brasil o País que mais recebe refugiados na América Latina e Caribe. 

Para facilitar a entrada dos grupos, a legislação nacional de refúgio criou o Conare, Comitê Nacional para os Refugiados. Por meio do órgão, foi criada lei que garante documentos básicos aos refugiados, incluindo os de identificação e de trabalho. De acordo com a instituição, até outubro de 2014, foram reconhecidos 7.289 refugiados de 81 nacionalidades diferentes - 25% deles, mulheres. Além da Síria, há um grande fluxo de asilados da Colômbia, 1.218, Angola, 1.067, e República Democrática do Congo, 784.
 
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