Parecer será submetido ao Conselho Federal da OAB que, na próxima quarta-feira, decide se segue ou não a recomendação
Por
três votos a dois uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
emitiu parecer contrário a um pedido de impeachment da presidenta Dilma
Rousseff com base na reprovação das contas de 2014 do governo federal
pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O parecer terá que ser submetido
ao Conselho Federal da OAB, que, na próxima quarta-feira (2), decidirá
se segue ou não a recomendação da comissão.
Na
avaliação da comissão, formada por cinco conselheiros federais da OAB,
cada um representando uma região do país, por se tratar de práticas
ocorridas em mandato anterior, as irregularidades nas contas não podem
justificar o processo político do impeachment.
“Por mais importante que seja o acórdão da Corte
de Contas”, observa o documento, “não é bastante para firmar um juízo
definitivo sobre irregularidades administrativas ou de execução
financeira e orçamentária, a ponto de sustentar, autonomamente, a
recepção de um pedido deimpeachment, sem a aprovação do parecer pelo
Congresso Nacional”.
“A sociedade espera que a OAB tenha uma posição
fundamentada sobre o impeachment da presidente. De forma técnica e
imparcial, a OAB vai adotar uma posição e divulgá-la à nação. A
Constituição prevê o impeachment e apresenta seus requisitos. O plenário
da OAB irá dizer se estão ou não presentes tais pressupostos”, afirmou o
presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho. Segundo
ele, a Ordem poderá analisar eventuais fatos novos que venham a aparecer
e embasar novos pedidos de impeachment.
Divergências
Os
dois conselheiros vencidos na comissão produziram um voto em separado.
“Os autores deste voto divergente entendem que, estar a presidente em
um novo mandato, não impede a instauração do processo de impeachment da
presidente da República, porque, reeleita, não se afastou, em momento
algum, de suas funções presidenciais”, afirmam no voto em separado os
conselheiros Elton Sadi e Setembrino Pelissari. No texto, eles ressaltam
que a importância do acórdão do TCU e a implicação da presidente nas
irregularidades apontadas são o bastante para que não se precise
aguardar o pronunciamento do Congresso antes que a OAB se manifeste em
favor do impeachment.
No percurso do rio, as próprias chuvas devem
limpar estragos e os peixes devem voltar em cinco meses; no mar, a
diluição dos sedimentos deve ocorrer de forma até janeiro de 2016
Embora
esteja considerado atualmente "morto", o rio Doce, que recebeu mais de
25 mil piscinas olímpicas de lama proveniente do rompimento da barragem
da mineradora Samarco, em Mariana (MG), "vai ressuscitar" em até cinco
meses, no final da época de chuvas, em abril do próximo ano.
A afirmação é de Paulo Rosman, professor de
Engenharia Costeira da COPPE/UFRJ e autor de um estudo encomendado pelo
Ministério do Meio Ambiente para avaliar os impactos e a extensão da
chegada da lama ao mar, ocorrida no último domingo e que afeta a costa
do Espírito Santo.
Embora especialistas tenham divulgado previsões
de danos catastróficos, que incluiriam danos à reserva marinha de
Abrolhos, no sul da Bahia, e um espalhamento da lama por até 10 mil m²,
Rosman afirma que os efeitos no mar serão "desprezíveis", que o material
se espalhará por no máximo 9 km e que em poucos dias a coloração
barrenta deve se dissipar.
Para ele, há três diferentes cenários de gravidade
do desastre e de velocidade de recuperação. No alto, onde a barragem se
rompeu, próximo ao distrito de Bento Rodrigues, deve durar mais de um
ano e dependerá de operações de limpeza dos escombros e de um programa
de reflorestamento. Para ele, a sociedade e os governos mineiro e
federal precisam cobrar de Vale e BHP Hillington, donas da Samarco, o
processo de reflorestamento e reconstrução ambiental, de custo
"insignificante" para as empresas.
Ele
diz que, na maior parte do percurso do rio Doce, as próprias chuvas
devem limpar os estragos e os peixes devem voltar ao rio no período de
cinco meses, e, no mar, a diluição dos sedimentos deve ocorrer de forma
mais rápida - até janeiro do próximo ano.
Ao mesmo tempo, o especialista considera
"inaceitável" que o governo permita que as pessoas voltem a morar nas
regiões afetadas e que seria "criminoso" não retirar os outros povoados
que se encontram nas linhas de avalanche de outras barragens.
Leia os principais trechos da entrevista:
BBC
Brasil - Nos últimos dias, especialistas, ativistas, moradores,
pescadores e indígenas têm repetido que o rio Doce "está morto". O
senhor diz que ele "vai ressuscitar". Como isto deve acontecer?Paulo
Rosman - Eu vou repetir um chavão muito conhecido: o tempo é o senhor
da razão. Há a visão quantitativa e fria do pesquisador, do cientista, e
a visão emocional e por vezes desesperada do morador, do pescador e do
índio. Os dois estão expressando as suas razões. Nenhum dos dois está
certo ou errado.
No caso da ciência as coisas são mais factuais,
quantitativas, mais numéricas. No caso do indígena, ele constata e sofre
com a "morte" do rio. A diferença é que o rio está morto neste momento,
é verdade, mas ressuscitará muito rapidamente, e eles vão poder
comprovar isso.
Há muitos exemplos de acidentes muito mais graves e
mais sérios do que este da barragem de Mariana. Veja a erupção
vulcânica do monte Santa Helena, nos Estados Unidos (em 1980). Foi tudo
devastado e destruído, numa área imensamente maior. Você vai lá hoje e
vê que os animais voltaram e a mata voltou.
Para fazer a conta,
você tem que pegar o peso da lama e dividir pela massa específica dessa
lama. Se neste momento eu tenho 4 kg/m³ de água e for dividir pela massa
da lama, dá mais ou menos 1,3 mm. Então isso significa que se esses
sedimentos todos se depositassem no fundo do rio formariam um tapete de 1
mm de espessura, o que nem vai acontecer, porque a correnteza vai
levar.
As fortes chuvas entre novembro e abril "lavarão" o rio Doce, num processo natural.
Digo
isso baseado em quantidades de sedimentos, em conhecimentos de
processos sedimentológicos, na dinâmica de transporte desses sedimentos
pelas correntes dos rios, dos estuários, das zonas costeiras. Então
essas coisas são relativamente rápidas, a natureza se adapta, se
reconstrói, se modifica.
BBC Brasil - Como o senhor avalia
a mortandade e o retorno de peixes ao rio, posteriormente? E como
responde a especialistas que avaliam que a recuperação da área e do rio
pode levar mais de dez anos?Rosman - A onda de lama matou
os peixes, mas o volume, pelo que eu vi publicado nos jornais,
representa uma quantidade muito baixa. A não ser que tenha havido algum
erro de cálculo, foi divulgado que morreram 8 mil kg de peixes no rio
Doce. Veja, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro: quando há
uma baixa mortandade, estamos falando em 70 mil peixes, mas este número
pode chegar a 200 mil, e depois sempre há o retorno. A gente sabe que
não demora muito para que a Lagoa encha de peixe de novo.
Quanto
aos comentários de especialistas citados, eu diria apenas que eu espero
que eles estejam enganados. Não vou entrar em discussão. Mas basta olhar
coisas que já aconteceram. Por exemplo, a quantidade de sedimentos que
desceu dentro do rio Itajaí-Açu (SC), no final de 2008, quando caíram
inúmeras encostas no vale do Itajaí, na região de Itajaí e Blumenau.
Houve um desmoronamento do cais do porto, um mega-assoreamento do canal
do porto de Itajaí, sem contar diversas mortes na tragédia. Foi um
evento natural, e em quantitativos ele é extremamente maior do que esse
do rio Doce.
E o porto de Itajaí está lá, o rio Itajaí-Açú está
lá, Blumenau está lá. O rio voltou ao normal. Sinceramente eu acho que
essas pessoas estão sendo movidas pelo impacto humano da tragédia, pela
emoção. As mortes e os prejuízos são dores e perdas eternas. Mas temos
que separar. Para voltar para o plano racional, só deixando o tempo
passar.
BBC Brasil - É possível mensurar a quantidade de
sedimentos que chegou ao mar do Espírito Santo e o impacto ambiental
disso? Dias atrás cientistas cogitaram impactos catastróficos nos
ecossistemas marinhos da região.Rosman - Sim. De acordo com
os últimos números, a concentração a 10 km de distância da foz do rio
Doce, onde a lama teve contato com o mar, está entre 50 e 20 mg/l de
sedimentos em suspensão. Isto é muito insignificante para ser
considerado um risco ambiental. É absolutamente desprezível.
Para
se ter uma ideia, a água transparente do mar, costeira, tem tipicamente 5
mg/l de sedimentos em suspensão. A água dentro de uma baía tem
tipicamente entre 50 mg/l a 100 mg/l de sedimentos em suspensão. A água
de um rio com cor barrenta tem em torno de 500 mg/l de sedimentos de
suspensão, são todos dados naturais.
Rios muito barrentos, como o Amazonas, têm entre 1.500 e 2.000 mg/l de sedimentos em suspensão na época de cheia.
Então
se a 10 km da foz do rio Doce você vai ter concentrações de no máximo
50 mg/l no mar, embora você veja a coloração diferente por mais algumas
semanas, é óbvio que não estamos falando de danos ambientais.
Diferentemente de um vazamento de petróleo, que você usa bactérias para
decompor e limpar - e leva tempo e gera mortalidade de vida marinha
muito maior -, no caso atual você não tem como "limpar" a lama no mar.
Ela se dilui naturalmente, sozinha.
Mesmo que você tenha um padrão
de ventos que gere correntes fora do usual, a distância é tão grande e a
diluição é de tal ordem que não causaria efeitos danosos em Abrolhos.
BBC
Brasil - E quanto à composição destes sedimentos que compõem a lama? É
possível que seja descoberto que têm uma toxicidade muito maior do que
se imagina e que possa causar danos futuros?Rosman - Risco
sempre há, mas não tenho razões para acreditar nisso. Já ouvi pessoas
que não são da área darem prognósticos devastadores quanto à toxicidade
desse material. E já ouvi pessoas que são especializadas, da área de
geologia, e que conhecem muito bem isso, dizerem o oposto, que se trata
de um material de baixa toxicidade.
Então não tem grandes impactos
persistentes no longo prazo. As pessoas podem tirar da cabeça essa
ideia de que se trata de algo radioativo, de um veneno ambiental que vai
matar tudo e nunca vai sair do chão. Não é nada disso.
Para você
ter uma ideia, a doutora Marilene Ramos, que é a presidente do Ibama,
tem doutorado em mecânicas do solo. Ela fala inclusive com um
conhecimento específico de solo muito maior do que o meu. Ela me disse
que esse material não é de alta toxicidade e que é basicamente areia
fina, argila e óxido de ferro. Claro que tem traços de outras
substâncias, mas em concentrações muito baixas, que não oferecem risco.
BBC
Brasil - Na sua opinião o que deveria ser feito no distrito de Bento
Rodrigues (MG), o vilarejo mais devastado pela avalanche de lama? Como
limpar ou recuperar o local? E quanto isto pode custar?Rosman
- Primeiramente o governo de Minas Gerais precisará avaliar o que
retirar de escombros, de estruturas danificadas, e ver se deixa algo
como marco simbólico da tragédia. É um absurdo permitir o retorno das
pessoas para aquele local.
Se eu fosse o governo de Minas Gerais
obrigaria a Samarco a fazer um parque memorial ali. Fazer um projeto
bonito, fazer um paisagismo, uma correção de solo, um jardim, e ficaria
como memória, com homenagem às pessoas que sofreram essa desgraça toda.
Ninguém vai poder voltar a morar ali.
BBC Brasil - O
senhor orientaria o governo mineiro a retirar os outros povoados que
estão na linha de avalanche de outras barragens de rejeito de mineração?Rosman
- Com certeza. Muitas vezes os povoados se formam próximo às barragens
porque atraem empregos e comércio. Mas o poder público não poderia
permitir a instalação de povoados em áreas de passagem de eventos como
esse que ocorreu. Hoje não faltam ferramentas computacionais que nos
permitem simular um rompimento de uma barragem e mostrar qual é a trilha
de percurso da avalanche. Atualmente é inaceitável e injustificável ter
povoados em rotas de avalanche de barragens, ninguém poderia morar
nestes locais.
BBC Brasil - O senhor considera que isto foi uma irresponsabilidade dos atores envolvidos?Rosman
- Olha, irresponsabilidade é quando você tem consciência do fato e não
faz nada. Tudo é óbvio depois que você já sabe o que aconteceu. Ou seja,
a partir de agora, deste exemplo dramático e catastrófico, se o governo
não tomar medidas para realocar pessoas em áreas de alto risco, em
outros locais onde se sabe que poderia ocorrer algo semelhante a Mariana
ou até pior, eu diria que estaríamos falando de uma atitude mais do que
irresponsável, mas sim criminosa.
Há duas opções. Você pode
remover o povoado para outro local, ou se o povoado for grande demais,
você embarga o negócio lá em cima. Para de usar a barragem, estabiliza,
deixa secar, e pronto. Transfere a atividade para outro lugar. Tem que
ver o que é mais viável.
Após uma infecção na vagina, a blogueira feminista teve a ideia de usar a levedura como um dos ingredientes do pão caseiro
Zoe
Stavris, uma blogueira feminista, causou revolta entre os internautas
após declarar em seu blog que iria fazer pão usando levedura retirada de
sua própria vagina. Ela deu a "receita", que consiste de farinha, água,
e a levedura, em seu blog e relatou todo o processo.
Ela conta que a ideia surgiu quando, em um sábado,
ela acordou com candidíase, uma doença causada por fungos comum entre
as mulheres. Do seu "senso de humor perverso" em combinação com
sua "mente perspicaz e científica", veio a ideia de testar a receita. O
processo, que ao todo levou quase quatro dias, foi documentado pela
blogueira através do Twitter.
Ela conta esperava reações de nojo, mas os
comentários que recebeu beiram o ódio. Zoe acredita que a reação é uma
consequência da repulsa e do tabu que a sociedade enxerga na vagina e em
tudo relacionado à ela. "Talvez se eu estivesse fazendo um pão caseiro
usando qualquer ingrediente que não fossem fungos vaginais, as pessoas
não teriam se importado tanto", escreveu ela em seu blog.
Zoe
falou sobre os possíveis perigos de usar as bactérias de uma candidíase
como a levedura para o pão. Ela diz que é um "fermento selvagem", como
qualquer outro, que deve ser exposto ao ar e deixado "de molho" por
alguns dias. Exposto às altas temperaturas do forno, o "fermento" perde
as propriedades nocivas. Existe um problema, no entanto. O fermento não é
comprovadamente eficaz, já que o pão não cresceu muito.
O
resultado foi um pão deliciosamente saboroso, garante ela. O cheiro do
pão, ao ser tirado do forno, perfumou a casa inteira. Se as leveduras de
sua vagina tem responsabilidade no sabor final do pão, ela não sabe, já
que a quantidade usada era muito pequena.
As vítimas têm 5, 6, 10, 12 e 14 anos, e o suspeito, 49; crimes ocorreram em propriedade rural a 600 quilômetros de Macapá
Um agricultor preso na quinta-feira, sob a suspeita de estuprar as
cinco filhas indígenas, não mostrou qualquer arrependimento ao prestar
depoimento ontem, informou a Polícia Civil do Amapá, na Região Norte do
Brasil. Segundo os agentes, ele contou que considerava os abusos sexuais
‘normais'.
"Era rapidinho, não fazia nada, não, era rapidinho", teria dito o cretino a investigadores, segundo a Rede Amazônia de TV.
Os crimes aconteciam numa propriedade rural na
cidade de Oiapoque, a cerca de 600 quilômetros da capital Macapá. As
vítimas têm 5, 6, 10, 12 e 14 anos, e o suspeito, 49. Divorciado da mãe
das vítimas, que é indígena, o monstro morava ainda com três filhos
homens.
"O
representante da Funai apresentou a mãe da vítima e trouxe uma das
filhas abusadas, que tem 12 anos. Fizemos o exame de conjunção carnal
que atestou o abuso, tanto o rompimento do hímen, quanto fissuras anais.
Após isso investigamos os demais abusos", contou o delegado Charles
Correa ao portal de notícias G1.
Psicóloga, assistente social e
conselheiros tutelares estiveram na propriedade onde vivia a família. As
mãos das crianças chamaram a atenção do grupo, por conta dos ferimentos
e calos. Elas trabalhavam ajudando o pai na roça. "As meninas têm
traumas e estão acuadas", concluiu com o delegado.
Ação é retaliação após abatimento de caça russo;
agora serão proibidas importações de alguns produtos típicos turcos,
assim como serão limitadas atividades empresariais do país na Rússia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um
decreto neste sábado (28) que impõe duras sanções econômicas contra a
Turquia, após o abatimento de um caça russo na fronteira com a Síria
nesta semana.
Com a medida, serão proibidas as importações de
alguns produtos típicos turcos, assim como serão limitadas as atividades
empresarias desse país na Rússia. A partir de 1° de janeiro, não
poderão ser contratados serviços turcos.
Putin também ordenou o reforço, "por razões de
segurança", dos controles nos portos e sobre as atividades de condutores
de caminhões turcos. As sanções são "temporárias" e permanecem válidas
até que sejam revogadas pelo governo de Moscou. No ano passado, a Rússia
importou o equivalente US$ 1,7 bilhão da Turquia.
A medida foi
anunciada horas após o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, dizer que
seu país "está realmente entristecido" com o episódio e deseja que não
tivesse ocorrido. Esse
foi o primeiro pedido de desculpas desde o abatimento do caça, na
última terça-feira (24), o que ampliou a tensão entre os países.
Forças
de segurança turcas derrubaram um caça russo, deixando um piloto morto,
após repetidas advertências, alegando que seu espaço aéreo foi invadido
e sua soberania ferida.
O empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, presidente da
Andrade Gutierrez, vai apontar os nomes de pelo menos dois senadores que
teriam recebido propinas no esquema Petrobrás. A empreiteira está
fechando acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República.
Otávio Azevedo está preso desde 19 de junho, quando a Polícia Federal
deflagrou a Operação Erga Omnes, desdobramento da Lava Jato.
O
acordo ,que inclui leniência (Andrade Gutierrez) e delação (Otávio
Azevedo), prevê pagamento de R$ 1 bilhão, parceladamente, a título de
indenização.
As negociações do empresário com a força-tarefa do
Ministério Público Federal se prolongam há cerca de dois meses. Otávio
Azevedo vai citar os nomes de ‘autoridades com foro privilegiado’ que
teriam recebido valores ilicitos porque, de alguma forma, abriram
caminho para a empreiteira fechar contratos com a Petrobrás. Entre essas
autoridades estão pelo menos dois senadores.
Presidente da Andrade Gutierrez silencia na Lava Jato
O empreiteiro vai falar de obras da Andrade Gutierrez na usina nuclear de Angra3 e da Copa do Mundo.
Os últimos detalhes do acordo estão sendo fechados. Até o início da semana os termos estarão todos acertados.
A
reportagem tentou falar com o criminalista Celso Vilardi, que defende
Otávio Marques de Azevedo. O advogado disse que não poderia se
manifestar.
No último dia 13 de novembro, Otávio Marques de
Azevedo ficou em silêncio em audiência na Justiça Federal do Paraná,
onde responde ação criminal por corrupção e lavagem de dinheiro. Na
ocasião, ele limitou-se a agradecer a família diante do juiz Sérgio
Moro.
A
polícia de New South Wales, na Austrália, foi chamada para atender à
uma ocorrência após vizinhos acreditarem que um caso de violência
doméstica estivesse ocorrendo dentro de uma casa. Entretanto, ao
chegarem no local, os oficiais se depararam com uma situação bizarra.
Por
volta das duas da madrugada do último sábado (21), moradores começaram a
ouvir gritos de terror e palavrões. As vozes aparentemente eram de uma
mulher aterrorizada, o que motivou os vizinhos a chamar a polícia.
“Eu
vou matar você, morra! Morra!”, gritava uma voz masculina. Após a
chegada dos policiais, a misteriosa agressão teve uma resposta. Não
passava de uma luta entre um homem completamente apavorado e uma aranha.
Ao entrarem dentro da casa, os policiais encontraram o
australiano no canto da sala gritando com uma lata de veneno de insetos
na mão. Ele estaria perseguindo uma aranha pela casa enquanto surtava,
assustando assim seus vizinhos.
Os policiais questionaram se o
homem estaria agredindo sua esposa, mas ele deixou claro que era
solteiro. Um portal de notícias local divulgou o diálogo entre os
policiais e o homem, explicando a embaraçosa situação.
Polícia: Onde está sua mulher? Homem: Eu não tenho uma. Polícia: Onde está sua namorada? Homem: Eu também não tenho uma. Polícia: Nós recebemos um chamado a respeito de violência doméstica após ouvirem gritos de uma mulher, onde ela está? Homem: Eu não sei do que estão falando. Eu moro sozinho. Polícia:
Vamos lá rapaz, as pessoas falaram que ouviram claramente a voz de uma
mulher enquanto você dizia que iria matá-la. Também ouviram barulho da
mobília sendo jogada no chão.
Neste momento o homem se mostrou extremamente envergonhando e se calou.
Polícia: O que você fez a ela? Vamos, fale logo! Homem: Era uma aranha... Polícia: Perdão?! Homem: Era uma aranha, uma aranha realmente enorme! Polícia: Mas e os gritos de uma mulher? Homem: Bom, desculpem. Era eu gritando... Eu realmente odeio aranhas.
Após a conversa, os policiais ajudaram o homem a revistar a casa em busca do aracnídeo, mas não o encontraram.
Impressões digitais podem ser únicas, mas sem um registro
existente elas não ajudam na identificação de uma pessoa. Agora, no
entanto, pesquisadores podem usar análise química das impressões para
identificar o gênero de quem deixou-as para trás.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Estado de Nova Iorque,
em Albany, desenvolveu uma técnica que usa o composto químico de uma
impressão digital para definir o gênero. Isso é possível por causa da
diferença sutil na concentração de aminoácidos que vaza da pele humana:
as mulheres tendem a liberar duas vezes mais e em distribuição levemente
diferente do que os homens.
Os cientistas, liderados por Jan Halámek, decidiram ver se conseguiam
identificar essas diferenças mesmo em coisas como impressões digitais.
Primeiro, eles extraíram os aminoácidos da impressão digital ao
transferi-la para um pedaço de plástico. Então eles lavaram a impressão
com ácido hidroclórico enquanto aqueciam ela, encorajando os aminoácidos
a se liberarem. Depois a equipe analisou a presença dos aminoácidos
dentro do ácido hidroclórico.
E deu certo. A equipe realizou uma série de experimentos, recolhendo
impressões digitais de maçanetas, telas de computador e outras
superfícies. Em seus testes, eles conseguiram usar a técnica para
identificar o gênero do dono da impressão digital 99% das vezes. Os
resultados foram publicados na Analytical Chemistry.
Obviamente, combinar uma impressão digital – ou melhor, uma amostra
de DNA – é algo mais útil para agentes da lei, mas a técnica ainda pode
ter sua utilidade. Halámek diz que os resultados podem oferecer
evidências vitais quando as impressões digitais estiverem manchadas ou
distorcidas. Independentemente de como ela for usada, espere ver
referências a isso em breve em programas de TV de investigação.
O relatório final da Polícia Federal no inquérito da Operação Zelotes
que investigou os negócios de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do
ex-presidente Lula, concluiu que ele se baseou em "meras reproduções de
conteúdo disponível" na internet, "em especial no site Wikipédia", para
produzir trabalhos que, segundo ele alegou à PF, justificariam o
recebimento de R$ 2,5 milhões da firma do lobista Mauro Marcondes
Machado.
Ao final dessa parte da investigação, entregue nesta semana ao
Ministério Público Federal, a PF decidiu abrir um inquérito específico
para aprofundar a apuração acerca dos pagamentos à empresa de Luis
Cláudio, a LFT Marketing Esportivo. Além disso, a PF indiciou 19 pessoas, ou seja, apontou indícios suficientes para identificar a autoria de um crime –Luis Cláudio não está nessa leva de indiciados.
O Ministério Público deverá apresentar denúncia sobre a mesma
investigação até a próxima segunda-feira (30), que poderá ou não
concordar com os indiciamentos e a decisão da PF de desmembrar o caso
relativo ao filho de Lula.
Além desse caso, a Zelotes mantém em andamento, ainda sem previsão de denúncia, outros 19 inquéritos
policiais sobre irregularidades no Carf, o conselho vinculado ao
Ministério da Fazenda que julga recursos de multas aplicadas pela
Receita Federal.
Luis Cláudio entrou no radar da Zelotes após a quebra do sigilo bancário
da microempresa do lobista, a Marcondes & Mautoni Empreendimentos e
Diplomacia Corporativa. Os registros mostraram pagamentos
a partir de 2014 no total de R$ 2,5 milhões e na mesma época em que o
lobista recebeu R$ 16 milhões de duas empresas interessadas em
benefícios fiscais do governo federal.
Com autorização da Justiça Federal, no final de outubro a PF fez busca e
apreensão na sede da empresa de Luis Cláudio, em São Paulo.
Chamado pelos investigadores a dar explicações sobre os pagamentos, Luis Cláudio afirmou que o dinheiro se justificaria pela prestação de serviços
na área esportiva, com "foco, em grande parte, relacionado à Copa do
Mundo Fifa 2014 e às Olimpíadas 2016", conforme seus advogados
divulgaram na época. O filho de Lula entregou à PF um material que,
segundo ele, detalhava e confirmava os serviços prestados.
A PF recebeu as explicações com ceticismo. Segundo o relatório final,
"uma primeira e rápida vista dos documentos" já indicou que "pareciam
ser de rasa profundidade e complexidade, em total falta de sintonia com
os milionários valores pagos".
A PF então produziu um relatório de análise específico sobre o material
apresentado, que concluiu ser baseado em conteúdo encontrado na
internet. Para a PF, o trabalho da LFT não tem "qualquer lastro
metodológico científico ou de pesquisa de campo", além de uma qualidade
"extremamente duvidosa". A PF concluiu que não é "minimamente crível"
que Mauro Marcondes tenha contratado Luis Cláudio "ao mero acaso", pois
ele "nunca tinha realizado qualquer trabalho semelhante anteriormente".
O inquérito apontou ainda que "não se sabia o custo da produção do
estudo, tampouco a margem de lucro do trabalho". Os responsáveis pela
contratação "não souberam falar com precisão sequer as datas em que os
contratos foram assinados, o cronograma de pagamentos e as datas de
entrega dos produtos contratados".
OUTRO LADO
Em nota divulgada na quinta-feira (26) a respeito de notícias sobre a
conclusão do inquérito da Operação Zelotes, o advogado de Luis Cláudio
da Silva, Cristiano Zanin Martins, reafirmou que seu cliente "prestou
serviços na área de marketing esportivo para a Marcondes & Mautoni,
através da LFT Marketing Esportivo, e que tais serviços foram
comprovados".
O advogado não foi localizado pela Folha a partir das 21h desta
sexta-feira (27) para comentar a afirmação da PF de que seu cliente
utilizou material da internet, assim como o advogado de Mauro Marcondes.
Na nota, o advogado Martins afirmou que "foram entregues relatórios
sobre cada um dos projetos elaborados, como documentou junto à Polícia
Federal".
"A LFT recebeu pagamentos da Marcondes & Mautoni entre junho de 2014
e março de 2015, à medida que os trabalhos contratados foram
executados. Todos os valores foram declarados à Receita Federal e houve a
emissão de notas fiscais, com os devidos impostos recolhidos. Esta
relação comercial foi a única que a LFT e Luis Cláudio mantiveram com a
Marcondes & Mautoni", afirmou o advogado na nota.
Preso há três dias,
o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) pediu, nesta sexta-feira (27) que
levassem a ele um Big Mac com Coca-Cola Zero. Pela manhã, ele ganhou um
bolo caseiro e uma garrafa térmica de café com leite. O senador tem
rejeitado a comida oferecida pela Polícia Federal por restrições
alimentares. Ele toma remédios controlados para diabetes e para a
digestão.
Interessado por história, o petista está lendo o livro "A origem do
Estado Islâmico", de Patrick Cockburn, que mostra a conjuntura em que
surgiu o grupo terrorista e, segundo pessoas próximas a ele, não quis
ler jornais. O senador também recebeu uma Bíblia nesta sexta de sua
esposa, Maika Amaral, que o visitou pela manhã.
Por ter foro privilegiado, o senador está preso em uma sala
administrativa adaptada às pressas para recebê-lo na sede da
Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal, em Brasília.
A sala é vigiada por dois policiais federais e conta com banheiro e uma
cama de solteiro. A opção de colocar um político preso em sala está
prevista em lei, segundo a PF, e não é inédita, tendo sido adotada no
caso do ex-governador do DF José Roberto Arruda (ex-DEM), detido em 2010
por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça) também por suspeitas de
obstrução à Justiça.
O senador só pode ter contato com seus advogados e há restrições para
receber visitas. Segundo pessoas próximas, familiares e alguns amigos do
Mato Grosso do Sul tem tentado se encontrar com o petista mas nenhum
senador ou outro político demonstrou interesse em visitá-lo.
Em nota, a assessoria de imprensa do senador afirmou que o depoimento
prestado por Delcídio nesta quinta (26) "é apenas parte dos
esclarecimentos a serem prestados" por ele e que, "quaisquer
considerações sobre os mesmos também ocorrerão após sua conclusão".
A assessoria informou ainda que Delcídio está "abatido, porém sereno e
concentrado, junto aos advogados na formulação da sua defesa com o firme
propósito de provar, o quanto antes, a sua inocência".
Em seu depoimento, Delcídio afirmou que o vice-presidente Michel Temer tem "relação próxima"
com Jorge Zelada, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras que é
acusado de receber propina que e teria chegado ao cargo com apoio do
PMDB de Minas Gerais. As informações são da Globonews, que teve acesso
ao depoimento. Em nota oficial, Temer negou as acusações.
O senador interrompeu seu depoimento nesta quinta e deverá prestar novos
esclarecimentos na semana que vem. Ele foi preso nesta quarta-feira
(25) na Operação Lava Jato por suspeita de tentar atrapalhar as
investigações do esquema de corrupção na Petrobras.
Em gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, Delcídio e o advogado Edson Ribeiro –que foi preso nesta sexta (27)
ao voltar dos Estados Unidos– discutiram uma forma de retirar Cerveró
da prisão por meio de influência política no Supremo Tribunal Federal e,
depois, retirá-lo do país pelo Paraguai.
Eduardo Suplicy ao tomar posse como secretário municipal de Direitos Humanos em SP
Eduardo Suplicy, senador por 24 anos e hoje secretário de Direitos
Humanos da Prefeitura de São Paulo, diz ter sido atingido pelo que
define como um "tsunami" que varreu o PT nos últimos meses.
Um
dos políticos da sigla com melhor imagem perante a opinião pública,
Suplicy é tido como íntegro e idealista - embora, para alguns críticos,
também um pouco ingênuo ou "contraditório".
Foi, em 1991, o
primeiro senador eleito pelo PT, partido que ajudou a fundar nos anos
80. No Congresso, redigiu pedidos de CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) que resultariam no afastamento do então presidente Fernando
Collor e no escândalo dos Anões do Orçamento. No governo Lula,
contrariou uma diretriz da legenda e assinou, chorando, o pedido de
criação da CPI dos Correios, que escancararia o escândalo do mensalão.
Com um estilo pouco convencional, recebe cumprimentos e pedidos de foto
por onde passa. Mas a boa imagem não foi suficiente para reelegê-lo no
ano passado, quando perdeu a cadeira no Senado para José Serra (PSDB).
Ele atribui a derrota justamente a esse "tsunami" antipetista.
Depois da eleição, muitos simpatizantes vêm abordando Suplicy nas ruas e
redes sociais pedindo que deixe o PT. Em outubro, porém, ele chegou a
ser hostilizado durante um debate numa livraria. "Um grupo de 10 ou 12
pessoas começou a gritar, de maneira bastante ofensiva, 'Suplicy,
vergonha do Brasil'", lembra.
Em entrevista à BBC Brasil, ele
falou sobre corrupção, a prisão do senador Delcídio Amaral, a filiação
da ex-mulher, a senadora Marta Suplicy, ao PMDB, e nomes petistas que
poderiam ser alternativas a Lula na disputa pela Presidência em 2018.
Confira os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil
- O senhor sempre abraçou a bandeira da ética e, em função dos
escândalos recentes, é abordado por pessoas que pedem que deixe o PT.
Por que permanece?
Eduardo Suplicy -
Se houve problemas sérios com algumas pessoas em uma organização com
mais de um milhão e meio de filiados, avalio que é da minha
responsabilidade procurar prevenir e corrigir os erros, onde eu estiver.
Por exemplo, hoje estou aqui na secretaria, onde agimos com correção e
transparência. O mesmo vale para o prefeito Haddad, que criou uma
controladoria para prevenir problemas.
Se você olhar meu
Facebook, a maioria das mensagens é de apoio, positivas. Há, de fato,
aqueles que falam: "Como você ainda está no PT? Gostaria que deixasse o
partido." Respondo isso: me sinto na responsabilidade de buscar prevenir
e corrigir os erros. Por exemplo, quando era senador, apresentei
projetos propondo que toda e qualquer contribuição (de campanha) fosse
registrada na página eletrônica dos candidatos e partidos.
Em
2002, numa reunião do diretório nacional do PT, o deputado Chico Alencar
(hoje no PSOL) também propôs transparência total das contribuições. Eu o
apoiei. Conversei com o Delúbio (ex-tesoureiro do PT) que disse que
isso poderia inibir a doação da parte de algumas empresas. Se tivéssemos
aprovado o que sempre defendi...
Fui convidado a ser um
dos fundadores do PT porque tinha afinidade com os propósitos do
partido: construir uma nação mais justa, dando voz e vez àqueles que por
tanto tempo estiveram excluídos da sociedade. E fazer isso com
democracia, liberdade de expressão, retidão ética. Estes princípios são
os que defendo até hoje.
Mas não fica difícil
defender a ética em um partido envolvido em escândalos dessa magnitude?
Colegas com os quais o sr. tem afinidade deixaram o partido: a Luíza
Erundina (PSB), a Heloísa Helena (PSOL), a própria Marta (PMDB).
Tenho todo o respeito e muita afinidade com pessoas como a Heloísa
Helena, a Luiza Erundina. Também respeito a decisão da Marta de sair do
PT, mas achei que não era o caso de seguir o mesmo caminho. Prefiro
continuar no PT, em cujos propósitos de fundação eu acreditei e
acredito.
Reitero que, sim, erros graves, gravíssimos,
aconteceram. Eu sempre lembro as palavras do Lula: "Parece que Deus é
brasileiro, ajudou a Petrobras a encontrar essa extraordinária reserva
petrolífera que vai nos permitir em breve erradicar a pobreza e melhorar
a educação". De repente, vemos pessoas na Petrobras se enriquecendo de
forma ilícita, desviando recursos que deveriam ser canalizados para o
bem do povo. É um erro gravíssimo.
Mas acho que, felizmente,
temos os instrumentos no Brasil (para lidar com isso). Desde a Polícia
Federal, que tem a cooperação da Controladoria Geral da República e do
governo, até a Advocacia Geral da União, os órgãos da Justiça. É muito
importante que todos os que foram apontados como responsáveis por
desvios sejam responsabilizados. Eles precisam ter seu direito de defesa
assegurado, mas quem procedeu com incorreções precisa ser punido.
Se pessoas (com as quais convivi) ao longo de minha vida no PT
procederam com incorreção, me sinto entristecido. Isso me machuca
profundamente. Mas não é que precise sair do PT. Posso ter para com eles
uma compreensão. Qualquer ser humano pode errar. Mas precisa fazer tudo
para não incidir novamente nesses erros. E nós, como organização,
precisamos tomar as medidas para recuperar o que um dia foi uma das
bandeiras mais importantes do PT: a defesa da ética. Sei que isso não
será fácil, mas colaborarei no que puder.
E não foi apenas o PT
que teve pessoas denunciadas por malfeitos. Praticamente em todos os
partidos temos problemas. Então se uma pessoa sai do PT dizendo que
tomou a decisão em função de incorreções, mas vai para outro partido no
qual também está havendo problemas sérios, como fica?
O sr. parece estar se referindo a Marta. Como vê sua filiação ao PMDB?
Ela lá (no PMDB) estará tomando conhecimento de que algumas pessoas no
PMDB agiram de forma muito inadequada. Como disse, respeito a decisão
dela, mas é claro que ela está consciente desses episódios envolvendo
lideranças do PMDB. Em especial, o presidente da Câmara (Eduardo Cunha).
Acho que você pode perguntar a ela qual é sua posição sobre essa pessoa
que é tão importante para o PMDB.
E a posição do PT sobre Cunha? Há a possibilidade de um acordo velado com o deputado?
Ainda hoje li nos jornais que a bancada do PT vai votar pelo
afastamento de Cunha. Com isso, vai deixar clara a posição do partido
sobre uma pessoa que afirmou no Conselho de Ética da Câmara que nunca
teve contas no exterior. E depois a Justiça da Suíça expôs com clareza
que ele e seus familiares movimentaram quantias muito grandes de
recursos em contas no exterior, que certamente tiveram origem
inapropriada.
É claro que é preciso resguardar o direito de
defesa. Cunha terá e está tendo oportunidade de se defender. Mas cabe
mencionar que o próprio relator (do processo sobre cassação), que é da
sua base de apoio, fez um parecer favorável a apreciação das denúncias.
Até o PSDB, que há um mês estava se aliando a Cunha visando afastar a
presidente Dilma, hoje está declarando, pela voz do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que ele precisa renunciar ou "será
renunciado".
A Marta, claro, está lendo essas noticias e tem
ciência de que não é apenas no PT que ocorreram procedimentos
incorretos. Quando ela estava para sair do PT, em algumas ocasiões eu
fui perguntado (sobre o que deveria fazer). Mas ela preferiu a respeito
desse assunto não dialogar comigo. A respeito de nossos filhos queridos,
nossos netos, sempre temos de dialogar. Agora, sobre decisão de vida
política (não).
Então em uma disputa entre Haddad e Marta em São Paulo, o sr. apoiaria Haddad?
Sim. Ela sabe disso. Considero Haddad um bom prefeito, com bons
propósitos. Reconheço trabalhos de grande mérito que Marta realizou na
prefeitura, como a construção dos CEUS (Centros Educacionais
Unificados), que continuam a ser criados e agora também têm recebido
cursos superiores e para idosos.
Marta tem sido critica da
atual gestão, mas eu, que estou vendo mais de perto, sei que tem méritos
consideráveis. Ainda nesses dias têm saído boas noticias sobre a
diminuição da velocidade nas marginais e outras vias de São Paulo: em
2015, houve uma redução significativa de mortes no trânsito. Também
houve resistência quando foram colocadas as ciclovias, mas hoje a maior
parte da população concorda que precisamos estimular o uso de
bicicletas.
Por que os índices de popularidade de Haddad estão baixos, inclusive nas periferias?
Tenho a convicção de que a aprovação de Haddad vai crescer bastante em
todas as regiões da capital. Quando chegar o momento das eleições, com
os debates, os eleitores vão poder confrontar as palavras e argumentos
do prefeito com os dos demais (candidatos). E aí ele tem uma chance
enorme de crescer muito e vencer as eleições. Hoje, grande parte dos
meios de comunicação tem uma certa postura (crítica) sobre ele...
O problema é que a mídia é injusta com o prefeito?
É normal que ocorram as críticas e que os jornalistas e veículos da
imprensa queiram estar um mais atento que o outro para mostrar falhas na
administração publica municipal. Nem sempre fazem isso com a mesma
ênfase em relação ao governo do Estado, do PSDB. Mas sabemos que isso
acontece.
Além disso, todos do PT estamos vivendo uma situação
bastante difícil, em especial em São Paulo. Fui eleito para o Senado em
1990, 1998 e 2006. Em 2006, mesmo depois do mensalão, recebi mais de 8
milhões de votos.
Em 2014, fui um candidato forte, mas o
que houve foi um verdadeiro tsunami sobre o PT em São Paulo. A
presidente Dilma teve 25% dos votos por aqui, contra 70%, 80% no
Nordeste. O nosso candidato a governador, Alexandre Padilha, teve 18%.
Tive uma boa votação, de 6,7 milhões de votos, mas não suficiente para
vencer. É da democracia. Tudo bem.
A que o sr. atribui esse tsunami contra o PT?
Por causa das denúncias ligadas a operação Lava Jato. criou-se uma
imagem do PT muito negativa, principalmente nos lugares onde os grandes
meios de comunicação estão sediados - e em especial em São Paulo. (Esses
meios) destacaram muito isso junto a opinião pública e tivemos esse
efeito que eu chamei de tsunami sobre o PT, mas acho que vamos dar a
volta por cima.
Culpar a imprensa não é atirar no mensageiro por não gostar da mensagem?
Acho que houve críticas muito fortes em função de problemas que foram
causados por nós mesmos. Reconheço isso. Mas o efeito foi tão forte que
mesmo pessoas que não estavam envolvidas em malfeitos acabaram
prejudicadas por ser do PT.
O senhor foi hostilizado em uma livraria por manifestantes críticos ao PT.
Foi durante um debate com Haddad. Havia umas 170 pessoas lá para ouvir,
mas alguns queriam impedir o evento. Começaram a gritar, mostrar faixas
contra o prefeito, mesmo antes do debate começar. Na hora de sair,
estava concluindo uma entrevista e um grupo de 10 ou 12 pessoas começou a
gritar, de maneira bastante ofensiva, "Suplicy, vergonha do Brasil".
Eu me aproximei deles, quis dialogar. Eles só gritavam. Então eu disse a
uma das moças que tanto gritava: "Golpista". Desisti e sai. Mas se você
me acompanhar a qualquer lugar, restaurante, cinema, teatro ou casa de
espetáculo vai ver que sempre sou recebido com respeito e carinho. Ontem
fiz uma palestra na Subprefeitura de Vila Maria e fiquei 30 minutos
dando autógrafos.
Passou a evitar alguns lugares depois do episódio?
Não. Vou a todas as partes. Ainda no domingo fui almoçar num
restaurante no Jardim Paulistano (área nobre de São Paulo), onde costumo
ir com meus filhos. Ao longo do almoço pelo menos sete pessoas vieram
me cumprimentar, pedir foto. Sobre o episódio do mês passado, muitas
pessoas, em apoio a mim, até disseram que não iriam mais frequentar a
livraria, mas a Livraria Cultura não tem nenhuma responsabilidade sobre o
que aconteceu.
Como o sr. avalia a prisão de Delcídio do Amaral, líder do PT no Senado? Em que medida isso agrava a crise do partido?
Todos ficamos muito tristes, feridos com o episódio. Claro que é
necessário se assegurar o direito de defesa do senador, ele terá chance
de se explicar. Mas nas explicações que deu ontem à Polícia Federal
(ele) confirma o diálogo gravado. Ele disse que teve uma "atitude
humanitária" com relação ao (ex-diretor da Petrobras, Nestor) Cerveró.
Pelo que se sabe até o momento, houve um procedimento indevido no qual
teria oferecido um valor para a família (do diretor), condicionado a ele
(Cerveró) não fazer uma denúncia.
Isso é inadmissível, um
procedimento indevido que, se comprovado, exige sanções. E é mais um
fato grave que a tinge o PT nesse contexto sobre o qual conversamos. Os
membros do PT que avaliam que a ética e a retidão são essenciais no
trato da coisa pública não podemos aceitar esse tipo de procedimento.
Mas antes de tudo é preciso ter o conhecimento completo dos fatos.
Já
faz alguns anos que o PT perdeu protagonismo na questão dos direitos
humanos. Um marco foi quando o deputado Marcos Feliciano (PSC) assumiu a
comissão de DH da Câmara. Como o sr. vê isso?
Olha é
interessante observar que para essa tendência conservadora de alguns
parlamentares tem havido, por outro lado, uma reação muito positiva e
crescente na defesa dos direitos humanos por movimentos populares. O
próprio Eduardo Cunha parece estar preocupado, dizendo que não é tão
conservador assim. Ele escreveu um artigo na Folha (de S.Paulo) com esse
propósito. Acho que a maior parte dessas iniciativas (da "agenda
conservadora") vai ser barrada pelo Senado.
O senhor é a favor da volta de Lula em 2018?
Acho natural que, com sua trajetória, o presidente Lula se candidate novamente.
Em 2002, fui pré-candidato a Presidência. Pela primeira vez na história
do Brasil um partido convidou seus filiados a votarem (para decidir seu
candidato). Fiz uma visita a Lula e disse: "Alguns amigos dizem que
devo ser candidato e estou considerando a possibilidade, mas se você
achar que isso vai prejudicar o partido ou a você, desisto." Ele disse:
"Eduardo, por tudo que você fez na vida e pelo partido, tem todo direito
de se inscrever".
Também acredito que, se o Lula for
pré-candidato, é possível que surjam outros - e é importante que haja um
processo democrático.
Quais seriam as alternativas ao ex-presidente?
Felizmente, o PT tem muitos políticos que poderão ser pré-candidatos,
como aqueles que foram governadores e têm sido ministros. Jaques Wagner,
Tarso Genro, Jorge Vianna. Pessoas que foram prefeitos e prefeitas de
grandes capitais (também). Se a Marta estivesse no PT, poderia até ser
pré-candidata. Mencionei três possíveis nomes, mas poderia ter
mencionado dez.
Lula também tem enfrentado uma queda de
popularidade. Suas relações com construtoras têm sido alvo de
questionamentos. Isso faz o PT pensar em alternativas?
A população reconhece os extraordinários méritos de Lula pelo que ele
realizou ao longo da sua vida. Com respeito a esses episódios, ao
mensalão, ao que aconteceu na Petrobras, é claro que isso tem um certo
peso e algumas pessoas tentaram imputar ao Lula alguma responsabilidade.
Mas ele terá condições de dar explicações para cada um desses
episódios, como já está fazendo, com entrevistas e pronunciamentos. É
importante que ele responda (aos questionamentos). Estamos felizmente em
uma democracia e tudo pode ser perguntado e esclarecido.
O senhor "põe a mão no fogo" por Lula?
Em toda minha convivência com Lula, muitas vezes ele ressaltou a
importância da ética para o PT. Confirmo que ele tem um procedimento
ético muito positivo. Se algum dia ocorreu alguma falha, ele precisa
responder por isso e terá toda condição de fazê-lo.
Como salvar o PT do que alguns veem como uma crise moral... e do tsunami, como o sr diz?
Com esforço, determinação e consciência desses graves problemas por
parte de cada um dos membros do PT, em cada lugar onde atuamos. Eu tenho
minha responsabilidade na secretaria, para que aqui não se cometam
erros e ações inadequadas. Isso dá muito trabalho. É preciso estar muito
atento. Montar equipes sérias e competentes ao administrar recursos e
assinar convênios com diversas entidades.
O PT tem algumas administrações estaduais e diversas municipais. Precisamos dar o exemplo em todos os lugares.
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse em depoimento
à Polícia Federal e ao Ministério Público que Nestor Cerveró foi
nomeado ex-diretor da área Internacional da Petrobras por indicação de
Dilma Rousseff. Na época, ainda no governo Lula, ela era ministra de
Minas e Energia.
Segundo Delcídio, a presidente conhecia Cerveró desde a época em que ela ocupou a Secretaria de Energia do Rio Grande do Sul.
Ele conhece bem Cerveró, que integrou sua equipe na época em que ele era
diretor de Gás e Energia da Petrobras, no governo de Fernando Henrique
Cardoso.
Delcídio também citou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no
depoimento. Ele foi questionado sobre a referência que fez a Cardozo em
uma conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da
Petrobras.
No diálogo, o senador afirma que Cardozo comentou com ele que o empreiteiro Marcelo Odebrecht seria solto em pouco tempo.
Delcídio afirmou que o ministro apenas deu um palpite numa conversa que inclusive girava sobre outro tema.
Outro lado
Em nota, o Palácio do Planalto declarou que a presidente Dilma "nunca
consultou o senador Delcídio do Amaral ou qualquer outra pessoa acerca
da nomeação de Nestor Cerveró para a diretoria da Petrobras".
Disse que ela não participou dessa indicação. "Aliás, como é público e
notório, a presidente da República não manteve relações pessoais com
Nestor Cerveró, seja antes ou depois da sua designação para a diretoria
da Petrobras".
Um homem que matou sua esposa e postou uma foto do corpo no Facebook foi condenado à prisão no Estado americano da Flórida.
O ator Derek Medina, de 33 anos, confessou ter tirado a foto com seu celular e publicado a imagem no site. No julgamento, ele disse ter atirado oito vezes em Jennifer Alfonso, de 27 anos, em defesa própria após anos de abuso.
Ele foi considerado culpado da acusação de homicídio e aguarda a sentença. O crime ocorreu em agosto de 2013.
Medina disse que sua esposa o ameaçava com uma faca quando ele atirou nela na casa do casal em Miami. Mas promotores disseram que ela estava ajoelhada no chão.
Ao postar a foto, Medina escreveu no Facebook que esperava ir para a prisão ou ser condenado à morte.
Promotores afirmaram que a esposa temia ser morta ao ser assassinada, já que Medina havia prometido matá-la caso ela o deixasse. Ela teria dito a amigas que planejava separar-se do marido.
"Nenhuma família deveria ver sua filha morta e então exposta ao mundo todo na internet como um troféu macabro da raiva de um marido", disse a procuradora Katherine Rundle.
Uma estrela enigmática emitindo misteriosos padrões de luz motivou cientistas a sugerir, no mês passado, a possibilidade de vida alienígena naquele local.
Um deles chegou a relacionar o comportamento estranho e incomum da estrela, que lembrava um "enxame de megaestruturas", a uma possível civilização de ETs.
A Nasa (agência espacial americana) vinha monitorando a estrela havia quatro anos, chamada KIC 8462852, e identificou padrões estranhos de luminosidade em 2011 e em 2013.
Agora, achados recentes da agência apontam para a hipótese de que a aparência da estrela provavelmente seja causada por uma família de cometas viajando em uma órbita longa e rara em torno dela.
À frente da família haveria um enorme cometa, que teria bloqueado a luz da estrela em 2011, como foi detectado pela missão Kepler da Nasa.
Depois, em 2013, o restante da família, fragmentos de cometas de diferentes tamanhos, teriam passado novamente em frente à estrela e bloqueado sua luz, motivando os padrões luminosos misteriosos.
Obra alienígena
Quando a estrela foi identificada, o astrônomo Jason Wright, da Universidade da Pensilvânia, disse que parecia "algo que você esperaria ser construído por uma civilização alienígena."
Tabetha Boyajian, pesquisadora na Universidade de Yale, disse se tratar de "algo nunca visto".
Pesquisadores usaram luz infravermelha para detectar movimento de calor em torno da estrela, mas os cometas não estavam visíveis nas observações feitas neste ano, o que deixa o caso ainda em aberto.
"Nós talvez ainda não saibamos o que está ocorrendo em torno dessa estrela, e é isso que a torna tão interessante", afirmou o astrofísico Massimo Marengo, que conduziu o estudo da Nasa, baseado em dados do telescópio espacial Spitzer.
Segundo Marengo, mais observações serão necessárias para esclarecer o caso da KIC 8462852.
"Essa é uma estrela muito estranha, que me lembra quando descobrimos os pulsares (estrelas de nêutrons que emitem ondas de rádio). Eles estavam emitindo sinais estranhos que ninguém havia visto, e o primeiro a ser descoberto foi batizado LGM-1 (iniciais de 'pequeno homem verde', na sigla em inglês)."
A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira
(17) um plano de longo prazo para a recuperação do rio Doce, em parceria
com os dois Estados afetados pelo rompimento de barragens em Mariana
(MG).
Segundo Dilma, o objetivo é revitalizar o rio a patamares superiores ao que ele estava antes do acidente.
"Nós temos agora um posicionamento muito claro. Nós vamos olhar ao
mesmo tempo um plano de recuperação do rio Doce. Mas quando nós falamos
de recuperação, é recuperação inclusive tornando-o melhor do que ele
estava antes. Revitalizando as nascentes, olhando toda a mata ciliar do
rio", disse Dilma.
A ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que o plano de recuperação é algo
de longo prazo, que deve tomar ao menos uma década para obter resultado.
A presidente não informou o custo estimado do plano de recuperação, mas
disse que boa parte deverá ser pago pela Samarco. "Uma parte, que eu
acho que é muito expressiva, terá que ser feita por ressarcimento de
responsabilidade da empresa", afirmou Dilma.
Segundo a
presidente, os custos do projeto ainda precisam ser estimados. "Não é só
porque nós não temos todo o tamanho do desastre. É porque nós não temos
também a noção de quanto tempo você vai levar para recuperar. Porque
não é uma construção. Você não vai construir um edifício, você vai
reconstruir a natureza", disse.
A AGU (Advocacia-Geral da União)
deve se reunir nesta quarta-feira (18) com procuradores dos governos de
Minas Gerais e do Espírito Santo para estudar os contornos jurídicos do
plano de recuperação. Segundo Dilma, uma das propostas analisadas é a
constituição de um fundo, abastecido pelos governos e também pelas
empresas que atuam na região do rio Doce.
A presidente também
afirmou que o governo segue monitorando diariamente o impacto da
enxurrada de lama à medida que ela avança pelo rio Doce, além da
qualidade da água nos municípios e as medidas alternativas para o
abastecimento.
Metros de pedras
O governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel (PT), afirmou nesta terça-feira (17), que as
barragens da Samarco que correm o risco de se romper vão receber um
reforço estrutural com a colocação de 500 mil metros cúbicos de pedra.
"O monitoramento das barragens está sendo feito diariamente", disse
Pimentel, após participar de reunião, em Brasília, com a presidente
Dilma Rousseff (PT) e o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung
(PMDB).
"Do ponto de vista emergencial, tudo que pode ser feito está sendo feito", afirmou o governador mineiro.
No último dia 5, duas barragens da empresa, na cidade de Mariana (MG)
se romperam provocando 11 mortes e deixando um rastro de impactos
ambientais na bacia do rio Doce, que corta Minas e o Espírito Santo.
A presidente se reuniu no Palácio do Planalto com os governadores e
ministros de diversas áreas para analisar as respostas do governo à
tragédia.
Um intenso tiroteio e explosões foram registrados na
madrugada desta quarta-feira (18) durante uma grande operação da polícia
em um subúrbio de Saint-Denis, no norte de Paris.
Dois
suspeitos morreram e outros sete foram presos na operação
antiterrorista, que terminou por volta de 8h30 (horário de Brasília),
segundo François Molins, procurador da República em Paris.. Em um
primeiro momento, foi divulgado pelos veículos de imprensa que três
pessoas haviam morrido.
A polícia estabeleceu um amplo
perímetro de segurança em torno do edifício e mantém a imprensa a uma
grande distância do local. Segundo a polícia francesa, cinco policiais
tiveram ferimentos leves. Um cão policial de 7 anos, um pastor alemão
chamado Diesel, foi morto no confronto com os terroristas.
De acordo com relatos da imprensa local, a operação tem como alvo a captura do belga Abdelhamid Abaaoud, suspeito
de ser o mentor dos atentados de sexta-feira (13) na capital francesa
que deixaram pelo menos 129 mortos. Até então, acreditava-se que Abaaoud
estivesse na Síria.
A procuradoria de Paris confirmou que uma
mulher-bomba se suicidou ao detonar os explosivos que carregava junto
ao corpo e que três pessoas que se encontravam entrincheiradas em um
apartamento de Saint-Denis foram presas. O proprietário do apartamento e
uma mulher que estava com ele também foram detidos - segundo a AFP, ele
alegou que não sabia que os locatários eram terroristas. Outras duas
pessoas foram presas em ruas próximas.
De acordo com a agência
Reuters, citando uma fonte próxima às investigações, os suspeitos
cercados no apartamento planejavam realizar um ataque ao distrito
financeiro parisiense de La Defense.
Cerca de 15 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram removidas pela polícia do prédio.
Testemunhas da emissora BFM TV disseram que os disparos e explosões começaram por volta das 4h30 locais (1h30 de Brasília).
O dispositivo policial foi reforçado por militares, que chegaram em
caminhões do Exército e se posicionaram nas esquinas do local onde os
terroristas estariam isolados.
A ação ocorreu em pleno centro de
Saint-Denis, o mesmo local em que fica o Stade de France, onde três
terroristas se explodiram na sexta-feira e mataram uma pessoa quando
ocorria o amistoso entre França e Alemanha no estádio.
A troca
de tiros aconteceu nos arredores da Praça Jean Jaures, muito perto da
histórica basílica gótica da cidade, onde estão enterrados vários dos
reis da França.
O administrador de Saint-Denis, Didier Paillard,
pediu aos cidadãos que vivem no centro da localidade que não saiam de
suas casas até segunda ordem.
Além disso, o tráfego de trens
entre as estações de Saint-Denis Université e Saint-Denis Porte de Paris
foi interrompido, anunciou a companhia de transportes da região
parisiense RATP. (Com agências internacionais)
Por unanimidade de votos, o STF (Supremo Tribunal Federal)
negou na terça-feira (17), pedido de liberdade a Reinaldo Gonçalves dos
Santos, um dos policiais militares acusados pela morte do pedreiro
Amarildo Dias de Souza, crime ocorrido em julho de 2013 na UPP (Unidade
de Polícia Pacificadora) da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro.
O acusado foi denunciado pela suposta prática do crime de tortura
resultante em morte, ocultação de cadáver e formação de quadrilha ou
bando armado.
Em seu voto, o relator do caso, ministro
Teori Zavascki, explicou que a decreto de prisão está baseado na
garantia da ordem pública, em razão da gravidade concreta dos atos
delituosos. Para o relator, os motivos evidenciados pelo magistrado da
instância de origem estão em conformidade com os pressupostos do Artigo
312 do Código de Processo Penal e revelam a "indubitável" necessidade da
segregação cautelar do acusado.
"A decisão está lastreada em
aspectos concretos e relevantes da necessidade de se resguardar a ordem
pública, ante a periculosidade do paciente, evidenciada pela
circunstância em que supostamente praticado o delito", afirmou o
ministro, destacando ainda que as circunstâncias do caso não recomendam a
aplicação das medidas alternativas diversas da prisão cautelar,
previstas no Artigo 319 do CPP.
Caso Amarildo
De acordo com os autos, o pedreiro Amarildo de Souza teria sido levado à
sede da UPP na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, supostamente com o
objetivo de fornecer informações sobre o local em que uma facção
criminosa guardaria armas e drogas. Segundo a acusação formulada pelo
Ministério Público estadual, ele não resistiu a uma sessão de torturas e
morreu dentro da própria unidade. Os 25 denunciados são policiais
militares que atuavam na UPP.
A imprensa norte-americana divulgou, na noite desta terça-feira (17), a
informação de que dois aviões da Air France foram desviados de sua rota
após ameaças de bomba. O voo 65 da companhia francesa, que ia de Los
Angeles para Paris, teve a rota alterada para a cidade norte-americana
de Salt Lake City, em Utah.
A notícia foi dada primeiramente pela rede de televisão CNN, que não
divulgou o nome da fonte do governo do país que teria repassado a
informação.
Pouco depois do incidente com o avião que decolou de Los Angeles,
segundo a fonte governamental, o voo 55, também da Air France, que saiu
do Aeroporto Washington´s Dulles com destino à capital francesa, também
foi desviado para o Aeroporto de Halifax, no Canadá. Um alto funcionário
do aeroporto confirmou a informação.
Os aviões pousaram em segurança, e os passageiros desembarcaram sem incidentes, segundo as fontes ouvidas pela imprensa.