sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Mercado financeiro aposta em Aécio Neves para sofrer menos intervenção do governo

Opção de investidores é pelo Estado mínimo, com menos interferência nos juros e no câmbio

O sobe e desce da Bolsa de Valores durante as eleições já mostrou que a preferência do mercado financeiro é pela derrota da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 26 de outubro. Segundo agentes financeiros entrevistados pelo R7, o mercado se comporta dessa maneira porque prefere um Estado mínimo, ou seja: menor intervenção do governo na economia e maior liberdade aos mercados.
Existe um consenso entre investidores nacionais e internacionais de que a política econômica de um governo de oposição ao PT garantiria a estabilidade da inflação e da moeda e, consequentemente, atrairia mais investimentos. É o que chamam da criação de um “ambiente macroeconômico mais saudável”.

Nos quatro anos de administração Dilma, o que mais irritou o mercado financeiro foi a perda de controle da política monetária e fiscal, traduzido em: excesso de intervencionismo no mercado de câmbio e na definição dos juros; um Estado que não para de crescer e, por isso, gasta cada vez mais; a tolerância com a inflação no teto da meta.

Uma das decisões do governo Dilma mais apontadas como exemplo de seu intervencionismo foi a redução da taxa básica de juros (a Selic) de 12,5%, em julho de 2011, para 7,25%, em outubro de 2012 — e que se estendeu até abril de 2013.

A avaliação é de que não havia condições para tal redução naquele momento (quando a inflação rondava 7%), mas que isso só aconteceu por pressão do Planalto, pois a diminuição dos juros era uma promessa de Dilma da campanha de 2010.

Como os juros caíram e a inflação não cedeu, a Selic teve que subir novamente, atingiu o atual patamar de 11%. O resultado desse movimento foi a quebra da confiança de investidores e empresários, acentuada pelos resultados pífios de crescimento econômico, cada vez mais próximo de zero.

Segundo o economista para América Latina do Standard Chartered Bank, Italo Lombardi, há sim fatores externos afetando o crescimento, como defende o governo, mas há influência também desses fatores domésticos.

— Esse nível de confiança já vinha caindo muito porque havia esse sentimento de perda de credibilidade do governo, de retrocesso no conjunto das políticas macroeconômicas.

Lombardi explica que os agentes financeiros voltaram a se preocupar com “inflação, mercado de câmbio, nível de reservas, se o País vai perder o grau de investimento, se vai crescer”, o que não vinha ocorrendo nos últimos anos.

Nesse cenário, o mercado avalia que o tripé econômico — superávit primário (Estado não gastador), metas de inflação definidas e câmbio flutuante — seria cumprido de forma mais rápida e efetiva com um governo menos intervencionista.

Por outro lado, como existe essa avaliação de que a mão do governo é muito atuante no mercado financeiro — por meio do Banco Central e dos bancos públicos — os investidores colocariam em dúvida a real independência de um novo ministro da Fazenda de Dilma, ainda que ele seja mais próximo do mercado, como quer o atual governo.

O que o mercado quer é bom para todos?
Segundo Lombardi, o controle macroeconômico do País não serve apenas para defender os interesses de empresários e investidores. “Emprego e a renda da população depende muito da percepção da economia”, diz.

— A performance da economia depende muito do investimento, e o investimento depende muito de confiança. [...] Nesse ambiente de diversas incertezas, o apetite para investir é muito menor. [...] O mercado não está desconexo da população. No fim, o emprego depende da performance desses investimentos.
Já para Pedro Silveira, economista-chefe da TOV Corretora, o que o mercado defende é “um superávit primário muito elevado, uma política monetária bem definida, sem qualquer concessão, e câmbio flutuante com o mínimo de intervenção”.
Silveira critica ainda que o “mercado tem uma visão absolutamente privada da economia”.
— Ele acha que cabe ao mercado de capitais realizar as tarefas econômicas e prefere o Estado mínimo. Então prefere um Estado que seja mais privatista nesse sentido, que dispense a intervenção do governo na economia, que privilegie alguma privatização. Tudo focado no sentido de que o mercado é que tem que resolver os grandes problemas da economia.
O economista-chefe da TOV Corretora pondera também que “nem sempre o que o mercado deseja é o melhor para a economia”.

— Não há evidência empírica de que as coisas que o mercado solicita [os reajustes fiscal e monetário] sejam as melhores coisas possíveis. O mercado solicitou, solicitou do governo, e o governo Clinton entregou, e isso serviu para o mercado entregar as maiores bolhas que eu já vi: a bolha da internet e a bolha do setor imobiliário, que levou à essa grande recessão que estamos vivendo.

Futuro
O governo brasileiro está se esforçando pouco atualmente para trazer a inflação para baixo, na avaliação do professor Ramon Fernandez, coordenador de economia da UFABC.

— Objetivamente o governo não está muito preocupado em levar a inflação para 4,5%, porque há um custo para derrubar a inflação. [...] No fundo é ir empurrando com a barriga e ter esse 6% e 6,5% até aquecer a economia.

Para os economistas, esse reajuste precisará ser feito, independentemente de quem ganhe a eleição. Mas deve levar ainda todo o ano de 2015 até que os indicadores macroeconômicos melhorem e os investidores voltem a se animar.

Para Lombardi, do Standard Chartered Bank, “será de qualquer forma um ajuste drástico”.
— Sabemos que tem um custo, independente de quem for assumir. O custo me parece muito maior se a gente continuar num ambiente que não tem credibilidade.

 http://noticias.r7.com/economia/mercado-financeiro-aposta-em-aecio-neves-para-sofrer-menos-intervencao-do-governo-10102014

STF suspende julgamento sobre desaposentação

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender o julgamento da chamada desaposentação, após voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, a favor da possibilidade de recálculo de aposentadoria. Os ministros decidiram aguardar que o tribunal tenha quórum completo para julgar o tema. Na sessão desta quinta-feira, 9, três ministros estavam ausentes em razão de viagem: Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Teori Zavascki.

A chamada desaposentação prevê um novo cálculo do benefício recebido após retorno de aposentado ao mercado de trabalho. Barroso admitiu esta possibilidade e aproveitou para sugerir cálculo para concessão de nova aposentadoria nesses casos.

O ministro, no entanto, sugeriu que, caso seu voto seja seguido pelo plenário, a decisão surta efeito somente após 180 dias da publicação, para dar prazo para que o Legislativo se manifeste sobre o tema.

De acordo com o ministro, o aumento no valor da aposentadoria no caso de uma segunda aposentadoria seria de 24,7%, "o que produz um custo fiscal totalmente assimilável".

O INSS calcula impacto financeiro de R$ 70 bilhões caso o Supremo decida a favor dos aposentados.

 http://www.atribuna.com.br/economia/stf-suspende-julgamento-sobre-desaposenta%C3%A7%C3%A3o-1.408609

Remédios similares poderão ser comprados no lugar dos de marca


Medicamentos similares poderão ser comprados no lugar do medicamento de marca indicado na receita médica a partir de janeiro. A prerrogativa, até agora restrita para genéricos, foi definida numa resolução aprovada nesta quinta-feira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O texto determina que remédios similares, agora chamados equivalente, terão de trazer na bula a frase "este medicamento é equivalente ao de referência." As empresas terão até um ano para fazer a mudança na bula.

A proposta aprovada hoje é bem diferente da que foi apresentada em janeiro, quando o texto começou a ser discutido. O formato previa que o remédio equivalente teria de ter uma embalagem própria, com a inscrição EQ e preços pelo menos 35% inferiores do que os remédios de referência. Diante das críticas apresentadas pelo setor, a Anvisa mudou as regras. "Em alguns casos, medicamentos similares têm descontos superiores aos 35%, já há uma ampla concorrência. Fomos alertados sobre o risco de fazer um tabelamento pelo teto", disse o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

Além da alteração na bula, farmácias passarão a apresentar, no balcão, listas para que o consumidor possa consultar o nome do medicamento de referência e o seu equivalente para então fazer a escolha de compra. Até o fim deste ano, todos os medicamentos considerados similares têm de apresentar testes que demonstrem que eles são equivalentes aos de referência, chamados de bioequivalência e biodisponibilidade. Esses testes já são cobrados para medicamentos genéricos. A maior parte dos similares já cumpriu essa etapa. Atualmente, somente genéricos podem substituir receitas de remédios de marca, a chamada intercambialidade. A lei que criou genéricos, no entanto, exigiu que até o fim deste ano, todos similares deveriam cumprir o mesmo processo.

A regra, no entanto, já funciona na prática, porque é raro postos de venda exigirem a apresentação da receita médica para medicamentos de tarja vermelha. Maior rigor na venda ocorre apenas para os remédios controlados. "Isso precisa mudar. Há um sentimento da indústria, atacado e varejo que o respeito pelas tarjas ocorra de fato", disse Barbano. Ele informou que, por solicitação de integrantes do próprio setor, o mesmo grupo de trabalho formado para discutir a intercambialidade passe a debater, a partir de agora, novas regras para as tarjas de medicamentos. A discussão já é feita na Anvisa. "Ela agora vai envolver mais atores e com a participação do ministério", disse Barbano.
 
 http://www.atribuna.com.br/atualidades/rem%C3%A9dios-similares-poder%C3%A3o-ser-comprados-no-lugar-dos-de-marca-1.408620

Ministro da Saúde fala hoje sobre caso suspeito de ebola

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, concedem hoje (10), às 10 horas, entrevista coletiva sobre o paciente classificado como suspeito de infecção por ebola. Com 47 anos, ele chegou ao Brasil no dia 19 de setembro, procedente da Guiné com escala em Marrocos, e deu entrada nessa quinta-feira (9) na Unidade de Pronto-Atendimento Brasília, em Cascavel (PR).
 
Em nota divulgada ontem (9), o Ministério da Saúde informou que o paciente será transferido, conforme protocolo de segurança, para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, referência nacional para casos de ebola. A transferência será feita em aeronave da Polícia Rodoviária Federal.
 
Na nota, o ministério acrescenta que o paciente relatou que teve febre nos dias 8 e 9. Até o início da noite de ontem, estava subfebril e não apresentava hemorragia, vômitos ou quaisquer outros sintomas. Seu estado geral é bom e ele é mantido em isolamento total. Por estar no vigésimo primeiro dia, limite máximo para o período de incubação da doença, foi considerado caso suspeito, seguindo os protocolos.
internacionais.
 
A Guiné é um dos três países que concentram o surto da doença na África. O ebola só é transmitido por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus é transmitido quando surgem os sintomas.

Ninguém pode deixar hospital

Por precaução, várias pessoas estão proibidas de deixarem a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 2, no bairro Brasília, em Cascavel (PR), onde um paciente notificado com suspeita de ebola, vindo da Guiné, na África, ficou internado isolado.

Entre as pessoas retidas na unidade de saúde estão médicos, pacientes e dois policiais militares que fazem a escolta de um preso atendido no local.

Dois médicos infectologias do Ministério da Saúde foram enviados por segurança na noite de quinta-feira (9) a UPA. Eles são responsáveis em avaliar as pessoas que tiveram contato com o homem, notificado com suspeita de ebola.

Após a avaliação, os médicos do Ministério definirão quem são as pessoas que poderão ser liberadas. O paciente Souleymane Dah, 47, ficou internado até a madrugada desta sexta-feira na UPA. Por volta das 5h, ele foi transferido ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro (RJ).

Um médico e uma enfermeira de Cascavel acompanharam o paciente que desembarcou da ambulância caminhando e se dirigiu até a aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira), que os aguardava no aeroporto municipal Coronel Adalberto Mendes da Silva.

A transferência exigiu uma série de medidas que fazem parte de um protocolo internacional quando há casos suspeitos de ebola. A ambulância, preparada para fazer o transporte até o aeroporto, chegou a UPA 2 por volta das 3h40. A equipe estava paramentada com roupas especiais para evitar uma possível contaminação.

O paciente, que também recebeu roupas especiais para a viagem, foi paramentado durante meia hora antes de seguir para o aeroporto. A ambulância seguiu escoltada por um carro da Polícia Militar.

Os três pilotos da aeronave da FAB também precisaram usar as vestimentas especiais para a viagem. O avião decolou por volta das 5 horas.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, é o primeiro caso suspeito da doença que foi notificado por uma prefeitura neste ano
 
 http://www.atribuna.com.br/atualidades/ministro-da-sa%C3%BAde-fala-hoje-sobre-caso-suspeito-de-ebola-1.408659