terça-feira, 27 de maio de 2014

Brasileiros que residem na Argentina poderão solicitar saque do FGTS


Os brasileiros residentes na Argentina poderão solicitar o saque de seus Fundos de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) a partir desta quarta-feira, no consulado-geral na capital do País, além das cidades de Córdoba e Mendoza. Desta forma, os integrantes da comunidade brasileira não precisarão mais viajar ao Brasil para solicitar o saque. A medida pretende facilitar a vida dos brasileiros na Argentina, cuja presença - graças à integração comercial, a migração de profissionais liberais do Brasil para a Argentina, e até casamentos entre pessoas dos dois lados da fronteira - está crescendo de forma persistente desde a virada do século.

Estimativas extraoficiais indicam que mais de 35 mil brasileiros residem na Argentina, a maioria dos quais na área da fronteira entre os dois países, majoritariamente nas cidades argentinas de Paso de los Libres, Bernardo de Yrigoyen e Puerto Iguazú. Além dessas áreas, as principais comunidades estão nas cidades de Buenos Aires e sua região metropolitana, Córdoba e Mendoza.

O lançamento deste novo mecanismo foi realizado nesta terça-feira pela diretora executiva de fundos de governo da Caixa, Deusdina dos Reis Pereira, durante uma cerimônia na sede da Embaixada do Brasil em Buenos Aires.

Segundo os representantes da Caixa, a possibilidade de solicitação do saque do FGTS no exterior é o fruto do trabalho em parceria da Caixa e do Ministério das Relações Exteriores. Eles também indicaram que a medida é parte dos esforços do governo brasileiro para ampliar os serviços prestados às comunidades do Brasil fora do País.

Além dos residentes na Argentina, na América do Sul também serão beneficiados com esta medida os cidadãos brasileiros que residem no Uruguai (na capital, Montevidéu), Paraguai (em Assunção, Concepción e Encarnación) e Bolívia (na capital, La Paz, além das cidades de Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra). Nestes casos, os lugares para solicitar os saques serão os consulados-gerais e vice-consulados do Brasil.

O sistema de solicitação do saque do FGTS em outros países existe para os cidadãos brasileiros que residem no Japão (desde 2010), nos Estados Unidos (desde 2011) e na União Europeia (2012). Os dados da Caixa indicam que desde a implantação desse sistema já foram liberados 4.700 pagamentos, em um total de RS$ 57,7 milhões.

O limite do financiamento com o recurso é de até RS$ 750 mil. O dinheiro poderá ser usado para comprar imóveis, mas no país de origem. O depósito do dinheiro será realizado em uma conta do trabalhador. Mas, na hipótese em que esse cidadão brasileiro no exterior não possua uma conta no Brasil, poderá autorizar a Caixa a realizar o depósito na conta de uma pessoa de sua confiança dentro do território brasileiro.

Requisitos

Para realizar o saque do FGTS os brasileiros residentes no exterior devem pelo menos atender um dos seguintes requisitos: contrato de trabalho no Brasil rescindido sem justa causa; extinção normal do contrato de trabalho brasileiro a termo ou a aposentadoria concedida pela previdência social brasileira.

Outros dos requisitos são a permanência do trabalhador, por três anos ininterruptos, fora do regime do FGTS, mas sendo permitido o saque, para ser efetuado a partir do aniversário do titular da conta, além da permanência da conta vinculada por três anos ininterruptos sem crédito de depósitos, para afastamento ocorrido até o dia 13 de julho de 1990.

O prazo para liberação dos fundos é de no máximo 15 dias úteis após a entrega da documentação completa nos consulados do Brasil.

Estadão Conteúdo

Joana Havelange compartilha mensagem: "O que tinha que ser roubado já foi"

Filha de Ricardo Teixeira é diretora do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo

REUTERS/Sergio Moraes

Filha do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e neta do ex-presidente da Fifa, João Havelange, a diretora do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL), Joana Havelange, publicou em sua conta no Instagram uma mensagem contrária aos protestos contra a Copa do Mundo de 2014. No texto, compartilhado por diversos perfis e de autoria desconhecida, há uma trecho bastante polêmico, que diz: "o que tinha que ser roubado já foi". O futuro presdiente da CBF, Marco Polo Del Nero, foi outro que compartilhou a mensagem.

Confira a mensagem completa:
"Não apoio, não compartilho e não vestirei preto em dia nenhum de jogo do Mundial. Quero que a Copa aconteça da melhor forma. Não vou torcer contra, até porque o que tinha que ser gasto, roubado, já foi. Se fosse para protestar, que tivesse sido feito antes. Eu quero mais é que quem chegue de fora, veja um Brasil que sabe receber, que sabe ser gentil. Quero que quem chegue, queira voltar. Quero ver um Brasil lindo. Meu protesto contra a Copa será nas eleições. Outra coisa, destruir o que temos hoje, não mudará o que será feito amanhã."
 
 http://www.df.superesportes.com.br/app/noticias/especiais/copa-do-mundo-2014/noticias/2014/05/27/interna-noticia,55433/joana-havelange-compartiulha-mensagem-o-que-tinha-que-ser-roubado-ja-foi.shtml

Desinteresse de brasileiros pela Copa surpreende especialistas

 Entre as cidades, Belo Horizonte, Vitória e o interior de São Paulo reúnem a maior parte dos insatisfeitos

Faixa contra a Copa em protesto no Rio de Janeiro, em março passado: população decepcionada com promessas descumpridas (Yasuyoshi Chiba/AFP Photo )
Faixa contra a Copa em protesto no Rio de Janeiro, em março passado: população decepcionada com promessas descumpridas
A sensação de revolta e de insatisfação começa a superar uma paixão nacional. Num movimento quase inédito, o brasileiro está deixando o amor pelo futebol de lado para lutar por conquistas sociais. Nas rodas de amigos, a discussão futebolística tem dado espaço aos debates políticos numa clara mudança de comportamento. Pesquisa revelada pelo Ipsos Media CT — área especializada em mídia e tecnologia— reforça o desinteresse de brasileiros na Copa do Mundo: 32% da população do interior de São Paulo, a região com maior índice de abnegação, não querem saber do evento.
O descontentamento com o campeonato no país segue quase que generalizado. Belo Horizonte e Vitória aparecem em seguida, com 31% de desinteressados, cada uma; Curitiba, com 30%, e São Paulo, com 29%. “Com tantas manifestações acontecendo às vésperas da Copa do Mundo, o brasileiro fica desmotivado com o campeonato”, analisou o diretor de contas da Ipsos Media CT, Diego Oliveira. As cidades que demostraram maior interesse no Mundial são Fortaleza e Salvador, com 24%. A capital cearense também foi considerada a cidade que mais acredita na vitória do Brasil nesta Copa com 54%, seguida por Brasília (49%), Salvador (49%) e Goiânia (48%).

Especialistas ouvidos pelo Correio relacionam a rejeição ao Mundial à decepção com promessas descumpridas por políticos anos antes da Copa. “Quando se coloca um estádio de futebol enorme numa cidade onde o sistema de saúde não consegue atender a população e você não tem médico nos hospitais, nasce uma indignação e um sentimento de revolta na população”, analisou o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli. “O pessoal está sendo tratado como gado, mas está mostrando que não é bem assim, que não vai aceitar isso”, disse o especialista.

 “Há sete anos, quando o Lula (ex-presidente) trouxe a Copa para o Brasil, queria transformar o evento num cartão de visita do país para o mundo. Mas quem  pagaria por isso? Os custos estão sendo altos e quem paga é o povo”, frisou o sociólogo Marcelo Barra, da Universidade de Brasília. Outra pesquisa também divulgada neste mês demostra que o pessimismo dos brasileiros com o Mundial está ligado à ausência do tão prometido legado. Dados do Instituto QualiBest, coletados entre 17 e 24 de abril, revelam que 67% dos entrevistados concordam que, em vez de deixar um “legado”, a Copa deixará um “ônus”.

Segundo o cientista político Leonardo Barreto, a competição aqui está muito mais politizada do que na África do Sul, em 2010, ou na Alemanha, em 2006. “Não me lembro de presenciar problemas tão profundos em outros locais. E essa politização não é partidária, é espontânea, não é claramente organizada por organizações sociais de candidatos. São manifestações associadas à insatisfação com o dito legado mais prometido que entregue. E por mais que tenham sido entregues obras, há o questionamento se seriam prioritárias.”

Redes sociais
Ferramentas importantes na mobilização de manifestantes para as ruas, as redes sociais ajudaram a fortalecer os movimentos contrários ao Mundial. Num simples clique, pessoas com ideologias afins se encontram e combinam protestos. As manifestações de junho do ano passado ganharam força após a maciça divulgação nos sites de relacionamento. “É uma ferramenta que acaba convocando adeptos, agrupando para uma participação social nas ruas. Costumo dizer que a internet serve para encontrar as pessoas que estão pensando como você. A televisão vende, mas a internet você compra. Você entra para procurar o que você quer, uma ferramenta de busca”, explicou.

Nessa unificação, uma onda contrária se unificou na hashtag #nãovaitercopa. Só ontem, o comando recebeu 1,5 mil citações: 478 tuítes originados, 883 retuítes e 139 mensagens postadas. No auge das postagens, por volta da meia-noite a citação contra a Copa apareceu 206 vezes. O número é maior que a campanha #vaitercopa, criada por otimistas para reforçar que a realização do evento mesmo com pouca torcida. Às 7h de ontem, pico das mensagens, foram registradas 192 postagens positivas naquela hora.

Paralelamente à discussão se vai ou não ter o Mundial, críticas às declarações do ex-jogador Ronaldo Fenômeno — que se considerou envergonhado com os atrasos nas obras da Copa — superaram as postagens. Das 7h às 9h de ontem, foram disparados 1,2 mil posts #tenhovergonhadoronaldo. Em uma só hora, foram registradas 398 mensagens no Twitter.

 http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2014/05/27/interna_politica,429508/desinteresse-de-brasileiros-pela-copa-surpreende-especialistas.shtml

MPF pede que pilotos norte-americanos sejam extraditados e presos no Brasil

 Joseph Lepore e Jan Paul Paladino eram os pilotos do jato Legacy 600 que, em 2006, se chocou com o Boeing da Gol

O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decrete a prisão preventiva dos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, pilotos do jato Legacy 600 que, em 29 de setembro de 2006, se chocou, em pleno ar, com o Boeing 737 da empresa aérea Gol. Cento e cinquenta e quatro pessoas que viajavam a bordo do Boeing morreram no acidente.
Réus nas ações penais ajuizadas pelo MPF em Sinop (MT), Lepore e Paladino foram condenados, em primeira instância, a penas de quatro anos e quatro meses em regime semiaberto por atentado contra a segurança do transporte aéreo. Os dois recorreram da decisão e obtiveram, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), a redução da pena para três anos, um mês e dez dias em regime semiaberto. Os pilotos ainda tentam reverter essa última sentença.

Como a sentença do TRF1 veta a possibilidade de substituir a detenção em regime semiaberto por uma pena mais branda restritiva de direitos, o MPF dá como certo que Lepore e Paladino deverão ser levados a um estabelecimento penal brasileiro tão logo o processo que tramita na Justiça Federal de Sinop seja encerrado e já não haja mais possibilidade de qualquer recurso.

Para garantir que Lepore e Paladino cumpram suas penas, o MPF também pediu que o STJ determine que o Ministério da Justiça peça às autoridades norte-americanas a extradição dos pilotos, com base em tratado assinado pelos dois países. Caso os Estados Unidos não aceitem extraditar os dois pilotos, a subprocuradora sugere que o processo penal seja transferido do Brasil para as cortes norte-americanas.

No pedido apresentado ao STJ no último dia 20, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo, aponta a preocupação com o fato de Lepore e Paladino terem voltado aos Estados Unidos, onde moram, viver em liberdade e recusar "a se sujeitar à jurisdição brasileira, demonstrando profundo desdém pelas formalidades das ações penais”.

“Portanto, diante da virtual impossibilidade de execução penal no Brasil contra os ainda recorrentes [Lepore e Paladino], é seguro dizer que nenhum deles será alcançado pelo comando condenatório proferido na jurisdição penal brasileira, o que acentua ainda mais a sensação de impunidade”, aponta a subprocuradora, lembrando que, ao serem autorizados a retornar aos Estados Unidos, em 2006, os pilotos se comprometeram a voltar ao Brasil a fim de comparecer a todos os atos processuais. “Jamais o fizeram e jamais o farão. Assim como falsearam registros de voos e mentiram em seus interrogatórios judiciais, os sentenciados mentiram uma vez mais para a Justiça brasileira quando prometeram voltar ao Brasil para prestar contas de seus atos”, observa Lindôra.

De acordo com o MPF, os dois pilotos norte-americanos não respeitaram o plano de voo, voando a uma altitude reservada a aeronaves que viajavam em sentido contrário. Vendido pela Embraer a uma empresa norte-americana, o Legacy tinha partido de São José dos Campos, no interior paulista, com destino aos Estados Unidos. A colisão com o Boeing da Gol ocorreu sobre Mato Grosso.

Ainda segundo o MPF, Lepore e Paladino desligaram o transponder, aparelho que informa a posição exata da aeronave aos controladores de voo, e negligenciaram problemas de comunicação. Em uma segunda denúncia, de 2009, o MPF acusa Lepore e Paladino de terem fornecido falsas informações a respeito das condições do jato Legacy e, além do transponder, também não ter ligado o Tcas (do inglês Sistema Anticolisão de Tráfego), aparelho que poderia ter alertado sobre a proximidade de outras aeronaves.
 http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2014/05/27/interna_politica,429568/mpf-pede-que-pilotos-norte-americanos-sejam-extraditados-e-presos-no-brasil.shtml
Insatisfação com Mundial incendeia discussão política entre candidatos Se, por um lado, Felipão diz que os jogadores "não estão nem aí" para manifestações contra o torneio, por outro, presidenciáveis e lideranças partidárias discutem os gastos em torno do evento. Grupo cerca ônibus da Seleção no Rio
Policiais tentam dissipar protesto de professores em greve, no Rio, durante a apresentação da Seleção Brasileira em um hotel nas proximidades do Aeroporto do Galeão (Yasuyoshi Chia/AFP Photo )
Policiais tentam dissipar protesto de professores em greve, no Rio, durante a apresentação da Seleção Brasileira em um hotel nas proximidades do Aeroporto do Galeão


Conhecido como o país do futebol, o Brasil recebeu nessa segunda-feira (26/5) a seleção que brigará pelo sexto título da Copa do Mundo com vaias e protestos contra os investimentos do poder público no evento. O desinteresse de parcela dos brasileiros no evento, as manifestações e a declaração do ex-jogador Ronaldo Nazário — de que se sente envergonhado com atrasos e fracassos de obras para o Mundial — colocaram fogo na disputa política em torno do evento e levaram a Copa ao centro das eleições de 2014. Enquanto a presidente Dilma Rousseff minimizou a declaração do ex-atacante e o técnico Luiz Felipe Scolari disse que os jogadores “não estão nem aí” para os protestos, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, pegou carona nas críticas de Ronaldo e alfinetou o governo.
Depois de dizer que não vê motivos para os brasileiros se envergonharem da Copa, em resposta a Ronaldo no domingo (25/5), Dilma disse ontem que não ficou chateada com as lamentações do ex-jogador. Deixou os ataques para o PT. O secretário de comunicação do partido, José Américo, disse que, ao desgastar o governo federal com a declaração, Ronaldo tem a intenção de ajudar a campanha do pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), de quem é amigo há 15 anos. “É ruim preparar o terreno dessa forma. É como alguém que tenta se dissociar na reta final para evitar qualquer tipo de desgaste”, afirmou.

José Américo se refere ao fato de Ronaldo também fazer parte da equipe de preparação do país para a Copa, como integrante do Comitê Organizador Local (COL), ligado à Fifa. Em 2011, o ex-atacante também causou polêmica ao dizer que “Copa não se faz com hospitais”, em resposta às críticas aos atrasos em obras para saúde e outras áreas. O vídeo com a declaração foi divulgado em meio às manifestações de junho do ano passado, o que desgastou o ex-jogador. Ontem, Ronaldo também virou alvo do ex-atacante Romário. “Todo mundo sabe minhas bandeiras e minhas colocações. Não mudo meu lado dependendo de como está o jogo”, ironizou, ao ser questionado sobre a declaração do colega.

Enquanto desagradou aos petistas, Ronaldo deu combustível aos tucanos. Ontem, Aécio disse que o ex-atacante da seleção brasileira “não fala sozinho” ao reclamar dos atrasos, mas negou conotação política na declaração do ex-jogador. “O Ronaldo, na verdade, externou um sentimento com sinceridade, dele, pessoal, não político, fez isso de forma muito clara, como cidadão. E eu acho que ele não fala sozinho“, declarou.

“Nas urnas”
Na esteira dos movimentos grevistas e protestos contra a Copa, cerca de 200 pessoas aproveitaram a apresentação da Seleção para protestar. A manifestação começou em frente ao hotel onde os jogadores se encontraram, próximo ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, para seguir a Teresópolis. Uma faixa, com a mensagem “S.O.S. Educação. Negociação já!”, foi estendida. No ônibus, que levou a equipe da capital à Granja Comary, foram colados adesivos, com a frase “Não vai ter Copa”.

O grupo dificultou a saída da Seleção ao rodear o ônibus, que precisou buscar um atalho na estrada para subir a serra e se apresentar, com um pequeno atraso, ao técnico Luiz Felipe Scolari. Na chegada à Granja Comary, além de mais professores, outras pessoas também protestaram, pedindo moradias para desabrigados de enchentes. Mas, na cidade, também houve quem recebesse os jogadores com festa.

Os professores das redes estadual e municipal do Rio estão em greve desde 12 de maio. Eles pedem 20% de aumento salarial, um terço do tempo para planejamento de aulas, concursos para a categoria e redução da carga horária para 30 horas para os funcionários.

Ao jornal O Estado de S.Paulo, o técnico Felipão disse que os protestos “não respingam nada na Seleção”. “Nada mesmo. Os jogadores não estão nem aí para isso, embora tenham se manifestado pelas redes sociais na Copa das Confederações, no ano passado. Eles vão ali para jogar bola”, disse, acrescentando que quem tem de cuidar das manifestações são “a polícia e o governo”.

O treinador da Seleção Brasileira disse que é precipitado protestar antes da Copa. “Você vai me dizer: ‘Ah, Felipão! Você não é um cidadão?’. Sou um cidadão sim, só que tenho de pensar que, se eu posso me manifestar, será depois da Copa. Quando eu sair da Copa, encerrar meus compromissos, eu posso dizer: gostei ou não gostei. E no dia 5 de outubro (dia das eleições), expressar isso nas urnas.”

O coordenador técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira, minimizou o cerco ao ônibus da equipe ontem. “Cada um interpreta da maneira que lhe interessar. Houve um contratempo lá no início, com 200 pessoas, no máximo. Mas tenho certeza absoluta de que a seleção é um patrimônio cultural e esportivo do povo brasileiro e será apoiada. Ninguém está contra a seleção. A prova foi dada de maneira inequívoca. O coronel nos disse que o povo apoiou o tempo todo. Não houve manifestação, vandalismo, nenhum tipo de problema”, disse.

Apoio declarado

Depois de dizer que sente vergonha da preparação do Brasil para a Copa, o ex-jogador Ronaldo Nazário declarou apoio ao pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG). “Sou amigo do Aécio. Conheci a presidente Dilma, tenho uma ótima relação com ela. Mas minha amizade com o Aécio tem 15 anos. Ele foi o único cara que eu apoiei publicamente. Apoiei para governador de Minas e aí ele fez um excelente trabalho. Sempre tivemos uma forte amizade e agora vou apoiá-lo. É meu amigo, confio nele e acho que é uma ótima opção para mudar o país”, disse ao jornal Valor Econômico, em entrevista publicada ontem.

Memória
Lado a lado com a política

Copa do Mundo e política sempre andaram juntas no Brasil. Desde a redemocratização, todos os Mundiais (que ocorrem a cada quatro anos) coincidiram com às eleições presidenciais, com exceção do pleito de 1989, quando Fernando Collor foi eleito. No país, coube à política eternizar momentos da Seleção Brasileira. Entre as imagens marcantes estão a cambalhota do meio-campista Vampeta na rampa do Palácio do Planalto, a polêmica distribuição de fuscas aos campeões de 1970 e a demissão do técnico João Saldanha, considerado comunista pelo governo militar.

Em 1958, Juscelino Kubitschek aproveitou a conquista da primeira Copa do Mundo pelo Brasil para potencializar o chamado “notável desenvolvimento econômico”. Quatro anos depois, a Seleção Brasileira conquistou o bicampeonato, em meio a uma instabilidade política. Presidente na ocasião do título de 1962, João Goulart acabara deposto em 1964, no golpe militar.

Na Copa de 1970, o Brasil ergueu o tricampeonato sem o treinador João Saldanha, demitido pouco antes do Mundial por ser “simpatizante” do comunismo. Há quem diga que a queda dele tenha relação com o fato de que não teria atendido pedido do presidente Médici para escalar o jogador Dadá. Em 1994, Itamar Franco era o presidente. O Brasil foi tetra e, embalado pela criação do Plano Real, ele conseguiu eleger o sucessor Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, a Seleção faturou penta, mas o então presidente FHC não conseguiu eleger o aliado José Serra.
 
 http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2014/05/27/interna_politica,429510/fala-de-felipao-sobre-a-copa-aumenta-debate-politico-entre-candidatos.shtml

Universidade de Coimbra abre inscrições para brasileiros aprovados no Enem

Estão abertas inscrições para brasileiros que pretendem usar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para entrar na Universidade de Coimbra no segundo semestre. A última etapa para a efetivação do acordo foi cumprida hoje. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que promove o Enem, e a Universidade de Coimbra assinaram acordo que permitirá a estudantes brasileiros usar o exame para estudar na universidade portuguesa.

O processo seletivo para o próximo semestre está aberto e vai até o dia 13 de junho. A nota mínima aceita pela Universidade de Coimbra é 600 pontos no Enem. A expectativa, no entanto, é que a nota de corte efetiva seja superior, em função do nível dos estudantes. Para tentar uma das 630 vagas, os alunos devem acessar a página da universidade na internet.

Com 23 mil estudantes matriculados, a universidade oferece cursos em sete das oito faculdades: letras, direito, ciências e tecnologia; farmácia, economia, psicologia; ciências da educação, ciências do desporto e educação física. O único curso não disponível aos brasileiros é medicina. De acordo com o reitor, João Gabriel Silva, a demanda dos próprios portugueses é maior do que a oferta de vagas.

Como alunos da universidade, os brasileiros terão acesso ao programa de mobilidade no ensino superior da União Europeia. São mais de cem universidades interligadas pelo programa, que pode ser feito em um semestre ou em um ano, em qualquer instituição da rede.

A Universidade de Coimbra é a primeira instituição estrangeira a usar o Enem como critério de seleção. No Brasil, 115 instituições públicas aceitam o exame nacional como forma de ingresso no ensino superior. Neste ano, o exame tem mais de 9,5 milhões de inscritos.

A possibilidade de Coimbra selecionar alunos brasileiros por meio do Enem foi acertada depois da aprovação de uma legislação interna portuguesa, que reconheceu o exame como suficiente para avaliar o desempenho dos estudantes. "Não faria sentido criar um outro sistema de seleção com um exame que é fiel", disse o reitor João Gabriel Silva.

Segundo ele, houve uma consulta na própria universidade para avaliar a experiência dos alunos brasileiros que admitidos em Coimbra. Há atualmente, 2 mil brasileiros estudando na universidade.

Com o acordo firmado nesta segunda-feira com o Inep, Coimbra passará a ter acesso aos resultados do Enem para que os alunos possam ser validados no sistema português. De acordo com o presidente do Inep, José Francisco Soares, há outras universidades portuguesas estudando a possibilidade de aceitar o Enem como processo seletivo. "Estamos consolidando um sistema em que mais gente terá acesso pleno à educação, aqui [no Brasil] ou fora daqui", disse Soares.

Para frequentar a universidade, os brasileiros terão de pagar dez parcelas de 700 euros (cerca de R$ 2,1 mil). O reitor estimou que, além das parcelas, um estudante precise de  500 euros (cerca de R$ 1,5 mil) para se manter. A universidade prestará auxílio aos estudantes para buscar moradia e a concessão de visto.

Coimbra é a instituição portuguesa de ensino superior mais antiga. No ano passado, foi incluída na lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Atrasos marcam preparativos de Guarujá para a Copa

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Tinha tudo para ser um sonho: o principal estádio de futebol do Guarujá, Antônio Fernandes, ganharia a primeira reforma desde 1984 e se tornaria uma arena de ponta, no melhor padrão Fifa. O motivo foi a escolha da seleção da Bósnia-Herzegovina em se hospedar na cidade durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o que possibilitou os recursos necessários para as obras. Terminado o mundial, o local ficaria de presente para o município, podendo ser utilizado para abrigar os jogos da Associação Desportiva do Guarujá (ADG) e outros eventos esportivos.
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O prazo de entrega dado primeiramente era de que em março deste ano tudo estaria pronto
O campo realmente não "sumirá" após o término da Copa. A reforma deveria estar pronta no final de março. No entanto, o estádio não estará pronto para os treinamentos da seleção europeia.
 
De acordo com o andamento das obras no estádio, há o risco dos recursos monetários recebidos (R$ 12 milhões do Governo Estadual e R$ 4,5 milhões do Federal) se esgotarem e o plano de reforma não ser totalmente concluído. É incerto qual será o futuro da estrutura depois da Copa do Mundo.
 
Equipamentos atrasados

No final de abril, foi publicado um edital que informava o recebimento de R$ 4,5 milhões do Governo Federal para compra de equipamentos para o estádio. O orçamento incluía 3.900 cadeiras. O edital em si foi publicado com atraso, visto que ainda seria preciso fazer pesquisas sobre marcas, preços e outros trâmites burocráticos. O resultado é que os equipamentos não chegarão em Guarujá antes do início do Mundial. 
 
No entanto, a Prefeitura do Guarujá afirma que está tudo planejado. "Todos os equipamentos, incluindo as cadeiras, serão entregues no prazo. Estamos correndo atrás de todos os recursos possíveis para que não haja atrasos", declarou o secretário de Esportes, Elson Maceió dos Santos
 
Fazenda e barracos

Um dos momentos mais "marcantes" da passagem da comissão técnica da Bósnia pelo estádio foi a presença de uma cabra no gramado no momento de inspeção. O técnico da equipe, Safet Susic, ficou um tanto quanto surpreso com o animal que se alimentava nas imediações do estádio. Mal sabia ele que nas redondezas do Estádio Antônio Fernandes existem também patos, galos e outros bichos que normalmente seriam encontrados em uma fazenda. Os animais são criados por moradores de pelo menos dez barracos que cercam o local. 
 
Quando perguntado sobre esses moradores, o vice-prefeito Duíno Fernandes declarou em entrevista à TV Tribuna que alguns barracos já até haviam sido remanejados para que fosse feito o estacionamento do estádio. Entretanto, a outra parte dessas residências entrará em um programa habitacional por conta das obras. Ou seja: esses moradores serão retirados de seus lares. 
 
Como as obras no local não ficarão prontas até a chegada da seleção bósnia, em 5 de junho, é maior ainda a incerteza do que será feito de fato com essas famílias, que já declararam na imprensa local que também não sabem sobre o próprio futuro.
 
Os jogadores e comissão técnica ficarão hospedados no bairro da Enseada, no Casa Grande Hotel - um dos hotéis cinco estrelas da Baixada Santista. Quartos e ambientes de luxo esperam a equipe balcã. 
 
As redondezas não parecem estar no clima que faça os bósnios se sentirem em casa. Consultado pela reportagem, o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Santos, Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira (SINTHORESS) não soube responder se haviam estabelecimentos do Guarujá que adotaram estratégias especiais por conta da estadia da equipe, como decoração semelhante a do país e comidas típicas da região. 
 
Outro problema é a falta de segurança. O índice de assaltos na região da orla da Enseada (onde fica o Casa Grande Hotel) é enorme, segundo moradores e frequentadores da região.

 De A Tribuna On-line

Com ou sem Copa do Mundo, namorados não abrem mão do dia 12 de junho

N/A
Copa e Dia dos Namorados dividem espaço em vitrine
A Copa do Mundo este ano parece que será também a "Copa dos namorados". Com a abertura do evento esportivo marcada para o próximo dia 12 no Itaquerão, na capital, os casais terão duas opções: ou escolhem outra data para celebrar o amor ou aproveitam a "folga" e o clima de festa do mundial para ficar um tempinho a mais no bar ou no restaurante onde foram assistir a primeira partida da seleção brasileira.

Na TV, uma campanha já incentiva os apaixonados a anteciparem em 24 horas o Dia de São Valentim. No entanto, uma pesquisa feita por A Tribuna On-line na página do portal em uma rede social mostra que essa ideia não terá muitos adeptos. 
 
"Nem pensar, vamos fazer a campanha chega de achar que mulher também não pode gostar de futebol. Sentemos juntos e vamos 'bebermorar' o jogo e o dia dos namorados!", frisou Ana Claudia Gomes.

"Prefiro fica com meu amordo que assistir a abertura da Copa", completou Rodrigo Prethylla. Para Norberto Moreira, "relacionamentos devem estar em primeiro lugar".

Priscilla Santos de Matos terá um motivo a mais para comemorar no dia 12. "To nem aí para a Copa! Vou comemorar no dia 12 sim, até porque é meu aniversário também". 
 
Luciana Assunção Silva vai mesclar a festa. "Com certeza, prefiro ver o futebol com o meu maridão, churrasco e cerveja. Melhor dia dos namorados que isso não exite", afirmou. A mesma opinião tem Damille Nascimento. "Por que isso? Nem pensar, eu amo futebol Sem problemas comemorar os dois juntos!".

Karla Souza Méra não vai abrir mão de nenhuma das comemorações. "Vamos comemorar no dia 12 com muita diversão e beijocas assistindo a abertura da copa". Nathania Gatto observa a proposta de mudança "absurda". "Sem nexo mudar a data dos namorados por causa de abertura de Copa".

Comércio
 
Apesar da iniciativa de estabelecimentos em antecipar o dia dos namorados, o Sindicato do Comércio Varejista de Santos e Região acredita que a abertura da Copa não prejudicará o comércio. A expectativa é de que as vendas aumentem em torno de 6%, com perfumes e roupas em primeiro lugar na lista dos presentes mais comprados.

Porém, a procura pelos artigos ainda está fraca, garantiram lojistas do Centro de Santos. O clima de amor também ainda não está no ar. 
 
Duas semanas antes da data em que é comemorado o Dia dos Namorados e quando ocorre a estreia da Copa, algumas lojas seguem em dúvida entre destacar o verde e amarelo ou o vermelho dos corações.

Já outras, como a Munik Chocolates, apostam nas duas ideias. A loja, que já começou a vender flores de chocolate e corações recheados com mousse, dividiu a vitrine entre os eternos apaixonados e os fãs de futebol.

Ninguém ficará surpreso se, em breve, encontrar o Fuleco - mascote da Copa - segurando um coração ou transformado em cupido. Vale tudo, quando o objetivo é atingir todos os tipos de público. 
 
 http://www.atribuna.com.br/cidades/com-ou-sem-copa-do-mundo-namorados-n%C3%A3o-abrem-m%C3%A3o-do-dia-12-de-junho-1.382107