sexta-feira, 21 de junho de 2013

Policial é afastado de posto após se recusar a avançar sobre manifestante.

 
 

Aos poucos, começam a surgir vídeos de momentos nos bastidores das manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus e de metrô em São Paulo. O vídeo abaixo é um exemplo.
 
Um policial foi obrigado a entregar a arma e foi retirado do trabalho pelo comendante na operação na capital paulista. Ele se recusou a avançar sobre os manifestantes e foi repreendido aos gritos pelo chefe. Concorda com o PM? Ou o comandante agiu certo? (via @Samara7Days)
 



Há 3 anos na UTI, paciente comemora aniversário e sonha voltar para casa

Ele já recebeu alta médica, mas prefeitura ainda não montou homecare.
Gerson tem 44 anos e luta contra a esclerose em hospital de Santos

Gerson na cama da UTI do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos (Foto: Mariane Rossi/G1)Gerson na cama da UTI do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos (Foto: Mariane Rossi/G1)
 
Um paciente que sofre de uma doença degenerativa e está internado há mais de três anos em um hospital em Santos, no litoral de São Paulo, completou 44 anos de vida e recebeu o carinho de familiares e funcionários durante toda quarta-feira (19). Gerson Faltermeier, de 44 anos, está internado em uma UTI do Hospital Guilherme Álvaro desde 2009. Além de lutar contra a doença, ele busca um tratamento domiciliar. Gerson já recebeu alta médica há vários meses e já ganhou um processo na Justiça, mas o governo ainda não montou os equipamentos e nem escalou os médicos para realizar o tratamento que o paciente necessita para continuar vivendo.

Dentro do hospital, Gerson recebeu a equipe do G1 para contar sua história. Ele diz que os sintomas da doença apareceram aos poucos. Ele começou a sentir dor nas costas, depois ficou com dificuldade de andar e ia trabalhar de bicicleta. Depois, começou a perceber que tinha dificuldade para fazer algumas coisas do dia a dia, como pentear o cabelo e escovar os dentes. A fraqueza ficava cada vez mais aparente e, por isso, ele passou a usar muletas. ”Eu caía sozinho no meio da rua”, conta. Ele consertava antenas e não conseguia mais realizar o trabalho por conta dos problemas de saúde. Por isso, teve que se afastar do serviço e passou a fazer exames e procurar tratamento.
 
Em janeiro de 2010, ele passou mal em Itanhaém. Gerson foi levado para o hospital municipal, os médicos deram um antibiótico a ele e o mandaram para casa. Um dos quatro irmãos dele, Luiz Carlos Faltermeier, conta o que aconteceu. “No dia seguinte, ele tinha um exame neurológico, em Santos, para avaliar porque ele andava com a muleta e do nada caía no chão, no meio da rua. Ele andava normal, perdia as forças e caia. Depois do exame neurológico ele ficou com uma tosse. Ele disse para o médico que estava passando mal desde Itanhaém e tirou uma chapa. Depois uma médica veio e me disse para eu ir embora porque meu irmão tinha ido para a UTI e que o estado dele era grave”, lembra.

Gerson entrou em coma e depois acordou na cama de Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Guilherme Álvaro. “Eu entrei só para fazer uma consulta. Acordei desesperado. Não lembrava de nada e acordei na UTI”, explica. Três anos após o susto, Gerson continua no hospital. Os médicos coletaram seu sangue e fizeram uma série de exames. Eles conseguiram saber que Gerson tem esclerose, mas não sabem qual o tipo. Ele diz que não tem força muscular e pulmonar e, por isso, não consegue andar, está perdendo os movimentos das mãos e respira com a ajuda de aparelhos. A doença é degenerativa e os médicos acreditam que é uma herança familiar, já que a mãe de Gerson já tinha problemas semelhantes e um dos irmãos dele está começando a apresentar os mesmos sintomas.

Ele utiliza a ponta dos dedos para conseguir utilizar o computador (Foto: Mariane Rossi/G1)
Ele utiliza a ponta dos dedos para conseguir utilizar o computador (Foto: Mariane Rossi/G1)
 
Nos três anos em que está no hospital, Gerson já passou mal outras vezes. Ele diz que se sente sozinho em alguns momentos e que muitas vezes fica deprimido. “No começo ele chorava. Falava que aquilo era uma prisão”, conta o irmão. Nos primeiros meses, Gerson ficava ao lado de outros pacientes, o que o deixava pior. “Eu só via as pessoas entrarem e morrerem do meu lado. Cheguei a ir para a enfermaria, mas peguei infecção e voltei para UTI”, conta ele. Depois desse período, Gerson foi para um quarto individual e mais espaçoso.

Também ganhou um novo equipamento que lhe trouxe mais contato com o mundo. O notebook foi adaptado para ele, que nem sabia como entrar na internet e hoje não sai de frente da tela. Ele ganhou um celular e, apesar de estar com a traqueostomia, consegue falar com os filhos, de 13 e 17 anos, e familiares também. A televisão fica na sua frente e agora ele tem mais conforto para receber os parentes, que fazem visitas semanalmente. Os médicos, enfermeiros e fisioterapeutas viraram amigos e confidentes. Desde o porteiro até a diretoria conhecem a história de Gerson e o admiram por sua força de vontade e bom humor, que ele tenta manter para continuar na luta pela vida. “Todo mundo me conhece. Eu sou bem atendido aqui”, fala.

Por ser bem tratado, Gerson apresentou evoluções desde que foi internado. Karina Martin Rodrigues Silva, a coordenadora de fisioterapia das Unidades de Terapia Intensiva do hospital, acompanha o tratamento dele. “Nós sabemos que é uma doença degenerativa, mas ele está evoluindo aos poucos. A parte motora está melhorando aos poucos”, garante ela.

Gerson conseguiu alta médica há mais ou menos um mês. O problema é que a Prefeitura de Itanhaém ainda não disponibilizou o tratamento homecare, o atendimento médico em casa. “Ele tem condições de sair de uma UTI tanto pela parte médica, enfermeiros e fisioterapeutas. Na parte clínica não tem o que impeça. A luta agora é para ele ir para casa”, completa a fisioterapeuta.
Luiz Carlos, irmão de Gerson, sempre faz visitas e leva lembranças ao irmão (Foto: Mariane Rossi/G1)Luiz Carlos, irmão de Gerson, sempre faz visitas e leva lembranças ao irmão (Foto: Mariane Rossi/G1)
 
Essa luta começou há algum tempo. A família dele entrou na Justiça para provar que Gerson poderia receber tratamento em casa. A causa foi ganha, mas a prefeitura ainda não ofereceu o serviço. "A Prefeitura foi obrigada a arrumar um homecare. Eles têm que dar toda a assistência tanto o humano quanto o material. No dia que era para fazer a licitação, eles disseram que não veio nenhuma empresa. A Prefeitura foi multada em R$ 10 mil por dia. Daí eles entraram com um recurso em São Paulo”, argumenta o irmão dele. Gerson conta que funcionários da prefeitura chegaram a visitá-lo no hospital no ano passado e garantiram que ele estaria em casa neste ano, mas nada aconteceu. “Eles sumiram”, lamenta.

Weldon José Rosa, médico plantonista da UTI do hospital, afirma que o problema de Gerson já foi levado para a diretoria e que o Guilherme Álvaro já entrou em contato com a Prefeitura de Itanhaém para resolver essa questão. “O quadro dele é estável. Ele já esteve para sair daqui várias vezes, mas não montam a estrutura para ele. Estamos esperando” explica o médico.

O médico, assim como todos os profissionais do hospital e familiares esperam o dia em que Gerson possa voltar para casa. Esse é o grande desejo dele. No dia do seu aniversário, esse seria o melhor presente. “Eu queria estar em casa. Eu acordo todos os dias na esperança”, finaliza Gerson.

Em nota, a Prefeitura de Itanhaém afirma que já abriu dois processos licitatórios para contratar uma empresa prestadora de serviço de homecare para atendimento periódico de internação domiciliar, em cumprimento a determinação judicial. A Prefeitura afirma que as chamadas públicas são obrigatórias e atendem a Lei de Licitações. As mesmas foram feitas no Diário Oficial do Estado de São Paulo e em um jornal de grande circulação regional, mas não houve empresas interessadas. A Prefeitura garante que volta a preparar novo chamado público nos próximos dias.

Quarto na UTI com todos equipamentos necessários para Gerson (Foto: Mariane Rossi/G1)Quarto na UTI com todos equipamentos necessários para Gerson (Foto: Mariane Rossi/G1)

http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2013/06/ha-3-anos-na-uti-paciente-comemora-aniversario-e-sonha-voltar-para-casa.html

Guarda israelense mata judeu por engano no Muro das Lamentações

Homem gritou frase em árabe e fez movimento suspeito, disse segurança.
Polícia não encontrou nada suspeito nos bolsos das vítimas.

Policiais israelenses no local do incidente no Muro das Lamentações nesta sexta-feira (21) (Foto: AFP)Policiais israelenses no local do incidente no Muro das Lamentações nesta sexta-feira (21) (Foto: AFP)
 
Um segurança israelense matou nesta sexta-feira (21) um visitante judeu no Muro das Lamentações de Jerusalém, que foi confundido com um militante palestino, anunciou a polícia.

"Um homem judeu estava na área dos banheiros. Por uma razão desconhecida, o visitante gritou Alá Akbar (Deus é grande, em árabe)", disse o porta-voz da polícia Micky Rosenfeld.

"Um guarda de segurança atirou várias vezes contra o suspeito, que não resistiu aos ferimentos", completou.

A ação aconteceu às 7h55 locais na praça diante do Muro, onde muitos fiéis cumpriam a oração matinal antes do sabbath, o dia sagrado da semana judaica.

Segundo a rádio pública, o segurança afirmou que homem retirava algo do bolso enquanto gritava e pretendia atacá-lo.

A polícia não teria encontrado nenhum objeto suspeito no corpo da vítima, informou a rádio.
O Muro das Lamentações, cujo nome em hebraico significa literalmente Muro Ocidental, é um local sagrado para os judeus por ser um dos poucos vestígios do Segundo Templo, que foi destruído pelos romanos no ano 70 depois de Cristo.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/06/guarda-israelense-mata-judeu-por-engano-no-muro-das-lamentacoes.html

Na Austrália, criança de 7 anos dirige carro para pai embriagado

Polícia deteve o veículo na região turística de Surfers Paradise.
Carro circulou durante a madrugada com faróis apagados.

 
A polícia da Austrália surpreendeu, nesta sexta-feira (21), uma criança de 7 anos dirigindo um carro porque seu pai estava muito embriagado para retornar para casa, informou a imprensa local.

Os agentes detiveram o veículo às 3h da madrugada por circular com os faróis apagados pela região turística de Surfers Paradise, no nordeste do país, quando se deram conta de que quem estava conduzindo o veículo era uma criança.

O pai, que estava bêbado, fez o teste do bafômetro que indicou que o nível de álcool em seu sangue estava três vezes maior que o permitido.

O homem, de 41 anos, foi acusado de direção perigosa e por estar como responsável de uma criança quando estava sob efeito de álcool, segundo a agência local AAP.
A criança agora foi entregue a familiares.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/06/na-australia-crianca-de-7-anos-dirige-carro-para-pai-embriagado.html

Manifestação em Cuiabá reuniu cerca de 30 mil pessoas, calcula PM

Manifestação em Cuiabá reuniu cerca de 30 mil pessoas, calcula PM

Grupo seguiu em passeata da Prefeitura de Cuiabá até a Assembleia.
Manifestação foi pacífica na maior parte do trajeto de cerca de 6 km.

Manifestação em Cuiabá (Foto: Renê Dióz/G1)Manifestação passa pela avenida do CPA, perto do Viaduto da Miguel Sutil, em Cuiabá (Foto: Renê Dióz/G1)
 
Aproximadamente 30 mil pessoas tomaram as ruas de Cuiabá nesta quinta-feira (20) marcada por manifestações em todo o país. O número é uma estimativa da Polícia Militar, que sobrevoou a cidade de helicóptero e acompanhou a movimentação desde seu começo na Praça Alencastro (centro da cidade, em frente à Prefeitura) até o encerramento no prédio da Assembleia Legislativa (AL), a cerca de seis quilômetros de distância do início da passeata, onde ocorreram alguns princípios de tumulto e depredações.
 
Confira fotos da manifestação que reuniu milhares em Cuiabá nesta quinta-feira (20).
Na capital mato-grossense, o protesto serviu para a população expressar uma indignação abrangente: contra as condições do transporte coletivo na cidade; contra os gastos do governo com a realização da Copa do Mundo de 2014 em detrimento dos investimentos em saúde, educação, mobilidade urbana; contra a proposta de emenda constitucional 37 (PEC 37, que retira o poder de investigação do Ministério Público); contra a violência policial; contra a permanência do deputado estadual José Riva (PSD) na Assembleia Legislativa; contra a corrupção em geral; pela reforma política e outros.
 
Passeata
Com cartazes, faixas e bandeiras do Brasil, o grupo de manifestantes saiu da Praça Alencastro às 17h e desceu a Avenida Getúlio Vargas para tomar a Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha).
 
Parte do grupo resolveu sair da Praça Alencastro e passar por outras regiões centrais, subindo a Avenida Getúlio Vargas com direção à sede da Secretaria Extraordinária da Copa 2014 (Secopa) para depois ocupar a Praça 8 de Abril, descer a Isaac Póvoas e adotar o roteiro com direção à AL.
 
Na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA) os manifestantes já estavam em maior número. Eles tomaram os dois lados da via, que consistiu no maior trecho da passeata, cujo ponto final foi o prédio da AL.
Manifestação em Cuiabá (Foto: Renê Dióz/G1)Concentração de manifestantes foi na Praça Alencastro, centro de Cuiabá. (Foto: Renê Dióz/G1)
Parte do comércio fechou as portas à medida que a manifestação avançava e alguns funcionários dos estabelecimentos aderiram à passeata. A cada quilômetro, mais pessoas se juntavam à massa popular gritando palavras de ordem. O trânsito acabou interrompido na maior parte do trajeto e alguns condutores pararam os veículos para aplaudir ou fotografar a movimentação. A eles, os manifestantes diziam que também eram explorados e que também deviam se juntar ao protesto.
 
Em alguns momentos do longo do trajeto, o grupo à frente dos demais se organizava em cordão, sustentando faixas. Ao passar pela Praça Ulisses Guimarães, o grupo entrou na Avenida André Maggi até chegar à frente do prédio da AL. No trecho, houve uma rápida manifestação em frente ao prédio da empresa do senador Blairo Maggi (PR).
Manifestação em Cuiabá (Foto: Renê Dióz/G1)
"É o primeiro aviso do povo no poder", avisaram manifestantes. (Foto: Renê Dióz/G1)AL

 Na frente da AL, os manifestantes se depararam com uma fileira de policiais a postos diante da entrada principal. O grupo ocupou a área e logo começar a cantar trechos do Hino Nacional e a entoar palavras de ordem pedindo a saída e a prisão do deputado Riva, representado também por um boneco de cartolina. “Este é o primeiro aviso do povo no poder”, bradaram os manifestantes. Mensagens contra Riva foram pichadas no prédio da AL e algumas vidraças ficaram trincadas.
 
Imagens com conteúdo contrário ao parlamentar também foram projetadas em uma das paredes do prédio do Instituto de Memória do Poder Legislativo, logo ao lado. Ali, um grupo chegou a atacar vidraças do Instituto e tentou retirar a placa de identificação do prédio, no que foi impedido por líderes da maioria dos manifestantes, contrários aos atos de vandalismo. Minutos depois, foi ateado fogo em uma caçamba repleta de entulhos de construção; as chamas logo foram contidas pelos próprios manifestantes – entretanto, a fumaça permaneceu forte no local até a chegada do Corpo de Bombeiros, por volta das 21h.
 
Manifestação em Cuiabá (Foto: Renê Dióz/G1)Bandeira gigante que ocupou mastros da AL só foi retirada após fim da manifestação, por volta das 21h. (Foto: Renê Dióz/G1)
Bandeira
Como último ato simbólico do protesto, os manifestantes cercaram o espelho d'água da AL e hastearam nos mastros à frente do prédio uma gigantesca bandeira nacional, com cerca de 10 metros de largura, no lugar onde geralmente ficam as bandeiras oficiais do estado de Mato Grosso, do Brasil e do Mercosul. A cada movimento produzido pelo vento, os manifestantes espalhados pelo gramado da AL aplaudiam.
 
A partir deste momento, alguns líderes do movimento continuaram a bradar as palavras de ordem e a fazer chamamentos para manifestações futuras até as 20h30, quando os manifestantes já começaram a se dispersar e o trânsito no local voltava a fluir. A esta altura, a massa já havia se dividido em três – na rua de acesso e em frente à entrada principal da AL, nos gramados ao lado do Instituto de Memória e em frente ao estacionamento.
 
A maioria dos manifestantes recolheu o material usado para protestar e foi embora a pé, mas foi grande a quantidade de lixo deixada no entorno da AL. Assim que os últimos manifestantes deixaram a entrada da AL, os 150 policiais que controlaram a região deixaram a formação e reabriram o prédio.
Manifestação em Cuiabá (Foto: Renê Dióz/G1)Assim como em outras cidades do país, pauta de reivindicações em Cuiabá foi ampla. (Foto: Renê Dióz/G1)
 
Protestos
O protesto desta quinta-feira foi o terceiro ato político popular de realizado em Cuiabá esta semana. No domingo (16), um grupo decidiu protestar durante a Caminhada No Clima da Copa, realizada pela Secopa. Eles percorreram cerca de dois quilômetros do Museu do Rio, no bairro Porto, até o local onde está sendo construída a Arena Pantanal, que vai sediar quatro jogos na Copa do Mundo de 2014.
Na quarta-feira (19), cerca de 3 mil pessoas, de acordo com a organização do protesto, percorreram as avenidas Getúlio Vargas, Isaac Póvoas e Tenente Coronel Duarte para cobrar melhorias no transporte público, redução da tarifa e passe livre irrestrito.
 
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2013/06/manifestacao-em-cuiaba-reune-cerca-de-30-mil-pessoas-diz-smtu.html

Marcha pacífica no Recife reúne 52 mil; PM coíbe atos violentos isolados

Multidão ocupou ruas do Centro da capital em passeata de mais de 5 horas.
Grupo que tentou cometer crimes foi preso; houve confronto na Agamenon.

 
Protesto no Recife (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)Protesto no Recife entrou pela noite, na Avenida Conde da Boa Vista (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)
 
Uma marcha que tomou as principais ruas do Centro do Recife e reuniu cerca de 52 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, marcou o protesto realizado na capital pernambucana nesta quinta-feira (20). Manifestantes se reuniram na Praça do Derby e saíram em passeata, por volta das 15h, pela Avenida Conde da Boa Vista, uma das principais artérias da cidade. Na saída, uma fumaça verde e amarela foi lançada e muitos cantaram o Hino Nacional. Exibindo cartazes e, em vários momentos, gritando pelo fim da corrupção, do preconceito e por melhorias na educação, saúde e no transporte público, a multidão caminhou por aproximadamente cinco horas.

O ato foi pacífico, mas em alguns momentos houve correria e confusão provocadas por pequenos grupos inflitrados entre os manifestantes. Eles tentaram iniciar arrastões e assaltar os participantes. A Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco informou, por volta das 23h, que registrou 30 ocorrências, 28 delas com detenções ou prisões. O movimento ocorreu em diversas cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Brasília e Belém.

Enquanto caminhava pela Avenida Conde da Boa Vista, a multidão foi saudada por uma chuva de papel picado jogado por moradores dos prédios. Ainda na via, um grupo com camisas do Partido dos Trabalhadores (PT) e da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe) foi hostilizado pela maioria, que afirmava não integrar partidos políticos. Houve bate-boca e explosão de bombas juninas. Ninguém ficou ferido. Ao chegar à Rua da Aurora, nas proximidades do Cinema São Luiz, a marcha se dividiu, por volta das 18h. Parte seguiu pela Rua do Sol e voltou à Aurora pela Ponte Princesa Isabel, para protestar em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Já a grande maioria partiu em direção ao Marco Zero da capital, passando pela Avenida Guararapes, Ponte Maurício de Nassau e Avenida Marquês de Olinda. Um dos tumultos ocorreu em frente ao edifício de número 111 da Guararapes. Um grupo que tentava assaltar os manifestantes foi surpreendido por dois policiais militares. Ao tentar coibir a ação, os PMs foram cercados em frente ao prédio enquanto o grupo arremessava pedras e paus, que atingiram Rubens Rocha, 60 anos. Ele disse ter saído de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, e estava na calçada acompanhando o ato quando foi ferido na perna.

Cartaz pede paz e a continuidade dos protestos (Foto: Rafaella Torres / G1)Cartaz pede paz e a continuidade dos protestos (Foto: Rafaella Torres / G1)
 
Em meio à confusão, os manifestantes vaiaram a ação do grupo. Alguns se sentaram no chão, para não serem confundidos com os que tentavam tumultuar. Em coro, gritavam: "sem violência, sem violência", até que os agressores fossem retirados. Um outro manifestante passou mal após ser atingido por fogos de artifício. Dois suspeitos de praticar crimes foram detidos na Praça da Independência e outros três, na Avenida Guararapes. Na Avenida Marquês de Olinda, o clima voltou a ficar tenso com novas tentativas de furto. Policiais detiveram nove pessoas no local. Por diversas vezes, a PM chegou a ser aplaudida pelos participantes da marcha. Os policiais que monitoraram a marcha estavam usando uma braçadeira com o nome "paz", por cima do fardamento, e flores nos coletes à prova de bala.

Na Ponte Maurício de Nassau, banners decorativos em alusão à Copa das Confederações - que tem o Recife como uma das sedes - foram rasgados. Os cartazes estavam afixados a postes de iluminação. Por volta das 19h30, quando grande parte dos manifestantes ocupou o Marco Zero, a marcha começou a se dispersar. Muitos saíram do local, voltaram pela Praça da República e subiram as escadarias do Palácio de Justiça. Em frente à sede do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), eles cantaram: "Ei, Brasil, vamos acordar, porque um professor vale mais que o Neymar".

Máscaras recolhidas na Alepe e depredação na Prefeitura do Recife
O outro grupo de manifestantes, que estava em frente à Assembleia Legislativa (Alepe), gritava chamando os deputados e criticando a atual administração municipal. Outras faixas reclamavam da gestão do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Policiais revistaram manifestantes perto da Alepe e recolheram máscaras, sem explicar o motivo da apreensão. "Levaram nossas máscaras e pertences. Eles pediram para a gente tirar porque estávamos como anônimos. Mostramos nossa cara, mas levaram mesmo assim", reclamou o manifestante Lucas Lopes.

Em frente à Prefeitura do Recife, um outro grupo se aglomerou gritando palavras de ordem e também questionando a atual administração. Por volta das 20h30, a Guarda Municipal reforçou a segurança do prédio, com o apoio do Batalhão de Choque da PM. No entanto, não foi suficiente para dispersar as pessoas. Um vidro da fachada foi apedrejado e uma mulher chegou a passar mal. Uma parada de ônibus situada em frente ao Executivo municipal também foi depredada.

À noite, o clima ficou tenso na Avenida Agamenon Magalhães, no Recife (Foto: Kety Marinho/TV Globo)À noite, clima ficou tenso na Avenida Agamenon Magalhães, na área central (Foto: Kety Marinho/TV Globo)
 
Spray de pimenta e balas de borracha na Agamenon
No início da noite, o clima ficou mais tenso na cidade. Na Avenida Agamenon Magalhães, na altura do Parque Amorim, onde o trânsito já estava bloqueado, a PM foi deslocada para monitorar a ação e negociar com um grupo, que ficou sentado no asfalto, impedindo a passagem dos veículos. Os motoristas de ônibus, depois de aderir ao protesto paralisando a circulação dos veículos por três horas, voltaram a trafegar, mas um engarrafamento quilométrico se formou no local. Vale lembrar que, nesta quinta, começaram a vigorar as novas tarifas de ônibus no Grande Recife, após redução que baixou o valor do anel A de R$ 2,25 para R$ 2,15.

Com o trânsito interrompido, motociclistas que tentavam furar o bloqueio eram perseguidos. Um deles foi derrubado da moto, ferido na cabeça e ainda teve a carteira roubada. Algumas pessoas pegaram carrinhos de compras de um supermercado próximo e levaram até a via. Gelos baianos também foram usados para bloquear a pista. O grupo ainda fez uma fogueira no local. Muitos estavam armados com pedaços de pau.

Ainda na Agamenon, a PM deteve um homem que estaria com uma mochila cheia de documentos. Ele é suspeito de portar uma arma. Em outro ponto da avenida, perto da Praça do Derby, houve confronto. Na confusão, o jovem Rafael Ferreira disse ter sido agredido por policiais que estavam com cassetetes. Ele quebrou um dente e ficou desorientado. A polícia usou balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar o grupo. O trânsito na Agamenon Magalhães só foi liberado após as 23h.

Gradil do Palácio da Justiça (Foto: Lorena Aquino/G1)
Cartazes foram pendurados em grades do Palácio da Justiça (Foto: Lorena Aquino/G1)
Mensagens

 Nas grades do Palácio da Justiça e da Praça da República, manifestantes deixaram um rastro de mensagens a respeito das propostas que defendem nesse momento de agitação política e social que o Brasil atravessa.

A diversidade de cartazes mostrou a pluralidade das reivindicações, a maior parte focada no transporte público, como passe livre para estudante e trabalhador desempregado, licitação imediata nas linhas de ônibus, melhores condições de trabalho para rodoviários, ciclofaixas e metrô para Zona Norte. Também protestavam contra as PECs 37 e 35, ato médico e o projeto de "cura gay", além de cobrar reformas política e fiscal e ações contra a seca no estado.

A SDS organizou, junto com a Prefeitura do Recife, um esquema especial para acompanhar a manifestação, envolvendo mil homens, entre policiais civis, militares e bombeiros. Na Avenida Conde da Boa Vista, a polícia recolheu um pedaço de ferro, pequenas bombas e fogos de artifício com um grupo de cinco jovens. Após serem revistados, eles foram liberados e os itens, apreendidos. "Fiz por questão de segurança. Isso é coisa que se traga para uma manifestação pacífica?", questionou o tenente Carlos Oliveira. O comércio do bairro da Boa Vista fechou as portas e empresariais colocaram tapumes na entrada. Paredes de alguns estabelecimentos foram pichadas.

No meio do protesto, uma ciranda (Foto: Lorena Aquino/G1)
Manifestantes fizeram ciranda no meio do protesto
 
Ao longo da marcha, o clima de paz foi defendido pelos manifestantes, que pediam para algumas pessoas descer das paradas de ônibus e manter a calma. Uma ciranda foi organizada em plena passeata assim como 'olas' na Conde da Boa Vista. Luzes dos estabelecimentos e residências foram piscadas em apoio aos manifestantes.

Luzes piscam e pessoas sentam no chão para pedir paz (Foto: Lorena Aquino/G1)
Participantes do ato sentaram no chão para pedir paz
 
O cantor e compositor Zé Manoel participou da manifestação. "Também estou insatisfeito com a forma que o Brasil é gerido, está tudo muito errado, na raiz. Acredito também que a gente deve mudar e se transformar em cidadãos melhores, pois nossa politica é reflexo do que somos", comentou. "Estou aqui lutando, não só pela passagem, prefeituras falidas, pela corrupção e pela nossa cultura mais valorizada", disse o cantor e rabequeiro Maciel Salú.

Um grupo do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) saiu às ruas com um carro de som contra a PEC 37, que limita os poder de investigação do órgão. "Esse projeto cria um monopólio da investigação para a polícia, atinge outros órgãos como o Banco Central, e pode estimular a impunidade. A polícia não tem condição de investigar tudo", argumentou o promotor Salomão Ismail Filho.

Integrante de um movimento de mulheres de Brasília Teimosa (Zona Sul), Elides Queiroz, 71 anos, contou que já participou de vários protestos, mas nunca de um como esses que estão acontecendo no Brasil. "Nunca vi uma manifestação tão intensa, com tamanha participação popular", comemorou.

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/06/marcha-pacifica-no-recife-reune-52-mil-pm-coibe-atos-violentos-isolados.html

'Alguns bandidos estão estragando', diz Pelé sobre os protestos pelo país

Em entrevista ao G1, Pelé defendeu e apoiou o movimento dos brasileiros.
Craque afirma ainda que Seleção não tem nada a ver com corrupção

Indignado com os atos de vandalismo cometidos por grupo infiltrados entre manifestantes pacíficos na Baixada Santista, Pelé recebeu a equipe do G1, nesta quarta-feira (19), e falou sobre os recentes protestos que acontecem em todo o Brasil. Segundo ele, bandidos infiltrados estão estragando um movimento legítimo da sociedade brasileira. Ele também aproveitou para afirmar que a Seleção Brasileira não tem nada a ver com corrupção.
 
Pelé critica as pessoas que estão usando os protestos para praticar atos de vandalismo. "Os bandidos estão estragando uma passeata que é de paz, de reivindicação, para o melhor do povo brasileiro, da nossa sociedade. Muitos estão aí com bandidagem, e nós temos que lutar contra isso. Eu acho que não podemos deixar, de maneira nenhuma, que alguns bandidos estraguem essa oportunidade. O nosso país merece ter um meio de transporte melhor, uma saúde melhor e uma escola melhor. Estou 100% de acordo com essa maneira de pensar e com esse povo que está na rua, mas o mau-caráter eu não aceito. A gente devia passar isso para esse pessoal que não quer que as coisas melhorem”", ressalta.
 
Segundo Pelé, o momento esportivo do país também não pode ser prejudicado. "Eu acho que nós não podemos misturar. A Copa do Mundo, a Olimpíada e a Copa das Confederações, que são eventos importantes para o nosso país crescer. Eu estou de acordo, nós temos que brigar, lutar contra a corrupção, sem dúvida nenhuma. Eu pedi para o governo dar educação quando fiz o milésimo gol. Então é isso mesmo, tem que reivindicar, mas nós não podemos misturar. Os jogadores da Seleção não têm nada a ver com a corrupção do governo, isso tem que ser separado. A minha intenção é pedir aos nossos queridos amigos brasileiros para que não estraguem esse momento do Brasil por causa de um problema interno, de corrupção. A Seleção e os jogadores não têm nada com isso", conclui.
 
Copa das Confederações
Em entrevista ao GloboEsporte.com, nesta quarta-feira (19), pouco antes do jogo entre Brasil e México, válido pela Copa das Confederações, Pelé fez um apelo aos torcedores do Brasil. Apesar do pedido do Rei, os torcedores viraram de costas na hora do hino nacional. "Vamos esquecer toda essa confusão que está acontecendo no Brasil e vamos pensar que a seleção brasileira é o nosso país, é o nosso sangue. Não vamos vaiar a seleção. Vamos apoiar até o final.", argumentou Pelé.

http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2013/06/alguns-bandidos-estao-estragando-diz-pele-sobre-os-protestos-pelo-pais.html

 

Protesto em Porto Alegre termina com 20 presos e 15 feridos, diz BM

Cinco lojas foram depredadas e mais de 10 estabelecimentos saqueados.
Caminhada iniciou pacificamente e reuniu cerca de 18 mil pessoas.

Balanço do protesto em Porto Alegre (Foto: Reprodução)Balanço do protesto em Porto Alegre (Foto: Felipe Truda, Adriana Franciosi e João Vitor Santos)
 
Pelo menos 20 pessoas foram presas e 15 ficaram feridas nos confrontos ocorridos durante o protesto desta quinta-feira (20) em Porto Alegre, de acordo com a Brigada Militar. Após um início pacífico de caminhada que reuniu cerca de 18 mil pessoas, houve conflito em mais de um momento entre manifestantes e policiais. Cinco lojas foram depredadas, e mais de 10 estabelecimentos acabaram saqueados. Pelo menos 11 agências bancárias foram atacadas (veja mais sobre os protestos pelo estado).
Os detidos foram levados para uma área judiciária integrada criada para a noite do protesto. No local, trabalham Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias, BM, Samu, Corregedoria do estado, além de um juiz.
 
De acordo com o comandante-geral da BM, Fábio Duarte Fernandes, havia pelo menos 150 depredadores, em sua maioria jovens e estudantes. "Percebemos que o espírito era incendiar a cidade. Quando os depredadores depararam com a tropa de choque, eles utilizaram bombas e coquetéis molotov em direção à tropa. Este método já tinha sido identificado à tarde pela inteligência, e fizemos uma apreensão de bombas", disse em entrevista à Rádio Gaúcha.

Fernandes avalia como positiva e tática utilizada pela Brigada Militar, já que houve apenas registros de casos leves de feridos. As ações preventivas foram localizadas em postos de gasolinas e outros lugares que seriam alvos.

"Queremos mais uma vez ratificar que a nossa prioridade é a garantia da vida das pessoas e defesa do patrimônio. Nossos procedimentos ainda estão conseguindo fazer frente a estes depredadores", avaliou o comandante-geral.

O protesto desta quinta-feira (20) estava marcado para as 18h, mas a concentração começou por volta das 17h. Manifestantes ocuparam inicialmente o Paço Municipal e parte das avenidas Sete de Setembro e Borges de Medeiros. Depois, eles se dividiram em três grandes grupos: um caminhava pela Avenida Júlio de Castilhos, outro pela Borges de Medeiros e um terceiro foi para a João Pessoa e se dirigiu à Avenida Ipiranga.

Manifestantes exibem placas no início do protesto em Porto Alegre (Foto: Felipe Truda/G1)
Manifestantes exibem placas no início do protesto em Porto Alegre (Foto: Felipe Truda/G1)
 
Os confrontos iniciaram na Ipiranga, próximo à Erico Verissimo, por volta das 20h, onde a polícia realizava um cordão de isolamento impedindo que os manifestantes avançassem. Alguns tentaram se aproximar e os policiais reagiram com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e alguns tiros com balas de borracha.

Depois, os manifestantes se deslocaram para outros pontos da Região Central da cidade. Alguns atiraram pedras e outros objetos nos policiais, que chegaram a usar a cavalaria para dispersar as pessoas. O Batalhão de Operações Especiais (BOE) avançou contra os manifestantes em mais de um momento durante a noite.

Na Avenida Venâncio Aires, manifestantes depredaram lojas. Pelo menos sete agências bancárias foram danificadas na cidade, como a do Banrisul (confira no vídeo acima). Houve tentativa de incendiar uma delas. A loja de calçados Paquetá que fica na Esquina Democrática (entre a Avenida Borges de Medeiros e a Rua dos Andradas) foi invadida, e o Shopping João Pessoa, na avenida de mesmo nome, foi atacado por pedras e outros objetos.

Mais cedo, na Avenida Azenha, manifestantes arrancaram tapumes que protegiam as vidraças de estabelecimentos comerciais danificadas no protesto de segunda-feira. A loja de motos Honda, que havia sido danificada na última segunda-feira, foi novamente alvo de depredadores. Houve também saques em diversos locais e placas de sinalização foram arrancadas para serem usadas como arma.

Policiais militares fazem cordão de isolamento para evitar ataque à prefeitura (Foto: Felipe Truda/G1)
Policiais militares fazem cordão de isolamento em frente à prefeitura (Foto: Felipe Truda/G1)
 
Após os confrontos na Ipiranga, o grupo se dispersou. Parte dos manifestantes se reencontrou no Centro. Eles tinham o objetivo de protestar em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual, mas a Brigada Militar realizava cordões de isolamento nas ruas Jerônimo Coelho e Riachuelo, impedindo o acesso. O grupo retornou até a frente da Prefeitura, onde mais policiais do Batalhão de Choque faziam a proteção.

Um grupo se dirigiu à Avenida Sete de Setembro, onde depredaram quatro agências bancárias. A polícia reagiu com gás lacrimogêneo e os manifestantes fugiram para a Praça da Alfândega.

Um novo confronto ocorreu por volta das 22h40, quando um ônibus que levava pessoas presas durante o protesto passou pela Borges de Medeiros e cruzou a esquina da Rua José Montaury, onde há um posto do 9º Batalhão da Brigada Militar. Manifestantes pediam que os detidos fossem liberados, jogaram pedras e dispararam fogos de artifício em direção aos policiais, que responderam com tiros de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Uma agência bancária e pelo menos três lojas foram depredadas. Um bombeiro precisou apagar o fogo ateado a um caixa eletrônico.

Agência bancária depredada na Avenida Salgado Filho, em Porto Alegre (Foto: Felipe Truda/G1)Agência bancária depredada na Avenida Salgado Filho, em Porto Alegre (Foto: Felipe Truda/G1)
 
Parte dos jovens se refugiou na Avenida Salgado Filho. Lá, outras duas agências bancárias foram depredadas, sendo que em uma delas o Corpo de Bombeiros foi acionado para evitar um incêndio. Uma terceira agência foi pichada, e três contêineres foram derrubados. Alguns jovens também saquearam duas lojas.

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/06/protesto-em-porto-alegre-termina-com-20-presos-e-15-feridos-diz-bm.html

Manifestante invade Congresso e pede para conversar com o 'dono'

Homem foi detido após furar bloqueio policial e discutir com seguranças.
Presidente da Câmara chegou nesta quinta a Brasília após viagem oficial.


Entre os mais de 30 mil manifestantes que foram à Esplanada protestar nesta quinta-feira (20), um conseguiu furar o cordão de policiais militares e invadir o Congresso.

Mais à frente, ao se deparar com um grupo da Polícia Legislativa, justificou, ao ser abordado: "Eu quero conversar com o dono dessa porra! Me leva até ele", disse, numa tenso bate-boca com os seguranças da Casa (veja vídeo ao lado)

O psicólogo de 36 anos, cujo nome não foi divulgado pela polícia, foi detido e levado para prestar depoimento na delegacia interna da Câmara, acompanhado de um defensor público. De acordo com a polícia, ele foi liberado depois de ouvido, mas poderá ser autuado por crime de desobediência.

O manifestante havia passado despercebido pelos policiais militares, mas no momento em que policiais legislativos perceberam que se tratava de um manifestante, teve início uma tensa discussão e depois ele foi levado para dentro.

No momento da confusão, por volta das 19h30, ainda estavam no Congresso o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente interino da Câmara, André Vargas (PT-PR). Ambos deixaram o palácio pouco tempo depois, mas o homem detido não conseguiu falar com eles.

Por volta das 21h, chegou à Câmara o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que voltou para Brasília após passar a semana numa viagem oficial à Rússia.

Após se reunir com a direção da Câmara, disse que os parlamentares precisam “registrar” as insatisfações dos manifestantes e “colaborar”. “Essa Casa tem o dever, por ser uma casa do povo brasileiro, de saber registrá-las, interpretá-las e dar a leitura correta, para dar a sua colaboração. É o que faremos amanhã e nos próximos dias”, afirmou.

Concentração de manifestantes na Esplanada dos Ministérios (Foto: Antonio Augusto/Ag.Câmara)Concentração de manifestantes na Esplanada dos Ministérios (Foto: Antonio Augusto/Ag.Câmara)

Multidão cerca prédio do Congresso Nacional

Segundo avaliação da PM, manifestação reúne 23 mil em Brasília.
Policiais e Cavalaria fazem cordão para isolar prédio do Congresso.


Policiais fazem cordão de isolamento diante do Congresso Nacional (Foto: Rafaela Céo / G1)Policiais fazem cordão de isolamento diante do Congresso Nacional (Foto: Rafaela Céo / G1)
Depois de uma caminhada por toda a Esplanada dos Ministérios, uma multidão de cerca de 23 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, cercou o Congresso Nacional na tarde desta quinta-feira (20), em Brasília.

Policiais militares e homens da Cavalaria da PM fizeram um cordão de isolamento para impedir o acesso ao prédio.
A PM mobilizou 3,5 mil homens para a manifestação. No protesto da última segunda-feira, foram 580. A Câmara criou um "gabinete de crise" para monitorar o ato, e o Supremo Tribunal Federal dispensou os servidores mais cedo.

O gramado em frente ao Congresso foi totalmente ocupado. Uma parte dos manifestantes entrou no espelho d'água, embora a PM tivesse anunciado que não iria permitir.

Manifestantes sentaram no chão em frente à cavalaria da PM, que se posicionou ao lado do Congresso para impedir que os participantes do protesto chegassem a uma rua que dá acesso ao Palácio do Planalto, a cerca de 500 metros do Congresso. Os manifestantes gritavam: "Ei, policial pai de família, não proteja essa quadrilha".

Manifestantes concentrados no gramado do Congresso Nacional (Foto: Isaura Borba / G1)Manifestantes concentrados no gramado do Congresso Nacional (Foto: Isaura Borba / G1)
 
No Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, um contingente de homens da Polícia do Exército se posicionou preventivamente sob os arcos do prédio e na rampa de acesso. Parte do integrantes da manifestação gritava em coro que iria "buscar a Dilma". A presidente adiou viagens à Bahia e ao Japão por causa dos protestos.
 
Em determinado momento da manifestação da tarde desta quinta, duas bombas explodiram ao lado do Congresso Nacional. Houve um princípio de confusão na via N1 do Eixo Monumental. No meio do tumulto, uma bomba explodiu entre os manifestantes e a cavalaria da PM.

Um grupo jogou garrafas de água em direção aos policiais, sem atingir nenhum PM do cordão de isolamento. Os policiais não revidaram. Um manifestante abriu uma bandeira do Brasil bem próximo ao rosto de um policial, que também não revidou.

Homens do Batalhão de Choque do Exército se posicionam em frente ao Palácio do Planalto (Foto: Priscilla Mendes)Homens do Batalhão de Choque do Exército posicionados em frente ao Palácio do Planalto (Foto: Priscilla Mendes)
 

Ato no Rio reúne 300 mil pessoas e termina em confronto com a PM

Manifestação que começou pacífica deixou mais de 60 feridos.
Cinco pessoas foram presas pelo Bope por saques a loja no Centro.

Mais de 300 mil pessoas foram às ruas do Rio de Janeiro para a manifestação contra o aumento das tarifas de ônibus. Este foi o ato que reuniu o maior público desde o início dos protestos. A manifestação, que começou pacífica na Candelária, na tarde de quinta-feira (20), terminou com mais cenas de violência e vandalismo no Centro e no entorno do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade.
 
(O G1 acompanhou em tempo real as manifestações pelo país, em fotos e vídeos: veja relatos no Brasil inteiro, em São Paulo e no Rio.)
 
Até o início da madrugada de sexta-feira (21), 62 pessoas haviam sido atendidas no Hospital municipal Souza Aguiar, feridas durante o tumulto entre um pequeno grupo de manifestantes e a Polícia Militar. No mesmo horário, cinco pessoas tinham sido presas pelo Bope por saque a uma loja de calçados. Outras 10 pessoas foram detidas. Segundo a polícia, a maioria era menor de idade e foi liberada após a chegada dos responsáveis.
Com faixas e cartazes, as reivindicações pediam por maior orçamento na saúde e educação, a votação da PEC 37, além de críticas ao projeto de lei da Comissão de Direitos Humanos que pede o fim da proibição, pelo Conselho Federal de Psicologia, de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade, chamada pelo deputado Marco Feliciano de “cura gay”.
Tumulto e confusão
Pacífica na maior parte do tempo, as primeiras cenas de tumulto começaram na chegada à Prefeitura do Rio, na Cidade Nova. Um dos manifestantes que estava, em frente à Prefeitura do Rio, contou como o confronto começou. "Um grupo de cerca de seis pessoas quebrou uma lixeira e explodiram dentro uma bomba. Em seguida, atiraram uma bomba contra a polícia. Os cavalos se assustaram e a polícia foi para cima de todo mundo", contou o jovem de 22 anos, que preferiu não se identificar.
Outros manifestantes contam que a confusão começou quando dois manifestantes começaram a brigar entre si em frente à cavalaria da PM, que estava em frente à Prefeitura. Os cavalos se assustaram e a cavalaria foi para cima dos manifestantes, que revidaram com pedras. Segundo outros manifestantes, esses homens eram da P2 - policiais militares do serviço reservado que trabalham descaracterizados - e brigaram de propósito para provocar o confronto. No entanto, aparentemente eles estavam na manifestação.
Já estudante Jennifer Menezes, de 23 anos, lamentou o confronto. "Estava com esperança que dessa vez o protesto fosse diferente porque a gente conseguiu que baixassem a passagem [de ônibus]. Não imaginava que isso fosse acontecer. Existem dois problemas: os vândalos e a polícia", disse a jovem.
Por volta das 19h, o entorno da Prefeitura do Rio se transformou em uma praça de guerra. Durante o caos, os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo na tentativa de dispersar a multidão. Manifestantes jogaram pedras nos PMs, que revidaram com tiros de balas de borracha. Prédios, bancos e lojas foram destruídas por vândalos. Vinte radares da Prefeitura do Rio foram derrubados na Avenida Presidente Vargas, assim como pontos de ônibus foram depredados.
O clima tenso durou por mais de três horas. Algumas estações do metrô e a estação das Barcas, na Praça XV, tiveram o tráfego interrompido por alguns períodos. Várias vias importantes, como as avenidas Rio Branco, Presidente Vargas, Pinheiro Machado, Praça da Bandeira e túneis Santa Bárbara e Rebouças foram fechados.
 
Por volta das 22h30, um grupo de cerca de 100 manifestantes chegou ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras. A PM cercou a sede do governo estadual, para evitar a depredação do prédio histórico. Um pequeno grupo de manifestantes tentou bloquear o tráfego de ônibus na Rua Pinheiro Machado, mas a situação foi controlada por volta de meia-noite.
 
No mesmo horário, uma outra confusão aconteceu na Lapa e nos arredores da Faculdade Nacional de Direito, no Campo de Santana, e do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, no Largo de São Francisco, todos no Centro. Alunos se refugiaram nas duas instituições com medo do tumulto. A Polícia Militar negou que tenha cercado as instituições de ensino. De acordo com a corporação, a PM se dirigiu ao local para garantir a segurança patrimonial dos prédios da universidade.
 
De acordo com o reitor da UFRJ, Carlos Levi, cerca de 700 estudantes se abrigaram nas duas unidades. Em nota, Levi demonstrou preocupação com os estudantes.
 
"A UFRJ vai continuar acompanhando a participação de seus estudantes nas manifestações legítimas, preocupada sempre com sua segurança, que deve ser garantida em nosso país, em sua democracia duramente conquistada", disse o reitor.
 
Rio de Janeiro - Polícia de choque entra em confronto com manifestantes durante protesto (Foto: Sergio Moraes/Reuters)Rio de Janeiro - Polícia de choque entra em confronto com manifestantes durante protesto (Foto: Sergio Moraes/Reuters)

Dilma adia viagem internacional devido a manifestações, diz Planalto

Dilma adia viagem internacional devido a manifestações, diz Planalto

Presidente viajaria no domingo para o Japão para uma semana fora.
Viagem à Bahia nesta sexta também foi cancelada a pedido de governador.   

Dilma Rousseff (Foto: Reprodução GloboNews)
Dilma Rousseff, durante lançamento de subsídios para compra de eletrodomésticos, no último dia 12
(Foto: Reprodução GloboNews)


A presidente Dilma Rosuseff decidiu nesta quinta-feira (20) adiar a viagem que faria ao Japão devido às manifestações que se alastram pelas principais cidades brasileiras, informou assessoria de imprensa do Palácio do Planalto. Também foi adiada viagem a Salvador, que seria nesta sexta-feira (21).

Dilma faria uma viagem oficial ao Japão neste domingo (24), onde teria encontro com o Primeiro-Ministro Shinzo Abe e seria recebida pelo Imperador Akihito. De acordo com assessoria do Palácio do Planalto, devido às manifestações, a presidente preferiu não ficar uma semana inteira fora do país - a volta estava prevista para o próximo sábado (29).

Também foi adiada a ida nesta sexta-feira a Salvador. A pedido do governador da Bahia, Jaques Wagner, a cerimônia de anúncio do Plano Safra do Semi-Árido – que ocorreria às 11h desta sexta – ficará para a próxima semana, de acordo com o Planalto. Wagner pediu que o evento fosse adiado porque outros governadores de estados que sediam a Copa das Confederações não poderiam participar.

Segundo a assessoria da Presidência, as novas datas para as idas ao Japão e a Salvador ainda não foram definidas.

Somente nesta quinta (20), são esperadas mais de 100 manifestações em cidades de todo o país. Em Brasília, duas manifestações estão previstas, partindo de dois pontos da capital rumo ao Congresso Nacional, cuja cobertura foi invadida por milhares no protesto da última segunda-feira (17). Na ocasião, os manifestantes não chegaram ao Palácio do Planalto, que foi cercado por ao menos 130 homens da Polícia do Exército.

Nesta quinta, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que vai bloquear o Eixo Monumental, na Esplanada dos Ministérios, para evitar que manifestantes possam ir até o Congresso Nacional. No Planalto, que fica ao lado, foi instalada uma cerca em frente ao Palácio e homens do Batalhão de Choque do Exército foram novamente chamados.

Cercas foram instaladas em volta do Palácio do Planalto para evitar invasões nos protestos desta quinta (20) (Foto: Priscilla Mendes/G1)Cercas foram instaladas em volta do Palácio do Planalto para evitar invasões nos protestos desta quinta (20) (Foto: Priscilla Mendes/G1)

Protestos pelo país têm 1,25 milhão de pessoas, um morto e confrontos

Nas capitais, minorias enfrentaram a polícia e outros manifestantes.
Em Ribeirão Preto (SP), um jovem morreu atropelado durante o protesto.

Mais de 1,25 milhão de pessoas participaram nesta quinta-feira (20) de protestos realizados em mais de 100 cidades brasileiras, pequenas, médias e grandes. Na maior parte dos casos, foram passeatas pacíficas, mas houve confrontos entre polícia e grupos minoritários em diversas cidades, como Rio de Janeiro, que reuniu o maior público (300 mil pessoas), e em Brasília, onde manifestantes atacaram o prédio do Itamaraty. À noite, a presidente Dilma Rousseff pediu para que todos os ministros ficassem em Brasília e convocou reunião para esta sexta (21).
 
Além de dezenas de feridos, a mobilização nacional registrou uma morte: em Ribeirão Preto (SP), um jovem foi atropelado por um carro que avançou sobre manifestantes e não resistiu. Em São Paulo, 100 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista pacificamente, mas houve confrontos isolados entre militantes de partidos, sobretudo petistas, e pessoas que se dizem sem partido.
 
A série de protestos em junho começou como reação ao aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem em São Paulo e Rio. Desde o dia 3, o Movimento Passe Livre (MPL) na capital paulista convocou sete grandes atos pela revogação do aumento. No Rio, foram seis manifestações até esta quinta. Conforme os movimentos cresciam nas duas capitais, a mobilização se disseminou pelo país. Nesta semana, a demanda de redução da tarifa foi atendida por prefeitos e governadores de São Paulo, Rio e mais de dez cidades.
 
Porém, o protesto que começou com o reajuste de R$ 0,20 cresceu e ganhou outras bandeiras, como o fim da corrupção, melhorias no transporte, na saúde e na educação e os gastos excessivos com a Copa do Mundo. O ato desta quinta-feira foi mantido como comemoração da conquista. Mas, sem liderança definida nas grandes cidades, os protestos tomaram rumos diferentes, se separaram e as tentativas de diálogo com as autoridades fracassaram.
 
Veja abaixo os principais fatos registrados nesta quinta pelo país:
MAIS DOS PROTESTOS PELO PAÍS
1 MORTO
Um jovem de 18 anos morreu e 12 pessoas ficaram feridas após serem atropeladas por carro no ato em Ribeirão Preto (SP)
VANDALISMO VAIADO
Nos atos, vândalos foram vaiados em Teresina, Porto Alegre, Pelotas, Belo Horizonte, Goiânia, Recife, Vitória e Salvador
REDUÇÃO DAS TARIFAS
Nesta quinta, o preço das passagem foi reduzido em Curitiba e Belo Horizonte
NEGOCIAÇÃO
Prefeitos aceitaram receber líderes em
Macapá e Belém
 
Rio de Janeiro
Local:
Av. Presidente Vargas (entre a Candelária e a Prefeitura)
Público estimado: 300 mil, segundo UFRJ
O protesto começou pacificamente, mas confrontos pontuais foram registrados e fogueiras foram acesas pela avenida. Por volta das 19h30, quando o ato chegou à Prefeitura, houve confronto com a polícia. Um grupo invadiu o Terreirão do Samba, que foi depredado e incendiado. Uma escola municipal também foi invadida. Um grupo ateou fogo a um carro de reportagem do SBT. Na Av. Presidente Vargas, a polícia usou bombas para dispersar a multidão. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, o número de feridos à meia-noite era de 62, a maioria por balas de borracha, pedras e spray de pimenta.
 
Brasília
Local: Esplanada dos Ministérios
Público estimado: 20 mil, segundo a PM
Os manifestantes se concentraram em frente ao Congresso Nacional, mas também passaram pelo Palácio do Planalto e o Itamaraty, onde um grupo depredou as janelas e incendiou objetos ao redor. A polícia tentou conter o fogo com extintores de incêndio e dispersou os manifestantes com spray de pimenta. Um homem tentou agredir um policial, que revidou com golpes de cassetete. A Força Nacional entrou pelos fundos do edifício para auxiliar a polícia a impedir a invasão. Três pessoas foram presas e 120 ficaram feridas.
O povo unido não precisa de partido!"
Canto dos manifestantes
 
São Paulo
Local: Av. Paulista
Público estimado: 100 mil
Ao contrário dos protestos anteriores, nesta quinta o ato em São Paulo ficou principalmente na Avenida Paulista. O policiamento foi reforçado, mas os confrontos pontuais ocorreram entre os próprios manifestantes. Militantes de movimentos sociais e partidos políticos, que já haviam sido hostilizados na terça-feira, decidiram comparecer em blocos. Grupos anarquistas e apartidários trocaram ofensas com os manifestantes partidarizados. Várias bandeiras do PT foram roubadas, rasgadas e incendiadas. Um homem que tentou agredir petistas foi atingido com o cabo de uma bandeira e teve um corte na cabeça. Outro homem foi preso portando um coquetel molotov, segundo a PM.
 
Salvador
Local: Centro da cidade
Público estimado: 20 mil, segundo a Polícia Militar
O protesto começou pacifico na região do Dique do Tororó, mas com a aproximação de dois garotos no perímetro do batalhão de choque, os policiais começaram a soltar bomba de gás e spray de pimenta. O início do confronto começou por volta das 17h e se estendeu durante horas pela região central de Salvador. Muitos veículos foram queimados e equipamentos públicos foram danificados. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para tentar conter os manifestantes.
 
Ei, Brasil, vamos acordar, porque um professor vale mais que o Neymar!"
Canto dos manifestantes
 
Porto Alegre
Local: Centro da cidade
Público estimado: 15 mil, segundo a Brigada Militar
O grupo que se reuniu para protestar na capital gaúcha se dividiu em três e seguiu por caminhos diferentes para se encontrar na Avenida João Pessoa. Houve tentativa de depredação, que foi contida pelos próprios manifestantes. Após o início pacífico, um grupo entrou em confronto com a polícia na Avenida Ipiranga. Bombas de efeito moral foram atiradas em direção aos manifestantes, que atiram pedras e paus em direção à polícia.
 
Vitória
Local: Goiabeiras, Praia do Canto e Enseada do Suá
Público estimado: 100 mil, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública
Manifestantes manifestantes saíram da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) pouco antes das 18h, e caminharam, em passeata, pela Reta da Penha até a Assembleia Legislativa e depois até o Tribunal de Justiça (TJ-ES). Um manifestante explodiu uma bomba em frente à Assembleia Legislativa às 19h30, e um grupo quebrou vidraças e soltou rojões no Tribunal de Justiça. Houve confronte entre manifestantes a favor e contra a depredação. Às 21h, depois que o presidente do TJ recebeu a pauta de reivindicações dos manifestantes e deixou o local, a Tropa de Choque interveio com bombas de gás e balas de borracha. Após a dispersão, grupos pequenos promoveram depredações e saques em diversas ruas do Centro, e furtaram o pedágio da Terceira Ponte antes de atear fogo nas cabines.
Vem pra rua vem, contra o governo!"
Canto dos manifestantes
 
Fortaleza
Local: Palácio da Abolição
Público estimado: 30 mil, segundo a PM
A multidão de pessoas caminhou até o Palácio da Abolição. Pelas ruas, moradores de apartamentos colocaram lençóis brancos e bandeiras do Brasil nas varandas em apoio. Em frente ao palácio, a polícia afirmou que o governador Cid Gomes não receberia os manifestantes, e solicitou que eles redigissem uma carta de reivindicações para entregar ao governo. Por volta das 21h, uma pessoa detonou uma bomba caseira, e um grupo de manifestantes que se recusou a negociar quebraram a barreira no entorno do Palácio. A polícia interveio com balas de borracha e recebeu, em resposta, pedras atiradas por parte dos manifestantes. Mais de 60 pessoas foram detidas no protesto, incluindo seis adolescentes.
Belém
Local: Prefeitura
Público estimado: 15 mil
O protesto foi pacífico até a frente da Prefeitura de Belém. A confusão começou quando o prefeito Zenaldo Coutinho desceu do gabinete para dialogar com os cerca de 15 mil manifestantes, mas foi recebido com pedradas e disparos de rojões por uma minoria de manifestantes exaltados que acompanhavam o ato pacífico. Os policiais usam bombas de efeito moral e disparos de balas de borracha para dispersar a população. Um guarda municipal ficou ferido e teve de ser removido do local. O prefeito também deixou o prédio, que teve janelas quebradas pelo grupo. Segundo a polícia, pelo menos 30 pessoas foram detidas.
Ei, policial pai de família, não proteja essa quadrilha!"
 
Campinas (SP)
Local: Centro da cidade
Público estimado: 30 mil, segundo a PM
A manifestação começou às 17h no Largo do Rosário e seguiu o rumo da Prefeitura. Pelo menos duas pessoas foram detidas e coquetel molotov foi apreendido pela polícia. Em frente ao Paço Municipal, alguns manifestantes soltaram rojões em direção à polícia, que dispersou a multidão com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. Moradores da região disseram que podiam sentir o gás, e testemunhas afirmaram que os efeitos da bomba chegaram a ferir crianças que participavam do ato. Após o tumulto, manifestantes depredação pontos de ônibus e invadiram uma escola para pegar pedras que atiraram nos polícias. Houve diversos confrontos entre as duas partes pela região.